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Percepção e Imagem

Francisco A. Zorzo
2021.2
Percepção e Imagem-
Visualidade e visibilidade
Objetivo do curso é estudar categorias e conceitos aplicados ao campo
de estudos da percepção, da representação e, no PPGDI, do
desenho.

Os conceitos articuladores de experiência, linguagem e procedimento


compositivo centralizarão as leituras, as discussões e as práticas
de atelier.

A abordagem pretendida tem por objetivo dar conta de alguns avanços


da produção cultural e visual contemporânea aplicados ao tema da
percepção, da arte e da ciência (interdisciplinaridade), bem como da
crítica do domínio da representação.
Proposta
Discutir conceitos e experiências. Vamos trabalhar graficament no
PAINT ou outro programa e criar um blog para debater um tema
relevante: interação face a face e interação pela via digital.

Documentar a relação do homem com a percepção do mundo e a


criação de imagens. Essa relação é variável, pois envolve o homem
de uma época e um lugar de enunciação.

Percepção e produção do olhar e da imagem - R X S X I

Estudar o pensamento sobre o fenômeno perceptivo e as teorias sobre


a arte, a comunicação e a cultura.
Sociedade contemporânea e usa da imagem
Proposição do aluno
• Cada aluno deve preparar um artigo e um
seminário de apresentação em Power point,
tratando de um tema ligado ao curso e sua
pesquisa de mestrado.

• Participação no blog da turma e ,talvez, aula


interativa: Quem se anima a fazer um vídeo? Ou
um álbum de fotografias? Uma gravura? Um
jogo em grupo?
Conceitos
Percepção, percepto, experiência perceptiva
Imagem e representação
Visualidade e visibilidade

Imaginação, fabulação e outros


Conceitos
Percepção
Merleau-Ponty
A percepção é o ato pelo qual a consciência apreende um dado
ou objeto, utilizando as sensações como instrumento.

A teoria de Merleau-Ponty reúne a Gestalt, filosofia e arte


Gestalt - a percepção é compreendida através da noção de campo,
não existindo sensações elementares, nem objetos isolados. Entre o
estímulo perceptivo e a configuração do objeto, há uma interpretação
sempre provisória e incompleta.

A compreensão fenomenológica da percepção dialoga com a arte,


sobretudo com a pintura moderna e os trabalhos de Cézanne, Matisse,
entre outros.
Conceitos
Imagem
A imagem é a representação visual de um objeto.

Numa das concepções teóricas, o termo imagem vem do latim


“imago”, que significa “máscara mortuária”. As civilizações antigas
delegavam às imagens uma ligação direta com a presença do ser
humano na Terra e a sua memória (de um falecido).

Platão e Aristóteles teorizaram acerca do assunto. Do ponto de


vista platônico, a imagem seria uma projeção da mente, uma
projeção da idéia. Já Aristóteles, controversamente, mais realista,
usava a imagem como representação (mental) do objeto real, sendo
formada através dos sentidos.

Fonte - Novaes, Sylvia Caiuby. Imagem, magia e imaginação: desafios ao texto


antropológico. In: Mana vol.14 no.2 Rio de Janeiro Oct. 2008.
A percepção, a imagem, o desenho
e suas categorias

Observar que fenômeno da percepção – esta se dirige a um


objeto concreto com limites definidos e determinados.

Sugestão de leitura do artigo:

UMA EDUCAÇÃO DO OLHO [e do olhar]: AS IMAGENS NA


SOCIEDADE URBANA, INDUSTRIAL E DE MERCADO

de CARLOS EDUARDO ALBUQUERQUE MIRANDA

O desafio do olhar: perceber, trocar, ler e visualizar (p. ex., a tela


do telefone celular)
A imagem e suas categorias

Para estudar a imagem contemporânea, sublinhando as suas


contradições e desigualdades internas, observando a sua
multiplicidade:

• A imagem do poder
• O imaginário
• O imaginário e a violência
• A cidade invisível
• Outras
Algumas áreas conectas:
Comunicação

Antropologia
Filosofia – sensação

Fotografia

Arquitetura e Urbanismo
Algumas Questões Iniciais

Como os artistas se relacionam com a imagem?


Por exemplo: como diretores de cinema se relacionam com
suas imagens preferidas
Quais são as representações privilegiadas? Artísticas,
jornalísticas ou outras?

