Você está na página 1de 62

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Centro de Ciências Exatas e da Terra


Departamento de Informática e Matemática Aplicada
Bacharelado em Engenharia de Software

Odontokits: Uma Solução Mobile para


Rastreio de Kits Odontológicos

Matheus Campos Cardoso

Natal-RN
Junho 2019
Matheus Campos Cardoso

Odontokits: Uma Solução Mobile para Rastreio de Kits


Odontológicos

Monografia de Graduação apresentada ao


Departamento de Informática e Matemática
Aplicada do Centro de Ciências Exatas e da
Terra da Universidade Federal do Rio Grande
do Norte como requisito parcial para a ob-
tenção do grau de bacharel em Engenharia
de Software.

Orientador
Prof. Dr. Gibeon Soares de Aquino Júnior

Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN


Departamento de Informática e Matemática Aplicada – DIMAp

Natal-RN
Junho de 2019
Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / SISBI / Biblioteca Setorial
Centro de Ciências Exatas e da Terra – CCET.

Cardoso,
Santos, Lucas Matheus Campos.
Bibiano dos.
Odontokits:
Feed de eventos Uma Solução Mobilede
para atividades para Rastreio de Kits
desenvolvimento deOdontológicos /
software / Lucas
Matheus
Bibiano dos Campos Cardoso.
Santos. - Natal,-2017.
Natal, 2019.
6134f.:f.:il.il.

Orientador:
Orientador:Prof.
Prof.Dr.
Dr.Gibeon Soares
Fernando de Aquino
Marques Júnior.
Figueira Filho.

Monografia
Monografia(Graduação)
(Graduação)––Universidade
UniversidadeFederal
Federaldo
doRio
RioGrande
GrandedodoNorte.
Norte.
Centro de Ciências Exatas e da Terra. Departamento
Departamento de
de Informática
Informática eeMatemática
Matemática
Aplicada. Aplicada.

1.1.Engenharia
Engenhariadedesoftware
software––Monografia.
Monografia.2.2.QR Code
Feeds – Monografia.
– Monografia. 3. Mobile–
3. Eventos
–Monografia.
Monografia.4.4. Sistema – 5. KitdeOdontológico
Desenvolvimento – Monografia.
software – Monografia. I. Aquino
I. Figueira Júnior,
Filho,
Gibeon
FernandoSoares. II. Título.
Marques. II. Título.

RN/UF/BSE-CCET CDU: 004.41


Monografia de Graduação sob o título Odontokits: Uma Solução Mobile para Rastreio
de Kits Odontológicos apresentada por Matheus Campos Cardoso e aceita pelo Departa-
mento de Informática e Matemática Aplicada do Centro de Ciências Exatas e da Terra
da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, sendo aprovada por todos os membros
da banca examinadora abaixo especificada:

Prof. Dr. Gibeon Soares de Aquino Junior


Orientador
Departamento de Informática e Matemática Aplicada
UFRN

Prof. Dr. Itamir de Morais Barroca Filho


Instituto Metrópole Digital
UFRN

Prof. Me. Emerson Moura de Alencar


Instituto Metrópole Digital
UFRN

Natal-RN, quatorze de junho de dois mil e dezenone


À minha avó Rosa, cujo sonho era me ver na universidade.
Agradecimentos

Este longo tempo de graduação foi essencial à minha vida. Tive oportunidade de
conhecer pessoas e ir a lugares antes inimagináveis. Cresci, amadureci e fui moldado pelas
experiências que tive durante estes anos.

Obrigado inicialmente a Deus, nosso criador, que me sustentou durante toda essa
jornada.

Obrigado à minha família. À minha mãe por todo o amor que tenho recebido desde
que nasci. À minha avó pelo cuidado e as tapiocas quentinhas de manhã logo cedo. Ao
meu irmão Bruno, por ser o melhor irmão que eu poderia ter. Ao meu primo Fernando,
por toda a força. Às minhas tias, Ge e Iara por toda a insistência em me fazer terminar o
curso. E, por fim, ao meu pai, por ter abdicado de tudo em sua própria vida em prol de
mim e do meu irmão.

Obrigado aos jovens da Igreja Presbiteriana Marinas Praia Sul, por todas as orações
e apoio nesse processo. Vocês também são minha família.

Obrigado aos amigos que fiz no período a graduação, que fizeram todo esse processo
menos estressante e recompensador.

Obrigado aos amigos que fiz durante o intercâmbio, La Piedra Yelada. Vocês mudaram
minha vida pra melhor.

Obrigado também a todos os professores do Departamento de Informática e Matemá-


tica Aplicada da UFRN, em especial ao professor Gibeon, que me confiou este trabalho.

Obrigado a qualquer outro que não fora mencionado aqui mas que de alguma forma
me apoiou nessa caminhada.

Obrigado.
Tudo que não é eterno, é eternamente inútil.

C.S. Lewis
Odontokits: Uma Solução Mobile para Rastreio de Kits
Odontológicos

Autor: Matheus Campos Cardoso


Orientador: Prof. Dr. Gibeon Soares de Aquino Junior

Resumo

O setor de esterilização do Departamento de Odontologia da Universidade Federal do Rio


Grande do Norte diariamente recebe centenas de aparelhos odontológicos para serem este-
rilizados. Este grande fluxo de entrada e saída de itens por vezes mostrou-se insustentável
para o setor, que não contava com qualquer informatização, acabando por tornar o pro-
cesso lento e pouco confiável. Crescia então a necessidade por um sistema que gerenciasse
esse processo de forma eficaz.

Este trabalho apresenta uma solução para este problema através de uma ferramenta
que permite categorizar os aparelhos odontológicos por meio do uso de etiquetas QR
Code, e, desta forma, agilizar e tornar mais confiável o processo de entrada e saída de
itens. São descritas as decisões tomadas ao longo das etapas de criação da solução, desde o
levantamento de requisitos e modelagem do sistema, até o desenvolvimento deste. Também
são discutidos os resultados da implantação da ferramenta, analisando o seu impacto para
o setor e as possíveis melhorias a serem feitas.

Palavras-chave: QR Code. Mobile. Sistema Web. Kit Odontológico.


Odontokits: A Mobile Solution for Tracking Dental
Instruments

Author: Matheus Campos Cardoso


Advisor: Prof. Dr. Gibeon Soares de Aquino Junior

Abstract

The Central Sterile Services Department of the Department of Dentistry of the Federal
University of Rio Grande do Norte receives hundreds of dental instruments to be sterilized
on a daily basis. This large handling of items has been proved to be unsustainable for
the department, that did not have any computerization, what made the process slow and
unreliable. There was a growing demand for a system that would effectively manage this
process.

This work presents a solution to this problem through a tool that allows the classi-
fication of dental instruments through the use of QR Code labels, and, by these means,
streamline and make the process of handling the items more reliable. The decisions made
throughout the process of creating the solution are described, from the requirements
survey and system modeling to the development of the system. The results of the imple-
mentation of the tool are also discussed, by analyzing its impact for the sector and the
possible improvements to be made.

Keywords: QR Code. Mobile Apps. Web Systems. Dental Instruments.


Lista de figuras

1 Diferentes níveis de correção de erros em QR Codes . . . . . . . . . . . p. 19

2 Arquitetura planejada para o sistema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 27

3 Código de barras 1D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 28

4 QR Code: Código de barras 2D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 28

5 Tela de login do Odontokits . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 31

6 Tela de listagem de alunos do Odontokits . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 33

7 Tela de informações de aluno do Odontokits . . . . . . . . . . . . . . . p. 33

8 Tela de informações de kit do Odontokits . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 35

9 Tela de inicial do aplicativo mobile . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 37

10 Comparação entre QR Codes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 40

11 Tela de listagem de movimentações no sistema . . . . . . . . . . . . . . p. 42

12 Email com comprovante de movimentação no sistema . . . . . . . . . . p. 43

13 Diagrama de sequência do sistema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 44

14 PDF contendo todas as etiquetas de um aluno . . . . . . . . . . . . . . p. 46

15 Cadastro manual de kits . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 47

16 Movimentações de kits por cada mês . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 52

17 Movimentações de kits pela hora do dia . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 53

18 Estação de entrada de kits . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 58

19 Exemplar de kit com etiqueta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 59

20 Impressora térmica de etiquetas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 60

21 Etiquetas impressas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 61
Sumário

1 Introdução p. 13

1.1 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 14

1.2 Estrutura do Trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 15

2 Referencial Teórico p. 16

3 Metodologia p. 21

3.1 Pesquisa de Campo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 21

3.2 Definição de Requisitos da Ferramenta . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 22

3.2.1 Requisitos Não-Funcionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 22

3.2.1.1 Confiabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 22

3.2.1.2 Usabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 22

3.2.1.3 Rastreabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 23

3.2.2 Requisitos Funcionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 23

3.3 Implementação da Ferramenta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 24

3.4 Implantação, Observação do uso da Ferramenta e Aplicação de questionário p. 24

4 Projeto de Solução p. 26

4.1 Decisões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 26

4.1.1 Arquitetura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 26

4.1.2 Tecnologias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 27

4.1.2.1 QR Code . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 27

4.1.2.2 Android . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 29
4.1.2.3 Ruby on Rails . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 29

