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O CÁLCULO DIFERENCIAL E A FÍSICA NO COMPORTAMENTO

DE UM OBJETO EM MOVIMENTO RETILÍNEO UNIFORME

ANTONIO, Geovani; Engenharia Elétrica ¹


BRUINSMA, Janaine; Engenharia Civil ²

Unijuí – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul

1. INTRODUÇÃO
No nosso dia a dia, é muito comum nos depararmos com variáveis que apresentam
constantes alterações ao longo do tempo. Um exemplo prático disso são as variáveis tempo
(t) e distância (d). Esse fato nos despertou o interesse em descobrir como uma propriedade
varia de acordo com a outra. E, ainda, como expressamos essa variação.
Para isso, tomamos o exemplo de um objeto qualquer ao longo de um eixo horizontal
que se encontra em movimento retilíneo uniforme, para que, então através do cálculo
diferencial e a derivada possamos calcular a velocidade, aceleração e a distância do objeto
em um determinado tempo de trajetória. Unindo a física e seus princípios de movimentos
juntamente com o cálculo diferencial que nos permite calcular grandezas como a velocidade
e aceleração.
O objetivo do estudo do comportamento do objeto consiste em mostrar as pessoas
que a física e o cálculo estão presentes no movimento de um objeto, a física, por si denota
o movimento do objeto, sua posição em um determinado tempo, e diz que a aceleração
média do objeto se dá pela razão da variação da velocidade em função da variação do tempo,
a física nos diz também que a aceleração instantânea do objeto é a segunda derivada
da função posição do objeto, e nos diz que a velocidade instantânea é a primeira
derivada da função posição do objeto, por outro lado o cálculo diferencial nos permite
calcular justamente essas variações de velocidade e aceleração utilizando a derivada.

2. CAMINHOS METODOLÓGICOS
Foi unindo a física ao cálculo diferencial que estudaremos o comportamento de um
volante com eixos cônicos em movimento retilíneo uniformemente variado (MRUV). A
física por sua vez tem finalidade de observar o comportamento do objeto ao longo de um
trilho de alumínio medindo 100cm de comprimento, para isso tomamos conhecimento em
alguns aspectos que relacionam a física com o objeto, como por exemplo: a posição do
objeto no eixo e o seu deslocamento escalar. O móvel ocupa inicialmente uma determinada
posição, chamada de “posição inicial do móvel”.
Esta posição pode ser positiva (quando o móvel está à direita da origem), negativa
(quando o móvel está à esquerda da origem), ou nula (quando o móvel está na origem) e em
um determinado intervalo de tempo o corpo sofre uma variação de posição a qual chama-se
deslocamento escalar. Já o cálculo diferencial nos permite que de fato estudamos o
comportamento do volante em qualquer posição que o mesmo se encontra ao longo dos 100
cm de comprimento do trilho de alumínio. O cálculo vai nos permitir por exemplo calcular
a velocidade média, velocidade instantânea, aceleração média e aceleração instantânea do
volante.
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
3.1 Procedimento experimental
Nesta atividade sobre MRUA utilizaremos um trilho de alumínio de 100 cm de
comprimento, uma roda com eixos cônicos (volante), o cronômetro do celular (no modo
parcial) e um taco de madeira, conforme mostra a figura 1.

Figura 1: Trilho de alumínio.

Figura 2: Volante em movimento, O volante passando pela posição, nesse momento com o auxílio de um
cronometro (no modo parcial) de um celular foi feita a medida do tempo.

Para cada tabela a seguir tomaremos diferentes posições do taco de madeira, para o
estudo do volante.
A) Situação 1: A posição do trilho está indicada na figura 3

Figura 3: Primeira posição do taco de madeira no trilho.

