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Agentes económicos: são classificados por sector institucional, de acordo com o seu
comportamento económico, i.e., as funções económicas que desempenham e as fontes de
recursos de que dispõem.
(1) Serviços não mercantis: serviços cujo preço é simbólico no sentido em que não é calculado em
função dos custos marginais de produção/prestação e, assim, não resulta duma interacção livre
entre procura e oferta;
(2) Sectores residentes são aqueles que têm o centro de interesse, i.e., efectuam operações
económicas durante pelo menos um ano, no território económico nacional.
Variáveis fluxo: são medidas num dado intervalo de tempo; por exemplo, o PIB português
num ano, as despesas de investimento das empresas num trimestre.
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Variáveis stock: são medidas num dado momento do tempo; por exemplo, o stock de
capital em Portugal em 31 de Dezembro de 2003, a riqueza das famílias em 20 de
Setembro de 2004, a população portuguesa em 31 de Dezembro de 2004. A medição
directa dos stocks tende a ser feita com reduzida frequência, sendo os valores de períodos
intermédios calculados com base nos fluxos que alimentam os stocks em causa.
O Produto Interno Bruto (PIB) é a medida central de Contabilidade Nacional, que se pode
começar por definir como:
PIB ≡ Agregação do valor de mercado dos bens e serviços finais criados num território
durante um determinado período de tempo.
1) Agregação do valor de mercado: dada a natureza diversa dos bens e serviços a agregar,
recorre-se a uma unidade de medida comum, o valor monetário, ou seja Quantidades x
Preços, sendo os Preços aqueles aos quais os produtos foram transaccionados no mercado.
Note-se que o PIB inclui, assim, apenas bens e serviços que tenham sido trocados, pelo que
a produção para auto-consumo ou para consumo sem contrapartida de pagamento não é
considerada parte do PIB. Os produtos transaccionados em mercados informais (economia
informal: actividades não declaradas porque o vendedor tem por objectivo não liquidar os
impostos respectivos) e mercados subterrâneos (economia subterrânea: actividades não
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declaradas porque incidem sobre bens ou serviços ilícitos) não têm um preço conhecido e
portanto são muito difíceis de avaliar.
2) Necessidade de evitar a dupla contagem: não se mede a totalidade dos bens e serviços
trocados, mas apenas o valor acrescentado bruto (VAB) em cada processo produtivo, i.e.,
VAB ≡ Produção - Consumos Intermédios ≡ Valor dos bens e serviços finais.
3) Criados (ou produzidos de novo): sendo uma medida da actividade económica num
determinado período, o PIB apenas inclui bens e serviços que são produzidos de novo
(criados) nesse mesmo período. Ou seja, o PIB exclui vendas de bens que foram
produzidos em períodos anteriores. Exemplo (Bernanke e Abel, p. 29): o preço de mercado
pago por uma casa acabada de construir entra no PIB do período actual, mas o preço pago
pela venda duma casa antiga não (o valor dessa casa já foi incluído no PIB do período em
que ela foi construída). Já o valor dos serviços do agente imobiliário que vendeu a casa
antiga faz parte do PIB do momento presente, dado que esse serviço foi prestado agora.1
5) Delimitação temporal: sendo o PIB uma variável fluxo (ver ponto 2.1), reporta-se, por
definição, a um intervalo de tempo específico.
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A diferença entre o preço ao qual o proprietário/vendedor terá adquirido a casa e o preço ao qual a
vende no período corrente constitui uma variação do seu stock de riqueza (património), tal como acontece
quando são diferentes os preços de venda e de compra doutro qualquer activo, como uma acção, obrigação,
etc.
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- Prefere-se a análise das taxas de variação percentual à análise dos níveis
(especialmente no que toca as contas trimestrais) – as dificuldades inerentes ao
cálculo do PIB retiram significado ao seu nível, quer nominal quer real.
Famílias +
Empresas Empresas
Σ VABramos Resto do
Estado Impostos Dir. +
Mundo
(T = Ti + Td) Cont.Seg.Soc.
(T-G = Sg) líq. Transf. (Td) Rend.
Disponível
C+I+G+
Sg
Sector Privado
+X-Q
Consumo
≡ DI
Público (G)
Exportações (X) Consumo Poupança (Sp)
Privado (C)
C+I+G-Q
Resto do Intermediação
C+I
Mundo Financeira
C+I+G
(X-Q) Importações (Q) Investimento (I) (Sp-I)
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As três ópticas de cálculo do PIB correspondem a três fases distintas do Circuito
Económico, designadamente a produção, a distribuição e a circulação (troca). Assim,
Nesta óptica o PIB entende-se como o valor de mercado dos bens e serviços finais
criados dentro do território económico nacional, durante um certo período de tempo.
Nesta óptica o PIB entende-se como o conjunto das utilizações finais de bens e serviços
criados no território económico nacional, avaliados a preços de mercado, durante um
determinado período. Dizem-se utilizações finais os empregos (afectações) de bens e
serviços que não implicam a sua re-venda durante o período em causa. É o caso das
utilizações: i) pelas famílias para satisfação de necessidades ou seja obtenção de
utilidade (C, consumo privado); ii) pela Administração Pública para fornecer os
serviços não mercantis que proporcionam utilidade às famílias (G, consumo público); e
iii) pelas empresas, comprando bens para afectar a vários processos de produção
(FBCF, formação bruta de capital fixo) ou matérias-primas que ainda não tenham sido
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O VAB é usualmente evidenciado por ramos de actividade, i.e., conjuntos de unidades de produção
homogénea, como sejam a indústria, a construção ou os transportes (ver Quadro 2 no final da secção).
