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Funções Unidade 3

3.4 Exercícios Recomendados

1. Em cada um dos itens abaixo, dena uma função com a lei de forma-

ção dada (indicando domínio e contradomínio). Verique se é injetiva,

sobrejetiva ou bijetiva, a função

(a) que a cada dois números naturais associa seu mdc;


(b) que a cada vetor do plano associa seu módulo;

(c) que a cada matriz 2×2 associa sua matriz transposta;

(d) que a cada matriz 2×2 associa seu determinante;

(e) que a cada polinômio (não nulo) com coecientes reais associa seu

grau;

(f ) que a cada gura plana fechada e limitada no plano associa a sua

área;

(g) que a cada subconjunto de R associa seu complementar;

(h) que a cada subconjunto nito de N associa seu número de elementos;


(i) que a cada subconjunto não vazio de N associa seu menor elemento;
(j) que a cada função f :R→R associa seu valor no ponto x0 = 0.

2. Mostre que a função inversa de f : X → Y , caso exista, é única, isto


é, se existem g1 : Y → X e g2 : Y → X satisfazendo as condições da
Denição 3, então g1 = g2 .

Sugestão: Lembre-se que duas funções são iguais se e só se possuem

mesmos domínios e contradomínios e seus valores são iguais em todos os

elementos do domínio. Assim, procure mostrar que g1 (y) = g2 (y), para

todo y ∈Y.

3. Seja f :X→Y uma função. Mostre que:

(a) f é sobrejetiva se, e somente se, existe g:Y →X tal que f ◦g = IY


(isto é, f admite uma função inversa à direita).

(b) f é injetiva se, e somente se, Existe g:Y →X tal que g ◦ f = IX


(isto é, f admite uma função inversa à esquerda).

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Unidade 3 Exercícios Suplementares

4. Seja f : X → Y uma função. Mostre que se existem g1 : Y → X e


g2 : Y → X tais que f ◦ g1 = IY e g2 ◦ f = IX , então g1 = g2 (portanto,

neste caso, f será invertível).

5. Podemos garantir que a inversa à esquerda e a inversa à direita (denidas

como no Exercício 3), caso existam, são únicas? Justique sua resposta.

6. Dê exemplos de funções não invertíveis. Para cada um dos exemplos que

você der, determine a relação inversa, a função inversa à direita e a função

inversa à esquerda, caso existirem.

7. Seja f :X→Y uma função e seja A um subconjunto de X. Dene-se

f (A) = {f (x) ; x ∈ A} ⊂ Y.

Se AeB são subconjuntos de X , mostre que f (A ∪ B) = f (A) ∪ f (B).


8. Seja f :X→Y uma função e sejam A e B subconjuntos de X.

(a) Mostre que f (A ∩ B) ⊂ f (A) ∩ f (B).


(b) É possível armar que f (A ∩ B) = f (A) ∩ f (B), para todos

A, B ⊂ X ? Justique.

(c) Determine que condições deve satisfazer f para que a armação

feita no item (b) seja verdadeira.

3.5 Exercícios Suplementares

1. Seja f :X→Y uma função. Dado y ∈ Y , denimos a contra imagem


ou imagem inversa de x como sendo o seguinte subconjunto de X :

f −1 (y) = {x ∈ X ; f (x) = y}.

Mostre que

(a) Se f é injetiva e y é um elemento qualquer de Y, o que se pode

armar sobre a imagem inversa f −1 (y)?


(b) Se f é sobrejetiva e y é um elemento qualquer de Y, o que se pode
−1
armar sobre a imagem inversa f (y)?

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Funções Unidade 3

(c) Se f é bijetiva e y é um elemento qualquer de Y, o que se pode


−1
armar sobre a imagem inversa f (y)?

2. Seja f :X→Y uma função. Dado A ⊂ Y , denimos a contra imagem


ou imagem inversa de A como sendo o subconjunto de X denido por

f −1 (A) = {x ∈ X ; f (x) ∈ A}.

Mostre que

(a) f −1 (A ∪ B) = f −1 (A) ∪ f −1 (B);


(b) f −1 (A ∩ B) = f −1 (A) ∩ f −1 (B).

