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SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo

18º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo


3 a 6 de Novembro de 2020
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Análise do discurso autorreferencial do jornal O Liberal


sobre transformações tecnológicas e processos
jornalísticos

Giovanna Figueiredo de Abreu1


Universidade da Amazônia (UNAMA)

Maíra Evangelista de Sousa2


Universidade da Amazônia (UNAMA)

Resumo: Este artigo tem como objetivo analisar o discurso do jornal O Liberal sobre as
transformações tecnológicas que impactam nos processos jornalísticos da organização noticiosa.
De abordagem qualitativa, esta investigação se fundamenta em elementos da análise do discurso
da linha francesa (BENETTI, 2008, 2010; ORLANDI, 1988, 1996, 2005 e PECHÊUX, 1978,
1988). O corpus é constituído por 10 matérias - voltadas para assuntos sobre processos
jornalísticos e tecnologia – da Edição Especial em comemoração aos 73 anos do periódico.

Palavras-chave: Discurso; Análise do discurso; Jornalismo; Discurso institucional; O


Liberal.

1
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Linguagens e Cultura (PPGCLC) da
Universidade da Amazônia (UNAMA). Graduada em Jornalismo pela Universidade da Amazônia
(UNAMA). É membro do Grupo de Pesquisa “Ubiquidade da Comunicação - UBICOM” (UNAMA). E-
mail: giovannamfigueiredo@gmail.com
2
Docente do Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Linguagens e Cultura (PPGCLC) e dos
cursos de Comunicação Social da Universidade da Amazônia (UNAMA). Pós-doutoranda do Programa
de Pós-Graduação Comunicação, Cultura e Amazônia da Universidade Federal do Pará
(PPGCOM/UFPA). Doutora em Comunicação e Informação pela Universidade Federal do Rio Grande do
Sul (PPGCOM/UFRGS). É coordenadora do Grupo de Pesquisa “Ubiquidade da Comunicação -
UBICOM” (UNAMA) e membro dos Grupos de Pesquisa "Inovação e Convergência na Comunicação" -
InovaCom (UFPA/CNPq) e "Laboratório de Edição, Cultura & Design - LEAD" (UFRGS/CNPq). E-
mail: maira.evangelistadesousa@gmail.com

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1. Introdução
Os usos e as apropriações de mídias sociais e tecnologias digitais nos
processos jornalísticos transformam os modos de produção de sentidos dos discursos de
veículos noticiosos tradicionais, como o jornal impresso (RIBEIRO, 2020). Até então, o
status de uma organização jornalística estava relacionado à construção de um discurso –
próprio – que a tratava como superior, detentora da verdade e definidora da realidade
(BRITTOS; GASTALDO, 2006). Entretanto, essa realidade vem se transformando,
especialmente, a partir da popularização de plataformas digitais de comunicação, como
as mídias sociais (BRAMBILLA, 2013). Diante desse cenário, há um aumento
gradativo do discurso autorreferencial, que é quando os veículos noticiosos tradicionais
fazem referência “a si próprios”, como estratégia para garantir o reconhecimento por
parte da sociedade, enquanto mediadores da informação (RIBEIRO, 2010).
Com o objetivo de analisar o discurso do jornal O Liberal sobre as
transformações tecnológicas que impactam nos processos jornalísticos da instituição,
essa pesquisa se fundamenta em elementos da análise do discurso da linha francesa,
proposta por Pechêux (1978, 1988) e discutida no Brasil, dentre outros autores, por
Orlandi (1988, 1996, 2005) e por Benetti - que enfoca no Jornalismo (2008 e 2010).
Para tanto, faremos uso, metodologicamente, de uma abordagem do tipo qualitativa da
Análise do Discurso, com fundamentação no modelo apresentado por Benetti (2010).
A análise será realizada a partir da seleção de dez matérias publicadas na Edição
Especial Nº 36.282, de 23 e 24 de novembro de 2019, em comemoração aos 73 anos do
jornal O Liberal. O periódico tem sede em Belém (PA), região Norte do Brasil.

2. Discurso e jornalismo
Para produzir uma análise do discurso, se torna indispensável entender o que é o
discurso em si, por isso, apresentamos definições basilares e complementares do
conceito. O discurso é onde se pode observar a relação entre linguagem e ideologia,
sendo que esta última é entendida como o imaginário em que estão inseridas as relações
sociais (ORLANDI, 1996). Ele pode ser definido também como efeito e produtor de
sentido entre locutores (ORLANDI, 2005). Assim, até mesmo o silêncio pode ser
considerado uma forma de discurso (BENETTI; JACKS, 2001).
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Diante dos dois conceitos relacionados – linguagem e ideologia, Orlandi (2005,