4.2 Desenvolvimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 30

4.2.1 Primeira Iteração - Versão Alfa (α) . . . . . . . . . . . . . . . . p. 30

4.2.1.1 Parte Web . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 30

4.2.1.1.1 Login . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 31

4.2.1.1.2 Gerenciar Alunos . . . . . . . . . . . . . . . . p. 31

4.2.1.1.3 Gerenciar Kits . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 34

4.2.1.1.4 Gerar Etiqueta de Kit . . . . . . . . . . . . . p. 35

4.2.1.2 Parte Mobile . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 36

4.2.1.2.1 Realizar Leitura de Etiquetas . . . . . . . . . p. 37

4.2.1.3 Feedbacks e Problemas Encontrados . . . . . . . . . . p. 37

4.2.2 Segunda Iteração - Versão Beta (β) . . . . . . . . . . . . . . . . p. 38

4.2.2.1 Parte Web . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 38

4.2.2.1.1 Gerenciar Tipo de Kit . . . . . . . . . . . . . p. 38

4.2.2.1.2 Gerar Token da API . . . . . . . . . . . . . . p. 40

4.2.2.1.3 Realizar Movimentação de Kit . . . . . . . . . p. 40

4.2.2.1.4 Autenticar Aluno . . . . . . . . . . . . . . . . p. 41

4.2.2.1.5 Listar Movimentações . . . . . . . . . . . . . p. 41

4.2.2.1.6 Enviar Comprovante de Movimentação via Email p. 42

4.2.2.2 Parte Mobile . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 43

4.2.2.2.1 Cadastro de Movimentação . . . . . . . . . . p. 43

4.2.2.3 Feedbacks e Problemas Encontrados . . . . . . . . . . p. 45

4.2.3 Terceira Iteração - Versão 1.0 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 45

4.2.3.1 Parte Web . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 45

4.2.3.1.1 Impressão de múltiplas etiquetas . . . . . . . p. 45

4.2.3.2 Parte Mobile . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 46


4.2.3.2.1 Cadastro Manual de Movimentação . . . . . . p. 46

4.2.3.2.2 Cadastro de Múltiplas Movimentações . . . . p. 47

4.2.3.3 Feedbacks e Problemas Encontrados . . . . . . . . . . p. 47

4.3 Implantação da Ferramenta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 48

4.4 Limitações da Ferramenta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 48

5 Análise e Discussão dos Resultados p. 49

5.1 Avaliação da ferramenta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 49

5.1.1 Como você avalia o formato de entrada e saída dos itens no setor
antes da implantação da ferramenta? . . . . . . . . . . . . . . . p. 49

5.1.2 Você acha que o processo melhorou com a implantação do sistema


Odontokits? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 50

5.1.3 Como você avalia o novo formato de entrada e saída dos itens
utilizando a ferramenta Odontokits? . . . . . . . . . . . . . . . . p. 50

5.1.4 Você considera que a implantação do sistema Odontokits aumen-


tou a eficiência do processo? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 50

5.1.5 Você considera que a implantação do sistema Odontokits aumen-


tou a confiabilidade do processo? . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 50

5.1.6 Dentre as soluções que o sistema provê, marque a que você con-
sidera mais importante. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 51

5.1.7 O que pode ser melhorado na ferramenta Odontokits? . . . . . . p. 51

5.2 Análise de dados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 52

6 Considerações Finais p. 54

Referências p. 55

Apêndice A -- Questionário p. 56

Anexo A -- Fotos da implantação do sistema no setor de esterilização p. 58


13

1 Introdução

A computação móvel está ficando cada dia mais presente no cotidiano das pessoas.
Atualmente nos smartphones e tablets tem-se poder de processamento que até um tempo
atrás só existia em computadores “modernos” e com grande capacidade de memória e
processamento (FILHO; JÚNIOR, 2013).

Os números referentes ao uso de aparelhos móveis só vem crescendo nos últimos anos,
bem como a facilidade de acesso aos mesmos, o que torna a tarefa de compartilhar infor-
mações cada vez mais trivial. Atualmente existem no mundo 2.71 bilhões de usuários de
smartphones, o que faz com que quase um terço das pessoas do planeta possua um desses
aparelhos (STATISTA, 2019). Estima-se que para 2025 esse número chegue a 5 bilhões de
pessoas, o que corresponderia a mais de 60% da população mundial (GSMA, 2019). Isso tem
forçado empresas a instituir uma verdadeira força tarefa com o intuito de continuar ino-
vando. Apostar na introdução desses novos aparatos ao fluxo de trabalho tem se mostrado
uma excelente opção, tendo em vista a agilidade, praticidade e principalmente confiabi-
lidade que tais aparelhos trazem ao processo. Isso já é uma realidade. Dados mostram
que no mundo hoje existem 14 milhões de empregos que estão diretamente relacionados
à indústria de dispositivos móveis, e outros 17 milhões que se beneficiam indiretamente
desse ecossistema (GSMA, 2019).

Este trabalho buscou desfrutar de tal conjuntura e utilizar estas tecnologias para
solucionar problemas no âmbito acadêmico, mais especificamente no setor de esterilização
do Departamento de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Durante o período letivo, centenas de alunos são atendidos no setor, e cada um possui
diversos equipamentos odontológicos que precisam ser esterilizados numa média de 40 a
50 vezes por semestre. Todo dia, dezenas de equipamentos entram e saem do setor de
esterilização e este controle tem se tornado algo difícil e trabalhoso, uma vez que este é
todo feito no papel. Essa dificuldade se dá não apenas pelo fato de o trabalho ser feito
todo à mão, mas também por não possuir nenhum grau de confiabilidade, estando assim
14

propenso a erros humanos.

Já aconteceram situações de perda de equipamentos, bem como outros que não foram
entregues ao devido dono. Isso se dava porque não havia uma forma fácil de rastrear a
movimentação dos itens e assim localizá-los, visto que o registro destes era feito em uma
caderneta que contava apenas com uma assinatura, dificultando a tarefa de detectar quem
havia recebido o material por engano na imensidão de páginas e assinaturas confusas no
mesmo.

Sendo assim, a elaboração de uma ferramenta capaz de gerenciar todo o processo desde
a entrada até a saída dos itens de forma rápida, eficaz e principalmente confiável mostrou-
se de extrema importância e urgência para o setor. Era necessário também catalogar estes
equipamentos de alguma forma, atrelando-os à ferramenta. Para isso, foram utilizados QR
Codes.

Quick Response Codes (QR Codes) são etiquetas ópticas que possuem um código
bidimensional, que é o código QR, e carregam uma informação que é codificada em duas
direções: horizontal e verticalmente (CHANG, 2014). O conceito de QR Code foi criado no
Japão pela empresa Denso-Wave em 1994 e desde então vem sendo cada vez mais usados
no varejo como marcas de identificação. QR Codes tem rapidamente se tornado parte da
nossa vida diária devido à sua praticidade, uma vez que necessita-se apenas apontar a
câmera de um aparelho móvel para o código e a leitura é feita automaticamente. Os tipos
de informação que podem ser armazenadas em um QR Code variam desde uma imagem,
um link, ou uma simples mensagem de texto.

Este estudo detalha o desenvolvimento de uma ferramenta que se utiliza de aplicativos


móveis, QR Codes e sistemas web. São analisados os resultados da implantação desta
ferramenta no setor de esterilização do Departamento de Odontologia da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte.

1.1 Objetivos

Este trabalho visa desenvolver o sistema Odontokits, uma solução para o setor de
esterilização do Departamento de Odontologia da UFRN, e apresentar os resultados de
sua implantação. A solução proposta primariamente se utiliza de tecnologia mobile - um
tablet e um aplicativo desenvolvido - e também tecnologia WEB - Um web server que se
comunicará com o aplicativo móvel.
15

O sistema tem por objetivo aprimorar o processo de entrada e saída de itens no setor
de esterilização, uma vez que este carece de qualquer informatização para este processo e
tem apresentado problemas constantes de lentidão e perda de informações devido a este
fato.

1.2 Estrutura do Trabalho

O Capítulo 2 apresenta uma revisão de literaturas que se utilizam de QR Codes como


solução para um determinado problema ou detalham alguma de suas características. O
Capítulo 3 explica em detalhes os procedimentos adotados para a construção e análise
da ferramenta. O Capítulo 4 descreve em detalhes a ferramenta elaborada. O Capítulo
5 realiza a análise dos resultados da implantação da ferramenta no setor. O Capítulo 6
aborda as considerações finais sobre o trabalho.
16

2 Referencial Teórico

Este capítulo trata dos estudos utilizados como base no processo de desenvolvimento
da ferramenta.

Tendo em vista a proposta e objetivo do trabalho de conclusão de curso apresentado,


queremos analisar o uso do QR Code aplicado a uma solução que combina sistemas web
e dispositivos móveis considerando 3 principais aspectos, sendo estes: a sua praticidade,
confiabilidade e eficiência mediante uma situação de identificação em larga escala.
Para isso, foram analisados estudos de soluções desenvolvidas para a categorização e
separação de itens que utilizam QR Code e dispositivos móveis. Também foram analisados
estudos específicos acerca da eficiência do QR Code no armazenamento de informações
em circunstâncias diversas.

