Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1. Introdução.................................................................................................................... 3
4. Promoção da autonomia............................................................................................ 12
8. Bibliografia ................................................................................................................. 52
9. Webgrafia .................................................................................................................. 53
2
1. INTRODUÇÃO
1.1. MÓDULO
1.2. OBJETIVOS
Conteúdos
3
2. METODOLOGIAS ESPECÍFICAS DE ENSINO /
APRENDIZAGEM
A educação de e para todos valoriza os alunos como seres individuais com as suas
particularidades, tendo como objetivos o crescimento, a satisfação pessoal e a inserção
social de todos.
4
duração, intensidade e frequência. É sempre importante o elogio e o reforço
positivo quando a criança realiza com sucesso uma aprendizagem.
Existem três tipos de procedimentos de ensino que podem ser utilizados pelos
profissionais de educação quando desenvolvem o seu trabalho junto de crianças com
Necessidades Educativas Especiais:
- Ensino incidental;
A ajuda fornecida pelo terapeuta deverá seguir uma hierarquia de dicas, iniciando pela
mais intrusiva (ajuda física), passando pela ajuda leve, até chegar à menos intrusiva
(ajuda gestual) para que a criança não necessite mais de ajuda e seja capaz de realizar
com Independência a tarefa.
Alguns exemplos de habilidades na qual utilizar o ensino por DTT são: identificação de
estímulos, emparelhamentos, imitação, etc.
No Ensino incidental a criança é quem deverá iniciar a interação. Para isto, o analista
ou responsável pela aplicação da terapia irá preparar o ambiente para aumentar a
probabilidade da criança começar a interação, indicando o que é do seu interesse ou
indicando algum aspeto ou situação relevante do lugar, dando assim oportunidade para
5
o terapeuta ou profissional especializado ensinar novas formas de responder ou corrigir
respostas emitidas fora do contexto.
Este procedimento pode ser utilizado após a criança ter passado pelo treino por
tentativa discreta, para garantir a generalização, para treino da habilidade verbal ou
para treino de comentários ou pedido.
Dividir em
Ensinar em
Listar os ações
sequência (de
passos individuais
forma gradual)
simples
6
Após a avaliação, o terapeuta ou responsável por trabalhar com a criança deverá dar
ajuda apenas nas tarefas que a criança não é capaz de realizar e para cada ajuda ele
utiliza uma hierarquia de dicas tanto no procedimento de tentativa discreta, como no
ensino incidental e na Análise de tarefas.
Ensinar crianças com NEE é um processo lento que exige muita persistência, paciência
e acima de tudo um bom otimismo e realismo de quem está a ensinar. Normalmente,
as crianças com NEE aprendem mais devagar, pelo que os resultados muitas vezes só
são visíveis a longo prazo.
Estabelecer uma relação afetuosa com a criança com NEE é um passo importante para
o sucesso do trabalho com o aluno e da sua aprendizagem.
7
1º • Preparar para ensinar
2º • Determinar uma atividade
3º • Estabelecer os passos em separado
4º • Escolher recompensas
5º • Preparar o cenário
6º • Ensinar
8
3. APOIO À SOCIALIZAÇÃO
Por volta dos 2 anos, começa a gostar de brincar com outras crianças. Mas vai precisar
de treino para entender como essa socialização funciona. No início, a criança não irá
partilhar os brinquedos com ninguém.
Aos 3 anos estará a caminho de fazer os primeiros amigos. Com o tempo, aprendem a
compartilhar e a esperar pela sua vez.
Com o crescimento, a criança vai aprender cada vez melhor como responder às
interações sociais, e o seu prazer de estar com os outros só aumentará. As amizades
ficarão mais duradouras assim que a criança compreenda que os colegas das
brincadeiras podem ficar tristes e magoados com certas atitudes.
Estratégias:
9
- Podem ser utilizadas situações sociais fictícias ou ser utilizadas situações que
ocorreram, para analisar a adequação dos comportamentos exibidos.
Cumprimentar os colegas
Estratégias:
Visitar outras escolas, assim como outros locais onde se propicie o contacto com
diferentes pares.
11
4. PROMOÇÃO DA AUTONOMIA
À medida que a criança adquire capacidades que lhe permitem um controle motor e
verbal mais eficaz, verifica-se, da sua parte, uma crescente disponibilidade para
explorar, descobrir e comunicar-se com o mundo ao seu redor, momento em que o
termo autonomia ganha maior espaço na sua vida.