3 Nota: no actual sistema de contas nacionais (designado SEC95) o VAB é definido a preços de base, o
que significa que inclui apenas os impostos s/ produção (líquidos de subsídios à produção). É, por isso,
necessário adicionar a totalidade dos impostos s/ produtos, incluindo IVA, e s/ importação para chegarmos ao
PIBpm. No anterior sistema de contas (SEC79), o VAB definia-se a preços à saída de fábrica, apenas
exigindo a adição do IVA e dos impostos s/ importação para chegarmos ao PIBpm.
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incorporadas em produtos até ao final do período bem como produtos acabados ainda
não vendidos ou em curso de fabrico que se assume comprados pela empresa a si
própria (variação de existências).
Note-se o seguinte:
- O Consumo pode ser privado (C) ou colectivo (G) e define-se como a despesa em
bens e serviços para satisfação imediata de necessidades.
Nesta óptica o PIB entende-se como o valor do conjunto dos rendimentos brutos
gerados no território económico nacional pelos sectores institucionais, avaliados a
preços de mercado, durante um dado período.
Note-se o seguinte:
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- Rem. + EBE = PIBcf , i.e., o somatório dos rendimentos devidos pela utilização dos
factores produtivos na actividade económica interna equivale ao PIB a custo de
factores; daí a necessidade de, nesta óptica, se ter em conta o valor total dos impostos
indirectos líquidos de subsídios para se obter o PIBpm.
- Define-se Rendimento Interno (RI) como RI = PILcf (PIL = PIB - Depreciações).
Para apurarmos o rendimento de que cada sector institucional e a Nação como um todo
dispõem para afectar a consumo e a poupança, temos que ter em consideração as operações
de distribuição e redistribuição do rendimento (ver lado direito do Diagrama de Fluxos).
Em concreto, para o cálculo do Rendimento Disponível Bruto da Nação (RDBN) fazemos
a seguinte transformação em dois passos, tendo em conta as operações realizadas com o
Resto do Mundo:
Finalmente, o RDBN irá ser afecto a Consumo Final Nacional (CFN=C+G) – consumo
final efectuado pelos residentes de um dado país, dentro e fora do território económico
nacional – e a Poupança Bruta da Nação (SBN). Esta última é calculada de forma residual:
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Poupança Bruta e Operações de Capital
Note-se o seguinte:
Note-se que as Aq. líquidas de activos não fin. não produzidos entre sectores residentes
compensam-se entre si (aquisições de uns são vendas de outros). Logo, para o cálculo da
Cap./Nec. Financiamento da Nação apenas são relevantes as aquisições líquidas ao
exterior. O mesmo se passa com as transferências de capital.
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- (Rendimentos de propriedade e remunerações do trabalho rec. do RM - Rendimentos de
propriedade e remunerações do trabalho pagos ao RM) = Balança de Rendimentos.
O somatório das três balanças constitui a Balança Corrente, que pode ser interpretada como
o simétrico da poupança do RM que resulta das operações estabelecidas connosco, i.e., a
poupança externa (Sext). Temos, então, Bal. Corrente = - Sext.
Juntando, temos:
Resto do
Mundo
Em alternativa, a partir de (4) e tendo em conta que B. Corrente = -Sext, vemos que:
Sp + Sg = I + (-Sext) Ù
Ù I = Stotal (5)
As expressões (4) e (5) significam que os fluxos líquidos dos agentes macroeconómicos
têm, por definição, que estar saldados. Dito de outra forma, todos os bens e serviços que
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são produzidos têm que ser vendidos ou acumulados em stock, ou ainda que a oferta de
bens e serviços tem que igualar a procura.
Para ilustrar, e tendo em atenção que, em rigor, uma parte de I (ainda que pequena) é feita
pelo sector público, utilizemos a expressão (4) na seguinte forma:
Sp + Sg - I = Bal. Corrente.
Então, se (Sp + Sg) > I => Bal. Corrente > 0 O país vive abaixo das suas
(Sp + Sg) < I => Bal. Corrente < 0 O país vive acima das suas
À Economia importará saber, por exemplo no caso de Bal. Corrente < 0, se tal foi
originado por um crescimento acentuado do investimento não acompanhado pela poupança
nacional, ou se, ao invés, se tratou de um recuo da poupança nacional e, neste caso, se foi a
poupança do sector privado ou do sector público (i.e., saldo orçamental corrente) a
causadora.
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de correcção do desequilíbrio externo, mas feita sobretudo à custa do ajustamento em baixa
do investimento (particularmente forte em 2002). Note-se, contudo, que a virtual
estabilização da poupança nacional no período 2001-2003 esconde uma recuperação da
poupança do sector privado, compensada por uma deterioração da poupança do sector
público. Finalmente, a partir de 2004, o saldo da balança corrente retomou a trajectória
descendente. Porém, ao contrário do observado ente 1996 e 1999, a causa foi agora uma
deterioração da poupança nacional, ainda que sobretudo devido ao comportamento do
sector público.
35,0%
30,0%
FORMAÇÃO BRUTA DE
CAPITAL
25,0%
20,0%
POUPANÇA NACIONAL
BRUTA
15,0%
10,0%
5,0%
0,0%
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
-5,0%
BALANÇA
-10,0% CORRENTE
-15,0%
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