Você está na página 1de 18

Ana Kássia Spagnollo Rossetti

165977
Lista 4- EQ515
Exercício 1 - Sobre equilíbrio químico, responda:
a) Qual a relação entre a termodinâmica e a cinética com as reações químicas?

A cinética química que determina a velocidade com que a reação ocorrerá enquanto a
termodinâmica revela sob quais condição e de que forma as reações químicas ocorrem.

b) Como e em quais condições os seguintes parâmetros afetam o equilíbrio da reação,


isso é, altera a conversão do equilíbrio, seja para cima ou para baixo? Para simplificar,
considere a reação homogênea e em fase gasosa.
i) Temperatura
O aumento da temperatura desloca o equilíbrio para o sentido da reação
endotérmica.
ii) Pressão
O aumento da pressão favorece o deslocamento do equilíbrio para o lado da
reação que forma o menor volume.
iii) Adição de inerte na alimentação
A adição de inerte não afeta o equilíbrio químico mesmo aumentando a
pressão total do sistema, já que ele não participa da reação e as concentrações
e as pressões parciais dos gases participantes da reação não são alteradas.

c) Em que situações o problema de equilíbrio químico pode ser modelado pela equação
abaixo? Mostre como a equação pode ser atingida, evidenciando suas simplificações.

Partindo da equação da energia de Gibbs, temos:


𝑑𝐺 = ∑ 𝜇𝑖 ∗ 𝑑𝑛𝑖 = ∑ 𝜇𝑖 ∗ 𝑣𝑖 ∗ 𝑑𝜀 (1)
Para minimizar a energia de Gibbs, precisamos que:
𝑑𝐺
= ∑ 𝜇𝑖 ∗ 𝑣𝑖 = 0 (2)
𝑑𝜀
Sabendo que:
𝑓
𝜇𝑖 = 𝑔𝑖0 + 𝑅𝑇 ∗ ln 𝑓0𝑖 (3)
𝑖
Podemos reescrever a equação 1 como:
𝑓
∑ [𝑔𝑖0 + 𝑅𝑇 ∗ ln 0𝑖 ] ∗ 𝑣𝑖 = 0 (4)
𝑓 𝑖
Considerando que:
𝑓
𝐾 = ∏(𝑓0𝑖 )𝑣𝑖 (5)
𝑖
Podemos reescrever a Equação 4 da seguinte forma:
0
ln 𝐾 = −𝑔𝑟𝑒𝑎çã𝑜 /𝑅𝑇 (6)
Ou então,
(1)
Condições:
Fases condensadas- líquido ou sólido
Estado de referência de Lewis Randall
Com as considerações acima, podemos dizer que:

(2)
Para a fase líquida podemos calcular a fugacidade de cada componente puro na
temperatura e pressão do sistema por:

(3)
Sabendo que 𝑓𝑖𝑜 é a fugacidade do componente puro no estado de referência (1bar) e
considerando que essa reação ocorre a pressão atmosférica que é aproximadamente 1bar,
podemos dizer que a razão 𝑓𝑖 /𝑓𝑖𝑜 é aproximadamente 1. Logo, a Equação 1 pode ser
reescrita como:

(4)
Sabemos que para a solução ideal: 𝛾𝑖 = 1, chegamos finalmente em:

d) Por qual motivo é possível atingir a mesma composição de equilíbrio para um


sistema, adotando-se diferentes caminhos reacionais para os cálculos? Qual restrição
deve ser adotada para que essa afirmação seja válida?
Pois a composição do sistema está relacionada a energia de Gibbs de excesso e a entalpia
que são funções de estado, ou seja, que dependem exclusivamente das condições no
estado inicial e final. A restrição é que o gás deve ser considerado ideal.
Exercício 2 - Considere uma produção industrial de ciclohexano pela hidrogenação em
fase gasosa do benzeno. Assuma que o processo ocorra em dois reatores em série, com a
configuração e condições de processo simbolizados na figura abaixo. Assuma que a
entalpia da reação independe da temperatura e que os gases possam ser aproximados de
ideais.
a) Qual a composição de equilíbrio na saída do segundo reator?
Equação balanceada:
3𝐻2(𝑔) + 𝐶6 𝐻6(𝑔) → 𝐶6 𝐻12(𝑔)
Valores de energia de Gibbs de excesso:
0 0 0
∆𝑔𝑟𝑥𝑛,298 = ∑ ∆𝑔𝑓,𝑝 − ∑ ∆𝑔𝑓,𝑟 = −98,0 𝑥 103 𝐽/𝑚𝑜𝑙
0 0 0
∆ℎ𝑟𝑥𝑛,538 = ∑ ∆ℎ𝑓,𝑝 − ∑ ∆ℎ𝑓,𝑟 − 206,2 𝑥 103 𝐽/𝑚𝑜𝑙

