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Ética e Legislação

Profissional
Material Teórico
Ética no Mercado de Trabalho Atual

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Dr. Samuel Dereste Dos Santos
Prof. Dr. Silvio Pinto Ferreira Junior

Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Ética no Mercado de Trabalho Atual

• A Ética do Consumo;
• A Ética do Trabalho;
• Ética Profissional e Mercado De Trabalho;
• A Ética Capitalista do Trabalho;
• A Ética Empresarial;
• Virtudes Profissionais.

OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Discutir os conceitos de Ética no Mercado de Trabalho;
• Discutir a importância da Ética nas relações Empresariais;
• Discutir o impacto da Ética no exercício profissional e seu papel social.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Ética no Mercado de Trabalho Atual

A Ética do Consumo
O consumo apresenta-se como uma das características mais determinantes na
Sociedade atual, sendo, inclusive, caracterizada como “Sociedade de consumo” ou
“Sociedade do espetáculo”.

Tal Sociedade implica o surgimento de valores próprios do consumo, que repre-


sentam um rompimento com valores construídos ao longo da consolidação e do
desenvolvimento da Sociedade, abordando aspectos como o coletivismo, a coope-
ração e o espírito comunitário (EFING; SOARES, 2016).

Figura 1 – A moeda da dinastia ptolemaica representa Arsínoe II, que era irmã e mulher de Ptolomeu II.
A moeda indica a relação de consumo que sempre permeou as relações humanas
Fonte: Wikimedia Commons

O filósofo Aristóteles já afirmava que tudo que o homem precisava para ter uma
vida confortável já havia sido descoberto ou inventado e, estando realizado mate-
rialmente, restaria somente dedicar-se à elevação do espírito.

Entretanto, Aristóteles apontava, também, para


o momento em que o homem sentiria uma insatis- Será que haveria alguma
forma de o homem não
fação absoluta assim que tivesse conquistado todos desejar consumir?
os bens materiais que desejasse.

A Academia tem dado a devida importância ao tema do consumismo, demons-


trando as implicações desse comportamento em nossa Sociedade.

Pode-se definir consumismo como o consumo pelo prazer de consumir, o qual


assume aspecto patológico quando se torna compulsivo. Tal comportamento ter-
mina por instigar o consumo além do necessário (superconsumo) e um estilo de
vida pouco preocupado com as consequências ambientais desse consumo (EFING;
SOARES, 2016).

A Ética do Consumo pode ser dividida em duas correntes: crítica e liberal.

A tradição crítica remete aos estudos da Sociedade consumista a partir dos


autores da Teoria da Cultura de Massa, como Horkheimer, Adorno, Marcuse e
Galbraith. Nessa Teoria, entende-se que o indivíduo tem sua vontade compelida

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pelo Sistema Produtivo, que determina suas prioridades de consumo, assim como
gera necessidades fúteis.

A tradição liberal, por sua vez, reflete a “exaltação do consumo como exercício
autêntico da autonomia pessoal por parte de certas ‘éticas do capitalismo’”. Nele, a
autonomia do indivíduo é soberana, e sua decisão (individual) de consumo determi-
nará o sistema produtivo, que se subjuga a essa vontade (EFING; SOARES, 2016).

Uma discussão muito arraigada no contexto do consumo é o papel do consumi-


dor x objeto consumido.

Alguns autores fazem provocações no sentido de colocar o consumidor como


“herói ou idiota”.

Dessas provocações se pode depreender que o consumidor é o herói, superando


até mesmo o conceito de cidadão, pois além de direitos e deveres constitucionais,
sua renda determinará os bens e fornecedores que figurarão no mercado, mas por
outro lado, alguns podem entender o consumidor como uma peça manipulável
dentro de um Sistema Produtivo, que passa ao consumidor o falso entendimento
de que ele está fazendo suas escolhas, quando, na realidade, tais ações estão sendo
indiretamente decididas por esse Sistema.

