Você está na página 1de 36

cultura do

No 23 – maio 2021

automóvel
www. marazzi.com.br

automóveis e motocicletas lançamentos - impressões - história

O dia em que Willys


Fangio pilotou o
esportivo brasileiro Interlagos
mercedes-benz 300sl MG: a história da marca
AL
E DI TOR I
História, histórias...

Q
uando os dois lamento, a mesa do
significados da bar foi substituída pe-
palavra acima se los grupos de amigos
combinam, temos mais pela internet, que tro-
do que um simples cam informações em um
bate-papo de mesa de saudável bate-papo.
bar, sobre automóveis.
Ser apaixonado por nnn
carros não se resume
Dessa forma, esta edição
em pilotá-los ou admi- é dedicada aos amigos
rá-los, mas também do MG Club, cujas apai-
conhecê-los, o que xonantes histórias con-
inclui a sua origem. E tadas me incentivaram a
a história dos automó- recontá-las nas páginas
veis está aí para todos. da revista Cultura do
Nestes tempos de iso- Automóvel.
23
sumário
NESTA EDIÇÃO
No 23 - maio 2021

04 Pelo Mundo
O que acontece no mundo dos automóveis clássicos

06 Mercedes-Benz 300SL
Um dos automóveis esportivos mais importantes da história

10 Shelby Cobra Kirkham


A melhor réplica do Cobra já feita

14 Willys Interlagos
O dia em que o campeão mundial de Fórmula 1 pilotou o carrinho

20 Hollywood Star Cars


Em um museu na Califórnia, alguns automóveis estrelas do cinema

24 A história do MG
Como uma estratégia de vendas se transformou em marca de automóveis

28 As celebridades e seus automóveis


A fama está bastante ligada à ostentação. Aí entram os automóveis
pelo mundo
O Aston Martin Lagonda
Drophead 1954. Na
sequência de três
fotos, o Triplex
Scimitar GTS

Os carros Do príncipe
Os automóveis eram uma de suas
paixões, assim como pilotá-los
Apesar de pertencer à fazia, nos últimos
família real britânica, o tempos, apenas nas
Príncipe Philip foi mais dependências de suas
comentado, pelo menos propriedades.
ao redor do mundo, após Alguns de seus carros
a sua morte, no mês foram feitos sob
passado. Mas já era encomenda, conforme o
Acima, em um Jaguar D-Type XKSS, abaixo, um Aston Martin
sabido que uma das suas seu gosto, como é o caso
maiores paixões eram os do Aston Martin Lagonda
automóveis. Tanto é que Drophead de 1954
ele mesmo projetou o Em 1939, Philip levava
veículo que o levaria em a princesa Elizabeth em
seu funeral, no Castelo passeios com seu MG.
de Windsor, uma picape Casaram-se em 1947 e
Land Rover adaptada. ele renunciou ao seu
Ele gostava muito de cargo na Marinha
dirigir, apesar de seus 99 Britânica quando ela se
anos de idade, o que tornou rainha, em 1952.
4 Maio 2021 Cultura do Automóvel
pelo mundo
O mercedes da rainha do jazz

Essa é rainha do jazz, a México, encosto de


americana Ella Fitzgerald, cabeça para passageiros
que vendeu mais de 40 do banco de trás e pneus
milhões de álbuns e Goodyear de faixa branca.
ganhou 14 prêmios Ela tinha bom gosto sim!
Grammy. E vejam só o O custo total incluindo
seu bom gosto: em 1959, despesas de envio foi de
ela encomendou esse 35.541 marcos alemães
Mercedes-Benz 300 D ou 8.500 dólares
em um revendedor americanos. Atualizados
autorizado nos Estados para o tempo atual, cerca
Unidos. O automóvel foi de 76.000 dólares.
entregue na sua casa em A Sra. Fitzgerald usou o
Los Angeles, Califórnia, em carro durante 37 anos. Ela
9 de novembro de 1959. morreu aos 79 anos em
O Mercedes-Benz 1996. O carro foi leiloado e
300D, maior que os quem o comprou foi o
modelos A, B e C, é um colecionador alemão Rolf
carro luxuoso de quatro Meyer em 1997. Em
portas, fabricado entre seguida, Meyer o vendeu
agosto de 1957 e março para uma coleção
de 1962. Foram produ- particular na Alemanha
zidos 3.100 unidades e só em 2003. Depois, quem
65 cabriolés como esse comprou foi o Dr.
da cantora. Tinha motor Gottfried Gothe em
de seis cilindros em linha, 2006. O automóvel foi
transmissão automática posto a venda
de três marchas e atingia recentemente. Tem todos
velocidade de 160 km/h. os registros de compra e
Ella pediu a cor Blue serviços realizados pela
Grey, código DB 166, com Mercedes-Benz. Um
estofamento vermelho exemplar e tanto. (texto e
código DB 1088, direção fotos enviados por Luiz
hidráulica, rádio Becker Antônio Albuquerque).