Para estimular a autonomia das crianças e jovens com NEE, devem ser desenvolvidas
atividades da vida diária - AVD (auto cuidado, mobilidade, alimentação, higiene
pessoal, vestir, despir, calçar, andar nos transportes públicos, ir às compras, saber
utilizar dinheiro, utilizar o telefone, etc.).
12
Objetivo: Empowerment (dar poder, delegando autoridade e responsabilidade
em todos os níveis da organização. Isso significa dar importância e confiar, dar-lhes
liberdade e autonomia de ação).
Estratégias:
- Restringir o leque de alternativas nas escolas, para facilitar a chegada a uma decisão.
- Compreender a NEE e limitações que o jovem possui e saber explicá-las, para melhor
se compreender a si próprio.
Estratégias:
- Incentivar o jovem a tratar dos seus assuntos e a fazer os seus pedidos no comércio e
não fazê-lo por ele.
Estratégias:
13
Algumas estratégias para desenvolver a autonomia
Ter formas de comunicação que lhes permitam chamar a atenção, pedir ajuda,
recusar ou pedir mais.
14
5. PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO MOTOR
Algumas crianças com NEE têm hipotonia (fraca tonicidade dos músculos) e outras têm
hipertonia (rigidez dos músculos), necessitando de uma intervenção adequada à sua
problemática. Existem também crianças com NEE com dificuldades ao nível da
coordenação motora dos movimentos.
16
Trabalhar skills que promovam o desenvolvimento global da criança com
multideficiência no sentido de lhe proporcionar uma melhor qualidade de vida.
17
5.1. INTERVENÇÃO NA PARALISIA CEREBRAL
Causas pré-natais: Numa grande parte dos casos as causas estarão presentes antes
do nascimento da criança. Destas, algumas crianças nascem com malformações
18
cerebrais que podem ser o resultado de exposição a tóxicos ou infeções durante a
gravidez.
19
existindo exames (Tomografia Computadorizada e Eletroencefalograma) que auxiliam
em muito no diagnóstico.
Problemas associados: Para além das perturbações motoras, são frequentes nas
pessoas com PC – atraso cognitivo, perturbações visuais e auditivas, epilepsia,
dificuldades de aprendizagem e défice de atenção. Nas formas tetraparéticas são ainda
comuns dificuldades alimentares, perturbações nutricionais e infeções respiratórias.
É importante saber que o portador possui inteligência normal (a não ser que a lesão
tenha afetado áreas do cérebro responsáveis pelo pensamento e pela memória).
Os profissionais que atendem este tipo de criança devem dispor de várias técnicas e
recursos com o objetivo de melhorar a espasticidade (rigidez muscular), eliminar os
fatores agravantes, reabilitar através do uso de órteses (dispositivos externos
aplicados ao corpo), farmacoterapia, cirurgias ortopédicas e neurocirurgia.
A terapia ocupacional é indispensável para o indivíduo com PC, visto que estes
apresentam dificuldades em níveis variados na realização das atividades da vida diária
(como alimentação, banho, vestuário, higiene pessoal e mobilidade). O terapeuta
ocupacional trabalha com a rotina do indivíduo e ajuda a desempenhar as atividades de
20
maneira autónoma e independente, procurando o melhor nível de desempenho em
todas as atividades, incluindo autocuidado, lazer, trabalho, participação social e
educação.
A fisioterapia tem por objetivo: Inibir a atividade reflexa anormal normalizando o tônus
muscular e facilitar o movimento normal, consequentemente melhorando a força,
flexibilidade, amplitude de movimento (ADM), e as capacidades motoras básicas para a
mobilidade funcional. As metas de um programa de reabilitação são reduzir a
incapacidade, prevenir contraturas e deformidades e otimizar a função. Os
alongamentos músculo-tendinosos devem ser lentos e realizados diariamente para
manter a amplitude de movimento e reduzir o tónus muscular. Exercícios de grande
resistência podem auxiliar no fortalecimento muscular, mas com as devidas precauções
em pacientes com lesões centrais, pois reforçarão as reações tónicas anormais já
existentes aumentando a espasticidade.
21
6. PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DA
LINGUAGEM
Desde muito cedo devemos estimular a linguagem da criança com NEE, não só a fala
mas também a compreensão da linguagem verbal e gestual.
