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BIOTECNOLOGIA
ANTICORPOS MONOCLONAIS
A Nova Alternativa Para O Tratamento Do Câncer Em Humanos
JOÃO PESSOA
2021
CINTHIA COELHO BARBOSA
ANTICORPOS MONOCLONAIS
A Nova Alternativa Para O Tratamento Do Câncer em Humanos
JOÃO PESSOA
2021
FICHA CATALOGRÁFICA
CINTHIA COELHO BARBOSA
ANTICORPOS MONOCLONAIS
A Nova Alternativa Para O Tratamento Do Câncer em Humanos.
BANCA EXAMINADORA
________________________________________
Profª Dra Sildivane Valcácia Silva
Afiliações
________________________________________
Prof. Jailson José Gomes Da Rocha
Afiliações
________________________________________
Prof. Tatjana Keesen de Souza Lima
Afiliações
RESUMO
Desde a criação dos primeiros anticorpos monoclonais por Kohler e Minstein as pesquisas
sobre anticorpos continuaram e potencializaram a ampliação do uso do fármaco, que despontou
para o lado industrial e medicinal. Na medicina humana foram criados os umabes, os anticorpos
monoclonais utilizados para tratar o câncer, e ao contrário dos métodos convencionais de
tratamento, os umabes possuem muito menos efeitos colaterais por agirem de forma muito
especifica nas células. Por ser um método inovador, ainda é pouco adotado o que torna caro o
seu consumo e inacessível para a população em sua maioria.
Palavras Chaves: Criação, Umabes, Consumo.
ABSTRACT
Since the creation of the first monoclonal antibodies by Kohler and Minstein, research on
antibodies has continued and potentialized the expansion of the drug's use, which has
emerged on the industrial and medicinal side. In human medicine, umbes were created,
the monoclonal antibodies used to treat cancer, and unlike conventional methods of
treatment, umbes have far fewer side effects because they act very specifically on cells.
As it is an innovative method, it is still little adopted, which makes its consumption
expensive and inaccessible for the majority of the population.
Keywords: Creation, Umabes, Consumption.
SIGLAS
1 INTRODUÇÃO
Desde que iniciaram procedimentos para tratar o câncer como, por exemplo, quimioterapia,
radioterapia ou transplante de medula óssea, todos foram capazes de promover a destruição
celular extensa, havendo comprometimento tanto em células normais, quanto nas células
cancerosas, com impacto sobre o paciente através da transcendente incidência de complicações
e efeitos colaterais (DELDEBBIO; TONON; SECOLI, 2007).
Dentre estas, destaca-se o uso de anticorpos monoclonais, que corresponde o grupo mais
variado e bem estudado na terapia em oncologia (ROQUE; LOWER; TAIPA, 2004).
A era da imunologia iniciou em 1890 com a descoberta dos anticorpos, mas apenas em 1975
é que foram descritos os anticorpos monoclonais por Georges J. F. Kohler e César Minstein
através das técnicas de hibridização somática tendo como resultado os híbridos de células
formadoras de anticorpos e linhagens celulares de replicação contínua. (LIMA et al.,2006)
Sendo ampla a utilização dos anticorpos monoclonais, eles podem ser usados tanto contra
agentes patógenos, tanto quanto em tratamento de vários tipos de câncer. Desse modo, a
tecnologia de produção de anticorpos monoclonais recombinantes possibilitou a obtenção de
anticorpos menos imunogênicos e mais específicos, diminuindo as reações adversas e
aumentando sua eficácia na construção de anticorpos humanos terapêuticos de neoplasias “.
(VIEIRA; 2018)
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Nesta revisão a técnica de produção dos anticorpos monoclonais será desenvolvida passo a
passo com a finalidade de elucidar de forma simples, o avanço desta tecnologia que deram
origem a fármacos inibidores dos mais variados tipos de câncer.
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2.1 Imunógeno
2.2 Adjuvante
2.3 Animais
Outro aspecto relevante é o cuidado com esses animais. Eles não podem possuir
patogenicidades, no caso dos camundongos (os animais usados para fazer os anticorpos
monoclonais) eles são muito suscetíveis a doenças, por exemplo a Salmonelose e também
são muito afetados por micoplasmas. e podem evoluir para pneumonia. “Ressalta-se que,
a falta de higiene favorece a disseminação de infecções. O cheiro amoniacal exalado das
gaiolas deve alertar o bioterista para o acúmulo de urina embebida na maravalha
(serragem) ou jornal e que perdeu sua capacidade de absorção (...). O uso de gaiolas com
o fundo fenestrado minimizam este problema”. (HUTCHINSON e WINSLADE; 1991.