Um aston martin para crianças


Para crianças muito especiais, bem entendido.
Foram feitos apenas cinco desse brinquedo, um
mini-Aston Martin de acionamento elétrico,
para crianças. Na foto, Ian Heggie, o filho de sete
anos do vice-diretor administrativo da Aston
Martin, faz um teste de direção de um Aston
Martin DB5, na Embaixada do Irã em Londres
em dezembro de 1966. O carrinho era chamado
de DB5 Junior e era um presente da Aston
Martin para o Xá da Pérsia, ou, o Príncipe
Herdeiro do Irã. (texto enviado por L. C. Pereira)
Cultura do Automóvel Maio 2021 5
clássicos

Mercedes-Benz 300SL
O esportivo clássico, em duas versões Texto e fotos
Gabriel Marazzi

É
difícil não gostar Em sua época - o
de um conversível. 300SL foi fabricado de
Com a capota aber- 1954 a 1963 - era ainda
ta, o vento circulando mais difícil ter esses
por todas as direções e dois carros ao mesmo
o sol batendo no rosto, tempo, já que eles
a sensação é de liber- nunca foram fabrica-
dade. Mas há situações dos simultaneamente.
em que um hard-top, Em março de 1957
ou seja, um automóvel terminava a produção
de capota de aço, é do Asa de Gaivota,
mais conveniente. Para depois de 1.400 unida-
contentar todos os gos- des fabricadas, e come-
tos, então, escolhemos çava a fabricação do
os dois. Roadster, que até 1963
Só que, quando o veí- As portas abrindo para cima era uma novidade, ne época teve uma produção
culo em questão é um total de 1.858 unida-
Mercedes-Benz 300SL, des. Pode-se dizer até
ter os dois na garagem que o roadster foi uma
pode ser considerado evolução do cupê.
um tanto difícil, prin- O Mercedes-Benz
cipalmente sabendo-se 300SL foi o automóvel
que existem apenas de série mais rápido de
sete exemplares desse seu tempo, até hoje
esportivo alemão. São considerado um prodí-
três conversíveis, ou gio quando se relacio-
Roadsters, e quatro na a potência de 240 cv
cupês, ou Asa de a 6.100 rpm com a
Gaivota, como esse velocidade que ele po-
modelo é conhecido, de atingir, 267 km/h.
devido à forma com Suas origens vêm das
que suas portas são pistas: o Mercedes-
abertas. O motor de seis cilindros em linha oferecia 240 cv de potência Benz 300SL derivou
6 Maio 2021 Cultura do Automóvel
clássicos
de um protótipo de linha, longitudinal, congênitos: um eixo do carro (bem alta,
competição, que vencia montado na dianteira e traseiro que não per- devido à estrutura es-
todas as provas na com uma inclinação de mitia mudanças brus- pacial do chassi) e de-
Europa, como a Mille 40 graus à esquerda, cas de trajetória, como pois escorregar para
Miglia, Targa Florio, para abaixar a linha do frear “dentro” da cur- dentro. Se fosse uma
Tourist Trophy e Le capô e melhorar a ae- va, por exemplo, e qua- mulher, isso, logica-
Mans. rodinâmica do carro. tro freios a tambor mente, ficava mais difí-
Não foram apenas as O sistema de injeção pouco eficientes. Essas cil. De saia, ou vestida
portas abrindo como direta, com bomba de características fizeram para a noite, era pior.
asas de uma gaivota gasolina Bosch de alta com que muitos “pilo- Isso já eliminava o
que revolucionaram a pressão, permitia que o tos” respeitassem mais automóvel dos meios
indústria e as mentali- motor desenvolvesse suas próprias limita- essencialmente sociais.
dades da época. O facilmente seus 240 cv ções que aquelas ofere- Ele era um esportivo
chassi tubular, em de potência, com o cidas pelo automóvel. mesmo. Outro senão
estrutura espacial, e a incrível torque de 32,3 Sob o aspecto estéti- era a falta dos vidros
injeção direta de gaso- kgf.m e 4.800 rpm. co, o Asa de Gaivota que abrissem normal-
lina na câmara de com- Com tamanho de- agradou muito. Mas mente: as janelas late-
bustão eram inovações sempenho, pilotar o havia o lado prático da rais só podiam ser
extraordinárias. Asa de Gaivota não era questão: entrar no retiradas. Vários casos
O motor do Mer- tarefa para qualquer carro obrigava o piloto de rejeição ao automó-
cedes-Benz 300SL é um. Isso porque ele e o passageiro a pri- vel eram causados por
um seis cilindros em tinha dois problemas meiro sentar na lateral claustrofobia!