3. Seja f :X→Y uma função. Mostre que

(a) f (f −1 (B)) ⊂ B , para todo B ⊂Y;


(b) f (f −1 (B)) = B , para todo B ⊂ Y se, e somente se, f é sobrejetiva.

4. Seja f :X→Y uma função. Mostre que

(a) f −1 (f (A)) ⊃ A, para todo A ⊂ X;


(b) f −1 (f (A)) = A, para todo A⊂X se, e somente se, f é injetiva.

5. Mostre que existe uma injeção f :X→Y se, e somente se, existe uma

sobrejeção g : Y → X.

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Unidade 4 Exercícios Recomendados

4.5 Exercícios Recomendados

1. Fixemos uma unidade de medida u. Sejam AB e CD dois segmentos

comensuráveis entre si. Responda às perguntas a seguir, justicando

suas respostas.

(a) Podemos armar que as medidas de AB e de CD em relação a u


são números racionais?

(b) Se a medida de AB é um número racional, o que podemos armar

sobre a medida de CD ?

2. Explique por que a unicidade da decomposição em fatores primos é im-



portante na demonstração de 2 é irracional (p. 11).

3. O objetivo desta questão é generalizar a demonstração de que 2 6∈ Q
(p. 11).

(a) Adapte a demonstração para concluir que se p∈N é um número



primo, então p 6∈ Q.
√ √
(b) Dado n ∈ N qualquer, mostre que n∈Q⇒ n ∈ N. Isto é, não

pode existir um número natural cuja raiz quadrada seja um racional

não inteiro.

4. Sabe-se que o número π, denido como a razão entre o perímetro e o

diâmetro de uma círculo, é irracional. Entretanto, os argumentos mate-

máticos para provar este fato são avançados demais para o ensino médio.

(a) Que argumentos você empregaria para mostrar aos alunos do ensino

médio que o número π está bem denido, isto é, que a razão entre o

perímetro e o diâmetro de um círculo independe do círculo, embora

o perímetro e o diâmetro variam? Justique sua resposta.

(b) Que estratégias você usaria para discutir a irracionalidade de π no

ensino médio? Justique sua resposta.

5. Explique e justique a construção geométrica para o produto de dois

números reais (Figura 4.7, p. 13).

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Comensurabilidade e Números Reais Unidade 4

4.6 Exercícios Suplementares

1. Nesta unidade, discutimos a interpretação da operação de divisão como

medida (p. 18), em que consideramos o divisor q como uma unidade

de medida e o dividendo p como uma grandeza a ser medida. Embora

esta interpretação se aplique a quaisquer números reais, na prática, seu

emprego na representação de divisões entre racionais pode ser menos ou

mais complicado, dependendo do exemplo. Em linhas gerais, podemos

destacar quatro graus de diculdade, a saber:

(i) p>q e p é múltiplo inteiro de q.


Neste caso, o resultado da divisão é um número natural.

(ii) p > q, mas p não é múltiplo inteiro de q.


Neste caso, o resultado da divisão é um número racional maior do

que 1.
(iii) p<q e q é múltiplo inteiro de p.
Neste caso, o resultado da divisão é o inverso de um número natural.

(iv) p < q, mas q não é múltiplo inteiro de p.


Neste caso, o resultado da divisão é um número racional menor do

que 1.

Os dois exemplos tratados aqui correspondem aos casos (i) e (ii). Use a
1 5
interpretação da divisão como medida para representar as divisões ÷ e
4 2
2 5
÷ , que correspondem aos casos (iii) e (iv), respectivamente. Discuta
3 2
os graus de diculdade.

2. Na discussão sobre áreas de retângulos (p. 22), armamos que, se pelo

menos um dos lados for incomensurável com u, não será possível encontrar
uma subdivisão inteira de u que caiba um número inteiro simultaneamente
em ambos os lados do retângulo .

Podemos armar, neste caso, que a medida da área do retângulo em

relação a unidade u2 , será um número irracional ? Justique sua resposta

e a interprete geometricamente, relacionando-a com subdivisões de u2 .

