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Poderes Administrativos
Poderes Administrativos
Introdução
Abuso de Poder:
EXCESSO DE COMPETÊNCIA
PODER
ABUSO DE
PODER DESVIO DE
PODER FINALIDADE
1 - Poder Regulamentar/Normativo
Tal competência é atribuída com exclusividade ao Chefe do Executivo e não pode ser
delegada. Contudo, isso não impede a edição de atos administrativos normativos por outros
órgãos e entidades da Administração, dentro de suas respectivas atribuições.
Deve-se observar, porém, que o Congresso Nacional pode sustar os atos normativos do
Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar (art. 49, V, CF).
Quanto as últimas duas hipóteses, esses 2 artigos foram alterados pela EC45, que
criaram o CNJ e o CNMP.
A esses dois conselhos foi atribuído o poder normativo. Assim, eles podem baixar
resoluções no âmbito de suas competências, não se exigindo intermediações legislativas. OBS:
aqui não falamos em “decreto”, que é instrumento típico do chefe do executivo, mas sim em
“resolução”.
2 - Poder de Polícia
Art. 78. Considera-se poder de polícia a atividade da administração pública que, limitando
ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato,
em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes,
à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes
de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à
propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
Segundo Rafael Oliveira, o poder de polícia pode ser concebido em dois sentidos: amplo
e restrito. No sentido amplo, o poder de polícia compreende toda e qualquer atuação estatal
restritiva à liberdade do indivíduo em benefício da coletividade, oriunda tanto da atividade
legislativa quanto da atividade administrativa.
Inicialmente, a doutrina tradicional costuma dizer que uma das características do poder
de polícia, como regra, é a discricionariedade. Atualmente já se admite também o poder de
polícia sendo exercido de forma vinculada, como, por exemplo, por meio da licença para
construção. Nesse sentido, se você cumpre os requisitos previstos em lei, você terá direito a
licença, sendo este um ato vinculado. Desse modo, podemos concluir que o poder de polícia
NEM SEMPRE é discricionário, já que ele pode se manifestar por atos vinculados.
Vale ressaltar que a autoexecutoriedade não está presente em todos os atos administrativos.
A multa, por exemplo, não é dotada deste atributo, uma vez que a Administração depende do
Poder Judiciário para exigir o seu valor. Isto é, se o particular recusar-se a pagar, o poder público
poderá se utilizar de meios indiretos de coação (exigibilidade), porém não poderá coagir por
meios diretos (executoriedade), dependendo então do Judiciário.
A doutrina costuma dizer que essa autoexecutoriedade decorre de previsão em lei ou
decorre de uma situação de emergência.
A executoriedade, quando presente, afasta o controle jurisdicional PRÉVIO, mas NÃO afasta
o controle jurisdicional, já que este controle no Brasil é inafastável, por força do art. 5º, XXXV,
CRFB.
Macete dos atributos: DICA (Discricionariedade, Imperatividade, Coercibilidade e
Autoexecutoriedade)
Exemplos:
Frise-se, ainda, que os entes federativos podem exercer o poder de polícia em sistema
de cooperação, por intermédio de convênios administrativos ou consórcios públicos (conforme
modelo de gestão associada previsto no art. 241 da CF), quando isto se revelar conveniente para
evitar a sobreposição de competências dos entes políticos no que toca ao exercício da polícia
administrativa.
Na verdade, o que se proíbe é que o particular exerça o próprio poder de polícia em sua
essência. Contudo, nada impede que o particular colabore com o Estado no exercício do poder
de polícia, desde que isso não viole os princípios inerentes à Administração Pública, como a
impessoalidade e a legalidade.
1
No julgamento da ADI 1.717-6/DF, a Corte concluiu que a Constituição de 1988 impede a delegação de atividades típicas de Estado
para entidades privadas, de modo que os conselhos profissionais não poderiam assumir a forma de associações de caráter privado,
por exercerem funções típicas de Estado no âmbito da fiscalização do exercício de atividades profissionais. Eventuais leis que assim
prevejam são inconstitucionais ou, se anteriores à Constituição de 1998, devem ser consideradas como não recepcionadas.
