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DATA: 28/10/2021

TURMA: 10° PERÍODO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DO FORO DA


COMARCA DO MUNICÍPIO DE ALFA

CARLOS, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da cedula de


identidade n°:, inscrito no CPF/UF sob n°:, residente e domiciliado na (ENDEREÇO),
cidadão inscrito na Justiça Eleitoral com o Título de Eleitor n°:, vem respeitosamente à
presença de Vossa Excelência, por meio do seu advogado, com escritório profissional
na (ENDEREÇO), com fundamento no artigo. 5°, LXXIII /da Constituição da República
Federativa do Brasil de 1988 c/c o artigo da Lei n°: 4.717/1965, com aplicação
subsidiária do CPC, propor AÇÃO POPULAR COM PEDIDO DE LIMINAR em face do
Sr. PREFEITO do Município Alfa, responsável pela expedição do ato, bem como o
SECRETÁRIO do meio ambiente que, em procedimento administrativo formal,
aquiesceu expressamente com a construção e instalação do outdoor em área de
proteção ambiental. Figurará ainda no polo passivo o MUNICÍPIO ALFA, pessoa
jurídica de direito público interno inscrita no CNPJ n°:. pelos fundamentos de fato e de
direito a seguir aduzidos:

I – DOS FATOS

Diante da matéria jornalística amplamente divulgada, consta que o prefeito do


Município Alfa do Estado Beta está sendo acusado pela impressa de cometer atos de
negligência contra a saúde pública, diante do ato de deixar de investir em
determinações constitucionais na saúde, como os investimentos médico-hospitalares
situados na devida região.

Logo, o mesmo para se autopromover contrariando princípios norteadores como


o da impessoalidade prevista no artigo. 37, caput da CRFB/1988. Elabora a estratégia
de obter autorização expressa do atual Secretário Municipal do Meio Ambiente, através
de aprovação mediante procedimento administrativo formalmente instaurado, realizado
com base às custas do erário municipal, dando providência a instalação de um painel
gigantesco de publicidade (outdoor) na encosta de um dos morros do território
municipal, sendo expressamente vedado pela legislação ambiental federal. Consta
como publicidade estampada no outdoor, as ações e investimentos realizadas pela
prefeitura, na área da saúde durante a atual gestão municipal.

Após conclusão das obras, alguns ambientalistas filiados a uma Organização


não Governamental (ONG) de proteção ao meio ambiente comparecem ao devido
local, diante das análises, detectam que existe consequências prejudiciais, quanto a
iluminação utilizada durante o período noturno, trazendo danos à biodiversidade, de
forma que a sobrevivência das espécies notívagas (na biologia, um notívago, noctívago
ou, ainda, animal noturno, descreve o comportamento observado em alguns animais
que dormem pelo dia e tornam-se ativos durante a noite) presentes estariam
ameaçados diante de suas características biológicas. Portanto, chegam a conclusão de
que a iluminação constate durante o período noturno poderia trazer nocividade
irreversível aos animais.

II – DO DIREITO
 
II.1 – DA JUSTIFICATIVA DA COMPETÊNCIA

De acordo com a legislação brasileira, a competência decorre de acordo com o


artigo. 5° da Lei n°: 4.717/1965 (conforme a origem do ato impugnado, é competente
para conhecer da ação, processá-la e julgá-la o juiz que, de acordo com a organização
judiciária de cada Estado, o for para as causas que interessem à União, ao Distrito
Federal, ao Estado ou ao Município), a competência é definida pela origem do ato
lesivo.

No caso, a origem do ato lesivo é estadual, o que justifica que a presente ação
seja ajuizada perante a Justiça Estadual, nos termos do artigo. 5° da Lei n°:
4.717/1965.

II.2 – DA JUSTIFICATIVA DA LEGITIMIDADE DAS PARTES

DA LEGITIMIDADE ATIVA:

De acordo com a Constituição Federal e o artigo. 1° e 3° da Lei n°:4.717/1965 (a


prova da cidadania, para ingressar em juízo, será feita com o título eleitoral, ou com
documento que a ele corresponda), o legitimado ativo para propor ação popular é o
cidadão, ou seja, nacional que esteja no pleno gozo dos direitos políticos.