WILLIAMS; 1976. WOFLE.; 1996 apud SCHANAIDER e SILVA; 2004)
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2.4 Imunização
Dependendo do local da injeção nos animais pode haver a liberação lenta ou rápida do
antígeno logo é necessária a aplicação em regiões subcutâneas, por causar menos
desconforto ao animal (LIDDEL,2005). E o momento das injeções será dado de acordo
com os níveis de anticorpos circulantes no soro em resposta ao estimulo imunológico
(ABBAS, 2007). Logo doses mínimas são preferíveis na indução da resposta imune,
porque quando aplicado altas doses a quantidade de anticorpos circulantes vão começar
a dar baixa afinidade pelo antígeno e causar tolerância imune. Assim para termos a
produção de anticorpos de alta afinidade é necessário o manuseio de múltiplas doses, mas
em pequenas quantidades aplicadas, pois só assim demonstrará alta eficiência
(NAKASHIMA et al., 1974). Entretanto várias perfurações causariam estresse ao animal,
sendo assim ficando a alternativa de misturar o antígeno ao adjuvante para manter a
liberação por mais um período em uma única aplicação (AUCOUTURIER et al.; 2001).
Logo “para que células de mieloma possam ser usadas na produção de hibridomas:
primeiro, elas devem possuir uma deficiência enzimática que permita separar células
fusionadas das não fusionadas; segundo, não secretar qualquer tipo de imunoglobulina”
(LIDDEL, 2005 apud ROCHA F. e DUARTE K. M. R.; 2011).
2.7 Fusão
A fusão pode ser feita através de duas metodologias, usando o vírus Sendai, como feito
por Kohler e Milstein, ou por altas concentrações de PEG (polietileno glicol) (ABBOTT
e POVEY ;1995. KOHLER e MILSTEIN; 1975) sendo a última a mais utilizada em 2021.
Entretanto deve-se ter cuidado com o PEG na produção de hibridomas, pois se for
abaixo de 30% formará poucos hibridomas, e se for acima de 50% o hibridoma passa a
ser tóxico para as células. (GODING, 1986). logo no momento de adicionar o PEG ao
sedimento de mieloma, o PEG deve estar entre 40% e 50%, em um processo lento por 1-
2 minutos, depois é feito a diluição de forma lenta e sem seguido feito uma nova
centrifugação em suspensão dos sedimentos em meio de cultura fresco. Isso é feito para
evitar o efeito tóxico do PEG sobre as células (LIDDEL; 2005).
biossíntese de nucleotídeos “de novo” na célula, enquanto que na rota selvagem utiliza a
hipoxantina e a timidina para a síntese de nucleotídeos por conta da divisão continua no
meio anterior. Entretanto se ambas as rotas forem bloqueadas ocorre a morte celular
(LIDDEL, 2005).
Quando identificado o anticorpo desejado no meio de cultura celular ele precisa ser
isolado da cultura através de um método chamado de "limite de diluição". Neste método
a suspensão celular é diluída a níveis que aumentem a probabilidade de semear apenas
uma única célula por poço, cada célula semeada irá proliferar e formará colônias
individuais e cada clone dessas colônias secretará o mesmo anticorpo aumentando assim
a especificidade na produção (LIDDEL; 2005).
Duas semanas depois da fusão e formação das células hibridas, elas irão crescer
rapidamente e deverão serem transferidas para frascos maiores. E se isso não acontecer,
devido ao crescimento e aglomeração as células vão começar a morrer. Logo, após a
transferência, os testes de seleção devem ficar prontos em 24 horas no máximo através
do método ELISA (Enzyme-Linked ImmunoSorbent Assay) que analisa centenas de
amostras em poucas horas (LIDDEL; 2005. CROWTHER; 2009).
Durante a produção dos hibridomas é necessário o congelamento, em até -70 graus celsius,
das amostras, divididas em pequenas quantidades, para retardar o metabolismo celular e
prevenir qualquer infecção que resulte na perda da linhagem. No momento de propagação as
células precisam serem transferidas para grandes frascos, para crescerem livremente, entretanto
é um método mais caro, porque precisará de mais soro (LIDDEL; 2005). Sendo o soro
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importante por fornecer aos hibridomas transferrina (uma proteína transportadora de ferro),
hormônios (insulina, tiroxina), e possíveis elementos como o selênio (GODING; 1986).