Figura 2 – Consumidor x Produtos – Será que necessitamos de tudo o que consumimos?


Fonte: Adaptado de Getty Images

Apesar de o consumo significar, em certos contextos, melhorias, ele pode gerar


consequências indiretas, como poluição e perda da qualidade de vida (o que os
economistas denominam externalidades negativas de dados do sistema produtivo),
assim como disfunções no próprio individuo consumidor, como consumismo, en-
dividamento, angústia e insatisfação, ou seja, a promessa de bem-estar e felicidade
proporcionada pelo consumo não está cumprida (EFING; SOARES, 2016).

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Figura 3 – Figura que ilustra uma metáfora entre o consumismo exagerado e o consumo do dia a dia.
Até que ponto o nosso Planeta suportará a extração de recursos de forma desordenada?
Fonte: funverde.org.br

Diversos autores explanam que o consumo não vai implicar, necessariamente,


aumento de felicidade. Nesse entendimento, cabe destacar os conceitos de felicida-
de objetiva e felicidade subjetiva.
A felicidade objetiva corresponde a abordagens psicológicas passíveis de serem
observadas, apuradas e medidas em condições de acesso a bens de consumo, e
seus reflexos em estatísticas sociais, ambientais e econômicas, tais como o nível de
renda e a expectativa de vida, entre outros.
Já a felicidade subjetiva recorre à avaliação dos indivíduos com relação à felici-
dade ou à satisfação com a vida, em que se observa a presença das dimensões cog-
nitivas e emocionais no seu processo de julgamento, envolvendo, principalmente, a
figura do outro e do meio social no qual se insere.

A Ética do Trabalho
A palavra trabalho deriva do latim tripalium, que era o nome de um instrumento
formado por três paus aguçados, com o qual os agricultores batiam o trigo, as es-
pigas de milho, o linho, para rasgá-los e desfiá-los.
Na maioria dos dicionários, contudo, encontra-se a palavra tripalium relaciona-
da a um instrumento de tortura. O fato é que esse termo está, geralmente, ligado à
ideia de tortura e sofrimento, algo obrigatório e nada prazeroso.

Figura 4 – Trabalhadores das mais diversas profissões, cada um desempenhando seu papel,
para que as pessoas possam usufruir de serviços e bens e se sustentar de maneira digna
Fonte: Getty Images

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O trabalho, de forma simplificada, pode ser entendido como a disposição da
energia física e mental humana para uma determinada atividade útil.

O homem, assim, coloca-se a serviço do trabalho e é capaz de modificar a pró-


pria natureza.

Já a profissão é o nome que se dá ao trabalho exercido de forma qualificada,


mediante preparo técnico-científico específico para determinada atividade.

A atividade de um Médico ou de um Engenheiro, por exemplo, é uma profissão,


pois exigiu dele a capacitação técnica para exercê-la.

Na Linguagem Bíblica, a ideia de trabalho também está ligada à ideia de sofrimento


e de punição: “Ganharás o seu pão com o suor de seu rosto” (Gênese).
Assim, é por um esforço doloroso que o homem sobrevive na natureza. Os gregos
consideravam o trabalho a expressão da miséria do homem; os latinos opunham o
otium (lazer, atividade intelectual) ao vil negotium (trabalho, negócio).

Há séculos, desde que surgiu a propriedade privada e os meios de produção


(terra, ferramentas, matéria-prima, máquinas etc.), a prática dominante nas rela-
ções de trabalho ocidentais foi o escravismo, ou seja, o emprego de trabalho for-
çado existiu no desenvolvimento da Agricultura, da Pecuária, na Extração Mineral
e no Comércio.

Na Grécia antiga, o trabalho era algo reservado apenas aos escravos, pois o
homem deveria ter tempo livre para poder filosofar e buscar novos conhecimentos.

Esse argumento foi utilizando durante muito tempo, como justificativa ética para
a escravidão.

