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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE

DO EGÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.

SERAFIM, já devidamente qualificado nos autos da ação em


epígrafe, por intermédio de sua advogada que esta subscreve, vem respeitosamente
perante Vossa Excelência, com fulcro no artigo 105, inciso III, alíneas “a” e “c” da
Constituição Federal e artigo 1.029 do Código de Processo Civil, interpor o presente
RECURSO ESPECIAL que move contra INCORPORADORA X, pelas razões de
fato e de direito a seguir expostas.
Ressalta-se que a recorrente é beneficiária da gratuidade da
justiça, motivo pelo qual não é necessário o recolhimento do preparo, ademais, requer a
concessão da continuidade do benefício.
Requer, por fim seja conhecido o presente recurso com o efeito
SUSPENSIVO e DEVOLUTIVO, remetendo-se ao Superior Tribunal de Justiça.

Termos em que,

pede deferimento.

Vitória, data.

ADVOGADA
OAB
EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
COLENDA TURMA
EMÉRITOS MINISTROS

I – PRELIMINARMENTE
A) DA TEMPESTIVIDADE
O presente recurso insurge-se contra acórdão do Tribunal de
Justiça do Estado do Maranhão que manteve sentença que extinguiu o processo sem
resolução de mérito prolatado pelo Desembargador Relator, ocorre que o recorrente
interpôs Embargos de Declaração tempestivos, interrompendo prazo para interposição
do presente Recurso Especial.
O acórdão que decidiu acerca dos embargos interpostos, por sua
vez, foi publicado no dia ..., de modo que o prazo começou a contar no dia ..., sendo o
prazo para interposição é de 15 (quinze) dias.
Isto posto, o último dia para interposição de Recurso Especial se
dá no dia ..., portanto o presente recurso é tempestivo.
B) DO PREQUESTIONAMENTO
Incialmente para acolhimento do Recurso Especial é exigido que
a matéria tenha sido prequestionada, requisito este que foi devidamente cumprido no
decorrer da ação, tendo o Tribunal de Justiça do Esta do Goiás se manifestado a respeito
das matérias concernentes ao caso em tela ao julga o recurso de apelação.
Contudo, segue a ementa do julgamento da apelação para
demonstrar o dito acima:
“EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA APELAÇÃO
CÍVEL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C
INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. PLANO DE
SAÚDE. RECUSA NA AUTORIZAÇÃO DE EXAME.
INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULA CONTRATUAL.
DANO MORAL NÃO CONFIGURADO. SENTENÇA
PARCIALMENTE REFORMADA. OMISSÃO NÃO
VERIFICADA. NÃO INCIDÊNCIA DAS HIPÓTESES DO
ARTIGO 1.022 DO NCPC. 1. Embora reconhecida a obrigação
da Operadora de Saúde, de custear o exame PET-CT, a sua
negativa foi justificada na interpretação de cláusula contratual,
que limita o atendimento com base nos regulamentos da ANS,
não se aplicando, neste caso, portanto, o entendimento
consolidado na Súmula nº 15 do TJGO. 2. Isto porque, as
Diretrizes de Utilização da ANS preveem a cobertura do exame
PET-CT somente para diagnóstico do câncer de mama
metastático, quando os exames de imagem convencionais
apresentem achados equívocos, o que, ressalte-se, não foi
demonstrado, ao solicitá-lo, mormente com relação à metástase,
não tendo, também, apresentado exames de imagem, nem
declaração do médico assistente evidenciando a
urgência/emergência. 3. Desse modo, não existe matéria não
analisada, ou omissão na fundamentação do acórdão, ora
embargado, já que ele expôs, de forma suficiente, as razões
pelas quais deu parcial provimento ao Apelo, não estando, pois,
o Relator obrigado a responder todas as alegações, ou analisá-las
pormenorizadamente. 4. Por conseguinte, não verificada
qualquer das hipóteses previstas no artigo 1.022 do CPC/2015, a
rejeição dos Embargos de Declaração é medida imperativa,
mormente por restar configurada a exclusiva intenção da
Embargante de rediscutir os fundamentos do acórdão, ora
recorrido. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
CONHECIDOS E REJEITADOS.
II – SÍNTESE DO PROCESSO
O recorrente, promitente comprador de um imóvel, ajuizou ação
judicial em face da recorrida, promitente vendedora, visando a sua condenação ao
pagamento de indenização a título de lucros cessantes em razão da demora exacerbada
na entrega da unidade imobiliária e danos de ordem moral, em sede de Contestação a
recorrida alegou, em preliminar ilegitimidade passiva, indicando como responsável por
eventual indenização, a Construtora Y, contratada para efetuar a construção da obra.
Ocorre, Excelência, que em sentença o juízo monocrático
acolheu a preliminar suscitada e extinguiu o processo sem resolução de mérito, sendo
assim, o recorrente interpôs apelação, porém o Tribunal de Justiça do Estado ... manteve
a sentença por seus fundamentos, sem, no entanto, motivar especificamente a sua
decisão.