Sabendo que não precisamos calcular a composição na saída do primeiro reator pois as
funções de estado independem do caminho, sendo determinadas apenas pelas condições
iniciais, podemos calcular o equilíbrio no segundo reator pela equação:

0
−∆ℎ𝑟𝑥𝑛 1 1
𝐾𝑒𝑞2 = 𝐾298,15 ∗ 𝑒𝑥𝑝 [ ( − )]
𝑅 𝑇2 298,15
Onde:
R=8,314 J/(K*mol);
−(−98,0 𝑥 103 )
𝐾298,15 = 𝑒𝑥𝑝 [ ] = 1,47 ∗ 10^17
(8,314) ∗ (298,15)

Considerando ∆𝐻 constante:
−(−206,2𝑥103 ) 1 1
𝐾𝑒𝑞2 = 1,47 ∗ 10^17 ∗ 𝑒𝑥𝑝 [ ( − )]
8,314 538,15 298,15

𝐾𝑒𝑞2 = 11,37

Dos dados do exercício, podemos obter a seguinte tabela:


Componente Início Fim
𝐻2 10 10- 3𝜉
𝐶6 𝐻6 1 1- 𝜉
𝐶6 𝐻12 0 𝜉
Total 11 11- 3𝜉
Assim, podemos escrever expressões que representam a composição na fase vapor para
cada componente:
10 − 3𝜉
𝑦𝐻2 =
11 − 3𝜉
1− 𝜉
𝑦𝐶6𝐻6 =
11 − 3𝜉
𝜉
𝑦𝐶6𝐻12 =
11 − 3𝜉
Calculando o Δv, temos:

Δv=1 – 4 = - 3

Considerando como gás ideal, teremos:

(𝑦𝐶6𝐻12 )
𝐾𝑒𝑞2 = 𝑃 −3 [ 3 ]
(𝑦𝐻2 ) (𝐶6 𝐻6 )
𝜉
1 ( )
11 − 3𝜉
11,37 =
(5𝑏𝑎𝑟)3 10 − 3𝜉 3 1 − 𝜉
( ) ( )
[ 11 − 3𝜉 11 − 3𝜉 ]
Calculando 𝜉, encontramos:
𝜉 = 0,999
Assim, encontramos as composições finais:
𝑦𝐻2 = 0,875

𝑦𝐶6 𝐻12 = 0,125

𝑦𝐶6𝐻6 = 0

b) Qual o propósito do primeiro reator no processo?

O propósito do primeiro reator é aumentar a velocidade do processo de reação, já que


em temperaturas mais altas, maior a energia cinética das moléculas e por isso maiores
as chances que ocorrer colisões entre elas. Esse grau de agitação das moléculas
contribui para a reação superar a energia de ativação da reação. Chamamos essa etapa
de etapa rápida. No entanto, conforme a temperatura aumenta, a conversão diminui.
Assim, o segundo reator aumenta a taxa de conversão e é a etapa lenta do processo.

c) Se usássemos uma pressão de 1 bar ao invés de 5 bar, obteríamos mais ou menos


produto?
Para responder é necessário analisar o volume em cada lado da reação.
Somatória do volume do reagente:4V
Somatória do volume do produto:1V
Assim, infere-se que a reação direta (a de interesse, nesse caso) reduz o volume. A
diminuição da pressão acarretaria uma alteração no equilíbrio favorecendo a reação
que forma o maior volume que, nesse caso, seria a indireta, como a indireta
consome produto, obteríamos menos produto.

d) Você recomendaria diluir a alimentação com uma substância inerte para aumentar o
rendimento de ciclohexano?