2
ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL – INFRAÇÃO DE TRÂNSITO – DETECTORES DE VELOCIDADE – FINALIDADE DE
COMPROVAÇÃO DA INFRAÇÃO – ANÁLISE DE MATÉRIA PROBATÓRIA – INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ. 1 – Os
equipamentos eletrônicos, comumente chamados de "pardais eletrônicos", são utilizados para se registrar a
ocorrência da infração de trânsito, sendo certo que o auto de infração deve ser lavrado pelo agente de trânsito
competente, devidamente identificado, conforme disposição dos §§ 2º e 4º do art. 280 da da Lei n. 9.503/97 (Código
Brasileiro de Trânsito). Precedentes. 2 - A informação constante do acórdão recorrido, no sentido de que os aparelhos
eletrônicos apenas aferiram a existência da infração, tendo o respectivo auto sido lavrado pela autoridade
competente, baseia-se no conjunto probatório dos autos, sendo que o seu reexame é vedado na via estreita do
recurso especial, consoante o determinado no enunciado sumular n. 07/STJ. Recurso especial improvido.
DELEGAÇÃO DE PODER DE POLÍCIA
Para o STF, é constitucional a lei local que confira à guarda municipal a atribuição de
fiscalizar e controlar o trânsito, com a possibilidade de imposição de multas, desde que
observada a finalidade constitucional da instituição de proteger bens, serviços e equipamentos
públicos (artigo 144, § 8º, da Carta de 1988) e limites da competência municipal em matéria de
trânsito, estabelecidos pela legislação federal (artigo 22, inciso XI, da Constituição Federal).
3 - Poder hierárquico:
OBS: vale lembrar que a Lei 9784 expressamente proíbe a delegação de competência (e,
consequentemente, a avocação) nas três situações a seguir:
4 - Poder Disciplinar
Deve-se observar, porém, que a aplicação de sanções administrativas nem sempre está
relacionada ao poder hierárquico. Somente derivam do poder hierárquico as sanções
disciplinares aplicadas aos servidores públicos que pratiquem infrações funcionais. Outras
sanções administrativas, tais quais as aplicadas a um particular que tenha celebrado um contrato
administrativo com o poder público e incorra em alguma irregularidade na execução desse
contrato, têm fundamento no poder disciplinar, mas não no poder hierárquico.
Diante disto podemos conceituar o poder disciplinar como uma prerrogativa conferida
à Administração Pública para aplicar sanções às pessoas que com ela possuam algum vínculo
jurídico específico, seja ele funcional (ex.: relações travadas com agentes públicos) ou negocial
(ex.: concessionárias de serviço público).
QUESTÕES
1) 2016 - AOCP - Prefeitura de Juiz de Fora – MG - Auditor Fiscal
e) imposição de multa.
GABARITO: E.
a) do Poder Hierárquico.
b) do Poder Discricionário.
c) do Poder Disciplinar.
d) de Abuso de Poder.
e) do Poder de Polícia.
Comentário: O poder de polícia administrativo pode ser conceituado como o instrumento que
a administração pública dispõe para, na forma da lei, condicionar ou restringir direitos, uso de
bens, prática de atividades privadas, etc., visando a proteger o interesse público.
GABARITO: E.
No que se refere aos Poderes da Administração, analise as assertivas e assinale a alternativa que
aponta a(s) correta(s).
II. O poder de polícia retira um direito pessoal do administrado em nome do interesse público.
III. O poder de polícia não pode ser delegado ao particular, no entanto, admite-se a delegação
de atos materiais ou instrumentais.
a) Apenas I.
b) Apenas II e III.
c) Apenas I e IV.
d) Apenas I, III e IV.
Comentário:
I - CERTO: Decreto autônomo é aquele que tem fundamento na constituição e pode ser
delegado da competência privativa do PR (Art. 84 VI).
II –ERRADO: O poder de polícia não retira, mas disciplina, condiciona, restringe, a forma de se
exercer esses direitos, por esse motivo que não há dever de indenizar.
III - CERTO: Embora o Poder de polícia seja uma expressão marcante da supremacia do
interesse público sobre o particular, o STJ entendeu que esse poder pode ser delegado
somente se for em relação aos atos materiais, de Consentimento e de Fiscalização, ficando a
Legislação e a Sanção em poder do estado.