No caso em tela, o autor da presente ação preenche o requisito subjetivo de ser


cidadão, pois possui o Título de Eleitor (documento em anexo), está em dia com as
suas obrigações eleitorais (documento em anexo) e não está numa situação de
privação dos seus direitos políticos (documento em anexo).

DA LEGITIMIDADE PASSIVA:

De acordo com a Constituição Federal e o artigo. 1° e 3° da Lei n°:4.717/1965,


os legitimados passivos são as pessoas que dão causa ao dano, abrangendo a pessoa
jurídica em nome de quem foi praticado o aro lesivo, os funcionários ou
administradores que autorizaram, aprovaram, ratificaram, ou praticaram os atos ilegais
e lesivos, e os beneficiários do ato impugnado.

No caso em tela, o PREFEITO do Município Alfa, responsável pela expedição do


ato, bem como o SECRETÁRIO do meio ambiente que, em procedimento
administrativo formal, aquiesceu expressamente com a construção e instalação
do outdoor em área de proteção ambiental. Figurará ainda no polo passivo o
MUNICÍPIO ALFA. Responsáveis pelo ato lesivo ao obter autorização expressa do
atual Secretário Municipal do Meio Ambiente, através de aprovação mediante
procedimento administrativo formalmente instaurado, realizado com base às custas do
erário municipal, dando providência a instalação de um painel gigantesco de
publicidade (outdoor) na encosta de um dos morros do território municipal, sendo
expressamente vedado pela legislação ambiental federal. Consta como publicidade
estampada no outdoor, as ações e investimentos realizadas pela prefeitura, na área da
saúde durante a atual gestão municipal. Trazendo consequências prejudiciais, quanto a
iluminação utilizada durante o período noturno, trazendo danos à biodiversidade, de
forma que a sobrevivência das espécies notívagas.

II.3 - DO MÉRITO:

Portanto, o ato é nulo por ser ilegal, conforme a contrariedade presente na


legislação federal vigente, onde foi praticado em nítido desvio de finalidade para
obtenção de vantagem pessoal, além de que, o pretexto de informar a população sobre
supostos gastos com a saúde pública, o prefeito se valeu de ato lesivo ao meio
ambiente –  afrontando o Art. 225 da CRFB/88 – e ofensivo aos princípios da
moralidade e da impessoalidade que regem a Administração Pública, nos termos do
Art. 37, caput, da CRFB/88, para obter promoção pessoal:

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,


bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida,
impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e
preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder


público:

VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que


coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de
espécies ou submetam os animais a crueldade.

§ 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente


sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e
administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos
causados.

Presentes os requisitos legais, como os riscos de danos irreversíveis à


biodiversidade em decorrência da iluminação inapropriada - periculum in mora – e
fundamento relevante – fumus boni iuris, fica caracterizado e cabível o pedido liminar
de desativação da iluminação e/ou remoção do outdoor, na forma do Art. 5º, § 4º, da
Lei Federal nº 4.717/65.

Diante da ocorrência do ato ilegal/imoral e lesivo, deve ocorrer sua invalidação e


consequente condenação pelos prejuízos causados ao patrimônio público.

III - DO PEDIDO:

Diante do exposto, requer-se:

1) deferimento de medida liminar para desativação da iluminação e/ou remoção


do outdoor, nos termos do Art. 5º, § 4º, da Lei Federal nº 4.717/65

2) intimação do representante do Ministério Público Estadual, nos termos do artigo.


7° da Lei n°:

3) a citação do réu, para, querendo, contestar a presente ação, no prazo de 20


(vinte) dias, sob pena de aplicação dos efeitos da revelia, nos termos do artigo.
7° da Lei Federal nº 4.717/65;

4) Decretação de nulidade do ato que autorizou a instalação do outdoor, por conter


vícios de ilegalidade e de desvio de finalidade, conforme alíneas ‘c’ e ‘e’ do Art.
2º da Lei Federal nº 4.717/65;

5) Ressarcimento financeiro ao erário e reparação dos danos ambientais causados.

6) juntada de documentos anexos;

7) condenação a parte ré ao pagamento de honorários advocatícios, custas e


despesas processuais e demais consectários legais.

V – DAS PROVAS:

O autor, pretende provar o alegado por todos os meios de provas em Direito


admitidos.
VI – DO VALOR DA CAUSA:

Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais) para efeitos procedimentais.

Termos em que, pede deferimento.

Local... e data...

Advogado

OAB N°:

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