O Mercedes-Benz 300SL Roadster pode ser considerado uma evolução do cupê Asa de Gaivota, por ter sido produzido depois
Cultura do Automóvel Maio 2021 7
clássicos mercedes-benz 300sl
O Mercedes-Benz facilitar o acesso do
300SL Roadster veio motorista, no Roadster
solucionar todos esses ganhou um aro de
problemas. As portas buzina.
agora abriam normal- Externamente, o
mente, apesar de ainda Roadster tinha uma
manterem uma boa traseira mais baixa e
altura do chão, por comprida, os faróis
causa do chassi tubular dianteiros “em pé”,
espacial. A estrutura do como ficou depois
carro teve que ser re- caracterizada a marca,
forçada também, devi- e, a partir de 1958, o
do à supressão do teto teto rígido basculante.
rígido. O eixo traseiro O 300SL, então, já
passou a ser articulado, estava ficando muito
resolvendo de vez a sua parecido com o 230SL
tendência a jogar nas que surgira em 1963 e
curvas mais fortes. E, a que fez estrondoso O interior do Mercedes-Benz 300SL não era muito sofisticado
partir de 1961, os qua- sucesso, mesmo sem
tro tambores de freio ter uma ascendência outro pela elegância e terminou o primeiro
foram substituídos por esportiva. capacidade de fornecer protótipo do 300SL,
quatro discos. O Mercedes-Benz “status”. Mas ambos, que passou a dominar
O interior do auto- 300SL estava agora principalmente, por todas as competições
móvel pouco mudou bem fácil de ser pilota- serem Mercedes-Benz. mais importantes,
com a sua transforma- do, principalmente A origem do batendo inclusive o
ção. O painel de ins- devido aos freios a Mercedes-Benz 300SL famoso Jaguar Tipo C
trumentos ganhou um disco e à nova suspen- foram mesmo as com- dos ingleses. Esse
aspecto mais america- são traseira. Mas já não petições. No fim de carro tinha motor de
nizado, já que foram os tinha o apelo esportivo 1951, a Daimler-Benz seis cilindros e três
norte-americanos os do Asa de Gaivota. Os resolveu voltar às pis- carburadores e era o
que mais influíram na dois modelos, Roadster tas, depois de algum mais rápido nas longas
aparência de todos os e Asa de Gaivota, tor- tempo afastada, e deci- retas das pistas euro-
Mercedes-Benz. naram-se clássicos. Um diu que participaria da péias.
O volante, que no por ter uma ascendên- Mille Miglia, em maio Dois anos depois, era
Asa de Gaivota tinha cia e temperamento de 1952. Apesar do apresentado em Nova
uma dobradiça para puramente esportivo, pouquíssimo tempo, Iorque um protótipo

Ficha técnica
Motor: 6 cil. em linha
mercedes-benz 300sl

Cilindrada: 2.996 cm3


DiâmxCurso: 85x88mm
Combustível: gasolina
Potência: 240 cv
Torque: 32,3 kgfm
Câmbio: manual, 4 m
Tração: traseira
Rodas: 5Jx15” (cupê)
5,5x15” (roadster)
Pneus: 6,50-R15
Compr. : 4.210 mm
Largura: 1.780 mm
Entre-eixos: 2.380 mm
Tanque: 130 litros
Peso: 1.295 kg O Asa de Gaivota oferecia desempenho e o Roadster oferecia elegância e status
8 Maio 2021 Cultura do Automóvel
mercedes-benz 300sl clássicos

O Roadster trouxe evoluções técnicas e estéticas ao modelo, como os faróis “em pé” e os freios a disco nas quatro rodas

de pré-produção do 158 kg menor que a


carro, que imediata- original, de chapa.
mente chamou atenção Era grande o número
e provocou muitos de opcionais para esse
pedidos para ser colo- carro, desde um
cado à venda. Isso comando de válvulas
aconteceu no mesmo de competição, caixa
ano, surgindo assim o de câmbio especial,
Mercedes Benz 300SL. motor com bloco de
Ironicamente, o carro alumínio e até rodas de
de série era mais cubo rápido do tipo
potente que o de corri- “Rudge”. Para o con-
da, devido à injeção forto, havia a opção de
direta de gasolina. O um jogo de malas para O cubo rápido só podia ser oferecido com os freios a tambor
peso do carro também viagens, esguicho elé-
foi fator decisivo para trico para o limpador quando ele ganhou já saíam de fábrica com
seu bom desempenho: de pára-brisa, estofa- freios a disco nas qua- o comando de válvulas
o chassi tubular de mento de couro e rádio tro rodas deixou de ter, de competição.
estrutura espacial pesa- Becker AM/FM. O como original, as rodas Esta reportagem foi
va apenas 82 kg e havia Roadster tinha também de cubo rápido (não fotografada e escrita há
a opção por uma car- todos esses opcionais e havia compatibilida- trinta anos, o que
roceria inteiramente mais a capota rígida a de). Em compensação, explica alguns números
de alumínio com peso partir de 1958, mas, todos os conversíveis aparentemente irreais.

Produção do mercedes-benz 300sl


1954 - 166 unidades
1955 - 830 unidades com carroceria de aço, 26 unidades com carroceria de alumínio
1956 - 305 unidades com carroceria de aço, 3 unidades com carroceria de alumínio
1957 - 70 unidades (últimas Asa de Gaivota), 618 unidades (primeiras Roadster)
1958 - 267 unidades
1959 - 200 unidades
1960 - 241 unidades
1961 - 256 unidades
1962 - 182 unidades
1963 - 91 unidades
1964 - 3 unidades
TOTAL - 3.258 unidades (1.400 Asa de Gaivota e 1.858 Roadster)