A bibliotecária Sarah Pavey (PAVEY, 2011) conta que faz uso de QR Codes de diversas
maneiras na biblioteca onde trabalha, na Box Hill School, em Londres. Sendo algumas
destas:

• Link para quizzes: Os livros têm uma página com o QR Code impresso pelo qual os
alunos podem baixar os questionários como uma espécie de jogo pro celular;

• Quando a escola realizava passeios, uma espécie de álbum com todas as fotos do pas-
seio era montado, junto a cada foto era colocado um QR Code que direcionava para
um website com mais detalhes sobre tal lugar, como parques, museus e monumentos
históricos;

• Em livros de ficção - Foram adicionados QR Codes às capas do livro que possuíam


o link para vídeos do YouTube dos autores falando sobre seus livros. Este foi o uso
mais bem sucedido e usado pelos alunos;

• É dito ainda que tem se pensado no uso do QR Code para auxiliar no sistema de
identificação e catalogação dos livros.
17

É interessante notar que, tendo em vista a já citada facilidade no acesso a um dis-


positivo móvel nos dias de hoje, o uso de QR Code traz praticidade ao trabalho das
professoras que podem monitorar o rendimento dos aluno nos quizzes de maneira fácil,
bem como é uma medida sustentável, pois de certa forma economiza com a impressão de
questionários em papel. Não é possível analisar, porém, a sua eficiência no que se refere à
catalogação e identificação propriamente ditas.

Existem métricas que analisam e determinam a confiabilidade de um sistema de códi-


gos como o QR Code. Uma das mais conhecidas é a first read rate (FRR) que consiste na
razão entre o número de leituras bem sucedidas na primeira tentativa e o número total de
primeiras tentativas. Um bom código de barras deve oferecer um FRR que é maior do que
85% e uma taxa de segunda tentativa de leitura de 95%. Quanto mais baixo o FRR, mais
leitura são necessárias até que uma obtenha sucesso, o que não é bom (POINTIL, 2009).

Tan e Chai (TAN; CHAI, 2010) mostram que, de fato, o QR Code é mais fácil de
manipular, bem como possui uma taxa de decodificação mais eficiente quando comparado
a outra simbologia como uma matriz de dados, enquanto Gao (GAO, 2013), mostra as suas
vantagens frente às abordagens que utilizam IC Cards. No entanto, mesmo em um cenário
em que 100% dos QR Codes são lidos de maneira satisfatória na primeira tentativa, ou
seja, o FRR foi de 100%, existem outros fatores que afetam significativamente a capacidade
de leitura do QR Code, e, consequentemente, sua confiabilidade.

Um destes fatores é o tamanho da célula do símbolo de código de barras 2D, que


está diretamente relacionado com a distância legível do código. O estudo mostra que o
tamanho do QR Code é de importância significativa para a leitura rápida e bem sucedida
do mesmo, que então se traduz numa melhor experiência de usuário e confiabilidade para o
sistema. Outro fator não coberto pela FRR é a capacidade do hardware no que diz respeito
à qualidade da câmera, foco, lentes, zoom, etc. Mediante experimentos, foi-se constatado
que melhorias no hardware resultam em uma significativa diferença na eficiência da leitura
dos QR Codes (TAN; CHAI, 2010).

Podemos observar que, ainda que o QR Code apresente relativa vantagem no que
diz respeito à confiabilidade e facilidade de leitura por um dispositivo móvel quando
comparado a outras simbologias como matriz de dados e IC Cards, é necessário ater-se a
métricas de qualidade bem como a fatores externos como os supracitados com o intuito de
aprimorar o funcionamento de um eventual sistema, bem como aprimorar a experiência
do usuário do mesmo.

Grande parte confiabilidade do QR Code no ambiente físico se dá devido sua funda-


18

mentação sob o código de Reed-Solomon (RS), um algoritmo de correção de erros descrito


pela primeira vez por Reed e Solomon em 1960 (REED; SOLOMON, 1960). Sua aplicação
se dá na medida em que os dados originais do QR Code são convertidos em um polinô-
mio, o número de pontos únicos necessários para definir exclusivamente esse polinômio é
determinado, e este conjunto de pontos é adicionado de volta ao QR Code para que este
também contenha os dados originais expressos de forma polinomial (QRSTUFF, 2011).

Existem 4 níveis de correção de erro utilizados em QR Codes, e cada um adiciona


diferentes mecanismos de backup dos dados, dependendo de quanto dano o QR Code virá
a sofrer no ambiente pretendido. Os níveis são:

• Nível L - até 7% de dano

• Nível M - até 15% de dano

• Nível Q - até 25% de dano

• Nível H - até 30% de dano

Dois módulos no canto inferior esquerdo de cada QR Code exibem o nível de correção
de erros usado neste, conforme mostrado na figura 1. Quanto maior o nível de correção de
erros, mais dano o código poderá sofrer antes de se tornar ilegível. Essa também é uma
das razões pelas quais QR Codes contendo os mesmos dados podem ser diferentes, uma
vez que depende-se do nível que está sendo utilizado em cada um.
19

Figura 1: Diferentes níveis de correção de erros em QR Codes

Fonte: QRStuff

Outra tecnologia interessante é a Radio Frequency Identification Technology (RFID).


Gao (GAO, 2013) nos mostra que em comparação com a RFID, o QR Code tem vantagens
significativas em alguns aspectos. Ao determinar a tecnologia de suporte para o sistema
de logística de rastreabilidade para produtos agrícolas, o custo de produtos agrícolas
(hortaliças) e fatores ambientais não-humanos na circulação destes produtos foram levados
em consideração. Como o preço da tecnologia RFID é elevado e o custo de infra-estrutura
necessário para implementar a tecnologia também é grande, o custo total para esse sistema
de identificação em grande escala é muito alto, por isso, é sugerido o uso de tecnologia
de código de barras 2D para desenvolver esse sistema de rastreabilidade, pois apresenta
uma forte capacidade de correção (confiabilidade) e baixo custo. Constatando-se então
as vantagens da utilização de QR Codes numa situação de identificação e rastreabilidade
em larga escala nos âmbitos de confiabilidade e custo, coube então ao autor analisar a
eficiência de tal abordagem.

Na situação analisada, QR Codes são utilizados no processo de transmissão de in-


formações numa cadeia de fornecimento de vegetais, que é realizado em vários estágios.
O banco de dados central do sistema armazena as informações registrando o status dos
produtos agrícolas, que possuem códigos de rastreabilidade que mantêm-se inalterados
20

em todo o processo de transmissão de informação e ligam cada estágio da transação a um


segmento principal. Desta forma, uma vez encontrando qualquer problema de qualidade
ou segurança, é possível rastrear todo o histórico de transações deste produto e descobrir
as causas do problema.

Quando as etiquetas de QR Code são afixadas nas embalagens de vegetais, fica mais
fácil traçar a qualidade dos produtos e encontrar com precisão o local de origem e até
mesmo o produtor de qualquer produto defeituoso, o que torna todo o processo mais
confiável tanto para o produto quanto para o consumidor. Uma vez encontrado qualquer
problema, os consumidores podem escanear o QR Code do produto com seus próprios
telefones celulares e rapidamente obter a data de produção, fabricante, marca, certificação,
local de produção e processamento, resíduos de pesticidas e informações de inspeção.
O autor pôde verificar que a tecnologia QR Code pode ser usada com eficiência para
identificar cada nó de vários estágios numa cadeia de movimentações e estabelecer com
facilidade o gerenciamento, transmissão e troca de informações em cada etapa a fim de
realizar o rastreamento destes vários estágios em longa escala.
21

3 Metodologia

Este trabalho detalha o desenvolvimento de uma ferramenta para rastreio de kits


odontológicos. Este capítulo, especificamente, aborda as etapas de pesquisa de campo,
levantamento de requisitos, definição do modelo de desenvolvimento e decisões a respeito
da implantação da ferramenta.

3.1 Pesquisa de Campo

Com o propósito de entender melhor o problema, foram realizadas reuniões com a


pessoa responsável pelo setor de esterilização. Nessas reuniões, nos foi apresentado o pro-
cesso vigente no setor, bem como as principais necessidades e problemas que precisariam
ser resolvidos.

Após isso, fora agendada uma visita ao departamento, na qual pudemos verificar na
prática o funcionamento do processo e onde constatou-se que não existia qualquer infor-
matização atrelada ao mesmo. O aluno entrega o item e o atendente faz o registro por
escrito em uma caderneta, o aluno então assina reconhecendo que a entrega foi feita. Não
existe espécie alguma de comprovante para o aluno e nem uma maneira fácil para o aten-
dente manter e consultar todos os registros. Os aparelhos eram armazenados em armários
identificados pelo período dos alunos e envoltos por papel grau cirúrgico, uma embalagem
específica para a esterilização, na qual era identificado o aluno a quem pertencia o item,
escrevendo seu nome de caneta.

Um dos grandes problemas dessa abordagem era o fato do papel cirúrgico ser descartá-
vel, o que gerava uma grande quantidade de retrabalho para manter os itens identificados.
Outro problema se dava pelo fato desse papel por vezes se rasgar durante o processo, di-
ficultando a identificação do proprietário material. Também cogitou-se a possibilidade de
marcar os nomes diretamente nas caixas, mas as marcações de caneta são rapidamente
apagadas em poucas passagens pela autoclave, máquina que realiza a esterilização, o que
22

não resolve o problema do retrabalho. Outro ponto e talvez o mais importante é o fato de
ser altamente não recomendado marcar os objetos com caneta, uma vez que a tinta que
vai se soltando pode prejudicar a eficiência do processo de esterilização em si.

Com essas informações em mãos, foi possível estruturar os requisitos da ferramenta.