p. 10) explica que “a linguagem é materializada na ideologia e a ideologia se manifesta
na linguagem”. Isso significa que o discurso não é necessariamente a língua, apesar de
que por meio dela um discurso pode ser fabricado, provocando a construção de
significados, de efeitos e da dimensão simbólica dos fatos (BENETTI; JACKS, 2001;
CHARADEAU, 2012).
O discurso é sempre vinculado a um contexto social dos sujeitos e ancorado em
formações ideológicas (MAINGUENEAU, 2000). Nesse sentido, deve-se lembrar que,
para Orlandi (2006), em todas as manifestações da linguagem, a interpretação se faz
presente: os pensamentos do público derivam de modos de ver o mundo, da bagagem
adquirida de conhecimentos, consciência ou noções de conduta.
Sobre o discurso em relação com o público, deve-se compreender ainda, a partir
de Charaudeau (2010), que todas as relações sociais são marcadas por relações de
influência. Para que o sujeito, nesse estudo representado pelo objeto empírico jornal
impresso O Liberal, atraia o público e adquira mais credibilidade, ele faz uso de
estratégias discursivas: o modo de estabelecimento de contato e relação com o outro; a
construção da imagem do sujeito falante - seu ethos; a maneira de afetar ou seduzir o
outro - o pathos - e os modos de organização do discurso, a fim de descrever e explicar
o mundo, de acordo com os princípios da veracidade - o logos (CHARAUDEAU,
2010).
Nesse artigo, utilizaremos, especialmente, os conceitos de ethos e pathos, pois se
relacionam diretamente à pesquisa. De um lado, a construção para si mesmo de uma
imagem – ethos – que pode garantir o reconhecimento social, seja porque é credível,
confiável ou promove empatia; e do outro lado, há a utilização de estratégias discursivas
que façam uso de sentimentos ou de provocações para atrair e envolver o público - o
pathos. (CHARAUDEAU, 2010).
Outro aspecto importante a se destacar é que as retóricas narrativas são mais
indicadas para seduzir o interlocutor e estimular o imaginário, sem a imposição ou a
persuasão característica das retóricas argumentativas (CHARAUDEAU (2010).
Ressaltamos ainda que todo discurso é norteado pelo que se imagina sobre o outro. A
possibilidade da troca de papéis entre quem enuncia e quem interpreta é condição para

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que haja discurso, mesmo que não seja efetiva ou concreta, mas é necessário que a troca
de lugar possa ser imaginada (BENETTI, 2008).
Diante da introdução sobre as noções do que é um discurso e os principais
aspectos a serem discutidos, nos debruçaremos no discurso institucional do jornalismo
para compreender o objeto empírico a ser analisado. Nesse sentido, Benetti e Hagen
(2010) afirmam:
Orienta-se pelo interesse público, e não pelo interesse privado dos
veículos; é capaz de identificar a relevância e a irrelevância dos fatos;
narra o que importa saber sobre o presente social; faz uso das fontes
mais aptas e confiáveis; conhece as necessidades e os interesses do
leitor. São basicamente essas crenças que permitem ao jornalismo
estabelecer, no contrato de comunicação, suas finalidades. É também
no horizonte dessas crenças que se pode compreender “quem diz”
(BENETTI; HAGEN, 2010, p.125).

Assim, a maneira como uma organização noticiosa é percebida pela opinião


pública depende de suas estratégias discursivas, as quais determinam os efeitos de
sentido, seja por meio dos critérios de seleção e relevância, das decisões no processo
produtivo ou dos efeitos de sentido que buscam influenciar o outro (COELHO;
GODOY, 2010).
Nesse sentido, o jornalismo pode ser considerado um discurso e, por isso, segundo
Benetti (2008), as influências no discurso de uma organização podem perpassar por
exterioridades sociais, políticas, econômicas, estruturais, hierárquicas e temporais que
afetam as escolhas dos profissionais, ou seja, sempre estão inseridas dentro de um
contexto social (MAINGUENEAU, 2000). O sujeito, que nesse artigo pode ser
considerado os jornalistas do veículo estudado, possuem um poder de enunciação
relativo, ou seja, obedece a regras externas e anteriores. O profissional possui o dizer,
que não tem, necessariamente, origem nele (ORLANDI, 1988).
O jornalismo, enquanto instituição social que tem o papel de mediar
acontecimentos, necessita, segundo Benetti e Gadret (2017), de um acordo tácito entre
quem produz e o usuário, que seria o contrato de comunicação (CHARAUDEAU, 2006,
p. 68), o qual é definido como “o necessário reconhecimento recíproco das restrições da
situação pelos parceiros da troca linguageira nos leva a dizer que eles estão ligados por
uma espécie de acordo prévio sobre os dados desse quadro de referência”. Esse contrato
possui dados externos - levam em conta “quem diz e para quem”, “para quê se diz”, “o