Todavia nem todas culturas necessitam de soro, algumas linhagens de hibridoma são capazes
de crescerem em meio isento. O que é mais benéfico, pois além de menos custoso possui alta
estabilidade, ausência de contaminação por vírus por parte do soro e imunoensaios com menor
interferência proteica (NILSANG et al.; 2008. SOMMERFIELD, STUB; 2005).
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“Os nomes genéricos dos anticorpos monoclonais com fins terapêuticos apresentam sufixos
para designar os tipos de anticorpos, os murinos são “omabe”, quiméricos são “ximabe”,
humanizados são “zumabe” e os anticorpos monoclonais completamente humanos são “umabe”
(NAOUM; 2016. apud VIEIRA 2018).
3.2 Rituximabe
3.3 Brentuximabe
“Anticorpo monoclonal ligado com Monometil auristatina EMMAE, que quando agregado
com antígeno CD30 (marcador tumoral), ativa as vias de apoptose” (NAOUM; 2016. apud
VIEIRA 2018).
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3.4 tositumomabe
3.5 Transtuzumabe
3.6 Gemtuzumabe
3.7 Alemtuzumabe
3.8 Bevacizumabe
3.9 Iplimumabe
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ABBOTT, C.; POVEY, S. Somatic Cell Hybrids : - The Basics. IRL Press, 1995. p. 9-
73.
CROWTHER, J. R. The ELISA Guidebook. 2nd. New Jersey: Humana Press, 2009.
566p. (Series Springer Protocols. Methods in Molecular Biology, v. 516)
NAOUM, P.C. Biologia Molecular do Câncer. 1 ed. McWill Editores. São Paulo,
2016.
NAKASHIMA, I. et al. The Effect Of Antigen Doses And Time Intervals Between
Antigen Injections On Secondary, Tertiary And Quaternary Ant Ibod Y
Responses. Establishment Of Hyperimmunization With Bovine Sérum Albumin In
Mice Treated With Capsular Polysaccharide Of Klebsiella Pneumoniae.
Immunology, v. 26, p. 443–454,1974.
WHO Regional Office for Europe. Access to new medicines in Europe: Technical
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Review Of Policy Initiatives And Opportunities For Col - laboration and research.
GLOSSÁRIO
Adjuvantes: Medicamentos que reforçam a ação de outro. Agente que intensificam o sistema
imunológico, aumentando a produção de anticorpos ou estimulando os linfócitos.
Ácidos nucléicos: Os ácidos nucléicos são moléculas gigantes, formadas por unidades
monoméricas menores conhecidas como nucleótidos. Cada nucleótideo, por sua vez, é
formado por três partes: um açúcar do grupo das pentoses; um radical “fosfato”, derivado da
molécula do ácido ortofosfórico; uma base orgânica nitrogenada.
Albumina: As proteínas encontradas tanto nos animais quanto nos vegetais, solúveis em água
ou em compostos salinos aguados, cujas funções são importantes para manter o equilíbrio e o
transporte osmótico.
Apoptose: Autodestruição programada de uma célula que, feita pela própria célula, resulta no
controle da população das células saudáveis.
Baço: Designação comum da víscera situada no hipocôndrio esquerdo que possui a função de
dividir os glóbulos vermelhos (sem utilidade) e de liberar a hemoglobina.
Bioterista: Sujeito que trabalha no biotério, local onde ficam os animais que serão usados nos
experimentos de pesquisas
Cancro: ulceração isolada da pele ou mucosas que constitui o estágio inicial de várias doenças
infecciosas, em geral sexualmente transmissíveis.
Epítopos: é a menor porção de antígeno com potencial de gerar a resposta imune. É a área da
molécula do antígeno que se liga aos receptores celulares e aos anticorpos. É o sítio de ligação
específico que é reconhecido por um anticorpo ou por um receptor de superfície de um
linfócito T
Graus celsius: também conhecida como a escala centígrada, é uma escala termométrica do
sistema métrico usada na maioria dos países do mundo. Teve origem a partir do modelo
proposto pelo astrônomo sueco Anders Celsius
Imunoensaios: São baseados nos princípios de que antígenos específicos irão estimular
reações imunológicas muito específicas e de que proteínas produzidas pela reação
imunológica, chamadas anticorpos, podem ser usadas para sinalizar a presença de um
composto-alvo em uma amostra.