3.2 Definição de Requisitos da Ferramenta

Utilizando as informações provenientes de reuniões e observação do processo detalha-


dos na seção anterior, nos foi possível estruturar os requisitos da ferramenta, organizando-
os em Requisitos Funcionais, que são requisitos que especificam uma função que o sistema
ou componente deve ser capaz de realizar, e Requisitos Não-Funcionais, que abordam
aspectos de qualidade e desempenho geral do sistema.

3.2.1 Requisitos Não-Funcionais

Tendo como base as principais necessidades a serem supridas pela ferramenta, chega-
mos em três requisitos não-funcionais essenciais para o funcionamento do sistema: confi-
abilidade, usabilidade e rastreabilidade.

3.2.1.1 Confiabilidade

A principal necessidade apresentada, e que fora amplamente reforçada, foi o aumento


da confiabilidade na movimentação dos itens dentro do setor. Segundo os relatos da pessoa
responsável, era essencial e de certa forma urgente garantir a confiabilidade dos processos
de entrada e saída de itens, assegurando com que de fato os kits só passassem pelo setor
mediante um processo de confiável de autenticação de cada aluno.

3.2.1.2 Usabilidade

Outra necessidade principal apresentada foi a usabilidade. Tendo em vista a inviabi-


lidade de se manter longas listas com anotações e assinaturas sobre a entrada e saída de
itens, ainda que não tenha sido a principal necessidade, a usabilidade com certeza é a mais
intuitiva, uma vez que a ferramenta busca informatizar um processo que até então era
feito de forma manual. Portanto, era importante que a ferramenta fosse também prática,
o que implica dizer que esta não deveria ser demasiadamente complexa, mas simples e
de fácil uso. Também era necessário que não houvesse um fluxo muito grande de etapas
23

para sua utilização, pois isso inviabilizaria seu uso, uma vez que centenas de itens são
movimentados em um único dia. Um longo fluxo poderia ocasionar atrasos no processo
e gerar problemas como longas filas, acabando por surtir o efeito contrário e tornar o
processo mais demorado do que era antes.

3.2.1.3 Rastreabilidade

Por fim, a última necessidade informada foi a de rastreabilidade dos registros, isto é,
organização das informações de forma precisa e detalhada a fim de facilitar pesquisas e
análises futuras. Seria preciso acessar no sistema o histórico de todas as movimentações
de forma fácil e intuitiva, bem como manter uma base de dados com informações de cada
aluno e de cada um de seus itens. Também foi requerido para o sistema algum comprovante
de movimentação para o aluno, que funcionaria como sua assinatura na antiga caderneta,
ou seja, um registro da movimentação que esteja disponível para o aluno e que pode ser
usado como prova em situações de desvio de material.

3.2.2 Requisitos Funcionais

Para os requisitos funcionais, a princípio foram considerados apenas as funcionalidades


informadas pela responsável pelo setor, sendo estas:

• A ferramenta deve funcionar como um painel de gerenciamento das informações;

• O sistema precisa contar com um sistema de autenticação;

• Deve ser possível cadastrar e gerenciar alunos;

• Deve ser possível cadastrar credenciais para os alunos;

• Deve ser possível catalogar e gerenciar os aparelhos odontológicos dos alunos;

• A ferramenta deve realizar a movimentação de entrada e saída dos itens no setor;

• A ferramenta deve requerer as credenciais do aluno ao realizar uma movimentação;

• A ferramenta deve prover ao aluno um comprovante a cada movimentação de entrada


ou saída;

• Deve ser possível acessar um histórico da movimentação de entrada e saída dos kits.
24

3.3 Implementação da Ferramenta

Tendo como base os requisitos levantados, iniciou-se o desenvolvimento da ferramenta


de Gerenciamento de Kits Odontológicos: Odontokits.

Optou-se pela utilização do modelo de desenvolvimento de software iterativo e incre-


mental, que consiste em iniciar o desenvolvimento com um subconjunto simples de requisi-
tos e iterativamente alcançar evoluções subsequentes das versões até o sistema todo estar
implementado. A cada iteração, as modificações de projeto são feitas e novas funcionali-
dades são adicionadas. Essa decisão foi tomada levando alguns aspectos em consideração,
sendo estes:

1. Urgência: O processo manual e pouco confiável precisava ser substituído o mais


rápido possível, não apenas pelo retrabalho que prejudicava a produtividade, mas
principalmente pelo fato de que outra situação como a já descrita em que houve
perda de aparelhos poderia acontecer a qualquer momento.

2. Incompletude das informações: Percebeu-se que existiam ainda muitos pontos


de informação falhos ou incompletos sobre o sistema, onde a melhor decisão a ser
tomada consiste em desenvolver a ferramenta aos poucos e realizar o refinamento
e adição de novas funcionalidades com base no feedback e nas necessidades que
surgirem com o tempo.

3. Incerteza quanto às tecnologias: Apesar dos estudos previamente feitos e do


conhecimento prático do aluno e do orientador, não existia ainda uma certeza quanto
às melhores tecnologias a serem utilizadas, apenas cogitavam-se alternativas que
se adequariam bem ao cenário proposto. Sendo assim, existia a possibilidade de
substituição das tecnologias previamente definidas por outras mais convenientes
durante o processo.

A descrição de todo o processo de desenvolvimento, as decisões tomadas ao longo do


curso, bem como as funcionalidades da ferramenta são descritas no próximo capítulo.

3.4 Implantação, Observação do uso da Ferramenta e


Aplicação de questionário

A ferramenta foi implantada no setor de esterilização do Departamento de Odontologia


da Universidade Federal do Rio Grande do Norte de forma parcial no ano de 2018 e,
25

posteriormente, de forma integral, substituindo assim o procedimento então vigente. Foi


analisado o uso da ferramenta e o fluxo de movimentações durante o período de um ano.
Ao total, 6 funcionários e 411 alunos participaram deste processo. A título de análise
da ferramenta, um questionário de avaliação foi aplicado aos alunos e funcionários que
utilizam o sistema. O questionário possuía sete perguntas e se encontra nos apêndices do
trabalho.
26

4 Projeto de Solução

4.1 Decisões

Nessa seção serão mostradas as decisões tomadas com relação à modelagem geral do
sistema, ou seja, a sua arquitetura e a escolha das tecnologias a serem utilizadas.

4.1.1 Arquitetura

A ideia inicial da gerência do setor de esterilização era o desenvolvimento de um


sistema gerenciador único que tanto realizaria as movimentações dos itens através da
leitura de um código de barras, por exemplo, como também seria responsável por toda
a parte de gestão e visualização dos dados. Essa abordagem mostrou-se rapidamente
insustentável uma vez que no setor existem estações específicas para a entrada e saída
das caixas, que são separadas. Seria necessário a instalação de computadores em cada
estação e a sincronização dos dados entre as mesmas, o que exporia os dados do sistema
a problemas iminentes de duplicidade e inconsistência.

Optamos então por separar o sistema em duas aplicações que se comunicassem entre
si, desacoplando algumas responsabilidades. A primeira destas, um sistema web, que seria
responsável pela parte de cadastro, atualização, manutenção e visualização dos dados, no
qual se faria uso de um banco de dados para armazenar essas as informações. Este mesmo
sistema também deveria oferecer uma interface de comunicação (API) para enviar e rece-
ber informações da outra parte. A outra aplicação seria um aplicativo mobile responsável
por realizar a movimentação dos itens e enviar as informações para o sistema web. A
figura 2 ilustra essa arquitetura inicial.
27

Figura 2: Arquitetura planejada para o sistema

Fonte: O autor (2019)

4.1.2 Tecnologias

Abaixo estão listadas as tecnologias principais utilizadas para o desenvolvimento do


sistema, bem como uma breve explicação da sua escolha.

4.1.2.1 QR Code

Existia uma necessidade imediata de se catalogar as caixas de aparelhos, bem como de


acoplar isso a um sistema gerenciador. Tendo como base a arquitetura inicial elaborada,
era necessário encontrar uma abordagem que combinasse esses dois conceitos.

A ideia inicial para a ferramenta que surgiu no setor e chegou até nós era a de um
sistema de catalogação utilizando códigos de barras, parecido com o que é empregado em
supermercados. Essa ideia foi rapidamente descartada tendo em vista primeiramente a sua
inviabilidade financeira, dada a necessidade de se adquirir leitores específicos para estes
códigos de barras, bem como computadores nos quais estes dispositivos seriam conectados.
Além do mais, esta abordagem utilizando computadores já mostrou-se insustentável, como
28

assinalado na seção anterior.

Precisávamos então de uma solução acessível para a catalogação desses itens e optamos
pela utilização de etiquetas contendo QR Code. Primeiramente consideramos a facilidade
de se adquirir um leitor, uma vez que a grande maioria dos tablets e smartphones da
atualidade já são capazes de ler e interpretar estes códigos. Também foi levado em conta
que, em comparação com código de barras convencionais unidimensionais (1D), o QR
Code, que é um código bidimensional (2D), é capaz de armazenar uma quantidade muito
maior e mais variada de informações.

Por fim, a correção de erros inerente ao QR Code, isto é, sua capacidade de ser
danificado e continuar a funcionar mesmo quando uma parte da imagem é obscurecida,
borrada ou removida fez com que sua utilização se tornasse indispensável no contexto do
sistema. Isso em razão do processo de esterilização constantemente danificar as marcações
de identificação feitas nas caixas.

