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ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO MÉDIO JARDIM AMÉRICA

Aulas remotas/2020

Área do conhecimento: Ciências Humanas

Componente curricular: Sociologia

Atividade do Segundo Ano

Professora: Aline Gonçalves

Nome:_____________________________________________________________________

Data: ____________________ Turma: ____________________

Leia os artigos a seguir:

Pandemia e a sociedade do trabalho: A ‘tempestade perfeita’ na interpretação


durkheimiana
A expressão ‘tempestade perfeita’ se refere à situação na qual um evento, em geral não favorável, é
drasticamente agravado pela ocorrência de uma rara combinação de circunstâncias, transformando-se em
um desastre. São situações raras de acontecer. Utilizando o conceito ‘tempestade perfeita’ como metáfora
e associando-a ao conceito durkheimiano de anomia, observamos que a pandemia provocou efeitos
devastadores na sociedade do trabalho.

O conceito de anomia é largamente abordado por Durkheim e significa tudo aquilo que ameaça
a coesão social, a vida em comum. É compreendido a partir de duas perspectivas, uma estrutural, situações
que levam ao total desregramento da vida social como o caso de crises sociais agudas e, outra, infra-social
quando aspectos específicos internos à vida social fogem aos padrões normais aceitáveis, como por
exemplo, o suicídio.

Em Durkheim o conceito de anomia se opõe ao conceito de solidariedade. Logo onde há anomia não há
solidariedade. A solidariedade para o sociólogo se reveste de duas formas: a mecânica e a orgânica.
A solidariedade mecânica corresponde às sociedades tradicionais, pré-capitalistas, marcadas por uma
homogeneidade social muito grande. O processo de transição para a industrialização e urbanização trouxe
o colapso da solidariedade mecânica e, à medida em que crescia a divisão social do trabalho, uma nova
solidariedade, nomeada de orgânica, se estabelece. A solidariedade orgânica, portanto, é própria da
sociedade capitalista.

Durkheim acreditava que o trabalho desempenhava função determinante no fortalecimento


da solidariedade e consequentemente na coesão social. Para que isso ocorresse, entretanto, faz-se
necessário condições de trabalho regular, normativo e com renda satisfatória. Por outro lado, o trabalho
desregulamentado, intermitente e desprovido de direitos empurra a sociedade para a ‘anomia’.
Particularmente, Durkheim alertava para três condições anômicas na sociedade do trabalho:

1) exacerbação do conflito capital x trabalho em situações de crises agudas;

2) Imposição autoritária de regras na relação capital-trabalho;

3) ausência ou intermitência de trabalho.

Ora o que vemos é a pandemia exatamente provocando a ‘tempestade perfeita’. Como não se bastasse os
efeitos devastadores no mercado de trabalho (desemprego e rebaixamento salarial), o que assistimos é o
capital se aproveitando da situação para imposição de regras, regulamentos, iniciativas que rebaixam ainda
mais as condições do trabalho. Para Durkheim, basta uma das condições para produzir anomia, com as três
convergindo, a coesão social encontra-se seriamente ameaçada. 

Fonte:http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/599029-pandemia-e-a-sociedade-do-trabalho-a-
tempestade-perfeita-na-interpretacao-durkheimiana

Questões:

1) O que é a “tempestade perfeita” descrita no texto? Qual a relação com a realidade atual?
2) Quais conceitos do sociólogo Émile Durkheim aparecem no texto?
3) Detalhe o conceito de anomia:
4) Qual a função do trabalho para Durkheim?
5) Em sua opinião, estamos vivendo sob condições anômicas no mundo do trabalho?
6) Quais estratégias deveriam ser tomadas para amenizar os problemas no mundo do trabalho
agravados pela pandemia?

Obra de Max Weber analisa a relação entre

o protestantismo e o capitalismo
Max Weber (1864-1920) foi um jurista e economista alemão que, até hoje, possui grande influência nos
estudos de filosofia, ciência política, administração, economia e direito. Considerado o precursor da
Sociologia, Weber dedicou-se aos estudos do capitalismo, sendo suas obras fundamentais para
compreender este sistema. 

[...] A ética protestante e o espírito do capitalismo, de Max Weber, foi publicada originalmente em 1905, e
trata-se da compilação de dois artigos escritos em 1904 pelo sociólogo. 

Neste clássico ensaio, o especialista analisa as doutrinas protestantes a partir da influência do Calvinismo
para economia. Além disso, Weber traça um paralelo entre a predestinação e o êxito material como graça
divina, com o desenvolvimento do capitalismo moderno para a sociedade atual. 

“No entanto, é preciso considerar o que hoje costuma ser esquecido: que a Reforma significou não tanto a
eliminação do domínio da Igreja sobre a vida em geral, mas sobretudo a substituição da forma de domínio
vigente até então por outra. Para ser mais exato, significou a substituição de um domínio extremamente
cômodo, na época pouco perceptível na prática, muitas vezes quase apenas formal, por uma
regulamentação infinitamente incômoda e séria de toda a condução da vida, que penetrava, da maneira
mais ampla que se possa pensar, em todas as esferas da vida pública e privada”, escreveu Weber na obra.

A partir de seus estudos minuciosos, Weber explica que os protestantes do início do século 20
apresentavam maior racionalidade econômica do que os cristãos adeptos ao catolicismo. Sua obra parte da
análise estatística das crenças religiosas e a atuação das mesmas para alavancar a economia alemã do
início do século passado. 

Confira um trecho da A ética protestante e o espírito do capitalismo (2020): 

“Um consulta à estatística ocupacional de um país onde haja a coexistência de confissões religiosas mistas
costuma trazer à luz, com notável frequência, uma constatação que muitas vezes provocou intensa
discussão na imprensa e na literatura católica, bem como nos congressos católicos na Alemanha: o caráter
prevalentemente protestante tanto da posse do capital e do empresariado quanto das camadas superiores
e letradas da mão de obra, mas sobretudo dos profissionais com instrução técnica e comercial altamente
qualificada das empresas modernas”.

Fonte: https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/historia-hoje/livro-etica-protestante-e-o-
espirito-do-capitalismo.phtml

Responda:

1) Quem foi Max Weber?


2) O que foi analisado na obra “A ética protestante e o espírito do capitalismo”?
3) De acordo com Weber, qual característica dos protestantes, diferentemente dos cristãos católicos,
impulsionou a economia alemã no início do século passado?

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