Não recomendaria a adição de uma substância inerte, pois diminuiria o rendimento,


já que as moléculas inertes interferem nas colisões entre as moleculas reagentes
diminuindo a frequência das colisões entre os reagentes.

Exercício 3 - Uma etapa de fabricação do ácido sulfúrico é a oxidação do dióxido


de enxofre em trióxido de enxofre. Considere a realização dessa oxidação a uma
pressão de 1 bar com um excesso de 100% em mol de oxigênio, usando ar como
fonte de O2 . Para obter um rendimento ótimo de SO3 , é desejável manter o reator
a uma temperatura constante de 700 °C. Assuma inicialmente que o ΔHf° é
independente da temperatura e note que há presença de reagente inerte (N2 do ar).

a) Qual a constante de equilíbrio nas condições apresentadas?


Equação Balanceada:
1
𝑆𝑂2(𝑔) + 𝑂2(𝑔) → 𝑆𝑂3(𝑔)
2
Considerando a seguinte composição para o ar:

Valores de energia de Gibbs de excesso:


0 0 0
∆𝑔𝑟𝑥𝑛,298 = ∑ ∆𝑔𝑓,𝑝 − ∑ ∆𝑔𝑓,𝑟 = −70,92 𝑥 103 𝐽/𝑚𝑜𝑙
0 0 0
∆ℎ𝑟𝑥𝑛,298 = ∑ ∆ℎ𝑓,𝑝 − ∑ ∆ℎ𝑓,𝑟 = −98,96 𝑥 103 𝐽/𝑚𝑜𝑙

0
−∆ℎ𝑟𝑥𝑛 1 1
𝐾𝑒𝑞2 = 𝐾298,15 ∗ 𝑒𝑥𝑝 [ ( − )]
𝑅 𝑇2 298,15
Onde:
R=8,314 J/(K*mol);
−(−70,92 𝑥 103 )
𝐾298,15 = 𝑒𝑥𝑝 [ ] = 2,70 ∗ 10^12
(8,314) ∗ (298)

Considerando ∆𝐻 constante:
−(−98,96𝑥103 ) 1 1
𝐾𝑒𝑞2 = 2,70 ∗ 10^12 ∗ 𝑒𝑥𝑝 [ ( − )]
8,314 973 298,15

𝐾𝑒𝑞2 = 2,55

b) Se o equilíbrio é atingido dentro do reator, qual a composição do fluxo de saída?


Podemos montar a seguinte tabela, partindo de uma base de cálculo para
𝑂2(𝑔) = 1 𝑚𝑜𝑙

e considerando que a composição do ar é:


79% de 𝑁2(𝑔)

21% de 𝑂2(𝑔)

Componente Início Fim


𝑆𝑂2(𝑔) 1 1- 𝜉
𝑂2(𝑔) 1 1-0,5 𝜉
𝑆𝑂3(𝑔) 0 𝜉
𝑁2(𝑔) 3,76 3,76
Total 5,76 5,76-0,5𝜉
Assim, podemos escrever expressões que representam a composição na fase vapor para
cada componente:
1−𝜉
𝑦𝑆𝑂2 =
5,76 − 0,5𝜉
1 − 0,5 𝜉
𝑦𝑂2 =
5,76 − 0,5𝜉
𝜉
𝑦𝑆𝑂3 =
5,76 − 0,5𝜉
Calculando o Δv, temos:

Δv=1 – 1,5 = -0,5

Considerando como gás ideal, teremos:

(𝑦𝑆𝑂3 )
𝐾𝑒𝑞 = 𝑃 −0,5 [ 0,5 ]
(𝑦𝑂2 ) (𝑦𝑆𝑂2 )
𝜉
1 ( )
5,76 − 0,5𝜉
2,55 =
(1𝑏𝑎𝑟)0,5 1 − 0,5 𝜉 0,5 1−𝜉
[ 5,76 − 0,5𝜉 ) (5,76 − 0,5𝜉 )]
(

Calculando 𝜉, encontramos:
𝜉 = 0,48
Assim, encontramos as composições finais:
𝑦𝑁2 = 0,681

