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Um Estudo Sobre o Consumo Energético e A Eficiência de Autorrádios
Um Estudo Sobre o Consumo Energético e A Eficiência de Autorrádios
Um Estudo Sobre o Consumo Energético e A Eficiência de Autorrádios
Departamento de Engenharia Eletrônica, Universidade Federal de Minas Gerais, 31270-901, Belo Horizonte,
MG, Brasil
Electrical & Electronic Validation, Fiat Chrysler América Latina, 32530-000, Betim, MG, Brasil
Abstract This work presents a study of car audio systems, focused on the energy consumption of the car radio. After an intro-
duction on the architecture and on the functionalities of the automotive sound system, the experimental results of the power con-
sumption of internal circuits of the car radio is presented. This leads to the audio power amplifier as one of its main consumers. A
subsequent study focused on the class AB bridge-tied-load amplifiers, which is the most used topology in automotive applica-
tions, also reveals its bad efficiency (about 25 % at 2 W output audio signal). In this sense, the class D amplifier is presented as
an alternate topology, as its efficiency can reach 80 % at the same conditions. A novel architecture for the car audio system is
proposed, based on the active transducer concept, that is, the integration of the loudspeaker with the class D power amplifier. It
brings out several advantages, related to energy consumption, efficiency, costs reduction with elimination of harness, and, finally,
reduced electromagnetic interference that could be emitted by the class D amplifier.
Resumo Esse trabalho trata de um estudo sobre o consumo energético de autorrádios. Após uma introdução à arquitetura e às
funcionalidades do sistema de sonorização veicular, do qual o autorrádio faz parte, são apresentados resultados da medição do
consumo de seus circuitos internos. Assim é possível identificar o amplificador de potência como um dos principais blocos con-
sumidores do autorrádio. Um subsequente estudo focado nos amplificadores classe AB em ponte, que é a classe mais utilizada
em aplicações automotivas, revela também sua baixa eficiência (pouco maior que 25 % para a potência de saída de áudio igual a
2 W). Assim, o amplificador classe D é apresentado como uma alternativa ao amplificador classe AB, pois a sua eficiência supe-
ra 80 % nas mesmas condições. Uma nova arquitetura para o sistema de áudio veicular é proposta, baseada no conceito do trans-
dutor ativo, isto é, o alto-falante integrado ao amplificador de potência classe D. Essa proposta traz vantagens relativas ao con-
sumo energético, à eficiência, à redução de custos com cabeamento e, finalmente, às interferências eletromagnéticas que um am-
plificador classe D pode emitir.
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A fim de obter uma visão sistêmica do tema em torna-se passiva e consome energia a fim de recarre-
discussão, é apresentado primeiramente um modelo gar-se. A tensão nominal do gerador é 13,5 V e a da
simplificado do SEP-A do qual o sistema de áudio bateria é 12 V.
faz parte juntamente com os outros componentes No lado direito da Figura 1 estão representadas
embarcados. as demais cargas típicas de um SEP-A. Elas são
agrupadas em quatro principais categorias: motores,
centrais e sensores eletrônicos, componentes da ilu-
1.1 Modelo do sistema elétrico de potência automo- minação interna e externa e, finalmente, resistências
tivo utilizadas para aquecimento.
Uma representação simplificada do SEP-A é apre- O autorrádio pertence à classe dos componentes
sentada na Figura 1 (Kassakian, 1996). Nela é possí- eletrônicos e é normalmente o único componente do
vel identificar à esquerda os dois componentes ativos sistema de sonorização que é conectado ao sistema
do sistema elétrico: o gerador (ou alternador) e a elétrico do veículo.
bateria. Quando o gerador está funcionando, a bateria
2 Caracterização dos sistemas de áudio automo- tos dentro do veículo. Uma das arquiteturas mais
tivos encontradas em muitas categorias de veículos é com-
posta essencialmente por três componentes: o autor-
Os sistemas de sonorização automotiva se distin- rádio, os quatro alto-falantes e os cabos (Figura 3).
guem dos demais sistemas eletrônicos embarcados Nessa figura não são mostradas as linhas de alimen-
num veículo tanto pela complexidade quanto pelo tação, que são conectadas ao autorrádio.
seu desempenho, que é a qualidade sonora percebida Os sinais de áudio oriundos de diversas fontes
pelo usuário. são condicionados, decodificados, processados e
Assim, caracterizar e entender o funcionamento amplificados pelo autorrádio e enviados aos alto-
de um sistema de som veicular demanda métodos falantes para a conversão eletroacústica. A Figura 4
sofisticados e a capacidade de abordar cada compo- apresenta as etapas percorridas pelo sinal de áudio
nente de forma individual, mas não em detrimento de num sistema automotivo desde a sua fonte até o usu-
uma visão sistêmica, que é considerar o ambiente ário. As etapas podem ser vistas como elos de uma
onde o sistema está embarcado. corrente, onde o desempenho global do sistema é
determinado pelo desempenho do elo mais fraco.
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2
Vrms
Pout = (1)
RL
=
RL RL
(2)
=
(13,5 2 2 ) 2
= 5,7W
4
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Pmax =
Vrms
2
=
(
V pp 2 2 ) = (V
2
cc 2 )
2
=
por canal (PO). A dissipação é definida na própria
figura como sendo a diferença entre a potência de
RL RL RL entrada (Vcc x Icc) e a potência de saída dos quatro
(3)
=
(13,5 2 ) 2
= 22,8W
amplificadores (4PO) integrados no chip. De acordo
com o gráfico, se cada amplificador enviar um sinal
4 de áudio com potência igual a 2 W ao seu respectivo
alto-falante, a potência total dissipada na forma de
Um amplificador para autorrádios típico incor- calor por eles é de aproximadamente 30 W (com Vcc
pora no mesmo circuito integrado quatro amplifica- = 14,4 V). Ou seja, uma eficiência pouco maior que
dores classe AB em ponte completa, além de circui- 21 %.
tos periféricos para comando e proteção do amplifi-
cador. Ou seja, ao todo são oito circuitos classe AB
idênticos para acionar os quatro alto-falantes do
veículo.
Figura 10: Configuração ponte completa (bridge tied load – BTL). Figura 12: Dissipação de potência do LA47202P (Sanyo, 2006).
Figura 11: Circuito simplificado do amplificador classe B. Figura 13: Circuito simplificado do amplificador classe D.
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Figura 6 cada bloco amplificador consome 25 mA da em comparação ao classe AB, foram realizados en-
corrente de entrada do autorrádio. Nos amplificado- saios com o esquema de instrumentação virtual mos-
res chaveados (classe D) os circuitos de acionamento trado na Figura 15. Uma das placas de aquisição de
consomem energia apenas durante o chaveamento dados (A/D) recebe os sinais de tensão e corrente da
dos transistores, o que significa uma redução no alimentação do amplificador e a outra placa de aqui-
consumo quiescente do amplificador. sição recebe os sinais de áudio à entrada e à saída do
Para reduzir o volume do filtro passa-baixas de amplificador. A partir das séries temporais digitali-
reconstrução, deve-se aumentar a frequência de cha- zadas é possível calcular os valores médios dos sinais
veamento e isto eleva o valor das perdas por chave- da alimentação e o valor eficaz da saída de áudio do
amento. A Figura 14 mostra a curva de dissipação de amplificador e determinar a eficiência (η):
potência do amplificador TAS5424 (Texas, 2007),
classe D em ponte. A frequência de chaveamento é 2
Pout vout RL
η= =
igual a 417 kHz.
A dissipação de potência do amplificador classe Pin (
VCC ⋅ I CC − I Q ) (4)
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