Cultura do Automóvel Maio 2021 9


réplica

shelby
kirkham

A
história do Shelby Cobra é bem co- Um Cobra original é muito valioso, difícil
nhecida. Para desafiar os Chevrolet de se ver pelo mundo todo, mas suas répli-
Corvette, Carrol Shelby solicitou cas estão por todos os lugares, bem feitas e,
à inglesa AC que adaptasse um de na maioria das vezes, não. Há uma réplica,
seus Ace para receber um motor Ford V8. no entanto, que, mesmo se parecendo igual
Assim nasceu o primeiro Shelby Cobra. a todas as outras, é muito especial. Trata-se
Com motores cada vez maiores, o Shelby do Kirkham, um kit importado dos Estados
Cobra fez sua fama. E daí vieram as cópias. Unidos e montado aqui mesmo no Brasil.
10 Maio 2021 Cultura do Automóvel
réplica

cobra

Quem viu um Cobra viu todos. Mas não é bem assim, esta
réplica é muito fiel ao carro original, em alguns pontos, até melhor
Texto e fotos gabriel Marazzi
Cultura do Automóvel Maio 2021 11
réplica shelby cobra kirkham

Os instrumentos são idênticos aos do Cobra original e o acabamento interno seguiu o gosto do dono
Depois de termi-
nar a montagem de
um kit nacional do
Cobra, o dono deste
Kirkham ficou mui-
to insatisfeito com
o resultado, mesmo
que tivesse se empe-
nhado nos mínimos
detalhes. O carro não
tinha as dimensões
do modelo original
e ainda por cima era
inguiável, inseguro
até. Mas uma coisa
ele conseguiu nessa
empreitada: expe-
O motor veio completo, um Ford 428 V8 com carburador Holley quadrijet
riência. Aí resolveu
importar um kit toms Fabrications, carro, incluindo mo- A empresa ame-
Kirkham dos Esta- empresa indicada tor e câmbio. Apenas ricana fabrica quase
dos Unidos, talvez pela própria Ki- os pneus não foram tudo desse carro,
o melhor de todas rkham – também de permitidos que fos- chassi tubular de
as marcas vendidas excelente qualidade e sem importados, de aço, painéis de alu-
lá, mas que fornece incrivelmente fiel ao forma que ele com- mínio, supensões de
apenas carrocerias de Cobra original, . prou aqui mesmo os alumínio, diferen-
alumínio. A opção Vieram o kit e pra- Yokohama 15x325 cial, radiador, toda
foi então por uma ticamente todos os (as rodas são Vinta- instalação elétrica, os
carroceria de fibra de componentes neces- ge Wheels de cubo bancos e o escapa-
vidro da John’s Cus- sários para montar o rápido, 15 x 9,5). mento.
12 Maio 2021 Cultura do Automóvel
shelby cobra kirkham réplica

Bancos do tipo concha e cintos de cinco pontos As rodas são Vintage Wheels de cubo rápido

A fidelidade está nos detalhes: faróis ingleses da Lucas O escapamento é feito pela própria Kirkham

O motor veio com- Os instrumentos do


pleto, montado, um painel são Smith’s,
Ford 428V8 FE com iguais aos do Cobra
cabeçote de alumínio original, inclusive
e carburador Holley com o velocímetro
850 quadrijet, aco- reverso, e o acaba-
plado a um câmbio mento interno foi
de quatro marchas. seguiu o gosto do
Depois de seis dono. Dirigir esse
meses de montagem, Shelby Cobra é um
a pintura. O carro foi prazer inenarrável,
enviado ao ateliê do mas a melhor parte
Sid Mosca e, vinte foi a montagem. O
dias mais tarde o resultado é um au-
carro estava voltando tomóvel digno de fi-
para montagem final gurar nos mais sérios
e acerto fino. Foi a desfiles de clássicos.
parte mais demorada, Por sinal, a marca
mas também a mais Kirkham já é clássica
empolgante. entre as réplicas. l A dirigibilidade do Kirkham nem se compara à das réplicas
Cultura do Automóvel Maio 2021 13
nacional

willys interlagos
O esportivo brasileiro
POR expedito marazzi
foto Gabriel Marazzi

No primeiro teste com


a novidade, nos anos 60, o
pequeno esportivo foi pilotado
pelo campeão mundial de Fórmula 1
14 Maio 2021 Cultura do Automóvel
nacional

E
u trabalhava na revista Quatro licença da francesa Alpine. Quando
Rodas, como redator técnico. fui buscar o carro no departamento
Fui levado a essa profissão de competição da Willys, em Santo
por causa da minha paixão por Amaro, quem me atendeu foi o
automóveis, especialmente os então Bino. Seu nome verdadeiro era
chamados carros esporte. Tive Christian Heins e eu o conhecia
alguns MG’s, um Jaguar, um Al- desde garoto, porque, como eu, ele
lard e alguns outros exemplares frequentava uma oficina de prepara-
curiosos, que hoje estariam em um ção de motocicletas, com sua Bown,
museu. Por isso, quando a indús- uma mini-moto de 98 cm3 que ele
tria nacional ganhou seu primeiro mesmo havia “envenenado”. Agora,
carro esporte de verdade, o Willys porém, Bino era o gerente daquele
Interlagos, eu fiquei aceso. Não via departamento de competição e um
a hora de experimentar um deles. dos melhores pilotos da época. A
Tanto “enchi” a paciência do então Berlineta estava prontinha para o
diretor da revista Quatro Rodas, teste, era cinza prata, com motor de
Mino Carta, que ele acabou pautan- 998 cm3, bem “envenenado”. Bino
do um teste com o Interlagos, me disse: “O carro é todo seu. Cui-
fabricado no Brasil pela Willys, sob dado que é bastante veloz!”.

