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UNIVERSIDADE JOSÉ DO ROSÁRIO VELLANO – UNIFENAS

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

GÉSSICA MARA PEREIRA

OSTEOPATIA HIPERTRÓFICA

Alfenas – MG

2019
INTRODUÇÃO
A osteopatia hipertrófica (OH) é uma desordem paraneoplásica caracterizada por
neoformação óssea periosteal geralmente associada a neoplasias primárias ou
metástases pulmonares (Witherset al.,2015), sendo descrita com maior frequência em
humanos e cães (Hoffmannet al.,2017; Salgado&Villegas,2015; Witherset al.,2015), e
raramente descrita em gatos (Ettinger&Feldman,2004; Salgado&Villegas, 2015).
A média de idade dos animais acometidos é de nove anos de idade e qualquer
raça pode ser acometida (Fossum,2014). Contudo,as raças de grande porte são as mais
relatadas (Witherset al.,2015).
Sua fisiopatogenia não está completamente elucidada, porém é relacionada com
aumento do fluxo sanguíneo nas extremidades (Ettinger&Feldman,2004; Hoffmannet
al.,2017). Uma hipótese é que as neoplasias liberam substâncias vasoativas na
circulação que favorecem anastomoses arteriovenosas locais,resultando em sangue mal
oxigenado no local e comprometendo a microcirculação, causando hipóxia tecidual e
proliferação periosteal de osso neoformado (Bernardiet al.,2013;
Salgado&Villegas,2015; Witherset al.,2015). Outra hipótese está relacionada com a
presença de lesões pulmonares, que cursem com interrupção da circulação
pulmonar,seja por má formação congênita ou presença de nódulos pulmonares
(primários ou metastáticos),ocorre a liberação de megacariócitos que podem atingir a
circulação sistêmica e nos capilares são ativados e secretam fator de crescimento
derivado de plaquetas e fator de crescimento endotelial (VEGF),que induzem o
crescimento mesenquimal local. Além disso, o VEGF estimula a angiogênese,que tem
papel fundamental na osteogênese (Callemeynet al.,2016; Silveiraet al.,2000).

TRATAMENTO
Não há tratamento específico para a OH. Na OH se a injúria primária pode ser
tratada ou removida, as lesões de hiperostose geralmente desaparecem espontaneamente
(BECKER; PERRY; WATSON, 1999).
A regressão total ou parcial das lesões periosteais da OH, foi relatada após a
realização de procedimentos cirúrgicos, tais como pneumonectomia ou lobectomia
pulmonar para remoção de massas tumorais ou corpo estranho em brônquios
(CAYWOOD et al., 1985). Segundo Fossum (2005) devem ser administrados
corticoides, analgésicos, antibióticos e vitamina C. Porém não há comprovação eficaz
na abreviação do ciclo da doença. Os antiinflamatórios esteroidais diminuem a migração
leucocitária, inibem a síntese e liberação de pirógenos endógenos. Nos ossos, os
corticosteroides aumentam a reabsorção óssea, bem como a competência dos
osteoclastos, diminuindo a atividade regeneradora da matriz óssea pelos osteoclastos,
além de antagonizarem a vitamina D, diminuindo a absorção de cálcio pelo organismo
(ANDRADE; JERICÓ, 1996).

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