Tabela 1 - Posições em função do tempo (1)


Posição Tempo
(cm) (s)

S0= 0 T0=0

S1=10 T1=02,56

S2=20 T2=03,7

S3=30 T3=04,62

S4=40 T4=05,56

S5=50 T5=06,08

S6=60 T6=06,65

S7=70 T7=07,32

S8=80 T8=07,79

S9=90 T9=08,28

S10=100 T10=08,68
GRÁFICO DA TABELA 1.
10
8,68
9 8,28
y= -0,0004x2 +0,11x + 1,6152 7,79
8 7,32
R² = 0,9978 6,65
7 6,08
5,56
6
Tempo

4,62
seg

5
3,7
4
2,56
3
2
1
0
0 20 40 60 80 100 120
Distância
cm

B) Situação 2: A posição do trilho está indicada na figura 4

Figura 4: Segunda posição do taco de madeira no trilho.


Tabela 2 - Posições em função do tempo (2)
Posição Tempo
(m) (s)

S0= 0 T0=0

S1=10 T1=03,40

S2=20 T2=05,00

S3=30 T3=06,35

S4=40 T4=07,41

S5=50 T5=08,41

S6=60 T6=09,23

S7=70 T7=09,91

S8=80 T8=10,79

S9=90 T9=11,45

S10=100 T10=12,12

GRÁFICO DA TABELA 2.
14
y = -0,0005x2 + 0,1503x + 2,132 12,12
11,45
12 R² = 0,998 10,79
9,91
10 9,23
8,41
Tempo
seg

7,41
8
6,35
6 5

3,4
4

0
0 20 40 60 80 100 120
Distância
cm
C) Situação 3: A posição do trilho está indicada na figura 5.

Figura 5: Terceira posição do taco de madeira no trilho.

Tabela 3: Posições em função do tempo (3)


Posição Tempo
(m) (s)

S0= 0 T0=0

S1=10 T1=05,61

S2=20 T2=08,14

S3=30 T3=10,27

S4=40 T4=12,02

S5=50 T5=13,54

S6=60 T6=15,00

S7=70 T7=16,13

S8=80 T8=17,40

S9=90 T9=18,47

S10=100 T10=19,66
GRÁFICO TABELA 3.
25

y = -0,0008x2 + 0,2398x + 3,564 19,66


20 R² = 0,9983 18,47
17,4
16,13
15
15 13,54
12,02
Tempo
seg

10,27
10 8,14
5,61
5

0
0 20 40 60 80 100 120
Distância
cm

Determinando a Velocidade Média.


O movimento do volante foi representado pela tabela que relaciona suas posições e
os instantes de tempo e também pelo gráfico posição x tempo.
Como já foi tido anteriormente a velocidade escalar média é definida como a razão
entre o deslocamento do corpo e o intervalo de tempo decorrido no deslocamento:
X X f  X i
Vm  
t t f  ti

Na figura a seguir, um exemplo de como calcular a velocidade média.

Δ
t t
Assim:
1-Marcamos no gráfico, os pontos correspondentes ao ti e tf.
2-A seguir traçamos um segmento de reta secante unindo os pontos marcados.
3-Construimos um triângulo retângulo tendo esse segmento de secante como
hipotenusa, cateto oposto o deslocamento ΔS e o cateto adjacente o intervalo de tempo
Δt.
4-O módulo da velocidade média entre os instantes considerados é dado pelo
cociente de ΔS por Δt.
5- Tomando um dos gráficos construídos, determine a velocidade média entre os
seguintes intervalos de tempos.
∆𝑆𝐴 𝑆1 − 𝑆0
𝑣𝐴 =
̅̅̅ = =
∆𝑡𝐴 𝑡1 − 𝑡0

∆𝑆𝐸 𝑆5 − 𝑆4
𝑣𝐸 =
̅̅̅ = =
∆𝑡𝐸 𝑡5 − 𝑡4

∆𝑆𝐼 𝑆9 − 𝑆8
𝑣̅𝐼 = = =
∆𝑡𝐼 𝑡9 − 𝑡8

∆𝑆𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑆10 − 𝑆0
𝑣𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 =
̅̅̅̅̅̅̅ = =
∆𝑡𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑡10 − 𝑡0

Determinando a Velocidade Instantânea.