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Completeza e representação dos Números Reais Unidade 5

5.6 Exercícios Recomendados

Os Exercícios 1 a 4 a seguir envolvem tópicos sobre números reais habi-

tualmente tratados na escola, mas com os quais os estudantes costumam ter

algumas diculdades. Por exemplo, o Exercício 1 envolve um processo simples

de aproximação que pode ser feito em sala de aula, com ajuda de uma calcu-

ladora de bolso. Este processo de aproximação pode ser prolongado indenida-

mente e pode ser usado para construirmos as expressões decimais dos números

irracionais que admitem representação por meio de radicais. Estas expressões

decimais são, em geral, dadas nos livros didáticos sem qualquer justicativa,
√ √
mesmo nos casos simples como 2 e 3. Os Exercícios 3 e 4 exploram um

erro muito comum: a confusão entre um expressão decimal ter um padrão de

regularidade qualquer e ter um padrão de repetição (isto é, um período), o que

é uma situação muito mais particular.

1. Com a ajuda de uma planilha eletrônica, obtenha aproximações com até


√ √ √ √ √ √
10 casas decimais para os números 2, 3, 5, 3 2, 3 3 e
3
5.
2. Considere um número racional
m
n
, onde m e n são primos entre si.

(a) Sob que condições este número admite uma representação decimal

nita?

(b) Quando a representação é uma dízima periódica simples?

3. O número 0, 123456789101112131415 . . . é racional ou irracional?

4. Em livros didáticos do ensino básico, encontramos comumente exercí-

cios que pedem para classicar números dados como racionais ou irra-

cionais. Dentre os exemplos dados, encontram-se expressões decimais

como 0, 1515 . . . ou 0, 26 . . ., mostrados dessa forma. Você considera

que enunciados de exercícios desse tipo são adequados ou podem causar

algum tipo de confusão?

5. Considere conhecidas todas as propriedades das operações de adição e

de multiplicação com números reais, especialmente a denição de inverso


aditivo (ou simétrico): o simétrico de x ∈ R é o (único) número −x ∈ R
tal que x + (−x) = 0.
Justique a regra dos sinais do produto, isto é, que ∀ x, y ∈ R vale:

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unidades 5 e 6 Exercícios Suplementares

(a) −(−x) = x;
(b) (−x) y = x (−y) = −(x y);
(c) (−x) (−y) = x y .

Não é incomum que os alunos no ensino básico se confundam com esta

regra, em geral por memorizá-la sem entender. Como você exploraria a

representação dos números reais na reta, em especial a relação de simetria

entre os números positivos e negativos para ajudá-los a entender melhor

que −(−x) = x?
6. Ao terminar um problema envolvendo radicais, os alunos normalmente

são instados a racionalizar o denominador do resultado obtido. Por que

isso?

7. Sejam dados α = a0 , a1 a2 . . . an . . . e β = b0 , b1 b2 . . . bn . . ., números reais


escritos de modo que essas representações não terminem numa sequência

de noves. Mostre que a relação de ordem α 6 β traduz-se do seguinte


modo: se α =
6 β tem-se que an < bn para o primeiro índice n tal que
an 6= bn .
8. Mostre a Propriedade Arquimediana dos números reais, ou seja, dado um

número real α, qualquer, existe um número natural n tal que n > α.


9. αe
Mostre que o conjunto dos racionais é denso nos reais, ou seja, dados

β números reais, com α < β , mostre que existe r ∈ Q tal que α < r < β .
10. Mostre que o conjunto dos irracionais é denso nos reais, ou seja, dados

α e β números reais, com α < β, mostre que existe γ ∈ R\Q tal que

α < γ < β.

5.7 Exercícios Suplementares

1. Nesta unidade (p. 4), observamos que as condições mínimas para que

uma relação 4, denida entre os elementos de um conjunto X, seja

considerada uma relação de ordem são as propriedades:

(i) reexiva: x 4 x, ∀ x ∈ X ;
(ii) antissimétrica: x, y ∈ X , x 4 y , x 4 y ⇒ x = y ;

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Completeza e representação dos Números Reais Unidade 5

(iii) transitiva: x, y, z ∈ X , x 4 y , y 4 z ⇒ x 4 z .