Existem, porém, algumas perspetivas teóricas que apontam fatores que estão na base
da aquisição da língua materna. A universalidade do fenómeno e a existência de um
relógio biológico, que parece determinar as etapas de aquisição da linguagem,
constituem indicadores de que fatores maturacionais determinam a aptidão linguística
da criança. Por outro lado, a constatação de que crianças sujeitas a situações de
privação social apresentam uma linguagem comprometida, leva a crer que existem
também fatores sociais em que assenta a aptidão linguística do ser humano.
22
Por sua vez, a aquisição da língua materna acontece por etapas ou estádios, os quais
compreendem períodos em que ocorrem desempenhos específicos ou em que se
registam determinados comportamentos. É necessário, então, respeitar a etapa do
desenvolvimento da linguagem em que a criança com NEE se situa e traçar um projeto
de trabalho de competências que são essenciais nessa etapa.
23
clara e com consequências das ações, dizer o nome das crianças para obter a
sua atenção, etc.
Construir tabuleiros com diferentes texturas (para usar como calendários, por
exemplo).
24
Mediar a quantidade de informação e a forma como é transmitida à criança, uma
vez que muita informação e mal estruturada podem ser motivo de confusão e
mesmo de desmotivação para a criança.
Contudo, algumas crianças com NEE não chegarão sequer a adquirir a fala e outras
necessitarão de Terapia da Fala complementar ao trabalho desenvolvido em casa e na
escola. Tudo dependerá do tipo e grau de NEE de que a criança é portadora e da
intervenção que for desenvolvida com ela.
Constitui um bem precioso para muitas crianças e jovens das nossas escolas,
melhorando a sua integração e participação, o que por sua vez aumenta a sua
qualidade de vida. Também para os adultos melhora a sua inserção na sociedade,
melhorando a sua condição.
Sistemas sem Ajuda: São constituídos por símbolos ou conjuntos de símbolos que
não necessitam de quaisquer ajudas ou dispositivos.
25
Sistemas com Ajuda: São constituídos por símbolos que necessitam de um qualquer
dispositivo exterior ao sistema.
26
Exemplo de Bolsa de Cintura:
27
funções. Existe uma grande variedade de dispositivos de acesso. O mais importante é
adequar o dispositivo de acesso às capacidades do utilizador.
“Para as pessoas sem deficiência, a tecnologia torna as coisas mais fáceis. Para as
pessoas com deficiência, a tecnologia torna as coisas possíveis.” RADABAUGH
28
Ensinar a criança a ler e a escrever representa dar-lhe os meios de que
necessita para comunicar com os outros na sua ausência.
Como se ensina ainda a ler e a escrever usando letras soltas que se repetem?
29
Palavras-Chave utilizadas no Método das 28 Palavras
Através de uma leitura lenta e sincopada, o professor determina onde acaba cada
sílaba, procedendo à decomposição da palavra, escrevendo-a numa tira de papel e
cortando-a sílaba a sílaba, para que as crianças aprendam a compor a palavra
original, juntando os pedaços de papel.
Finalizado o trabalho com essas palavras, todas essas sílabas são guardadas num
expositor da sala, construindo um silabário, que permitirá às crianças construir novas
palavras. Depois desta aprendizagem tudo se torna mais fácil e, em pouco tempo, as
crianças começam a ler: primeiro palavras e depois pequenas frases.
30
O Método das 28 Palavras e as crianças com NEE:
Nos casos de crianças com NEE, especialmente em áreas académicas como a leitura,
a escrita ou o cálculo, (dislexias, disgrafias, discalculias, etc.), a aprendizagem da
leitura e da escrita pelo método analítico-sintético torna-se mais complicada, pois exige
um elevado grau de abstração, enquanto que no método das 28 palavras a tarefa é
facilitada com a associação da palavra a imagens e a situações concretas do
quotidiano da criança.
Também nestes casos o método das 28 palavras se torna mais eficaz, não só pela
associação das palavras às imagens, mas também pela forma como este método
aborda a matéria de uma forma lúdica, dinâmica e alegre, fomentando o interesse pela
descoberta.
Em que NEE o método pode ser utilizado? Autismo, Trissomia 21, Paralisia
Cerebral, Dislexia, Deficiência Mental, Surdez, etc.
31
Chama-se Síndrome de Down em homenagem a John Langdon Down, médico
britânico que descreveu a síndrome em 1862. Porém sua causa genética foi
descoberta em 1958 pelo professor Jérôme Lejeune, que descobriu uma cópia extra do
cromossoma 21. TRISSOMIA 21 (tem 3 cromossomas 21) é uma designação
americana.