Figura 3: Código de barras 1D

Fonte: O autor (2019)

Figura 4: QR Code: Código de barras 2D

Fonte: O autor (2019)


29

4.1.2.2 Android

Para a parte mobile decidiu-se que seria feito um aplicativo android visto sua larga
utilização em comparação ao sistema iOS e a variedade de bibliotecas disponíveis na
linguagem java, que é a utilizada para aplicativos android nativos. Também foi considerado
o fato dos aparelhos android serem mais acessíveis economicamente.

Partindo disso, foram analisadas diversas bibliotecas java que fazem leitura de QR
Code levando em conta fatores como relevância, facilidade de integração e documentação.
ZXing1 (Zebra Crossing) foi a biblioteca selecionada, primeiramente por ser open-source,
o que possibilitaria alterações caso fosse necessário, mas principalmente por sua larga
utilização, o que a consolida como referência para este tipo de tarefa. Isso implica dizer
que existe um grande volume de informação a respeito da mesma na internet, o que
facilitaria a resolução de eventuais problemas durante o desenvolvimento. No que se refere
à decodificação do código propriamente dita, todas as bibliotecas analisadas se mostraram
satisfatórias, o que fez com que isso não se tornasse o ponto principal para a escolha.

4.1.2.3 Ruby on Rails

Para a parte WEB foi escolhido o framework Ruby on Rails. Essa escolha se deu
basicamente devido a dois fatores principais: sua arquitetura MVC e o suporte direto à
criação de APIs.

A arquitetura MVC tem como base um dos princípios de boas práticas de programa-
ção: a separação de conceitos. Em suma, esse princípio demanda que camadas, arquivos,
métodos e quaisquer outros aglomerados de código devam ter suas responsabilidades li-
mitadas ao menor escopo possível de um problema. Isso também facilita a modificação da
aplicação, uma vez que o sistema será desenvolvido de maneira iterativa e incremental, o
processo de adicionar ou modificar funcionalidades é simplificado quando os componentes
estão desacoplados.

Aliado a isso, alguns fatores inerentes ao Rails tornam simples a criação e disponibi-
lização de dados através de uma API, sendo os principais:

• Organização das rotas: No Rails as rotas da aplicação são definidas de uma ma-
neira simples e eficiente. O mapeamento direto do request HTTP para os controllers
significa não ter que gastar tempo pensando em como modelar sua API.
1
https://github.com/zxing/zxing
30

• Headers e Redirecionamentos: É possível utilizar métodos próprios do Rails


para definir o header de uma resposta, bem como redirecionar para outra URL caso
seja necessário, agilizando e facilitando o processo de construção da API.

• Cache: O Rails fornece um serviço de cache próprio e completo, o que é indispen-


sável para uma API.

• Autenticação: Existe suporte para três tipos de autenticação HTTP, sendo estas:
Basic Authentication, Digest e Token.

• Serialização: O Rails disponibiliza ferramentas para facilmente serializar os dados


de uma entidade para o formato JSON.

4.2 Desenvolvimento

O desenvolvimento da ferramenta foi realizado em etapas, e a entrega do sistema foi


dividida em versões, seguindo as diretrizes do modelo iterativo e incremental.

Ao todo foram realizadas três iterações, nas quais diversas funcionalidades eram adici-
onadas ao sistema e ao fim era realizada uma análise dos problemas encontrados. Todo esse
processo de desenvolvimento, e principalmente as soluções encontradas para os problemas
que surgiram são detalhados a seguir.

4.2.1 Primeira Iteração - Versão Alfa (α)

A ideia para essa primeira versão era de validar ambas aplicações e conseguir o máximo
de feedback possível para entregar um sistema usável já na segunda iteração. Logo, optou-
se pela entrega da parte de cadastro das principais entidades, que de certa forma serviria
para familiarizar os funcionário do setor ao sistema. Além disso, também pensou-se na
implementação de um esboço do sistema de leitura pelo aplicativo, a fim de aprimorá-lo
desde o início do desenvolvimento.

4.2.1.1 Parte Web

O conceito elaborado para a parte web na primeira iteração foi o de implementar o


corpo do sistema e entregar algo já usual do ponto de vista gerencial. Foi desenvolvida a
parte de autenticação do sistema, bem como o cadastro de alunos e kits.
31

4.2.1.1.1 Login

Essa funcionalidade se deu a partir do requisito que estabelecia que o sistema precisava
contar com um sistema de autenticação. A figura 5 mostra a tela de login do sistema, o
qual somente pode ser efetuado por administradores. Após realizar o login, é possível
então gerenciar alunos e kits, conforme mostrado nas funcionalidades seguintes.

Figura 5: Tela de login do Odontokits

Fonte: O autor (2019)

4.2.1.1.2 Gerenciar Alunos

Outro dois requisitos determinavam que no sistema deveria ser possível gerenciar alu-
nos e cadastrar credenciais para os mesmos. Foram implementadas os quatro conceitos
básicos referentes ao gerenciamento de uma entidade em um sistema, comumente cha-
mados de CRUD (Create, Read, Update, and Delete). A tradução desses conceitos para
funcionalidades práticas do sistema foi organizada da forma detalhada a seguir.

• Create: Foi desenvolvida uma funcionalidade que permite a criação de alunos no


sistema, sendo as informações necessárias:

– Nome: É o nome do aluno. Será usado futuramente para identificar os apare-


lhos por meio de etiquetas.
32

– Email: Email do aluno. Cogitava-se a possibilidade de envio de comprovantes


de movimentação por email. Além disso, futuramente esse atributo poderia ser
usado em um eventual login do aluno no sistema.

– Matrícula: Matrícula do aluno. Atributo fundamental para um sistema aca-


dêmico, pode ser usado para confirmações e para identificar um aluno, uma
vez que é um atributo único pra cada aluno.

– Período: Período atual do aluno. Foi uma exigência da gerente do setor, uma
vez que a organização do processo de esterilização se dá pelo período do aluno
e essa informação seria imprescindível nas etiquetas.

– Senha: Senha individual para movimentação de itens. Poderia ser usada pos-
teriormente para login do aluno no sistema.

• Read: Foi criada uma página que lista todos os alunos, na qual é possível pesquisá-
los utilizando o nome, como podemos ver na figura 6. Também foi adicionada uma
tela para o gerenciamento das informações individuais de cada aluno, conforme
mostrado na figura 7. Nesta página é possível visualizar as informações principais do
aluno, excluí-lo, editar suas informações e redefinir sua senha cadastrada. Também
é exibida uma lista dos kits que aquele aluno possui.

• Update: A ação de atualização das informações de um aluno foi dividida em duas


partes: uma onde é possível editar todos os atributos de aluno menos sua senha e
outra separada específica para redefinição de senha.

• Delete: Foi adicionado um botão à página de informações individuais de cada aluno


que é responsável por remover o aluno do sistema e deletar suas informações.
33

Figura 6: Tela de listagem de alunos do Odontokits

Fonte: O autor (2019)

Figura 7: Tela de informações de aluno do Odontokits


34

4.2.1.1.3 Gerenciar Kits

A ideia de CRUD também foi implementada para esta entidade, que surgiu a partir
do requisito que estabelecia que a ferramenta deveria catalogar e gerenciar os aparelhos
odontológicos dos alunos. O conceito de Kit no sistema precisava estar então atrelado
à entidade Aluno, de maneira que este poderia possuir vários kits. Essa implementação
ocorreu como mostrado a seguir.

• Create: Adicionou-se à pagina individual de aluno um botão que redireciona para


um formulário que realiza o cadastro de kits, restringindo o escopo de um kit a cada
aluno, conforme mostrado na figura 7. A única informação necessária para cadastrar
um kit é o nome do mesmo.

• Read: Foi adicionada uma listagem de kits à página de informações de aluno, onde
é possível elencar apenas os kits do mesmo. Também foi implementada uma página
para as informações individuais de um kit, como mostra a figura 8.

• Update: Foi adicionado um botão à página de informações de cada kit que é res-
ponsável por redirecionar a um formulário onde é possível editar as informações do
kit.

• Delete: Foi adicionado um botão à página de informações de cada kit que é res-
ponsável por remover o kit do sistema e deletar suas informações.
35

Figura 8: Tela de informações de kit do Odontokits

Fonte: O autor (2019)

4.2.1.1.4 Gerar Etiqueta de Kit

Esta funcionalidade também é um reflexo direto do requisito de catalogação dos apa-


relhos, onde, ao acessar a página de informações de um kit, é possível visualizar a etiqueta
do mesmo. Foi adicionado um botão que gera um arquivo PDF com esta etiqueta a fim de
facilitar o processo de impressão, como mostra a figura 8. Para gerar o QR Code foi uti-
lizada uma gem ruby chamada rqrcode2 . Esta gem permite que simples QR Codes sejam
gerados em diferentes tamanhos, formatos e, mais importante, permite também variar
entre quatro níveis de correção de erro disponíveis (L, M, Q e H).

As informações contidas na etiqueta são:

• Nome: Nome do aluno. Imprescindível para identificar o dono da caixa.

• Período: Informação por meio da qual o controle e organização das caixas é reali-
zado no setor.

• Kit: Nome do kit. Identifica o material contido na caixa.


2
https://github.com/whomwah/rqrcode
36

• QR Code: Código responsável por guardas as informações do kit e de seu respectivo


dono.

A ideia para esta primeira iteração era que o aplicativo, ao realizar a leitura do QR
Code, pudesse imediatamente mostrar os dados do kit e do aluno na tela. Sendo assim,
as informações adicionadas ao QR Code foram: nome, matrícula e período do aluno, ID
e nome do kit.