Cultura do Automóvel Maio 2021 15


nacional willys interlagos
Que a Berlineta era Meu estado de espi- realizou. Aliás, em muito boa
veloz todo mundo já rito, naturalmente, O departamento de companhia: Wilson
sabia. Mas que era se traduziu na repor- competição da Willys, Fittipaldi, Luiz Pereira
assim tão veloz, eu tagem que escrevi e gerenciado pelo Bino, Bueno, José Carlos
confesso que ainda não que saiu publicada na fazia uma verdadeira Pace, Bird Clemente,
era do meu conheci- revista Quatro Rodas. coleção de vitórias em Chiquinho Lameirão e
mento. Assim, foi uma Havia três motores todas as pistas brasilei- outros campeões.
agradável surpresa para serem escolhidos, ras. Tanto assim que O Bird Clemente
pisar no acelerador e quando se comprava Jean Rédélé convidou se identificou de tal
sentir o carro andar um Willys Interlagos: Bino para correr nas forma com as berline-
tão bem. Aliás, o difícil o de 845 cm3, o de 904 24 Horas de Le Mans tas, dirigindo de uma
foi entrar no peque- cm3 e de 998 cm3, este e ele, naturalmente, forma tão caracteris-
no carro, coisa que último reservado para aceitou. Infelizmen- tica, aproveitando seu
somente após alguma as competições. te, um acidente tirou sobresterço (saída de
ginástica eu consegui. Quem vendeu os a vida daquele que traseira), que até hoje
O velocímetro tinha segredos da prepara- poderia ter sido um muita gente se lembra
mania de grande- ção destes carros para campeão na Fórmula do binômio Bird-Ber-
za, marcando alto. a Willys foi o fran- 1. Christian Heins lineta.
É preciso voltar um cês Jean Rédélé, que bateu com seu Alpi- O nome Berlineta
pouco à época, quan- transformava o motor- ne em um carro que significa “sedanzinho”,
do os carros nacionais zinho de quatro cilin- derrapou à sua frente, porque berlina, em
mais comuns eram o dros traseiros em uma pegando fogo. Aqui no italiano, é o termo que
Volkswagen 1.200, o “mini-usina de força”. Brasil, Luiz Antônio identifica os automó-
DKW, o Dauphine, A verdade é que eu não Greco, que era assis- veis com carroceria
o Aero-Willys etc. tive dinheiro suficien- tente do Bino, acabou sedã. Aliás, um tipo de
Todos com velocidades te para comprar uma assumindo a gerência automóvel americano,
máximas muito peque- Berlineta e o desejo de do departamento, e com a traseira caída,
nas. A verdade é que ter uma, criado depois eu fui convidado para era conhecido como
eu gamei na Berlineta. do teste, jamais se correr naquela equipe. sedanete, também uma

O Willys Interlagos teve uma carreira vitoriosa nas pistas, em especial na Equipe Willys, oficial de fábrica
16 Maio 2021 Cultura do Automóvel
willys interlagos nacional
espécie de diminutivo
carinhoso.
O Willys Interlagos No Salão do Automóvel
era oferecido ao públi-
co em três versões de de 1961, o Interlagos foi
carroceria, o cupê, o
conversível e a Berli-
a grande atração
neta. Mas esta última,
sem dúvida, foi a ver-
são de maior sucesso.
Posteriormente, os três
motores deram lugar
a um único, o motor
1093.
Mas eu me lembro
também de um cupê,
que me foi cedido já
com o novo motor,
para que eu fosse re-
ceber o Fangio, no ae-
roporto de Viracopos,
em uma das vezes em
que ele veio ao Brasil
para entregar o Prêmio
Victor aos melhores
pilotos do ano.
O prêmio Victor,
para quem não lembra,
era um troféu que a

Cultura do Automóvel Maio 2021 17


nacional willys interlagos

A produção artesanal do Willys Interlagos, sua estréia no Salão do Automóvel de 1961 e fazendo bonito nas pistas