Escravos na Grécia antiga. Era muito comum que os mais abastados tivessem escravos para
Explor

realizar suas tarefas: http://bit.ly/2ZsxMFC

A decadência do Império Romano culminou na ascensão do período denomi-


nado Idade Média, cujas relações de produção na Europa Ocidental evoluíram do
escravismo puro para o servilismo, ou seja, da sujeição do indivíduo mais fraco ao
trabalho, passando para o servo prisioneiro da terra e trabalhador explorado, que
produzia com suas próprias mãos quase tudo que necessitava.

Nesse período, a partir de meados do século XII, a Igreja Católica pregava a


adoração a Deus e defendia o desapego das riquezas terrenas.

Para a Igreja manter seu poder, ela condenava o trabalho como forma de enrique-
cimento, pois ele deveria ser visto apenas como meio de subsistência, de disciplina
do corpo e de purificação da mente. Assim, o trabalho servia como instrumento de
dominação social e de condenação a qualquer rebeldia contra a ordem estabelecida.

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UNIDADE Ética no Mercado de Trabalho Atual

Era para o homem se dedicar às funções consideradas nobres, como a política,


a caça, a guerra, o sacerdócio e o exercício do poder que se valorizava o ócio entre
as classes senhoriais, assim como ocorrera na Grécia antiga.

A ociosidade não era sinônimo de preguiça, mas de


abstenção das atividades manuais. Essa ordem feudal, Perceba como o
conceito de trabalho
fundada na subsistência e na servidão, juntamente com
foi sendo desenhado
o desenvolvimento do comércio e das atividades manu- desde o início da
fatureiras, é que dará origem à base de uma nova estru- Humanidade.
tura social: a Sociedade capitalista.

O surgimento de um Mercado consumidor não só conviverá por algum tem-


po com antigas formas de servidão, como fará renascer a escravidão: o trabalho
compulsório de africanos nas colônias das Américas é um fato. Para as elites que
criaram esse novo Sistema (o Capitalista), o trabalho livre assalariado passava a ser
o ideal para estimular o consumo.

A essência do modelo capitalista está na separação do capital e do trabalho.

Essa separação criou dois tipos de homens livres: o trabalhador livre assala-
riado, que vive exclusivamente de seu trabalho, ou seja, da venda de sua força de
trabalho, e o burguês, ou capitalista, proprietário dos meios de produção.

Em relação aos modelos anteriores de Sociedade, o que aparecia de novo ao se


conceder a liberdade para todos os indivíduos seria o estabelecimento de direitos e
deveres por meio de um Contrato Social.

Dessa forma, ficam definidos os compromissos de ambas as partes – Estado e


Sociedade – para garantir um desenvolvimento político e econômico com base na
produção e no consumo, desenhando a sociedade atual, que virá a ser conhecida
como Sociedade moderna.

Ética Profissional e Mercado De Trabalho


Ocorrem sérios problemas quando o ser humano coloca em primeiro lugar seus
próprios interesses. Por conta disso, a consciência de grupo e de Ética Empresarial tem
surgido e ocupado espaço importante dentro das grandes Organizações corporativas,
e grande parte delas vem desenvolvendo o seu próprio Código de Conduta Ética.

Às vezes, a conduta do ser humano pode tender ao egoísmo, mas, para o bem
dos interesses de uma classe, de toda uma Sociedade, é preciso que se acomode
às normas, porque elas devem estar apoiadas em princípios de virtude. Como as
atitudes virtuosas podem garantir o bem comum, a Ética tem sido o caminho justo
e adequado para o benefício geral.

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Sendo assim, algumas virtudes profissionais passaram a ser extremamente ob-
servadas e valorizadas dentro do Quadro Funcional de uma Empresa, como vere-
mos a seguir.

A Ética Capitalista do Trabalho


Se antes a riqueza era vista como pecado, agora não é mais, passando a ser vista
como um estado relacionado à vontade de Deus.