IV - CERTO: Poder Disciplinar decorre do Poder Hierárquico, pois ambos advêm da hierarquia
administrativa, mas com ele não se confunde, já que o poder disciplinar tem a finalidade de
apuração de infrações e aplicação de penalidades a servidores públicos e demais pessoas que
estejam sob a disciplina administrativa.
GABARITO: D.
4) 2017 – FCC - TRT - 21ª Região (RN) - Analista Judiciário - Área Judiciária
Em relação aos servidores públicos que ocupam cargo ou emprego público e ao exercício dos
poderes inerentes à Administração pública,
b) o vínculo efetivo dos servidores públicos autoriza que os ocupantes de cargo exerçam o
poder normativo e regulamentar com a edição de decretos autônomos de organização
administrativa.
Comentário:
c) ERRADA. O poder disciplinar não se aplica a qualquer relação. Ele trata da atribuição pública
de aplicação de sanções àqueles que estejam sujeitos à disciplina do ente estatal. É o poder
de aplicar sanções e penalidades, apurando infrações dos servidores ou outros que são
submetidos à disciplina da Administração, ou seja, a todos aqueles que tenham vínculo de
natureza especial com o Estado.
d) ERRADA. O poder de polícia se aplica aos particulares/pessoas SEM vínculo específico com
a Administração Pública. Além disso, ele é função típica do Estado e só pode ser exercido por
Pessoas de direito Público.
e) CORRETA. Art, 37, II, CF: II – “a investidura em cargo ou emprego público depende de
aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a
natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as
nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;”
GABARITO: E.
5) 2017 – FCC - TRT - 21ª Região (RN) - Técnico Judiciário - Área Administrativa
b) não poderia ter sido realizada sem prévia submissão a processo judicial, salvo se houvesse
expressa previsão em decreto autônomo da Administração pública.
c) configurou regular exercício de poder disciplinar, que se estende não só em relação aos
servidores públicos, mas também em direção daqueles que travarem relações jurídicas com o
poder público.
d) constitui regular exercício de poder de polícia pela Administração pública, cuja atuação pode
prever medidas preventivas e repressivas de urgência, a fim de garantir a segurança e a saúde
dos administrados.
e) deveria estar integral e expressamente prevista na legislação que trata da competência de
fiscalização da Administração pública em matéria de vigilância sanitária, não se admitindo
adoção de medidas acautelatórias e de urgência.
GABARITO: D.
c) disciplinar, que obriga o cumprimento, pelos subordinados, das ordens dos superiores, sob
pena de punição.
GABARITO: B.
7) 2017 – FCC - TRF - 5ª REGIÃO - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador Federal
O Poder Público, após obter autorização legislativa específica, pretende implementar política
pública de segurança alimentar destinada à primeira infância. Para tanto, e nos termos da lei,
distribuirá leite às famílias de baixa renda que tiverem filhos menores de sete anos de idade,
abaixo do peso recomendável pela literatura médica para a faixa etária. Visando instituir o
programa, atribuir competência a um de seus órgãos (Ministérios) e estabelecer os critérios
técnicos de seleção dos beneficiários, o Chefe do Executivo
a) poderá editar, com fundamento no Poder de Polícia, decreto, em razão de produzir efeitos
externos.
b) deverá editar regimento, ato administrativo unilateral, com efeitos externos e sujeito à
aprovação do Poder Legislativo.
c) poderá expedir decreto, que tem fundamento no Poder Regulamentar, efeito externo e está
sujeito à controle externo.
e) poderá editar deliberação, ato administrativo bilateral, com efeitos internos, fundamentado
no Poder Normativo.
GABARITO: C.
a) pode ter aplicação preventiva ou repressiva, tal qual o poder de polícia exercido pela
Administração pública, sendo, no primeiro caso, restrito às matérias de organização
administrativa e de competência suplementar, ou seja, para disciplinar situações sobre as quais
inexista lei pertinente.
a) ERRADA. O poder normativo não pode ser utilizado para disciplinar situações sobre as quais
inexista lei pertinente, pois ele não pode inovar o ordenamento jurídico.
b) ERRADA. A instituição de novas penas não pode ser feita por meio do poder normativo da
Administração, mas mediante a edição de leis pelo Poder Legislativo.
c) ERRADA. O poder normativo não permite a edição de normas em caráter originário, mas
secundário, devendo sempre respeitar os limites da lei.
e) ERRADA. O poder normativo possui relação não só com o poder de polícia, mas também
como o poder hierárquico e com o poder regulamentar
GABARITO: D.
d) Em matéria de poder de polícia, suspende-se a prescrição da ação punitiva por qualquer ato
inequívoco que importe em manifestação expressa de tentativa de solução conciliatória no
âmbito interno da Administração pública federal.