- Têm membros curtos (a mão da criança com SD é mais pequena que a das outras
crianças);
- Cavidade bocal curta, o que origina a saída da língua. A língua está fora porque não
tem espaço para se manter na boca. Mas a língua é também mais grossa e não tem
flexibilidade, como a nossa.
- Quase todos têm problemas cardíacos graves (antigamente morriam por volta dos 7 /
8 anos de idade e raramente a EMV era superior a 15 anos, tendência que já mudou
atualmente);
- Quase todos têm deficiência mental (nalguns casos ligeira, mas normalmente
moderada e raramente profunda).
Caraterísticas Escolares:
32
Caraterísticas da Sexualidade:
Afetividade:
- São generosos;
INTERVENÇÃO NA ESCOLA:
Educação Pré-Escolar
A grande prioridade é para a oralidade (porque têm uma língua mais espessa, uma
boca menor…). Além disto, quase todas têm necessidade de terapia da fala.
1. Detetar os sons da fala em que a criança falha mais (todos aqueles em que a língua
tem de bater nos dentes - t, d - ou nos alvéolos, ou nos dois lábios - b -);
2. Tocar com a mão na ponta da língua que está fora da boca, para a criança a
recolher;
3. É difícil colocar estas crianças a cantar, mas é um esforço que deve ser feito;
5. Impedir que a criança fale excessivamente alto (estas crianças, como geralmente
ouvem mal, tendem a falar muito alto).
Intervenção no VOCABULÁRIO:
33
2. Insistir no vocabulário básico (partes do corpo, alimentos, relações familiares, partes
da casa, etc.);
3. Algumas falam por monossílabos (a intervenção a ser feita deve ser no sentido de
produzirem frases mais ou menos completas, embora se saiba que muitas não o vão
conseguir);
Primeiro Ciclo
4. O método da legendagem pode funcionar bem com estas crianças (dá-se uma
imagem e uma linha em branco para a criança escrever o significado da imagem);
6. Estas crianças têm dificuldade em lidar com teclados; mas se tiverem menor
dificuldade, podem escrever num processador de texto;
Atenção que há alunos com SD que nunca irão aprender a ler ou a escrever.
Segundo Ciclo
34
2. Permitir e explorar a produção de textos de manifestação de necessidades,
sentimentos e ambições.
Border line: Só têm uma diferença em relação aos alunos comuns - são mais lentos.
Na curva de Gauss, localizam-se na fronteira da “normalidade”.
b) Algumas crianças podem ter problemas de dicção (podem ter de ser encaminhadas
para a terapia da fala);
c) Podem não aprender a escrever o nome e a reconhecê-lo até aos 6 anos de idade
(atenção que este nome pode ser um círculo ou uma cruz, mas tem de ser uma
simbologia que a criança entende como sendo o seu nome);
d) Podem ter dificuldade em compreender as ordens ou indicações que lhe são dadas
(por desconhecerem o vocabulário; por a ordem ser dada numa frase muito longa).
1º Ciclo
a) Por vezes, no final do 1º ano ainda não conseguem escrever uma simples palavra;
35
b) Não conseguem fazer relatos, ou, se conseguirem, fazem-no com grandes lacunas,
de aspetos importantes, que nos impedem de compreender os seus relatos;
Principais caraterísticas:
36
Principais Causas:
Causas ORGÂNICAS:
2. Hereditariedade;
4. Tensão arterial mínima (sobretudo a mínima, embora a máxima também possa ser)
elevada.
4. Falar trapalhão (omite partes de algumas palavras, omite partes da frase, produz
frases ambíguas);
5. Desistência de tudo o que implique trabalho prolongado - tudo o que exigir esforço -
(ouvir uma história longa, ler um pequeno conto, compreender um ponto de gramática,
etc.);
a) Repetição;
37
b) Empenhamento emocional nas tarefas a realizar (nem muito alto, nem muito baixo -
quando é demasiado, pode também prejudicar a criança);
Estas pessoas acabam por ser penalizadas para toda a vida (têm dificuldade em
manter relações, empregos, residência, etc.).
- DDA com Hiperatividade: Se a criança que tem DDA, tiver também Hiperatividade, a
situação fica bastante mais complicada.
38
Em meados do séc. XX, 1943, começa-se a utilizar este termo para designar aquilo a
que hoje chamamos de autismo. Em 1943 identifica-se 2 tipos de autismo, um ligeiro e
um severo. Asperger começou a ser utilizado quando foi traduzido para inglês.