O ID do kit seria futuramente usado no cadastro das movimentações, e a matrícula na


autenticação do aluno. Os demais atributos seriam apenas mostrados na tela ao realizar
uma leitura, a título informacional. Partindo disso, a informação adicionada ao QR Code
foi organizada em formato de texto da seguinte forma:

NOM: + Nome do aluno + ;MAT: + Matrícula do aluno + ;PER: + Período do


aluno + ;KIT: + ID do kit + ;ITM: + Nome do kit

Como, por exemplo:

NOM:Matheus C. Cardoso;MAT:2012939548;PER:7;KIT:17;ITM:Periodontia

4.2.1.2 Parte Mobile

A parte mobile, desde a concepção do sistema, teria duas funções principais: leitura
das etiquetas e comunicação com o sistema web para movimentação de itens por meio
de autenticação. Optamos então por desenvolver a parte de leitura de etiquetas nessa
primeira iteração, uma vez que existia uma grande possibilidade de que vários ajustes
fossem necessários até se conseguir uma leitura rápida e eficiente dos códigos. Era neces-
sário definir qual biblioteca seria utilizada, bem como realizar vários testes com os QR
Codes gerados pelo site. Também foi levado em conta o fato de que a parte web ainda
não possuía a API para realizar a movimentação dos itens.
37

4.2.1.2.1 Realizar Leitura de Etiquetas

Essa funcionalidade permite realizar a leitura do QR Code contido na etiqueta. A


ideia era que o aplicativo fosse simples e objetivo, logo, este fora projetado de modo que
a tela inicial já apresentasse as opções diretamente ao usuário e prontamente permitisse
a leitura da etiqueta, conforme mostra a figura 9.

O usuário precisa primeiramente escolher o tipo de movimentação dentre as opções


entrada e saída, em seguida, é possível realizar a leitura da etiqueta. Após uma leitura
realizada com sucesso, o aplicativo emite um som de beep como forma de feedback ao
usuário, bem como exibe uma caixa de diálogo com as informações do aluno, do kit e do
processo de movimentação.

Figura 9: Tela de inicial do aplicativo mobile

Fonte: O autor (2019)

4.2.1.3 Feedbacks e Problemas Encontrados

O processo de cadastro de informações no sistema web ocorreu de forma satisfató-


ria após a implantação da versão alfa e fim da primeira iteração. Foi possível cadastrar
grande parte dos alunos e seus respectivos kits, bem como as credenciais que seriam fu-
turamente usadas por cada um. Também foi possível iniciar o procedimento de impressão
das etiquetas, a fim de validar o processo de leitura pelo aplicativo.
38

Foi relatado que o aplicativo estava com dificuldades para realizar a leitura das etique-
tas e que era necessário por vezes reposicionar ou aproximar o item, e outras até mesmo
mudar a angulação da câmera, fazendo com que o processo se tornasse demorado.

Além disso, um método de validação foi organizado pelos funcionários do setor e se


deu de forma a simular os procedimentos aos quais os kits são submetidos pelo período
de um semestre em uma pequena escala de tempo. Para isso, foi feita uma estimativa da
quantidade de vezes que uma caixa é sujeita ao processo de esterilização neste período e
então realizados testes com base nisso.

Um kit foi submetido quarenta vezes à máquina que realiza a esterilização e percebeu-
se que ao fim do processo a etiqueta estava borrada de modo que o aplicativo não era capaz
de realizar a leitura, independente do tipo de correção de erro aplicado na etiqueta. Este
era um ponto crucial para o funcionamento do sistema e que precisava ser solucionado na
próxima versão.

4.2.2 Segunda Iteração - Versão Beta (β)

Na segunda iteração foram desenvolvidas o restante das funcionalidades essenciais para


o funcionamento do sistema, sendo estas a implementação da API para autenticação de
alunos e movimentação de itens e conseguinte adição dessas informações ao sistema web,
bem como a implementação dessa comunicação na parte mobile. Também era necessário
corrigir os problemas encontrados na versão anterior.

4.2.2.1 Parte Web

Foi implementada uma API no sistema com alguns endpoints principais. Endpoints
são as interfaces que a API oferece para que alguma ação seja realizada na mesma, de
forma prática, o utilizador faz uma requisição a algum endpoint com o intuito de executar
alguma ação ou obter determinada resposta. Também foram adicionadas funcionalidades
à parte web no que se refere à rastreabilidade das movimentações de entrada e saída dos
kits.

4.2.2.1.1 Gerenciar Tipo de Kit

Uma parte fundamental da maneira como os QR Codes funcionam é o fato de que


quanto mais informação você colocar neles, mais linhas e colunas de módulos serão intro-
duzidas no código para compensar o aumento da carga de dados. Portanto, tomando uma
39

imagem de QR Code de um determinado tamanho, quanto mais dados ela contiver, mais
linhas e colunas de módulos ela terá e, logicamente, estes módulos se tornam menores
como resultado disso, dificultando sua leitura.

Diversos testes foram realizados e percebeu-se que de fato a grande quantidade de


informação contida no QR Code, aliada ao tamanho reduzido do mesmo, estava causando
essa dificuldade na leitura. Como não é possível aumentar o tamanho do QR Code, uma
vez que é necessário que este seja impresso em pequenas etiquetas, optou-se então por
diminuir a informação armazenada no mesmo.

A solução proposta foi a adição uma nova entidade chamada de KitType, que sim-
plesmente representaria um tipo de kit. A cada novo cadastro de kit para um aluno,
era necessário escrever o nome do mesmo, com essa mudança, passou a ser necessário
apenas selecionar este atributo em uma lista de tipos de kit previamente cadastrados,
padronizando estes valores no sistema. Esse atributo seria então utilizado no processo de
simplificação da informação contida no QR Code.

Chegou-se à conclusão de que as únicas informações relevantes para o aplicativo seriam


a matrícula do aluno, a fim de realizar a autenticação, algum atributo que identificasse
o kit e o nome do mesmo, com o intuito de assegurar que a movimentação está sendo
realizada para o item correto.

Cogitou-se então a utilização do ID do kit no sistema como atributo de identificação,


porém ainda seria necessário adicionar o nome do mesmo à informação contida no QR
Code, tornando-a extensa. A solução encontrada foi utilizar o ID do tipo de kit, uma vez
que é possível mapear os ID a seus respectivos nomes através de um hash, bem como ser
usado na API juntamente com a matrícula para localizar o kit correspondente.

A partir disso, a informação armazenada no QR Code foi reduzida ao máximo, res-


tando apenas a matrícula do aluno e o ID do tipo de kit, separados por ponto e vírgula,
conforme exemplificado abaixo.

2012939548;80

O QR Code ficou visivelmente mais simples, como podemos observar na figura 10. As
etiquetas foram submetidas aos mesmos testes de validação da primeira iteração, onde
verificou-se que os problemas de leitura foram sanados, e mesmo ao fim das quarenta ses-
sões de esterilização o código da maioria das etiquetas ainda se encontrava perfeitamente
legível.
40

Figura 10: Comparação entre QR Codes

(a) QR Code utilizado na primeira iteração (b) QR Code com informação simplificada
Fonte: O autor (2019)

4.2.2.1.2 Gerar Token da API

 POST /authenticate_user

Permite gerar um token com o objetivo de tornar as requisições realizadas na API


mais confiáveis. Deste modo, definiu-se o endpoint /authenticate_user que recebe uma
requisição POST com as informações de email e senha de um usuário, essas credenciais
são verificadas e um token único é gerado para o mesmo. Este token é necessário então
para autenticar todas as demais chamadas à API, devendo ser enviado no campo Autho-
rization do cabeçalho da requisição. A biblioteca ruby JWT3 foi utilizada na geração e
eventual validação dos tokens.

4.2.2.1.3 Realizar Movimentação de Kit

 POST /feeds

O objetivo dessa funcionalidade é registrar uma movimentação de entrada ou saída


para um kit, o nome dado a esse registro foi feed. Essa funcionalidade surgiu a partir do
requisito que determinava que a ferramenta deveria realizar a movimentação de itens no
setor.

O endpoint /feeds recebe uma requisição POST com a matrícula do aluno, o id do


tipo de kit e o tipo de movimentação, se entrada ou saída. Ao receber uma requisição
neste endpoint, a API primeiramente verifica se os dados são válidos, ou seja, se existe um
aluno com matrícula informada e se o aluno possui um kit do tipo informado. Após isso,
3
https://github.com/jwt/ruby-jwt
41

verifica-se a integridade daquela movimentação, uma vez que para cadastrar uma ação de
saída para um kit é necessário que a última movimentação cadastrada seja de entrada,
por exemplo.

Passadas todas essas verificações, uma entidade do tipo Feed é inserida no banco, com
informações sobre a movimentação. São armazenados o tipo da movimentação, o kit que
ela está associada e a data em que a mesma ocorreu.

4.2.2.1.4 Autenticar Aluno

 POST /authenticate_aluno

Essa funcionalidade permite autenticar um aluno por meio de sua matrícula e senha,
e é um reflexo direto do requisito que estabelecia que a ferramenta deve requerer as cre-
denciais de um aluno ao realizar uma movimentação. O endpoint /authenticate_aluno
recebe uma requisição POST com a matrícula e a senha do aluno e verifica a validade
destes dados. Uma resposta indicando sucesso é retornada caso sejam válidos, ou uma
mensagem de erro caso contrário.