Opostos Embargos de Declaração que, embora tenham suprido a
omissão em pré-questionar a violação de Lei Federal, foram negados e ainda foi
aplicada a multa prevista para embargos meramente protelatórios previsto no artigo
1.026, §2° do Código de Processo Civil.
Contudo, a decisão proferida pelo Tribunal a quo deve ser
reformada, eis que violou o artigo 25, §1° da Lei 8.078/90 e o artigo 942 do Código
Civil, bem como a multa aplicada ser afastada.
III – DO CABIMENTO
Cumprindo uma das exigências para o recebimento do presente
recurso, as custas referentes ao preparo já foram recolhidas, conforme demonstram as
guias e comprovantes anexos, exige-se também, para acolhimento de Recurso Especial,
que a matéria tenha sido prequestionada, este requisito foi cumprido, já que, no
julgamento dos embargos de declaração, o competente Tribunal manifestou-se sobre a
matéria, enfrentando-a.
De qualquer forma, o artigo 1.025 do Código de Processo Civil,
considera incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou, para fins de
pré-questionamento, ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou
rejeitados, caso o tribunal superior considere existentes erro, omissão, contradição ou
obscuridade.
Por fim, nos termos do artigo 105, inciso III, alínea “a”, da
Constituição Federal e artigo 1.029 do Código de Processo Civil, é cabível recurso
especial como meio de alcançar o fim desejado, qual seja, a reforma do acórdão para
que o recurso de apelação seja provido e a sentença monocrática, anulada, bem como
para afastar a incidência da multa prevista no artigo 1.026, §2° CPC, ou ainda,
subsidiariamente, que seja o acórdão recorrido anulado por falta de fundamentação.
IV – RAZÕES PARA REFORMA DO ACÓRDÃO
RECORRIDO
A decisão recorrida, ao manter a sentença monocrática que
acolheu a tese de ilegitimidade passiva da recorrida e extinguiu o processo sem
resolução do mérito, violou expressamente o artigo 25, §1° da Lei 8.078/90 (havendo
mais de um responsável pela causação do dano, todos responderão solidariamente pela
reparação prevista (...)), bem como o artigo 942 do Código Civil vigente ((...) se a
ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação).
Com a manifesta violação à lei imperativa federal, imperiosa a
reforma do acórdão, sendo o recurso de apelação totalmente provido a fim de que a
sentença monocrática seja anulada.
Douto Julgadores, é atribuição, como sabido, do Superior
Tribunal de Justiça, zelar pela unidade, autoridade e uniformidade de lei
infraconstitucional, de modo que os órgãos inferiores não podem, de forma temerária,
tomar decisões totalmente contrárias às leis federais em vigor, sob pena de ilegalidade,
o que deve ser rechaçado por esta Colenda Corte.
Sob outro prisma, como se nota do acórdão recorrido, este
carece de fundamentação específica, o que enseja violação, também, do artigo 93, inciso
IX, da Constituição Federal e do artigo 489, inciso II e §1°, inciso IV, do Código de
Processo Civil, o que conduz à sua anulação, com a determinação do retorno dos autos
para novo julgamento por àquele Tribunal.
V – DA INAPLICABILIDADE DA MULTA PREVISTA
NO ARTIGO 1.026, §2°, DO CÓDIGO DE PROCESSO
CIVIL
Excelentíssimos Ministros, o acórdão recorrido também
condenou o recorrente ao pagamento de multa, por entender que os Embargos opostos
foram meramente protelatórios, porém, a condenação não merece ser mantida, pois foi o
meio processual adequado usado pelo recorrente para o prequestionamento dos artigos
das leis federais objeto do presente Recurso Especial.
É esse o teor da Súmula 211 do STJ que inadmite Recurso
Especial quanto à questão não apreciada pelo Tribunal a quo, mostra-se, pois, cabível a
oposição de Embargos para suprir a omissão no acórdão, não sendo, desse modo,
protelatórios, mas, sim, necessários para fins de prosseguimento do feito.
Esse mesmo Superior Tribunal de Justiça possui entendimento
sumulado no sentido de que os embargos de declaração manifestados com notório
propósito de prequestionamento não têm caráter protelatório (Súmula 98/STJ), não
sendo possível a aplicação da multa prevista no Código de Processo Civil.
VI – DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer que o Recurso Especial seja admitido e,
no mérito, provido para que o acórdão exarado pelo Tribunal a quo seja inteiramente
reformado, determinado, consequentemente, a anulação da sentença proferida pelo juízo
de primeiro grau; ato contínuo, requer que seja a multa prevista no artigo 1.029, §2° do
Código de Processo Civil e imposta ao recorrente totalmente rechaçada por esta
Colenda Corte, pois inaplicável à espécie.
Caso esse não seja o entendimento desse Exmo. STJ, requer que
o acórdão recorrido seja anulado por falta de fundamentação específica.

Termos em que,

pede deferimento.

Vitória, data.

ADVOGADA
OAB

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