𝑦𝑆𝑂3 = 0,087

𝑦𝑂2 = 0,138

𝑦𝑆𝑂2 = 0,094

c) Assuma que o ΔHf° varia com a temperatura e recalcule a constante de


equilíbrio.
Teremos a seguinte reação:
1
𝑆𝑂2(𝑔) + 𝑂2(𝑔) → 𝑆𝑂3(𝑔)
2
0
A variação de ∆ℎ𝑟𝑥𝑛 é descrita pela equação abaixo:

0 0
∆ℎ𝑟𝑥𝑛 = ∆ℎ𝑟𝑥𝑛,298
∆𝐵 2 ∆𝐶 3 1
+ 𝑅 [∆𝐴(𝑇 − 298) + (𝑇 − 2982 ) + (𝑇 − 2983 ) − ∆𝐷(
2 3 𝑇
1
− )]
298
Os Parâmetros A,B,C e D são calculados com os dados da tabela fornecida no
enunciado. Assim encontramos:
Espécies ν A B x103 C x106 D x10−5
𝑆𝑂2 -1 5,699 0,801 0 -1,015
𝑂2 -1/2 3,639 0,506 0 -0,227
𝑆𝑂3 1 8,06 1,056 0 -2,028

1
∆𝐴 = −1 ∗ (5,699) − ∗ (3,639) + 1 ∗ (8,06) = 0,5415
2
1
∆𝐵 = −1 ∗ (0,801𝑥10−3 ) − ∗ (0,506𝑥10−3 ) + 1 ∗ (1,056𝑥10−3 )
2
= 2𝑥10−6
∆𝐶 = 0

1
∆𝐷 = −1 ∗ (−1,015𝑥105 ) − ∗ (−0,227𝑥105 ) + 1 ∗ (−2,028𝑥105 )
2
= −8,995𝑥104
Sabemos que:
0
∆ℎ𝑟𝑥𝑛,298 = −98,96 𝑥 103 𝐽/𝑚𝑜𝑙
Assim:
0
∆ℎ𝑟𝑥𝑛 = −98,96𝑥103
2𝑥10−6 2
+ (8,314) [0,5415(𝑇 − 298) + (𝑇 − 2982 )
2
1 1
− (−8,995𝑥104 )( − )]
𝑇 298
𝑑𝑙𝑛𝐾
𝑑𝑇
2𝑥10−6 2 1 1
−98,96𝑥103 + (8,314) [0,5415(𝑇 − 298) + (𝑇 − 2982 ) − (−8,995𝑥104 )( −
2 𝑇 298)]
=
𝑅𝑇 2
Integrando teremos:
𝐾973,15
𝑙𝑛 = −27,67
𝐾298
A 298 K, temos que 𝐾298 = 2,66𝑥1012 . Finalmente encontramos:
𝐾973.15 = 2,56
Exercício 4 - Dada a equação de craqueamento do propano a 1 bar:

a) Calcule a constante de equilíbrio a 298 K.


0
∆𝑔𝑟𝑥𝑛
𝐾298,15 = 𝑒𝑥𝑝 [− ]
𝑅𝑇
Onde: R=8,314 J/(K*mol)
0 0 0
∆𝑔𝑟𝑥𝑛 = ∑ ∆𝑔𝑓,𝑝 − ∑ ∆𝑔𝑓,𝑟 = (68460-50460)-(-24290)=42290 J/mol

−(42,29 𝑥 103 )
𝐾298,15 = 𝑒𝑥𝑝 [ ] = 38,97 ∗ 10−9
(8,314) ∗ (298,15)

b) Calcule a constante de equilíbrio a 625 K considerando ΔH f ° constante.


Para ΔH f ° constante, temos que:
0
−∆ℎ𝑟𝑥𝑛 1 1
𝐾𝑒𝑞2 = 𝐾298,15 ∗ 𝑒𝑥𝑝 [ ( − )]
𝑅 𝑇2 298,15

Onde: R=8,314 J/(K*mol)