Ver e Rever – Banheiro do PAF III


Outras questões

- Quais são as práticas envolvidas na construção da


imagem (p.ex. urbana) que comparecem na arte visual?

- Quais são os procedimentos compositivos de artistas


selecionados? P. ex. – Picasso.

- Como a imagem é palco de relações políticas, sócio-


culturais e subjetivas?

- Quais são as articulações do real que vão ser


estudadas?

- A imagem pode ser veículo da arte, espaço de


representação ou vazio (semblante – P. ex. o pornô )
Ver e Rever – Banheiro do PAF III - Ufba
VISUALIZAR MAIS !
Algumas experiências:

Autopoiesis e depoimentos pessoais

Ver a imagem, ler a imagem, criticar a


imagem, observar seus efeitos.
Imagem, percepção e e
Visualidade

Vejam-se os exemplos a seguir:


Estampa mexicana – Foto: F.A.Zorzo -2021
Desenho desentranhado de estampa mexicana – Foto: F.A.Zorzo -2021
Algumas notas finais:
Apelar para a visualidade permite alguns ganhos cognitivos. O visual
permite não se confundir a imagem com os discursos que a descrevem
e que apenas visam captar capital simbólico. Desse modo, voltamos a
pensar a imagem e colocamos novas perguntas sobre a complexa
relação entre cultura, a história e a política. Ranciére fala de regimes
de visualidade.

Cabe notar que a arte visual sai do plano das práticas correntes e do
que é conhecido. A arte rompe e ultrapassa o que está dado no plano
cultural e é aceito na vida urbana corrente em cada momento, pois ela
pode sugerir, segundo Jameson (2007, 227), o que está reprimido na
cena convencional e já conhecida.
Notas finais:
As artes visuais na cidade contemporânea aludem ao que escapa
ao processo comunicativo e promovem crítica cultural. Elas vencem
ao seu modo um sentimento coletivo de orfandade e de subtração
das certezas modernas.

Afirmando a liberdade, podemos enfrentar a sobrecarga de imagens


da vida social atual e fazer a crítica à representação dominante e as
formas de violência “atreladas à cultura do medo” (GOMES, 2000).

O curso de Percepção e Imagem é oportunidade para fortalecer os


processos de observação do mundo e para debater critiamente a o
domínio da representação.
Bibliografia

Bucci, Eugênio e Kehl, Maria Rita. Videologias. São Paulo: Boitempo. 2004. Choay, Françoise. El
reino de lo urbano y la muerte de la ciudad. In: Andamios. V.6. n.12. México, 2009.
Deleuze, Gilles. Foucault. Lisboa: Veja. 1987.
Duarte, Fábio e Czajkowski Júnior, Sérgio. Cidade à Venda: Reflexões Éticas sobre o Marketing
Urbano. IN: RAP. Rio de Janeiro. N 41(2):273-82, Mar./Abr. 2007.
Dupuy, Gabriel. El Urbanismo de las Redes. Teorías y Metodos. Barcelona: Oikos.Tau, 1998.
Gomes, Renato Cordeiro. A Cidade moderna e as Derivas Pós-modernas. In: Revista Semear. Vol. 4.
Rio de Janeiro: PUC – Rio. 2000.
Jameson, Fredric. Espaço e Imagem. Teorias do Pós-moderno e outros Ensaios. Rio de Janeiro: Ed.
UFRJ. 2006.
Koollaas, Rem. ¿Qué fué del urbanismo? In: Revista de Occidente. N. 185. Madrid: Fundación José
Ortega y Gasset. 1996.
Pesavento,Sandra Jatahy Cidades visíveis, cidades sensíveis, cidades imaginárias. Revista Brasileira
de História, Vol.27 no.53 São
Merleau-Ponty, M. (1994). Fenomenologia da percepção. (C. Moura, Trad.) São Paulo: Martins
Fontes. (Originalmente publicado em francês, 1945).
_____. O visível e o invisível. Tradução de José Artur Gianotti e Armando M. d’Oliveira. São
Paulo: Perspectiva, 1971.
Fonte - Novaes, Sylvia Caiuby. Imagem, magia e imaginação: desafios ao texto antropológico. In:
Mana vol.14 no.2 Rio de Janeiro Oct. 2008
Paulo Jan./June 2007.
Rancière, Jacques A partilha do sensível. São Paulo : Editora 34. 2000.

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