revista Quatro Rodas lagos e veio guiando de aquela Berlineta que nunciada, mas que se
concedia aos melhores Viracopos a São Paulo, eu testei. Para come- pode corrigir facilmen-
pilotos do ano em cada seguido por cerca de çar, o carro é muito te no contra-esterço.
categoria. Tinha este 70 pilotos e seus carros baixinho, de modo que Os freios param bem
nome porque Victor de corrida brasileiros, a melhor maneira de se e, com apenas dois
significa “vitorioso” e, que eu havia convi- conseguir entrar é de lugares, o carrinho se
além disso, porque era dado para fazer uma costas, tomando cui- revela um verdadeiro
também uma home- homenagem ao único dado para não bater a esportivo. A carroçe-
nagem ao “seu” Victor pentacampeão mundial cabeça na porta. Agora ria é de fibra de vidro,
Civita, o “dono” da de Fórmula 1. Fangio, veja como o banco é com aquele cheirinho
Quatro Rodas, que guiando o cupê, comi- anatômico, procure característico. Hoje
topava tudo quanto go do lado, enxugou regulá-lo conforme a em dia, muitos carros
era loucura que eu uma lágrima e me sua altura, pois ele é são assim, mas naquela
inventasse, como esse disse: “Marazzi, nunca fixado em um trilho época ainda não eram
prêmio, que copiei do tive em toda minha longo, que permite muito comuns.
Oscar do cinema. carreira uma recepção sempre achar a melhor A verdade é que a
“Seu” Victor, aliás, tão calorosa nem tão posição. gente vai se apaixonan-
foi a único patrocina- autêntica como essa”. Não há cinto de do pelo Willys Interla-
dor na minha vida que A Willys acabou segurança: naquela gos e, quando se chega
veio me procurar, já doando aquele Inter- época, eles não eram ao destino, a vontade
que todos os outros eu lagos para o Fangio e utilizados. O ronco é de voltar ao ponto
é que tive que correr eu mais uma vez fiquei é gostoso, o volante de partida apenas para
atrás. Ele soube, certa com água na boca. esportivo é fácil de ser guiar mais um pou-
vez, que eu estava sem Quem mandou eu não segurado, o grande quinho. Fiquei muito
patrocinador e resol- ser um Fangio? conta-giros é bem vi- triste quando tive que
veu me patrocinar por Quem nunca andou sível. E o carro acelera levar o carro de volta
sua conta, mesmo eu em um Willys Inter- muito bem. Faz curvas à Willys, no mesmo
sendo seu funcionário. lagos está convidado de forma fácil e tem local onde eu havia
Fangio sentou-se ao a dar uma voltinha uma tendência de sair apanhado uma semana
volante do cupê Inter- comigo. Imaginamos de traseira bem pro- antes. l
18 Maio 2021 Cultura do Automóvel
willys interlagos nacional

O Willys Interlagos não era apenas


bonitinho, era competente. Vencia
quase tudo nas pistas

Acima e nas fotos menores, Expedito e Águia nos 500 km da Guanabara de 1968, correndo com uma Berlineta.
Abaixo, Fangio examina o motor da Berlineta, com Expedito Marazzi, Carol Figueiredo e Luiz Pereira Bueno

Cultura do Automóvel Maio 2021 19


museu

texto e fotos gabriel marazzi

20 Maio 2021 Cultura do Automóvel


museu

Veja alguns
veículos que
ficaram famosos no
cinema, em exposição

Cultura do Automóvel Maio 2021 21


museu museu petersen

Na sala do
Batman, o
Batmóvel
dos anos 80
e a Batcicleta
do seriado
dos anos 60

S
e for à Califórnia, Nas páginas anterio- “A Corrida do Século”. Da sequência de fil-
não deixe de visi- res, um lugar especial O carro que sobe-e- mes do James Bond,
tar o Peterson Au- para o Ford 1946 que desce era do Professor um Jaguar XK-R equi-
tomotive Museum, em John Travolta customi- Destino, personagem pado com uma mini-
Los Angeles. É lógico zou no filme Grease, interpretado por Jack gun M134 até chegava
que eu não preciso di- de 1978. Difícil seria Lemmon. a assustar.
zer a nenhum amante reconhecê-lo por causa
de automóveis clássicos dos enormes tailfins,
que procure os museus mas a grade dianteira é
automotivos por onde inconfundível.
viaje, mas este pode ser Na sala do Batman, o
considerado um daque- Batmóvel de 1989 até
les “imperdíveis”. destoa da Batcicleta
Estive lá pela última que o herói encapuza-
vez há quase dez anos, do usava no seriado
e o acervo pode estar dos anos 60. Trata-se
um pouco diferente de uma Yamaha YDS3
agora, mas a seção de de 1966 com side-car.
carros do cinema, ape- Ao fundo, um carro
sar de pequena, era inusitado, que certa-
bem representativa. mente encantou mole-
Veja aqui algumas das ques como eu em 1965,
“estrelas” do cinema. ao assistir no cinema O Ford 1946 ficou quase irreconhecível após a customização
22 Maio 2021 Cultura do Automóvel
museu petersen museu

Jack Lemmon era o Professor Destino em “A Corrida do Século”, de 1965. Ele dirigia essa carro estranho, o Hannibal 8

A Batcicleta era uma Yamaha YDS3 de 1966, com side-car. O Jaguar com a metralhadora foi usado para perseguir o 007

O carro foi usado


pelo vilão Zao, inter-
pretado pelo ator Rick
Yune, em “Um Novo
Dia Para Morrer”, de
2002.
Já em “Uma Corrida
de Loucos”, de 1976,
um Ferrari 365 GTS/d
Daytona Spyder era o
carro usado pelo ator
Raul Julia nessa comé-
dia na qual os “loucos”
cruzam o país atrás do
prêmio oferecido pelo
milionário que criou a
corrida clandestina
Gumball Rally.
No museu, 300 mode-
los que representam a
história do automóvel
poderão ser mostrados
em uma outra ocasião. Este Ferrari 365 GTS/4 era pilotado por Raul Julia, em “Uma Corrida de Loucos”, de 1976
Cultura do Automóvel Maio 2021 23
história

MG: uma história


de sucesso
Dos anos 20 aos 70, a
marca inglesa produziu
esportivos apaixonantes
Por gabriel marazzi

À esquerda, o MG TD, o mais popular dos


modelos daquela época. Foi produzido de 1949
até 1953. Abaixo, o criador da MG, Cecil
Kimber, com seu Old Number One, protótipo
feito para corridas baseado no primeiro
automóvel da nova marca, o 14/28 de 1924. Na
outra página, a fábrica da MG em Abingdon, UK