Insulina: É um hormônio secretado pelo pâncreas que controla o nível de glicose no sangue. A
insulina funciona como uma chave para a glicose entrar nas células e ser utilizada como fonte
de energia.
Lipídios: Identificados como gorduras, são moléculas orgânicas geradas a partir da associação
entre ácidos graxos e um álcool. Esses compostos são formados, essencialmente, por átomos
de hidrogênio, carbono e oxigênio, mas também podem conter fósforo, nitrogênio e enxofre.
Linfocitos b: São os responsáveis por garantir a chamada imunidade humoral, que se destaca
pela resposta imunológica realizada pela produção de anticorpos. Esses anticorpos são
capazes de neutralizar ou ainda destruir os antígenos
Linfoma: é um tipo de câncer que se origina no sistema linfático, conjunto composto por
órgãos (linfonodos ou gânglios) e tecidos que produzem as células responsáveis pela
imunidade e vasos que conduzem essas células através do corpo
Leucemia: é uma doença maligna dos glóbulos brancos, geralmente, de origem desconhecida.
Tem como principal característica o acúmulo de células doentes na medula óssea, que
substituem as células sanguíneas normais.
Maravalha: pedacinho de madeira usado para atear ou acender fogo, graveto, garrancho,
acendalha, apara ou lascas de madeira, que sozinhos quebram facilmente, mas que se reunidos
se tornam difíceis de quebrar
Metastático: é quando a metástase sai do seu órgão de origem; por exemplo, o câncer de
mama que vai para o pulmão, ou o câncer de próstata que vai para os ossos.
Mielóide: é uma subdivisão do tecido hematopoiético responsável pelo surgimento das células
sanguíneas (leucócitos, plaquetas e hemácias). Seu principal exemplo é a medula óssea
vermelha.
Monoclonal: que é derivado de uma única célula ou pertencente a um único clone celular.
Monometil auristatina: é um agente antineoplásico sintético. Devido à sua toxicidade, ele não
pode ser usado como uma droga em si; em vez disso, está ligado a um anticorpo monoclonal
que o direciona para as células cancerígenas.
Oligopólio: situação de mercado em que poucas empresas detêm o controle da maior parcela
do mercado
Oncologia: é um ramo da ciência médica que lida com tumores e com câncer.
Pneumonia: é uma inflamação que acomete os pulmões. Para ser mais exato, ela atinge
principalmente os bronquíolos (pequenos tubos que transportam o ar dos brônquios para os
alvéolos, onde ocorre a troca gasosa) e o interstício (tecido mais interno do órgão).
Placa de titulação: é uma placa plana com múltiplos "poços", "vasos" ou ainda "células" ou
"celas" usados cada um como pequenos tubos de ensaio. Estes vasos possuem fundos
confecionados no formato plano ("chato"), arredondado ("U") e cônico ("V").
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Polipeptídios: Um peptídeo pode ser formado por dois ou mais aminoácidos, sendo chamado
de polipeptídeo quando muitos aminoácidos estão formando sua estrutura. Os peptídeos são
extremamente importantes, apresentando uma grande diversidade de papéis biológicos, como
o papel de hormônio.
Policlonais: possuem vários clones, que reagem com vários epitopos do antígeno.
Salmonelose: é uma condição médica causada pela Salmonella, um gênero de diferentes tipos
de bactérias que contaminam alimentos diversos, como ovos e carnes mal-cozidas e são
capazes de causar problemas de saúde diversos nos seres humanos.
Radioimunoconjugado: Um dos métodos mais sensíveis para análise quantitativa das reações
antígeno-anticorpo. Tem como princípio: a quantidade de reagente marcado (Ag ou Ac)
quantifica o Ag ou Ac não marcado na amostra. Pode ser competitivo ou por excesso de
reagente.
Timidina: é uma molécula que é formada quando uma timina é ligada a um anel de
desoxirribose via uma β-N₁-ligação glicosídica. A Desoxitimidina pode ser fosforilada com
um, dois ou três grupos ácido fosfórico, criando respectivamente a timidina monofosfato,
timidina difosfato e timidina trifosfato.
Transferrina: é uma glicoproteína plasmática do sangue que transporta o ferro. Sua função
fundamental é ceder ferro às células da medula, baço, fígado e músculo. Grande parte é
sintetizada pelo fígado, mas existem outros locais de síntese. A transferrina humana é
codificada pelo gene TF.
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