Max Weber, em seu livro Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, diz que
essa necessidade de acumulação de riquezas ultrapassou os limites do bom senso
comercial e passou a ser um fim em si mesma, uma concepção de vida, um ethos.

Segundo o autor, o homem é dominado pela produção do dinheiro, pela aquisi-


ção encarada como finalidade última de sua vida. A aquisição econômica não mais
está subordinada ao homem como meio de satisfazer as suas necessidades mate-
riais. Esta inversão do que poderíamos chamar de relação natural, tão irracional
de um ponto de vista ingênuo, é evidentemente um princípio orientador do capita-
lismo, tão seguramente quanto ela é estranha a todos os povos fora da influência
capitalista. Mas, ao mesmo tempo, ela expressa um tipo de sentimento que está
inteiramente ligado a certas ideias religiosas.

Entre as classes mais abastadas, a ociosidade passou a ser sinônimo de negação


de Deus.

A fé era demonstrada pela submissão ao trabalho incessante e produtivo e, a


partir do momento em que a produção se torna mecanizada, o trabalho é glorifica-
do como a essência da Sociedade capitalista.

Não se concebe mais a possibilidade de existir uma ordem social fora da ética
do trabalho produtivo.

A Ética Empresarial
A Ética Empresarial tem sido discutida por diversos autores no sentido de norte-
ar a conduta moral de uma Empresa, seja ela pública ou privada.

Uma Empresa que tem ética em seus processos é aquela que consegue motivar
seus colaboradores a se comportarem de modo ético e colaborativo no ambiente
de trabalho.

Muitos problemas de origem ética podem ser evitados por meio da habilidade das
pessoas na consideração dos interesses de todos os envolvidos nas ações e decisões.

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UNIDADE Ética no Mercado de Trabalho Atual

Para que haja harmonia entre os colaboradores e todo o aparato que sustenta
uma Empresa, deve-se seguir uma conduta ética e fomentar uma Sociedade mais
unida em busca de bens comuns a todos, com olhos em seu papel social (SAR-
MENTO et al, 2014).

A Ética Empresarial pode ser definida como o


comportamento da Empresa quando age em confor- A Ética Empresarial é hoje
considerada valor agre-
midade com os princípios morais e as regras éticas gado das Organizações
aceitas pela coletividade, ou seja, um conjunto de cos- e Corporações.
tumes que leva um determinado grupo de pessoas a
agirem em conformidade com aquele organismo vivo, minimizado naquele determi-
nado local, considerando que o ser ético, para um local, poderá não ser para outro.

A Ética Empresarial refere-se à conduta ética das Empresas, ou seja, é a forma


moralmente correta como as Empresas interagem com o seu meio envolvente,
buscando equilíbrio entre as partes envolvidas por meio de condutas que busquem
sempre o bem comum.

A Empresa pode ser considerada ética quando cumpre, de forma clara e trans-
parente, todos os seus compromissos, deveres e ações, em todos os âmbitos pos-
síveis, seja entre colaboradores, fornecedores, clientes, seja na Sociedade na qual
está inserida (SARMENTO et al, 2014).

Vantagens da Ética Empresarial


Apesar de a ética e de a competitividade serem vistas como heterogêneas, elas
estão diretamente relacionadas.

Apesar de poucas Empresas possuírem Códigos de Conduta, a ética passou a


ser um fator de competitividade, por isso é crescente a preocupação com a adoção
de padrões éticos, sendo, atualmente, uma condição necessária para a sobrevivên-
cia da Sociedade como um todo, e não apenas uma questão de conveniência.

Grande parte dos Códigos de Ética abordam assuntos como conduta dos em-
pregados, comunidade e meio ambiente, acionistas, consumidores, fornecedores e
prestadores de serviços, atividade política e tecnologia.