24 Maio 2021 Cultura do Automóvel


história

T
udo começou com O primeiro MG foi O radiador dividido, Do seu início até fins
a ideia de William vendido em 1923 e, no no entanto, detalhe que dos anos 20, a trajetó-
Richard Morris, o ano seguinte, 15 outros identifica um MG de ria da MG Motors foi
criador da Morris, de foram encomendados. longe, apareceu pela rápida. Com a depres-
alavancar as vendas de Esse modelo era mon- primeira vez no mesmo são, a primeira metade
seus carros, por meio tado sobre o chassi do ano, no 18/80 Mk I/II. dos anos 30 viu muitos
de centro de vendas e
serviços chamado de Morris Oxford Tourer Esses primeiros MG MG, grandes e peque-
Morris Garages. E foi e ficou conhecido por eram de quatro lugares nos, do tipo D ao tipo
o gerente do negócio, Super Sports 14/28. e usavam o chassi do P, incluindo o SA de
Cecil Kimber, que ou- Assim, em 1924, come- Morris Oxford. O pri- seis cilindros, mas foi o
sou trocar a carroceria çou a saga MG. meiro MG pequeno, TA de 1936 que mar-
de alguns carros por ou- O 14/28 MG ainda com chassi e motor do cou a história. O pri-
tras mais leves e espor- não tinha o símbolo oc- Morris Minor, foi o meiro MG com freios
tivas, que ele mesmo togonal no radiador, que M-Type Midget, de hidráulicos tinha ainda
havia projetado. Cecil apareceu pela primeira dois lugares, acessível o mais espaço no cockpit
chamou sua criação de vez só nos anúncios. A suficiente para iniciar que os modelos maio-
Morris Garages e usou moldura do radiador uma história de sucesso res. O TB Midget de
as iniciais MG apenas
para simplificar. Ainda do 14/28 era arredon- que duraria décadas. O 1939, que tinha ainda
não havia a intenção de dada e o primeiro MG Midget custava apenas mais espaço interno,
transformar o nome em a ter o logotipo foi o 185 libras e tinha um foi o último sob os aus-
marca de automóveis. 4/40 Mk IV de 1928. excelente desempenho. pícios de Cecil Kimber.
Cultura do Automóvel Maio 2021 25
história a história do mg

O MG TA foi produzido de 1936 a 1939 O MG TB de 1939 foi o último modelo pré-guerra

O MG TC de 1945 era basicamente o mesmo TC pré-guerra O MG B de 1962 foi produzido até o final dos anos 70

O mg nos dias de hoje


A MG parou de fazer carros bacanas em 1979 e parou definitivamente de fazer carros em 2005. A chinesa SAIC comprou a
marca e a reativou, lançando seus dois primeiros modelos em 2011. Eram dois sedãs comuns, parecidos com qualquer japonês
da época, mas que tinham um detalhe especial: o logotipo octogonal da MG.
Nesse mesmo ano fui convidado para experimentar os carros em uma pista. Achei até que eram bons carros, mas nem de
longe traziam consigo qualquer resquício do que já havia sido a MG. A marca continuou na China, mas não vingou por aqui.
O grande pecado dessa revitalização da marca foi não ter mantido a produção na Inglaterra, como fizeram os atuais
proprietários de marcas inglesas icônicas, como Jaguar, Land Rover, Mini ou Aston Martin. (G.M.)

26 Maio 2021 Cultura do Automóvel


a história do mg história
Ao fim do conflito, a Também um pouco
MG precisava retomar tardio, em 1955 veio o
a produção sem Cecil, MG A, compensando a
que havia falecido em demora com um visual
1945 em um acidente bem esportivo, assim
ferroviário mas estava como o desempenho.
fora da empresa desde Uma versão do MG A,
1941. Sem um novo de 1.600 cm3 e duplo
projeto, o TB foi revis- comando no cabeçote,
to e se tornou o TC, de 1958, agitou as pis-
com poucas alterações. tas de corrida, mas,
Dois anos depois, o YA devido ao excesso de
saloon se tornou o MG ruido e de consumo de
da família. Sua versão óleo, não emplacou no
aberta era o YT de uso normal. Um pro-
1947, uma evolução do tótipo com esse motor,
VA de 1937, também reduzido a 1.500 cm3,
conhecido como Tourer. superou os 394 km/h
NOTA DO REDATOR: foi com em Utah, pilotado por
esse carro que meu pai, Stirling Moss.
Expedito Marazzi, estreou O MG ZA Magnette de 1953 era um sedã com muita agilidade O MG A foi produ-
em Interlagos, em 1955 zido até 1962, substi-
(história contada na edi- tuído pelo MB B, bem
ção anterior da revista mais moderno, visual e
Cultura do Automóvel). mecanicamente. Uma
O novo Midget veio belíssima versão cupê,
apenas em 1949, com o MG B GT de 1965,
muita evolução. O MG era mais pesado porém
TD, provavelmente o mais veloz, devido à
modelo mais popular melhor aerodinâmica.
desse período, adotava, Um MG C chegou a
do Tourer, a suspensão ser produzido, era um
dianteira independente MG B com motor de
e a direção por crema- três litros, mas que saiu
lheira. A BMC, no de linha antes mesmo
entanto, a empresa que do MG B, que durou
havia assumido o con- até 1975. Em 1973,
O MG A, de linhas modernas, foi lançado em 1955. Este é um 1958
trole da marca (British uma versão com motor
Motor Corporation), Rover, o MG B GT V8,
demorou para atualizar foi destinada ao mer-
o modelo, que come- cado norte-americano.
çou a declinar em ven- O ano de 1979 foi o
das. Apenas em 1953 é fim dos MG roadsters
que chegou seu suces- e derivados, pois a par-
sor, o MG TF Midget. tir daí vieram os carros
Essa demora custou “normais”, típicos dos
caro para a MG. O TF insossos anos 80. Nos
não foi bem recebido, anos 90 ainda surgiram
porque, apesar da evo- uns roadstes, mas sem
lução em relação ao TD, o apelo dos clássicos
já não tinha o visual de antecessores. Em 2005,
modernidade da con- a fábrica fechou e a
corrência Em compen- produção acabou. A
sação, o sedã Magnete, volta foi em 2008,
ZA, do mesmo ano, fez absorvida pela chinesa
grande sucesso. O MG TF de 1953 não foi bem aceito, por manter o estilo antigo Shaic Motor. l
Cultura do Automóvel Maio 2021 27
gente