39
Causas:
Pensou-se primeiro que o autismo teria uma causa psicológica, mas não se encontrou
uma causa psicológica. Depois pensou-se que tinha uma causa orgânica, mas só se
encontrou a Síndrome de Rett com causa orgânica (têm alguns neurónios mais
longos).
Existem algumas hipóteses que estão a ser estudadas e alguns estudos já realizados,
mas ainda não existe um consenso relativamente à causa que está na origem do
autismo.
Diagnóstico do autismo:
Em princípio não se nota à nascença e só por volta dos 3 anos se consegue fazer um
diagnóstico seguro, porque até então a criança não colabora connosco, tem de haver
alguma colaboração. Para isso é preciso fazer exames neurológicos (só mostram se há
zonas afetadas do cérebro, não diagnosticam o problema) e médicos para garantir a
integridade física.
Intervenção do Educador:
a) Contato ocular (insistir para que a criança olhe para nós quando falamos com
ela ou quando ela fala connosco - olhar para os olhos);
40
d) Brincar com os outros;
g) Cantar em coro;
i) Etc.
Intervenção do Professor:
Resultados esperados:
Com uma minoria, sobretudo os que têm formas severas de autismo, os resultados
esperados podem ser quase zero. Em certos casos se a criança aprender 3 a 5
palavras oralmente ou por escrito pode ser considerado um resultado muito satisfatório.
41
Recentemente verificou-se que se há uma intervenção de socialização entre os 2 e
os 3 anos há progressos, porque são ritualistas (ex.: se aprender que para comer é
preciso lavar as mãos ele não vai querer comer sem lavar as mãos).
Foi a primeira NEE identificada, ainda no final do séc. XIX (identificada pela primeira
vez por BERKLAN em 1881, o termo 'dislexia' foi criado em 1887 por Rudolf Berlin).
Cerca de 20% das crianças com 8 anos têm dislexia, pelo que se devem detetar logo
os sinais precoces de dislexia. Dois estudos recentes mostram que normalmente a
intervenção na dislexia acontece por volta dos 8 anos.
Classificação da Dislexia:
Há autores que consideram que a dislexia é uma NEE e outros que é uma Dificuldade
de Aprendizagem. Aparentemente há casos que parecem ser uma NEE e outros que
parecem ser uma Dificuldade de Aprendizagem.
Em Portugal, por circunstância que tem a ver substancialmente com a lei, normalmente
considera-se a dislexia uma NEE, mas em muitos casos ela pode ser tratada como
uma dificuldade de aprendizagem.
42
Tipos de Dislexia:
O “l” que termina sílaba [sal] é mais difícil do que “l” no início da palavra [la]. O
problema é quando o “l” está no final da palavra.
a) A dislália pode causar disortografia, pois quem diz mal pode escrever mal.
Com quase todas as pessoas, o hemisfério direito dá ordem para ação motora do lado
esquerda e vice-versa. Quando o bebé nasce isso não acontece, qualquer parte do
cérebro dá ordem a qualquer parte do corpo, porque o cérebro ainda não se
especializou. Com o tempo o cérebro especializa-se. Esse processo fica concluído em
60 % das crianças por volta dos 4 anos e manifesta-se pela escolha de uma mão
dominante – lateralidade.
43
Área de Broca (Paul BROCA) - É a parte do cérebro humano responsável pelo
processamento da linguagem, produção da fala e compreensão. É
nesta zona que entendo o que me dizem, que construo frases e que associo
palavras.
Área de Wernicke (Karl Wernicke, alemão) - É a região do cérebro humano responsável pelo
conhecimento, interpretação e associação das informações. Graves
danos na área de Wernicke podem fazer com que uma pessoa que escuta
perfeitamente e reconhece bem as palavras, seja incapaz de agrupar estas
palavras para formar um pensamento coerente.
O que é a dislexia?
Para termos a certeza de que existe dislexia, é necessário ter a certeza de que:
3. Não existiu privação cultural (é a falta de acesso à cultura básica, num dado
momento).
Em termos de linguagem, para a criança não ter privação cultural deverá ter:
44
b) deverá ouvir frequentemente histórias na família;
e) devem ter acesso a material de leitura (ex.: folhear revistas, ter acesso a livros
de criança, etc.)
Dislexia de desenvolvimento – Existe uma forma de dislexia que não tem origem na
disfunção da maturação cerebral, é a dislexia de desenvolvimento. Consiste numa
alteração ou distúrbio da relação do indivíduo com a leitura e a escrita, resultante de
perturbações ou traumatismos de natureza afetiva, que podem ir desde a morte de
uma pessoa ou animal, divórcio dos pais, imigração, mudança de residência, mudança
de estabelecimento de ensino, mau relacionamento com um ou vários colegas, mau
45
relacionamento do aluno com o professor ou com a escola, etc. (tudo o que possa
perturbar a afetividade do aluno).