∆ℎ𝑓0 = ∑ ℎ𝑓,𝑝
0 0
− ∑ ∆ℎ𝑓,𝑟 = (-74520+52510)-(-104680)=82670 J/mol

−82,67 ∗ 103 1 1
𝐾𝑒𝑞2 = 38,97 ∗ 10−9 ∗ 𝑒𝑥𝑝 [ ( − )] = 1,46
8,314 625 298,15
c) A quantidade de produtos é significativa em ambas as temperaturas? Explique com
base na constante de equilíbrio e no valor de ΔH f °.
Não, a quantidade de produtos não é significativa em nenhuma das temperaturas.
Observa-se que para 298K a constante de equilíbrio é da ordem de 10−9 e que o ΔH f °
da reação é 82670 J/mol, ou seja, é maior que zero, assim a reação é endotérmica e, por
isso, o aumento de temperatura favorece o deslocamento do equilíbrio na direção da
reação direta. Foi verificado um aumento da constante de equilíbrio para a temperatura
de 625K , já que o valor encontrado deu próximo de 1, assim como o esperado.
Entretanto esse aumento não foi suficiente para permitir a obtenção de uma constante de
equilíbrio que resultassem em uma quantidade de produto significativa.

d) Calcule a composição de equilíbrio na pressão de 500 bar e temperatura de 625 K.


Calcule o coeficiente de fugacidade por Van der Waals.

𝑎 𝑃
𝜑𝑖 = exp [(𝑏 − )∗ ]
𝑅𝑇 𝑅𝑇

−5
0,4611 500 ∗ 105
𝜑𝐶2𝐻4 = exp [(5,82 ∗ 10 − )∗ ] = 0,745
8,314 ∗ 625 8,314 ∗ 625

0,2174 500 ∗ 105


𝜑𝐶𝐻4 = exp [(4,31 ∗ 10−5 − )∗ ] = 1,017
8,314 ∗ 625 8,314 ∗ 625

0,9388 500 ∗ 105


𝜑𝐶3𝐻8 = exp [(9,05 ∗ 10−5 − )∗ ] = 0,420
8,314 ∗ 625 8,314 ∗ 625

Usando como base de cálculo 1 mol de 𝐶3 𝐻8 podemos construir a seguinte tabela:


Componente Início Fim
𝐶3 𝐻8 1 1-𝜉
𝐶2 𝐻4 0 𝜉
𝐶𝐻4 0 𝜉
Total 1 1+𝜉
Assim, podemos escrever expressões que representam a composição na fase vapor para
cada componente:
1−𝜉
𝑦𝐶3𝐻8 =
1+𝜉
𝜉
𝑦𝐶2𝐻4 =
1+𝜉
𝜉
𝑦𝐶𝐻4 =
1+𝜉
Calculando o Δv, temos:

Δv=2 – 1 = 1

Como não podemos considerar gás ideal a equação para o cálculo das composições será:
(𝑦𝐶2𝐻4 ∗ 𝜑𝐶2𝐻4 )(𝑦𝐶𝐻4 ∗ 𝜑𝐶𝐻4 )
𝐾625 = 𝑃1 [ ]
(𝑦𝐶3𝐻8 ∗ 𝜑𝐶3𝐻8 )
𝜉 𝜉
( ∗ 𝜑𝐶2𝐻4 ) ∗ ( ∗ 𝜑𝐶𝐻4 )
1+𝜉 1+𝜉
1,46 = 500 ∗ [ ]
1−𝜉
( ∗ 𝜑𝐶3𝐻8 )
1+𝜉
Calculando 𝜉, encontramos:
𝜉 = 0,096
Assim, encontramos as composições finais:
𝑦𝐶2𝐻4 = 0,087

𝑦𝐶𝐻4 = 0,087

𝑦𝐶3𝐻8 = 0,825

Exercício 5 - Suponha que dois reagentes A e B reajam em fase gasosa por duas rotas
diferentes para formar os isômeros C e C’, as reações são independentes e ocorrem de
forma paralela dentro do mesmo reator. O processo ocorre à pressão de 2 bar e
temperatura de 400K. As reações de formação dos isômeros são:

Supondo que os componentes A e B são alimentados em condições estequiométricas no


reator, explicite as hipóteses termodinâmicas utilizadas, determine a conversão de
equilíbrio para as duas reações e as concentrações finais dos componentes dentro do
reator.
Usando como base de cálculo 1 mol de 𝐴 podemos construir a seguinte tabela:
Componente Início Fim
A 1 1-𝜉1 − 𝜉2
B 2 2-2𝜉1 − 2𝜉2
C 0 𝜉1
C’ 0 𝜉2
Total 3 3-2𝜉1 − 2𝜉2
Assim, podemos escrever expressões que representam a composição na fase vapor para
cada componente:
1 − 𝜉1 − 𝜉2
𝑦𝐴 =
3 − 2𝜉1 − 2𝜉2
2 − 2𝜉1 − 2𝜉2
𝑦𝐵 =
3 − 2𝜉1 − 2𝜉2
𝜉1
𝑦𝐶 =
3 − 2𝜉1 − 2𝜉2
𝜉2
𝑦𝐶′ =
3 − 2𝜉1 − 2𝜉2
Como a pressão é baixa podemos considerar gás ideal e escrever que:
Calculando o Δv, temos:

Δv=3 – 1 = 2

(𝑦𝐶 )
𝐾1,400 = 𝑃2 [ ]
(𝑦𝐴 ) ∗ (𝑦𝐵 )
𝜉1
( )
3 − 2𝜉1 − 2𝜉2
𝐾1,400 = 𝑃2 ∗ [ ]
2 − 2𝜉1 − 2𝜉2 1 − 𝜉1 − 𝜉2
( )∗( )
3 − 2𝜉1 − 2𝜉2 3 − 2𝜉1 − 2𝜉2
(𝑦𝐶′ )
𝐾2,400 = 𝑃2 [ ]
(𝑦𝐴 ) ∗ (𝑦𝐵 )
𝜉2
( )
2 3 − 2𝜉1 − 2𝜉2
𝐾2,400 =𝑃 ∗[ ]
2 − 2𝜉1 − 2𝜉2 1 − 𝜉1 − 𝜉2
( )∗( )
3 − 2𝜉1 − 2𝜉2 3 − 2𝜉1 − 2𝜉2
Assim encontramos:
𝜉1 = 0,46
𝜉2 = 0,1
Assim, encontramos as composições finais:
𝑦𝐴 = 0,23
𝑦𝐵 = 0,47
𝑦𝐶 = 0,24
𝑦𝐶′ = 0,06
Exercício 6 - O éter metil-etílico (A), cuja fórmula molecular é C3H8O, tem como
isômeros álcool n-propílico (B) e álcool isopropílico (C) que podem se formar pelas
reações independentes abaixo.

São dados:

A partir das informações dadas diga se as afirmativas a seguir são verdadeiras ou


falsas considerando que a reação ocorre a 500 K e 1 bar. Justifique as suas respostas.
a) ( ) A keq reação 1 = 1,06 × 105 e keq reação 2 = 6,92 × 105
Verdadeira.
Primeiro calculamos o número de reações químicas independentes:
𝑅 =𝑚−𝐹+2−𝜋−𝑠 = 3−2+2−1−0= 2
Onde, as duas reações independentes são:
𝐶3 𝐻8 𝑂(𝐴) → 𝐶3 𝐻8 𝑂(𝐵) (1)
𝐶3 𝐻8 𝑂(𝐴) → 𝐶3 𝐻8 𝑂(𝐶) (2)
Calculando a variação da energia de Gibbs para as reações:
0 0 0
∆𝑔𝑟𝑥𝑛1 = ∑ ∆𝑔𝑓,𝑝 − ∑ ∆𝑔𝑓,𝑟 = −95,4 − (−47,3) = −48,1 𝑘𝐽/𝑚𝑜𝑙

0 0 0
∆𝑔𝑟𝑥𝑛2,500 = ∑ ∆𝑔𝑓,𝑝 − ∑ ∆𝑔𝑓,𝑟 = −103,2 − (−47,3) = −55,9 𝑘𝐽/𝑚𝑜𝑙
Como são isômeros, as entalpias padrões de formação serão iguais, assim o ∆ℎ𝑓0 das
reações serão iguais a zero. Portanto o cálculo das constantes de equilíbrio serão:

0
−∆ℎ𝑟𝑥𝑛 1 1
𝐾𝑒𝑞 = 𝐾298,15 ∗ 𝑒𝑥𝑝 [ ( − )]
𝑅 𝑇2 298,15

𝐾𝑒𝑞 = 𝐾298,15 ∗ 1
0
∆𝑔𝑟𝑥𝑛
𝐾𝑒𝑞 = 𝑒𝑥𝑝 [− ]
𝑅𝑇

−(−48,1 ∗ 103 )
𝐾1 = 𝑒𝑥𝑝 [ ] = 105,96𝑥103 = 1,06𝑥105
(8,314)(500)

−(−55.9 ∗ 103 )
𝐾2 = 𝑒𝑥𝑝 [ ] = 691,90𝑥103 = 6,92𝑥105
(8,314)(500)

b) ( ) A composição de equilíbrio dos isômeros calculada pela constante de


equilíbrio é yA = 0,10; yB = 0,13 e yC = 0,77.
Falso.

Usando como base de cálculo 1 mol de 𝐴 podemos construir a seguinte tabela:


Componente Início Fim
A 1 1-𝜉1 − 𝜉2
B 0 𝜉1
C 0 𝜉2
Total 1 1
Assim, podemos escrever expressões que representam a composição na fase vapor para
cada componente:
1 − 𝜉1 − 𝜉2
𝑦𝐴 =
1
𝜉1
𝑦𝐵 =
1
𝜉2
𝑦𝐶 =
1

Calculando o Δv, temos:


Δv1=1 – 1 = 0

Δv2=1 – 1 = 0

Considerando como gás ideal, teremos:


(𝑦𝐵 )
𝐾𝑒𝑞1 = 𝑃0 [ ]
(𝑦𝐴 )
𝜉1
(1)
5
1,06𝑥10 = [ ]
1 − 𝜉1 − 𝜉2
( )
1
(𝑦𝐶 )
𝐾𝑒𝑞2 = 𝑃0 [ ]
(𝑦𝐴 )
𝜉2
(1)
6,92𝑥105 = [ ]
1 − 𝜉1 − 𝜉2
( )
1

Calculando 𝜉, encontramos:
𝜉1 = 0,133
𝜉2 = 0,867

Assim, encontramos as composições finais:


𝑦1 = 0
𝑦2 = 0,133
𝑦3 = 0,867

c) ( ) As equações a serem minimizadas usando o método dos multiplicadores de


lagrange são as apresentadas a seguir:
Falsa.
Escrevendo as matrizes β e b,
3 8 1 3
β = [3 8 1] 𝑏 = [8]
3 8 1 1
Pelo método de Lagrange: x* β =b
3 8 1 3
[𝑛𝐴 𝑛𝐵 𝑛𝐶 ] [3 8 1] = [ 8]
3 8 1 1
Assim teremos:
Carbono: 3𝑛1 + 3𝑛2 + 3𝑛3 = 3
Hidrogênio: 8𝑛1 + 8𝑛2 + 8𝑛3 = 8
Oxigênio: 𝑛1 + 𝑛2 + 𝑛3 = 1
Assim montamos o conjunto de equações:

𝑛𝐴
A: −47,3 ∗ 103 + (8,314)(500)𝑙𝑛 (𝑛 𝑛𝐵 𝑛𝐶 )
+ 3𝜆𝐶 + 8𝜆𝐻 + 1𝜆𝑂 = 0
𝐴

𝑛𝐵
B: −95,4 ∗ 103 + (8,314)(500)𝑙𝑛 (𝑛 𝑛𝐵 𝑛𝐶 )
+ 3𝜆𝐶 + 8𝜆𝐻 + 1𝜆𝑂 = 0
𝐴

𝑛𝐶
C: −103,2 ∗ 103 + (8,314)(500)𝑙𝑛 (𝑛 𝑛𝐵 𝑛𝐶 )
+ 3𝜆𝐶 + 8𝜆𝐻 + 1𝜆𝑂 = 0
𝐴

Exercício 7 - Calcule a composição no equilíbrio (x1 e x2) da reação de


isomerização entre o Óxido de Propileno (C3H6O) e a Acetona (C3H6O) à 298
K e 1 bar. Nessas condições, essas substâncias formam uma mistura miscível
líquida e que pode ser descrita pela equação de Margules de 2 parâmetros, com
A = -650 J/mol.