Celebridades
O que as pessoas famosas geralmente têm em comum? Gostam
da fama e das coisas boas que a fama lhes proporciona. E de carros

Você
consegue
reconhecer
todas essas
celebridades?

28 Maio 2021 Cultura do Automóvel


gente

Cultura do Automóvel Maio 2021 29


gente

30
30Maio
Maio2021
2021Cultura
Culturado
doAutomóvel
Automóvel
gente

Cultura do Automóvel Maio 2021 31


gente

32 Maio 2021 Cultura do Automóvel


gente

Cultura
Cultura do
do Automóvel
Automóvel Maio
Maio 2021
2021 33
33
Mantenha o seu automóvel em dia

Na Bialbero Car Service


você encontra produtos e
serviços para manutenção
e solução automotiva
efetiva, além da realização
de projetos especiais.
O ponto de encontro entre
entusiastas e quem ape-
nas necessita estar em dia
com a manutenção de seu
veículo.

Saiba quem são as celebridades: l Clint Eastwood com Ferrari


l George Maharis e Martin Milner
l Janis Joplin com Porsche 356 (Rota 66) com Chevrolet Corvette
l Jack Nicholson com Fusca l Rainha Elizabeth
l James Dean com Porsche 550 Spyder l Clark Grable com Duesemberg
l Roberto Carlos com Jaguar E-Type cupê 1935
l Steve McQueen com Jaguar E-Type roadster l Frank Sinatra com Dual Ghia 1957
l Família Buscapé l Michelle and John Phillips (The
l Pelé e Mercedes-Benz Mamas And The Papas) com Jaguar
l Errol Flyn com Packard E-Type
l Tony Curtis com Mercedes-Benz 300SL l Stan Laurel e Oliver Hardy com
l Sophia Loren com Jaguar E-Type roadster Ford T
l Jean Harlow com Jaguar XK 120 l Roberto Carlos com protótipo
l Catherine Deneuve e Françoise Dorléac com MGA Avalone
l Freddy Gwynne com Fusca
l The Jacksons com Jaguar E-Type l Fidel Castro com Alfa Romeo
l The Monkees com MGA Giulia
l Jean Paul Belmondo com Austin Healey l Marx Brothers com pedal-cars
l Pelé com Aero Willys l Fred Gwynne e Al Lewis na drag
l Steve McQueen com Porsche 356 roadster track
l George Maharis e Martin Milner com Corvette l Lucille Ball com Betty Grable
l Al Lewis e Butch Patrick com motor V8 l Jimmi Hendrix com buggie
l Marcelo Mastroianni com Mercedes-Benz l Sean Connery com Porsche 356
l Muhammed Ali com Cadillac Eldorado 1957 l Sophia Loren com Mercedes-Benz
l Henry Ford com Quadriciclo 300SL
l Alfred Hitchcock com go-kart l Cary Grant com BMW-Isetta
l Sammy Davis Jr. com Singer l Clint Eastwood com Jaguar XK 150
l Pelé com Mercedes-Benz l Dolly Parton com Cadillac
l Don Adams e Edward Platt com Sunbeam Tiger l Peter Falk com Peugeot 403 Cabrio-
l Carolyn Jones com Lincoln Model L 1925 let 1960
34 Maio 2021 Cultura do Automóvel
Cultura do Automóvel Maio 2021 35
MG Club do Brasil
Desde 1983, proporcionando aos O lugar perfeito para curtir seu hobby
seus associados momentos de de carros clássicos em movimento!
incrível diversão em seus memorá-
veis Rallys. Venha conversar com
aficionados como você, coleciona- Mais informações:
dores inveterados de MGs, Jaguars, www.mgcbr.com.br
Triumphs, Porsches, Alfa Romeos, Tel/WhatsApp: 11 942986196
Mercedes, Mustangs, BMWs, muscle Facebook.com/mgclubdobrasil
cars, japoneses e clássicos nacionais! Instagram.com/MGCBr/

Você também pode gostar