Para alcançar os devidos objetivos, os Códigos de Ética devem ser cuidadosa-


mente adaptados à cultura da Empresa, levando-se em conta todas as suas caracte-
rísticas (SARMENTO et al., 2014).

A credibilidade de uma Instituição se reflete na prática efetiva de valores éticos,


como integridade, honestidade, transparência, qualidade do produto, eficiência do
serviço e respeito ao consumidor, entre outros.

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Quando se fala em Empresa ética, quer-se dizer que tanto as pessoas que nela
trabalham quanto os valores eleitos pelos fundadores são éticos e que todos os seus
colaboradores, desde o nível mais baixo até o mais alto, zelam pela conduta ética, e
procuram sempre exercer a liberdade com responsabilidade no seu relacionamento
interno e externo.

A ética, nesse sentido, ganha atualmente grande valor, pois alguns consumidores
estão fazendo suas escolhas em função justamente da conduta ética das Organizações.

Dessa forma, mais do que um documento norteador das ações institucionais, o


Código ganha o valor de marca, posicionando a Empresa dentro de sua concorrên-
cia (SARMENTO et al., 2014).

Virtudes Profissionais
Os deveres que cabem a cada profissional devem ser cumpridos da melhor ma-
neira possível. Tais deveres, que são obrigatórios, deverão levar em conta os talen-
tos e as qualidades pessoais, para que o trabalho possa ser desenvolvido da melhor
forma possível.

As qualidades profissionais poderão ser adquiridas por meio de esforço e de boa


vontade, o que aumenta o mérito do profissional que, no decorrer de sua atividade,
consegue incorporá-las à sua personalidade, procurando vivenciá-las ao lado dos
deveres profissionais.

Podem ser consideradas virtudes fundamentais do ambiente Empresarial e do


Mercado de Trabalho a lealdade, a responsabilidade e a iniciativa. Tais itens são
imprescindíveis para a formação de recursos humanos, sendo que um profissional
que almeja uma carreira de sucesso pode depender dessas virtudes.

Assim, vejamos.

Manter-se empregado pode depender do senso de responsabilidade. Numa Em-


presa, um indivíduo sem responsabilidade não poderá demonstrar lealdade e nem
espírito de iniciativa.
O responsável pelos resultados de uma determinada Equipe terá maior probabili-
dade de agir de maneira mais favorável aos interesses da equipe e de seus clientes,
dentro e fora da Organização.
Sentir-se responsável e ser reconhecido como tal, fortalece a autoestima de todas
as pessoas.
Essas pessoas percebem um sentido na vida, alcançam metas e se beneficiam com
isso, tendo mais oportunidades de trabalho, de promoção e de melhores salários, e
podem assumir trabalhos que demandam maior comprometimento.

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A lealdade de um funcionário faz com que ele fique contente quando a Organização
ou seu Departamento são bem-sucedidos.
Ele defende a Organização, toma medidas concretas quando a Empresa é ameaçada,
tem orgulho de fazer parte da Organização, fala positivamente sobre ela e a defende
de críticas.
Lealdade não quer dizer obediência. Ser leal significa fazer críticas construtivas, agir
com a convicção de que seu comportamento vai promover os legítimos interesses da
Organização, mas também pode significar a recusa em fazer algo que não se con-
sidera correto ou que se pensa que poderá prejudicar a Organização ou a Equipe de
funcionários.

As virtudes da responsabilidade e da lealdade são completadas pela iniciativa


capaz de colocá-las em movimento.

Ter iniciativa ou fazer algo de interesse da Organização significa, ao mesmo tempo,


demonstrar lealdade, bem como assumir responsabilidade por essa atitude.

