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Com que voz, chorarei meu triste fado

que em tão dura paixão me sepultou.


Que mor não seja a dor que me deixou
o Tempo, de meu bem desenganado.

Mas chorar não se estima neste estado


aonde suspirar nunca aproveitou,
triste quero viver pois se mudou
em tristeza, a alegria do passado.

Assim a vida passo, descontente


ao som - nesta prisão do grilhão duro -
que lastimo ao pé que a sofre e sente.

De tanto mal a causa é amor puro


devido a quem de mim tenho ausente
por quem a vida e bens dele aventuro.

(Luís de Camões [?])

Não é fácil o amor melhor seria


Arrancar um braço fazê-lo voar
Dar a volta ao mundo abraçar
Todo o mundo fazer da alegria

O pão nosso de cada dia não copiar


Os gestos do amor matar a melancolia
Que há no amor querer a vontade fria
Ser cego surdo mudo não sujeitar

O amor o destino de cada um não ter


Destino nenhum ser a própria imagem
Do amor pôr o coração ao largo não sofrer

Os males do amor não vacilar ter a coragem


De enfrentar a razão de ser da própria dor
Porque o amor é triste não é fácil o amor

Letra: Luís Andrade


Música: Janita Salomé
Disco: “a cantar ao sol”,

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