Comentário:
d) ERRADA. O erro é falar que se suspende a prescrição, sendo que o correto é a interrupção.
Trata-se de previsão da Lei 9.873/99, que estabelece o prazo de prescrição para o exercício da
ação punitiva pela Adm. Pública federal, direta e indireta:
GABARITO: C.
b) A autarquia que não integra a administração direta da União, dos Estados ou do Município
não pode exercer o poder de polícia, como a apreensão do referido suplemento.
d) Para permitir atuação eficaz em todo o país, é lícita a delegação, por parte da autarquia, das
atividades de controle e fiscalização a pessoas de direito privado contratadas após a licitação.
e) A autarquia pode apreender o suplemento alimentar irregular, mas somente após o exercício
do contraditório e da ampla defesa pelo fabricante do produto.
Comentário:
b) ERRADA. A Autarquia (pessoa jurídica de direito público) pode exercer o poder de polícia,
por ser uma entidade da Administração Indireta, mas ela exerce o poder de polícia delegado.
c) ERRADA. A autarquia pode realizar a apreensão do produto com base na
autoexecutoriedade do poder de polícia que permite a imediata execução do ato, sem
necessidade de prévia manifestação judicial.
GABARITO: A.
11) 2017 – FGV - TRT - 12ª Região (SC) - Analista Judiciário – Área Judiciária
Em tema de poderes administrativos, é correto afirmar que a citada resolução foi editada com
base no poder:
a) de polícia do Judiciário, que tem competência legal para estabelecer os parâmetros internos
para reger o porte de arma e demais questões afetas à segurança pública dos cidadãos e de seus
servidores e magistrados;
b) discricionário, uma vez que cabe ao Presidente do respectivo Tribunal, no regular exercício
da autonomia organizacional e administrativa de cada Tribunal, estabelecer regras internas
sobre segurança pública;
c) normativo, que é aquele conferido à Administração Pública para expedição de normas gerais,
abstratas e com efeitos erga omnes, para, no caso concreto, complementar a Lei nº 10.826/03,
observados seus limites e visando à sua efetiva aplicação;
GABARITO: C.
a) errada, eis que a sanção de multa decorre do poder normativo do órgão superior do Sistema
Nacional de Defesa do Consumidor e da ANEEL;
b) errada, eis que a sanção de multa decorre do poder regulamentar da ANEEL em relação à
transgressão dos preceitos do Código de Defesa do Consumidor;
c) correta, eis que a sanção de multa decorre do poder de polícia do órgão que integra o
Sistema Nacional de Defesa do Consumidor;
d) correta, eis que a sanção de multa decorre do poder hierárquico do órgão que integra o
Sistema Nacional de Defesa do Consumidor;
e) correta, eis que a sanção de multa decorre do poder disciplinar do PROCON em relação à
transgressão dos preceitos do Código de Defesa do Consumidor.
Comentário: O Procon estadual tem natureza jurídica de órgão do Poder Executivo estadual,
atuando, precipuamente, na fiscalização dos bens e serviços prestados aos consumidores de
sua área de abrangência territorial.
Se a multa em tela tivesse sido aplicada pelo próprio Estado do Rio de Janeiro, na condição de
poder concedente, referida sanção pecuniária estaria fundada no poder disciplinar da
Administração Pública, o qual se caracteriza por exigir que haja vínculo jurídico específico
entre a Administração e o particular. Na hipótese, o vínculo seria de índole contratual
(contrato de concessão de serviços públicos).
Ocorre que, como acima pontuado, a multa derivou de órgão estadual, e não do Estado do RJ,
como poder concedente. Em assim sendo, é de se concluir que tal penalidade teve por
fundamento o poder de polícia a cargo do aludido órgão estadual. Com efeito, desde que haja,
portanto, expressa base legal para a imposição da pena de multa, pode-se afirmar que a
conduta do Procon estadual seria escorreita.
GABARITO: C.