Há, também, outras qualidades que podem ser consideradas importantes no


exercício de uma profissão, como, por exemplo:

Tabela 1
Honestidade Ser honesto é atrair para si a confiança do outro, sendo verdadeiro.
Uma informação sigilosa é aquela que é confiada a alguém, cuja preservação da discrição
Sigilo
é obrigatória.
Competência é o exercício do conhecimento, de forma adequada e persistente a um trabalho ou a
Competência
uma profissão.
Prudência Precisão e cuidado na execução de um trabalho
Coragem A coragem nos ajuda a reagir às críticas, a não ter medo de defender a verdade e a justiça.
Perseverança Capacidade do profissional de prosseguir em seu trabalho, sem se entregar a decepções ou mágoas.
Compreensão Qualidade que facilita a aproximação e o diálogo, imprescindível no relacionamento profissional.
Capacidade de reconhecer suas limitações e de buscar a colaboração de outros profissionais mais
Humildade
capazes e experientes.
Destina-se a se contrapor aos preconceitos, a defender os verdadeiros valores sociais e éticos,
Imparcialidade
assumindo, principalmente, uma posição justa nas situações que terá de enfrentar.
Diante dos desafios que encontrará, o profissional precisa e deve acreditar na capacidade de
Otimismo
realização, no poder do desenvolvimento, enfrentando os desafios com energia e bom humor.
Fonte: ALENCASTRO, 1997

Obviamente, existem outras virtudes que não foram citadas, porém aqui foram
apresentadas as principais.

Valorize-as, dissemine-as e as coloque em prática. Precisamos de uma Socieda-


de que valorize os princípios e as virtudes, pois assim teremos uma vida digna e
deixaremos um bom legado para as próximas gerações.

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Vídeos
Leandro Karnal fala sobre Ética em Ambientes Profissionais
A herança deixada pela escravidão nas relações de trabalho no Brasil, assédio moral
e sexual, hierarquia e respeito ao espaço do outro – Esses foram alguns dos assuntos
abordados pelo professor e historiador Leandro Karnal em entrevista à Revista TST.
https://youtu.be/pEXhGE7Fd6s
Declaração Universal dos Direitos
Ética no exercício profissional e Mercado de Trabalho, com o professor Eduardo
Fransozo Cardozo, e participação de Universitários que trazem suas dúvidas. A direção
é de Hilda Ciglioni, Walter Ciglioni e a apresentação é do professor Leopoldo Luis
Lima Oliveira.
https://youtu.be/hB-51JhIf-U
Opinião Livre – Ética, Gentileza e Cordialidade
Neste programa, Silvia Vinhas conversa com o filósofo e escritor Mario Sergio Cortella,
que fala sobre a importância das pequenas atitudes no dia a dia e dos princípios
básicos, como: Ética, gentileza e cordialidade.
https://youtu.be/GtcClwpYIOY

Leitura
A Ética e o Mercado: O Que Está em Jogo?
ARAÚJO, G. A.; GOMES, J. S. A ética e o mercado: o que está em jogo? Revista de
Administração de Empresas
https://bit.ly/2kp9qcG

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Referências
ALENCASTRO, M. A Importância da Ética na Formação de Recursos Hu-
manos. São Paulo. Registrado na Fundação Biblioteca Nacional sob n. 197.147
livro:339 fl:306. Artigo publicado em 1997.

ARANHA, M. L. A.; MARTINS, M. H. P. Filosofando: Introdução à Filosofia.


2.ed. São Paulo: Moderna, 1993.

EFING, A. C.; SOARES, A. A. C. Ética do Consumo, Consumo Consciente e Fe-


licidade. Revista do Direito UNISC, n. 48, 2016. Disponível em: <https://online.
unisc.br/seer/index.php/direito/index>.

PESSANHA, J. A. M. Vida e obra de Aristóteles: Tópicos dos argumentos sofís-


ticos. São Paulo: Nova Cultural, 1987.

SARMENTO, E. B. et al. Ética Empresarial: Estudo de Caso em uma Empresa de


Segurança Privada. 2014. Disponível em: <http://www.convibra.com.br/upload/
paper/2014/40/2014_40_10164.pdf>. Acesso em: 2 jul. 2019.

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