4.2.2.1.5 Listar Movimentações

Uma das grandes necessidades era a existência de alguma espécie de documentação


das movimentações, essa funcionalidade visa cumprir esse objetivo, que fora determinado
no último requisito elicitado. Todas as entidades de feed que foram criadas pelo endpoint
são listadas na página inicial do sistema ordenadas pela data em que ocorreram, da mais
recente pra mais antiga, conforme apresentado na figura 11.

Além dessa listagem na página inicial, que nos fornece um panorama geral das últi-
mas movimentações no sistema, também foi adicionada uma listagem movimentações na
página de informações do aluno e na página de informações do kit, sendo restringidas
apenas às movimentações daquele e aluno e kit, respectivamente, e seguindo a mesma
regra de ordenação pela data em que sucederam.
42

Figura 11: Tela de listagem de movimentações no sistema

Fonte: O autor (2019)

4.2.2.1.6 Enviar Comprovante de Movimentação via Email

Outra exigência definida para o sistema nos requisitos era que houvesse alguma forma
de comprovação para o aluno de que a movimentação foi de fato realizada. Assim sendo,
foi adicionado, juntamente com o endpoint de cadastro de movimentações, o envio de um
email para o aluno quando este procedimento é realizado com sucesso e uma entidade do
tipo feed é criada.

O email exibe informações sobre o item, o tipo da movimentação, o dia e horário em


que aconteceu e fornece um número de comprovante, que é o ID daquele feed no sistema,
como mostrado na figura 12.
43

Figura 12: Email com comprovante de movimentação no sistema

Fonte: O autor (2019)

4.2.2.2 Parte Mobile

Era necessário então, para esta iteração, adequar a parte Mobile às mudanças na
informação da etiqueta e principalmente à utilização da API para realizar cadastro das
movimentações mediante autenticação. Um token que fora previamente gerado foi adici-
onado às variáveis de configuração da parte mobile a fim de ser usado nas requisições à
API.

4.2.2.2.1 Cadastro de Movimentação

A leitura de etiquetas na versão anterior do sistema apenas exibia as informações


contidas no QR Code em uma janela. Foram realizadas mudanças nesse fluxo a fim de
realizar o cadastro das movimentações, sendo este pensado de forma a ser o mais objetivo
possível, trazendo agilidade para o processo no setor.

O fluxo então começa na tela inicial do sistema na qual o usuário pode selecionar o
tipo de movimentação dentre entrada e saída. Após isso, é realizada a leitura da etiqueta
44

e uma janela é exibida com os campos matrícula e senha do aluno. o campo matrícula
é preenchido automaticamente com a informação contida no QR Code, e o aluno deve
apenas digitar a sua senha para validar a movimentação. O aplicativo então faz uma
requisição para a rota /authenticate_aluno da API com as credenciais do aluno a fim
de confirmá-las. Caso o retorno seja de sucesso, uma nova requisição é feita à API desta
vez para a rota /feeds com as informações da movimentação, sendo estas válidas, uma
nova movimentação é registrada no sistema web e uma confirmação é mostrada na tela.
Caso qualquer das requisições falhem, é exibida uma mensagem na tela explicando o erro.

A figura 13 exibe um diagrama de sequência desse fluxo.

Figura 13: Diagrama de sequência do sistema

Fonte: O autor (2019)


45

4.2.2.3 Feedbacks e Problemas Encontrados

Os feedbacks recebidos após a segunda iteração foram em sua maioria positivos. Se-
gundo os funcionários do setor, o sistema, com todas as funcionalidades principais desen-
volvidas, estava cumprindo apropriadamente o propósito para o qual fora concebido.

No entanto, dois problemas principais foram relatados. O primeiro era ocasionado por
etiquetas extremamente borradas em que era impossível realizar a leitura. Era necessário
imprimir uma nova etiqueta e isso atrasava o processo, provocando longas filas no setor.
O segundo dava-se pelo fato de que corriqueiramente os alunos dão entrada em diversos
itens de uma só vez. O problema se dá na medida em que o aplicativo faz a leitura e
autenticação com senha de cada um desses itens separadamente, trazendo ainda mais
lentidão ao processo.

Também foi comunicado que o procedimento de impressão das etiquetas de um aluno


não estava se mostrando prático, tendo em vista que era necessário entrar na página de
cada kit separadamente e realizar a impressão de sua etiqueta.

4.2.3 Terceira Iteração - Versão 1.0

Essa última iteração limitou-se a adicionar funcionalidades de aprimoramento no sis-


tema, principalmente no que diz respeito a agilizar o processo do setor.

4.2.3.1 Parte Web

A essa altura do sistema a parte web precisava de poucos ajustes. Apenas uma funci-
onalidade foi adicionada, visando melhorar a eficiência das operações.

4.2.3.1.1 Impressão de múltiplas etiquetas

Essa funcionalidade foi adicionada tendo como base os feedbacks obtidos na última
iteração. Um botão foi adicionado à pagina de informações de um aluno através do qual é
gerado um PDF com todas as etiquetas de kits do mesmo, agilizando assim o processo de
impressão de etiquetas no sistema. Um exemplo desse PDF pode ser visto na figura 14.
46

Figura 14: PDF contendo todas as etiquetas de um aluno

Fonte: O autor (2019)

4.2.3.2 Parte Mobile

Era preciso aprimorar o processo de leitura das etiquetas, pensando nisso, duas novas
funcionalidades foram adicionadas à parte mobile.

4.2.3.2.1 Cadastro Manual de Movimentação

Adiciona um botão por meio do qual permite-se que uma movimentação seja cadas-
trada de forma manual no sistema. O usuário seleciona o tipo do kit em uma lista e informa
sua matrícula e senha, daí em diante as mesmas requisições do Cadastro de Movimenta-
ção são efetuadas e o mesmo fluxo é seguido no sistema. Assim sendo, a movimentação
dos kits que apresentarem etiquetas ilegíveis pode ser realizada desta forma, não sendo
necessária a imediata substituição da etiqueta. A figura 15 exibe essa funcionalidade.
47

Figura 15: Cadastro manual de kits

Fonte: O autor (2019)

4.2.3.2.2 Cadastro de Múltiplas Movimentações

Possibilita o cadastro de múltiplas movimentações para um mesmo aluno simulta-


neamente. Ao ativar a função de cadastro múltiplo, é possível realizar diversas leituras
de kits para um mesmo aluno, e, ao fim, informar as credenciais deste aluno uma única
vez para todos os itens escaneados. Mais uma vez, as mesmas requisições do Cadastro
de Movimentação são efetuadas. É importante destacar que, caso kits que pertençam a
diferentes alunos sejam escaneados durante um cadastro múltiplo, o processo é abortado
um erro é informado ao usuário.

4.2.3.3 Feedbacks e Problemas Encontrados

Tendo em vista que esta fora a última iteração planejada e retrata a versão que o
sistema atualmente se encontra, o feedback e eventuais problemas dessa iteração fazem
parte da análise do resultado final do projeto. Esses dados foram obtidos a partir de uma
pesquisa realizada com diversos alunos utilizadores e funcionários do setor e são discutidos
48

de forma mais aprofundada no capítulo seguinte.

4.3 Implantação da Ferramenta

Para a implantação do sistema utilizou-se dois tablets, que foram dispostos nas estações
de entrada e saída de kits e uma impressora térmica de etiquetas e rótulos. Posteriormente
foram adicionados teclados bluetooth conectados aos tablets, com o intuito de facilitar e
agilizar o fornecimento das credenciais por parte do aluno. Cogita-se para o futuro a
substituição dos tablets por aparelhos celulares, por razões de ergonomia. As fotos dessa
implantação estão disponíveis no anexo A.

4.4 Limitações da Ferramenta

A ferramenta possui algumas limitações perceptíveis, sendo a principal a sua total


dependência de conexão com a internet, de modo que o processo de entrada e saída de
itens é interrompido caso não haja conexão disponível. Mostra-se como uma necessidade
indispensável que o sistema consiga funcionar de modo offline.

Outras sugestões de melhoria da ferramenta são apresentadas no próximo capítulo,


onde, após a aplicação de um questionário com os usuários da ferramenta, pôde-se ter
uma visão mais específica sobre as necessidades mais urgentes do sistema.
49

5 Análise e Discussão dos Resultados

Ao fim das três iterações, fora aplicado um questionário com os alunos que utilizam o
sistema corriqueiramente e também com os funcionário do setor. As respostas obtidas são
analisadas neste capítulo. Também são apresentados dados estatísticos sobre o sistema
que foram coletados desde a sua implementação até o presente momento.

5.1 Avaliação da ferramenta

Essa seção apresenta e analisa as respostas coletadas para cada pergunta do questio-
nário aplicado. Ao total, 53 pessoas dentre alunos e funcionário responderam a pesquisa.

5.1.1 Como você avalia o formato de entrada e saída dos itens no


setor antes da implantação da ferramenta?

Essa pergunta apresentada as seguintes opções: péssimo, ruim, regular, bom e exce-
lente. As respostas obtidas são mostradas na tabela a seguir.