O conceito de velocidade instantânea está associado a um instante de tempo,
naquele instante. Observamos a figura a seguir.
X

V
(
t
1

No gráfico da posição pelo tempo, por exemplo, desejamos saber qual é a


velocidade instantânea do móvel no instante (t1), que corresponde ao ponto P na figura.
E escrevemos V(t1) para o módulo dessa velocidade instantânea nesse ponto.
Assim, para calcular o módulo da velocidade instantânea no instante de tempo t1
podemos seguir os seguintes passos:
• Assinalamos, no gráfico, o ponto P, que corresponde ao instante de tempo t1
considerado.
• Traçamos um segmento de reta tangente ao gráfico passando pelo ponto P.
• Construímos um triângulo retângulo, como o triângulo ABC, tendo esse
segmento de reta tangente como hipotenusa. Os catetos são tomados paralelamente aos
eixos.
• Estabelecemos, pela observação direta do desenho, o valor de ∆S, o
comprimento do segmento BC, e o valor de ∆t, o comprimento do segmento AC.
• Calculamos o cociente de ∆S por ∆t e o resultado é v(t1), o módulo da velocidade
instantânea no instante de tempo considerado. Os lados do triângulo podem ter quaisquer
dimensões, desde que o triângulo resultante seja retângulo e a hipotenusa seja tangente
ao gráfico. Contudo, como o módulo da velocidade instantânea é calculado pelo cociente
das dimensões dos catetos e como essas dimensões são medidas com uma régua, para
minimizar os erros associados a esse processo de medida, é conveniente que esses lados
não sejam muito pequenos.
• Tomando um dos gráficos construídos, determine a velocidade instantânea para:
v(t1); v(t2); v(t7) e v(t9).

Determinando a aceleração média.


Como já foi dito anteriormente a aceleração média é definida como a razão entre
a variação da velocidade do corpo e o intervalo de tempo decorrido essa variação:
V V f  Vi
am  
t t f  ti

No gráfico da velocidade x tempo, vamos calcular a aceleração média entre dois


instantes de tempo quaisquer. Assim:
1 – Marque no gráfico, os pontos correspondentes ao ti e tf.
2 – A seguir trace um segmento de reta secante unindo os pontos marcados.
3 – Desse modo foi construído um triângulo retângulo tendo esse segmento de
secante como hipotenusa, cateto oposto a variação da velocidade ΔV e o cateto adjacente
o intervalo de tempo Δt.
4 – O módulo da aceleração média entre os instantes considerados é dado pelo
cociente de ΔS por Δt. Calcule a aceleração média para o intervalo de tempo considerado.

Determinando a aceleração instantânea.


O conceito de aceleração instantânea está associado a variação de velocidade em
um instante de tempo.
Para calcular o módulo da aceleração instantânea num instante de tempo t1
podemos seguir os seguintes passos:
- Assinale, no gráfico da velocidade x tempo, um ponto P, que corresponde ao
instante de tempo t1 considerado.
- Traçe um segmento de reta tangente ao gráfico passando pelo ponto P.
- Calcule a inclinação desse segmento reta tangente em relação ao eixo horizontal
(∆t) lembrando que:

Cateto oposto
tgα =
Cateto adjacente
A inclinação da reta tangente calculada por você é o valor da aceleração
instantânea naquele instante.

Cateto
oposto
α

Cateto
adjacente
Cálculo diferencial

Situação 1
Função: y = -0,0004 x² + 0,11x + 1,6152
Derivada: y’= -0,0008 x + 0,11
Segunda derivada: y’’= -0,0008

Situação 2
Função: y = -0,0005 x² + 0,1503x + 2,132
Derivada: y’ = -0,001 x + 0,1503
Segunda derivada: y’’ = -0,001

Situação 3
Função: y = -0,0008 x² + 0,2398 x + 3,564
Derivada: y’ = -0,0016 x + 0,2398
Segunda derivada: y’’= -0,0016

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