C3H6O (Óxido de Propileno)(l) ⇆ C3H6O (Acetona)(2)

Dados:

A reação é dada por:


𝐶3 𝐻6 𝑂(1) ↔ 𝐶3 𝐻6 𝑂 (2)
Usando como base de cálculo 1 mol de ó𝑥𝑖𝑑𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑝𝑖𝑙𝑒𝑛𝑜 podemos construir a
seguinte tabela:
Componente Início Fim
1 1 1-𝜉
2 0 𝜉
Total 1 1
Assim, podemos escrever expressões que representam a composição na fase vapor para
cada componente:
1−𝜉
𝑦1 =
1
𝜉
𝑦2 =
1
Considerando como gás ideal, teremos:
(𝑦2 )
𝐾298 = 𝑃 𝛥𝑣 [ ]
(𝑦1 )
Sabemos que:
𝑦∗𝑃
𝛾=
𝑥 ∗ 𝑃𝑠𝑎𝑡
Isolando y, temos:
𝛾 ∗ 𝑥 ∗ 𝑃𝑠𝑎𝑡
𝑦=
𝑃
Sabendo que os componentes 1 e 2 são isômeros, a 𝑃𝑠𝑎𝑡 deles será a mesma:
𝛾2 ∗ 𝑥2 ∗ 𝑃𝑠𝑎𝑡
( 𝑃 )
𝛥𝑣
𝐾298 = 𝑃 [ ]
𝛾1 ∗ 𝑥1 ∗ 𝑃𝑠𝑎𝑡
( )
𝑃
Sabendo que P=1 bar, chegamos em:
𝑥2 𝛾2
𝐾298 =
𝑥1 𝛾1
Considerando que o enunciado esteja equivocado, e na verdade pede-se para utilizar as
equações de Margules para 1 parâmetro (2 sufixos), temos:
𝑅𝑇 ∗ ln 𝛾1 = 𝐴 ∗ 𝑥22
𝑅𝑇 ∗ ln 𝛾2 = 𝐴 ∗ 𝑥12
Assim podemos isolar os coeficientes de atividade:
𝐴 ∗ 𝑥22
𝛾1 = exp ( )
𝑅𝑇

𝐴 ∗ 𝑥12
𝛾2 = exp ( )
𝑅𝑇

Reescrevendo a equação do coeficiente de equilíbrio:


𝐴 ∗ 𝑥2
𝑥2 ∗ exp ( 𝑅𝑇 1 )
𝐾298 =
𝐴 ∗ 𝑥2
𝑥1 ∗ exp ( 𝑅𝑇 2 )

Sabendo que:
𝑥1 + 𝑥2 = 1
𝑥1 = 1 − 𝑥2
Podemos reescrever a equação coeficiente de equilíbrio:
𝐴 ∗ (1 − 𝑥2 )2
𝑥2 ∗ exp ( )
𝑅𝑇
𝐾298 =
𝐴 ∗ 𝑥22
(1 − 𝑥2 ) ∗ exp ( )
𝑅𝑇
Sabemos que:
0
∆𝑔𝑟𝑥𝑛
𝐾298,15 = 𝑒𝑥𝑝 [− ]
𝑅𝑇

Assim, chegamos na seguinte equação:


𝐴 ∗ (1 − 𝑥2 )2
0
∆𝑔𝑟𝑥𝑛 𝑥2 ∗ exp ( )
𝑅𝑇
𝑒𝑥𝑝 [− ]=
𝑅𝑇 𝐴 ∗ 𝑥22
(1 − 𝑥2 ) ∗ exp ( )
𝑅𝑇
Pelos dados do apêndice A3, do livro Koretsky, encontramos:
0
∆𝑔𝑟𝑥𝑛,298 = 128.75 𝑥 103 𝐽/𝑚𝑜𝑙

Substituindo esse valor na última equação, é possível encontrar o valor de 𝑥2 pelo


solver
−650 ∗ (1 − 𝑥2 )2
−128.75 𝑥 10 3𝑥2 ∗ exp ( )
8,314 ∗ 298
𝑒𝑥𝑝 [ ]=
8,314 ∗ 298 −650 ∗ 𝑥22
(1 − 𝑥2 ) ∗ exp ( )
8,314 ∗ 298
Assim encontramos que:
𝑥2 = 0
𝑥1 = 1

Você também pode gostar