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2ª FASE DO EXAME DA OAB - DIREITO PENAL

Aula 06: Aplicação da lei penal no tempo

Alexandre Zamboni

COMPLEXO DE ENSINO RENATO SARAIVA.


No tempo:

“Art. 2º: A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem


prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei
anterior.”
- Consagra-se a adoção, entre nós, do princípio da aplicação
imediata (ou princípio do efeito imediato) da lei estritamente
processual. Portanto, no processo penal, vigora a regra do tempus
regit actum, de onde podemos extrair duas consequências:

a) a nova lei processual penal aplica-se imediatamente;


b) os atos processuais já realizados na vigência da lei revogada são
considerados válidos. Exemplo: caso nova lei processual estabeleça
novas regras para a citação do acusado, as citações já efetuadas
pelo regramento antigo serão consideradas válidas, sendo a nova
regra aplicada às citações a serem posteriormente realizadas.
- Com relação a alteração de prazo recursal por lei nova, o novo
prazo somente se aplica caso o prazo da lei antiga não tenha
começado a fluir.
- Com relação a alteração de prazo recursal por lei nova, o
novo prazo somente se aplica caso o prazo da lei antiga não
tenha começado a fluir.
- Normas mistas: são aquelas que apresentam duplicidade
de conteúdo, vale dizer, incorporam tanto um conteúdo
processual quanto um conteúdo penal. Neste caso, havendo
sucessão de leis, segue-se o regramento estudado no Direito
Penal, ou seja, caso a nova lei, em qualquer aspecto, seja
maléfico para o réu, ela não poderá retroagir (não poderá se
aplicar a fotos ocorridos antes de sua entrada em vigor).
Exemplo: o art. 366 do CPP dispõe que, se o acusado, citado
por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão
suspensos o processo e o curso do prazo prescricional. Este
dispositivo possui dois conteúdos distintos: No aspecto em
que determina a suspensão do processo ao réu que, citado
por edital, não compareceu pessoalmente e nem nomeou
defensor, o conteúdo é nitidamente processual, pois relativo
ao fluxo procedimental. No aspecto relativo à suspensão do
prazo prescricional, o conteúdo é material. Basta ver que o
instituto da prescrição não é regulado no âmbito do Código de
Processo Penal, mas sim no Código Penal, sendo neste
diploma previstas, também, as causas interruptivas (art. 117)
e suspensivas (v.g., art. 116, I) do lapso prescricional.

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