Avaliação Respostas Obtidas


Péssimo 8
Ruim 14
Regular 11
Bom 9
Excelente 8

Conseguimos observar que as opiniões são bem divididas e variadas para esta questão.
Contudo, podemos destacar uma leve pendência à avaliação negativa, quando comparamos
a união das avaliações péssimo e ruim, que totaliza 22 registros, à união das avaliações
bom e excelente, com um total de 17.
50

5.1.2 Você acha que o processo melhorou com a implantação do


sistema Odontokits?

Todos os 53 participantes responderam que sim. É possível inferir que de fato o sistema
melhorou o processo de entrada e saída dos itens, bem como mensurar a sua relevância e
recente importância para o setor.

5.1.3 Como você avalia o novo formato de entrada e saída dos


itens utilizando a ferramenta Odontokits?

Essa pergunta também era objetiva e as opções disponíveis novamente eram: péssimo,
ruim, regular, bom e excelente. As repostas obtidas são mostradas a seguir.

Avaliação Respostas Obtidas


Péssimo 0
Ruim 0
Regular 1
Bom 23
Excelente 29

Podemos avaliar de forma positiva o formato elaborado para a movimentação de itens


no setor, porém levando em conta a necessidade de refinamentos constantes do processo
sempre visando elevar o nível de excelência do mesmo.

5.1.4 Você considera que a implantação do sistema Odontokits


aumentou a eficiência do processo?

A reposta sim foi unânime entre os 53 participantes. Com isso, podemos validar o
processo de informatização inerente à ferramenta, uma vez que um dos requisitos não-
funcionais elencados para o sistema, a usabilidade, foi satisfatoriamente alcançado.

5.1.5 Você considera que a implantação do sistema Odontokits


aumentou a confiabilidade do processo?

Mais uma vez, a resposta sim foi unanimidade entre todos os participantes. Essa
resposta nos permite validar a satisfatoriedade de outro requisito não-funcional, a confia-
bilidade. Era imprescindível que o sistema aumentasse a confiabilidade do processo, tendo
em vista os problemas gerados para o setor devido à falta desta propriedade no procedi-
51

mento então vigente, sendo um destes o fator culminante na procura por alternativas ao
procedimento existente.

5.1.6 Dentre as soluções que o sistema provê, marque a que você


considera mais importante.

O participante podia escolher uma dentre as quatro soluções, que eram: Necessidade
de senha pessoal para realizar movimentação de itens, Recebimento de comprovante via
e-mail, Catalogação dos itens por meio de etiquetas e Histórico de movimentação. As
respostas obtidas são mostradas na tabela a seguir.

Solução Respostas Obtidas


Necessidade de senha pessoal para realizar movimentação de itens 8
Recebimento de comprovante via e-mail 15
Catalogação dos itens por meio de etiquetas 12
Histórico de movimentação 18

Surpreendentemente, a necessidade que ocasionou a implementação do sistema, asse-


gurar que os kits sejam devolvidos somente aos donos, foi considerada a menos importante
num panorama geral. Por outro lado, o histórico de movimentação foi considerada a solu-
ção mais importante, o que corrobora ainda mais com a necessidade previamente levantada
de um acesso dos alunos ao sistema web a fim de consultarem, dentre outras coisas, o his-
tórico de movimentações dos seus itens. É interessante destacar também a relevância da
funcionalidade de envio de comprovante da movimentação por e-mail, assinalando de fato
uma carência existente por alguma forma de confirmação para o procedimento.

5.1.7 O que pode ser melhorado na ferramenta Odontokits?

Essa pergunta era subjetiva e o participante estava livre para dar sugestões a respeito
do funcionamento da ferramenta. As ideias foram das mais variadas possíveis, podendo
ser condensadas em quatro respostas principais.

A primeira destas destaca a eficiência do sistema no modelo atual, alegando que não
existe a necessidade de melhorias no momento. A segunda resposta comum foi justamente
alegando a já identificada carência de um sistema para o aluno verificar as movimentações.
Outra resposta frequente apontava a também já identificada necessidade de funcionamento
do sistema de forma offline. Por fim, a última das principais sugestões propunha um
refinamento no leitor do QR Code, alegando que algumas vezes o aplicativo demorava
para realizar a leitura do código.
52

5.2 Análise de dados

O Odontokits conta atualmente com 411 alunos e 3744 kits cadastrados, e já foram
realizadas 82220 movimentações de itens no setor através do sistema até a presente data.

Conseguimos extrair informações relevantes ao setor por meio da análise dos dados do
sistema, como por exemplo os meses em que há maior demanda. Dessa forma, a gerência
pode diminuir ou aumentar o contingente de funcionários de modo a suprir essa demanda
adequadamente. A figura 16 mostra este panorama, onde podemos observar que o mês
que há o maior volume de itens processados é maio. Já os meses de janeiro e julho, como
já esperado por se tratar de período de recesso acadêmico, apresentam baixíssimo fluxo
de movimentações.

Figura 16: Movimentações de kits por cada mês

Fonte: O autor (2019)

Similarmente, também analisamos a variação das movimentações pela hora do dia,


onde observamos que mais de 40% de todo o fluxo de itens no setor ocorre entre 14 e 17
horas, como podemos verificar na figura 17.
53

Figura 17: Movimentações de kits pela hora do dia

Fonte: O autor (2019)

Dados desse tipo são comumente solicitados pela gerência do setor, de modo que
cogita-se uma funcionalidade que permita gerar relatórios estatísticos com as informações
do sistema.
54

6 Considerações Finais

Este trabalho teve como objetivo mostrar o processo de desenvolvimento de uma fer-
ramenta que se propunha a solucionar problemas no setor de esterilização da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte.

Num panorama geral, podemos considerar que a ferramenta cumpre de forma satisfa-
tória o objetivo para o qual fora desenvolvida e soluciona variados problemas por meio da
otimização do processo no setor. Foi possível realizar um refinamento através das iterações,
o que possibilitou ao fim observar o cumprimento dos requisitos que foram projetados ini-
cialmente. Também podemos destacar que boa parte dos problemas encontrados ao longo
do processo de desenvolvimento foi solucionada satisfatoriamente.

No entanto, também foram descobertas limitações na ferramenta, que precisariam ser


endereçadas e solucionadas a fim de se obter um produto que atende perfeitamente as
demandas do setor.

Estudos conseguintes poderiam validar a ferramenta tanto na verificação das soluções


que esta se propôs a trazer ao setor, como do ponto de vista de usabilidade dos sistemas.
Outra forma de validação seria a comparação do processo implementado com o que é
realizado em outros setores de esterilização.

Para trabalhos futuros, pretende-se realizar mais iterações de desenvolvimento a fim


de implementar as necessidades que foram encontradas, corrigir os atuais problemas e
agregar à ferramenta as sugestões pertinentes que foram levantadas.
55

Referências

CHANG, J. H. An introduction to using qr codes in scholarly journals. 2014.

FILHO, I. M. B.; JÚNIOR, G. S. A. A metamorfose dos sistemas de informação na era


da computação móvel. Revista Brasileira de Administração Científica, v. 4, n. 2, p. 6 –
17, 2013.

GAO, H. Study on the application of the qrcode technology in the farm product supply
chain traceability system. 2013.

GSMA. The Mobile Economy 2019. [S.l.], 2019. 21–25 p.

PAVEY, S. Qr codes: A practical guide. 2011.

POINTIL. 2009. Disponível em: <http://www.pointil.com/resources/barcodetips.


htm>. Acesso em: 10 jun. 2019.

QRSTUFF. 2011. Disponível em: <https://blog.qrstuff.com/2011/12/14/


qr-code-error-correction>. Acesso em: 10 jun. 2019.

REED, I. S.; SOLOMON, G. Polynomial codes over certain finite fields. Journal of the
Society for Industrial and Applied Mathematics., 1960.

STATISTA. 2019. Disponível em: <https://techjury.net/stats-about/


smartphone-usage/>. Acesso em: 23 mai. 2019.

TAN, K. T.; CHAI, D. A new perspective on first read rate of 2d barcodes in mobile
applications. 2010.
56

APÊNDICE A -- Questionário

1. Como você avalia o formato de entrada e saída dos itens no setor antes
da implantação da ferramenta?

(a) Péssimo

(b) Ruim

(c) Regular

(d) Bom

(e) Excelente

2. Você acha que o processo melhorou com a implantação do sistema Odon-


tokits?

(a) Sim

(b) Não

3. Como você avalia o novo formato de entrada e saída dos itens utilizando
a ferramenta Odontokits?

(a) Péssimo

(b) Ruim

(c) Regular

(d) Bom

(e) Excelente

4. Você considera que a implantação do sistema aumentou a eficiência do


processo?

(a) Sim
57

(b) Não

5. Você considera que a implantação do sistema Odontokits aumentou a


confiabilidade/segurança do processo?

(a) Sim

(b) Não

6. Dentre as soluções que o sistema provê, marque a que você considera


mais importante.

(a) Necessidade de senha pessoal para realizar movimentação de itens

(b) Recebimento de comprovante via e-mail

(c) Catalogação dos itens por meio de etiquetas

(d) Histórico de movimentação

7. O que pode ser melhorado na ferramenta Odontokits?


58

ANEXO A -- Fotos da implantação do sistema


no setor de esterilização

Figura 18: Estação de entrada de kits

Fonte: O autor (2019)


59

Figura 19: Exemplar de kit com etiqueta

Fonte: O autor (2019)


60

Figura 20: Impressora térmica de etiquetas

Fonte: O autor (2019)


61

Figura 21: Etiquetas impressas

Fonte: O autor (2019)

Você também pode gostar