Conceito de resiliência – Há pessoas que são mais resilientes numa área e menos
noutra, nós não somos unos. As crianças não são obrigadas a desenvolver dislexia de
desenvolvimento, podem ou não fazê-lo, tudo depende da sua resiliência face ao
traumatismo. Entendemos por resiliência a capacidade que o indivíduo tem ou não
tem de resistir a pressões emocionais.
46
4) O exercício clássico para os disléxicos é a repetição (decalcar e copiar letras
grandes, números, linhas horizontais, verticais, côncavas e convexas,
desenhos), copiar, etc.
Música – Funciona também muito bem, uma vez que é um verdadeiro relaxamento
cerebral. Mexe com o cérebro quase todo e a dança ao som da música também.
Deve-se dar todo o estímulo para desenhar (ex.: escrever na areia molhada) e falar
corretamente desde pequeninos, tudo isto tem um papel importante na dislexia e pode
funcionar como minimização precoce da dislexia.
Resultados baixos ou nulos com a generalidade das crianças, embora haja exceção.
Nota: O sucesso do aluno depende muito mais da maturação do seu cérebro do que
da intervenção do professor.
Perspetivas de futuro:
47
Recentemente verificou-se que a intervenção especializada se dá no disléxico a partir
dos 8 anos de idade e que se a intervenção for aos 4 anos de idade, o sucesso pode
ser quase total (parece que os resultados são elevados).
48
7. OBSERVAÇÃO E CONHECIMENTO
INDIVIDUALIZADO DAS CRIANÇAS – TÉCNICAS E
PROCEDIMENTOS
49
Se a criança tem um desenvolvimento aproximado ao dos colegas da sala, poderão ser
utilizados os mesmos instrumentos de observação e registo, mas se for muito desigual,
então é necessário utilizar outros mais adequados à “idade corrigida” da criança (que é
diferente da sua “idade cronológica”), que poderão ser construídos com base no que se
quer observar.
A nossa observação só poderá ser eficaz se se apoiar no que a criança gosta de fazer,
de dizer. A observação sistemática permite descobrir os interesses e as necessidades
de cada criança e, por isso, favorece uma organização pedagógica apoiada na vida das
crianças e a elaboração de projetos que, muito provavelmente as cativarão. Permite
compreender o comportamento da criança e ajustar as suas intervenções, em função
das suas necessidades atuais. Evita que uma criança passe despercebida. Proporciona
a análise dos componentes, antes de se lançar a ação. Deixa um traçado do
comportamento observado, o que permite constatar a evolução das aquisições e assim
determinar a intervenção do adulto. Pode ser realizada a vários níveis pelos adultos
que integram a equipa pedagógica.
50
Na criança com NEE, acima de tudo, há a considerar o seu comportamento adaptativo.
Este diz respeito ao conjunto de habilidades sociais, práticas e conceptuais adquiridas
pela criança / jovem para responder às exigências do dia-a-dia. As primeiras
relacionam-se com a competência social (p. ex., responsabilidade, habilidades
interpessoais, observância de regras e normas, etc.). As habilidades práticas remetem
para o exercício da autonomia (p. ex., atividades de vida diária, utilização de recursos
da comunidade, utilização do dinheiro, atividades ocupacionais ou laborais, etc.).
Finalmente, as habilidades conceptuais estão relacionadas com aspetos académicos,
cognitivos e da comunicação (é o caso da linguagem - recetiva e expressiva, leitura,
escrita, etc.). Existem instrumentos de avaliação que permitem uma análise mais
objetiva do comportamento adaptativo.
3. Utilize várias observações, sempre que possível, feitas por observadores diferentes.
8. Seja tão discreto quanto possível durante o período de observação, com vista a
minimizar a influência do observador sobre o observado.
51
8. BIBLIOGRAFIA
CORREIA, Luís Miranda (2010). Educação Especial e Inclusão. Porto: Porto Editora
SILVA, Nara L. P.; DESSEN, Maria A., Deficiência Mental e Família: Implicações para o
Desenvolvimento da Criança. Disponível em http://www.scielo.br/scielo (Acesso em 4
de Fevereiro de 2011).
52
9. WEBGRAFIA
53