Além disso, dizemos que esta relação ordem é total se vale a propriedade:

(iv) tricotomia: ∀ x, y ∈ X vale uma e somente uma das possibilidades

x 4 y , x = y , y 4 x.
Caso contrário, dizemos que a ordem é parcial.

Fixado um conjunto A, considere P(A) o conjunto das partes de A, isto

é, o conjunto cujos elementos são os subconjuntos de A.

(a) Mostre que a relação de inclusão dene uma ordem em P(A).


(b) A ordem denida pela relação de inclusão é total ou parcial? Justi-

que sua resposta.

2. Comentamos que um corpo é dito ordenado se nele está denida uma re-
lação de ordem compatível com as operações algébricas (p. 3), no sentido

que valem as propriedades de monotonicidade. Dizer corpo ordenado e

corpo munido de uma ordem é o mesmo? Considere o exemplo a seguir.


Podemos denir no conjunto dos números complexos, a chamada ordem
lexicográca, denida como segue. Se z1 = a1 + i b1 e z2 = a2 + i b2 são
números complexos, diremos que z1 6 z2 se:

a1 < a2 ou (a1 = a2 e b1 < b2 )

(a) A ordem lexicográca faz de C um corpo ordenado? Justique sua

resposta.

(b) É possível munir C de uma ordem de forma que ele seja um corpo

ordenado? Justique sua resposta.

3. Dizemos que um número real é um número algébrico se é raiz de um

polinômio com coecientes inteiros. Denotamos por A o conjunto dos

números reais algébricos.

É imediato concluir que todo número racional é algébrico, isto é, Q ⊂ A.


Além disso, todos os números reais que admitem expressão por meio de

radicais (tais como
k
n, com k, n ∈ N) são algébricos. Assim, Q ( A.

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unidades 5 e 6 Exercícios Suplementares

Na Unidade 3, mostramos que Q é enumerável, isto é, pode ser posto em


correspondência biunívoca com N. O objetivo deste exercício é mostrar

que A é também enumerável.

Para isto, antes, será preciso provar as duas propriedades de conjuntos

enumeráveis a seguir.

(i) A reunião de uma família enumerável de conjuntos nitos ou enu-


meráveis é um conjunto enumerável.

(ii) O produto cartesiano de uma família nita de conjuntos enumeráveis


é um conjunto enumerável.

Sugestão: Para provar essas propriedades, inspire-se na prova de que Q


é enumerável, dada na Unidade 3.

Em seguida, faça o que se pede abaixo.

(a) Para cada n ∈ N, considere Pn o conjunto dos polinômios com

coecientes inteiros e grau menor ou igual a n (incluindo o polinômio


nulo). Mostre que existe uma função bijetiva entre Pn e o produto

cartesiano Zn+1 .
(b) Com base no item anterior, mostre que o conjunto Z[x], dos polinô-
mios com coecientes inteiros, é enumerável.

(c) Para cada polinômio p ∈ Z[x], considere Rp , o conjunto das raízes


[
reais de p. Observando que A = Rp , use o item anterior para
p∈Z[x]
concluir que A é enumerável.

4. Da mesma forma que expressamos um número real qualquer na base 10,


podemos encontrar expressões em relação a uma base β ∈ N, com β ≥ 2,

qualquer. Dizemos que um número α ∈ R está expresso na base β se ele

é escrito na forma:
+∞
X
α = a0 + an β −n
n=1

em que a0 ∈ Z e os an são dígitos entre 0 e β − 1.

(a) Em uma base β, qualquer, é verdade que um número é racional se,

e somente se, admite representação nita ou periódica?

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Completeza e representação dos Números Reais Unidade 5

(b) Considere o número que possui uma expressão na base β dada por

a0 = 0 e an = β − 1, ∀n ∈ N. Que número é esse?

5. (a) Mostre que um número racional, representado como fração irredu-


p
tível por , admite expressão decimal nita se, e somente se, o
q
denominador q não possui fatores primos diferentes de 2 ou 5.
(b) É verdade que, se um número racional possui representação decimal

nita, então ele terá representação nita em relação a outra base

qualquer?

(c) Generalize o fato demonstrado no item (a) para uma base qualquer.

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