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que se diz” e “em que condições se diz” e internos - referem-se a “como se diz”. Sendo
que a condição de finalidade (“para quê se diz”) norteia as demais.
A renovação contínua desse contrato é realizada por conteúdos autorreferenciais,
nos quais jornalistas constroem significados sobre sua função social, seus valores e suas
rotinas produtivas (BENETTI; GADRET, 2017). Segundo as autoras, esses conteúdos
autorreferenciais produzem representações sobre o enunciador que são efeitos de
verdade.
Charaudeau (2012) diferencia valor de verdade (ser verdadeiro) e efeito de
verdade (acreditar ser verdadeiro). O segundo valor, que surge da subjetividade do
sujeito, pode ser associado ao jornalismo e se estrutura sobre uma crença construída,
baseada na convicção. Nesse sentido, se faz necessário convencer o interlocutor, além
de que a narrativa corresponde à “verdade”, mas que possui credibilidade e que o
veículo de comunicação possui o “direito à palavra” validado. Assim, os discursos
institucionais da organização jornalística possuem uma intenção peculiar
(PALMERSTON, 2011).
A instituição jornalística conquistou legitimidade social para produzir uma
reconstrução discursiva do mundo baseada em valores como seriedade, credibilidade e
fidelidade do relato (BENETTI, 2008). O jornalismo, então, segundo a autora, se tornou
uma prática autorizada a narrar a realidade. Desse modo, a produção de conteúdos
autorreferenciais se faz importante para a renovação contínua do contrato de
comunicação.
Um dos aspectos relacionados a essa afirmação é o ethos prévio do jornalismo,
isto é, a imagem que já existe sobre o locutor, ou seja, um conjunto de representações
anteriores do coenunciador sobre o enunciador (MAINGUENEAU, 2014). “O ethos é
fundamentalmente um processo interativo de influência sobre o outro”
(MAINGUENEAU, 2014, p. 17). Nesse sentido, dificilmente, segundo Benetti (2008),
um usuário se insere em uma cena discursiva sem algum conhecimento ou expectativa
sobre o orador, por isso, a importância de um ethos prévio. Para Maingueneau (2008, p.
99), “o universo de sentido propiciado pelo discurso impõe-se tanto pelo ethos como
pelas ideias que transmite”, que seriam os sentidos produzidos pelo discurso. Assim,
diante desses conceitos, a análise do discurso possibilitará debater como o discurso

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institucional jornalístico de O Liberal constrói representações de si diante de


transformações tecnológicas que impactam em seu processo de produção, circulação e
consumo.

3. Análise do Discurso
Considerada um campo extenso de investigação, a Análise do Discurso tem
origem e aplicação em diferentes disciplinas do conhecimento, por isso, é intitulada
como um instrumento teórico e metodológico interdisciplinar (COELHO; GODOY,
2010), a qual permite a compreensão dos discursos de diferentes atores.
É uma teoria complexa e pode se consolidar como um caminho a ser percorrido
na busca do entendimento das questões do campo jornalístico, inclusive pelo fato de não
haver jornalismo sem aquilo que compreendemos como sendo “exterior”: os fatos, as
relações de poder, os contextos sociais, as decisões políticas, os interesses econômicos,
as crenças religiosas, as concepções estéticas, dentre outros fatores. Tudo o que os
profissionais acreditam deixar “fora” do discurso, na verdade o constitui (ORLANDI,
2005).
É importante observar que a Análise do Discurso não se debruça,
especificamente, sobre um objeto propriamente dito, mas sobre o processo discursivo
em que ele está inserido, a fim de compreender o seu modo de significar. Por isso, não
pode ser constituída apenas pela Linguística, mas sim pela relação entre essa com as
Ciências Sociais, de modo que não sejam apenas a aplicação de uma sobre a outra, mas
uma possibilidade de gerar conhecimento (ORLANDI, 2005).
No “terreno da linguagem, a luta de classes é uma luta pelo sentido das palavras,
expressões e frases” (PÊCHEUX, 1978, p. 266), o que envolve processos de reprodução
ideológica, por isso, a teoria da Análise do Discurso (PÊCHEUX, 1988) destaca o papel
da ideologia, que engloba o sentido e a constituição do sujeito nesse contexto. Assim,
segundo Orlandi (1988, p. 10), o sujeito é retirado do centro do poder para “integrá-lo
no funcionamento dos enunciados, dos textos, cujas condições de possibilidades são
sistematicamente articuladas sobre formações ideológicas”.
Nesse contexto do sujeito, “ por evidenciar a relação entre o indivíduo
enunciador, enquanto produtor de discursos, e seu contexto sócio-histórico cultural, ou

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seja, o seu locus de produção do discurso, a Análise do Discurso permite compreender


em profundidade a realidade social” (CARRIERI et al., 2008, p. 2). Deste modo, a
interpretação não se resume ao que é dito ou explicitado, mas, sobretudo, à ideologia
por trás dos discursos a ser percebida pelas entrelinhas.
Assim, utilizar a Análise do Discurso, enquanto técnica, “é potencialmente útil
nas análises de processos ou fenômenos sociais que fogem à compreensão das técnicas
tradicionais de pesquisa” (CARRIERI et al., 2008, p. 2), pois permite a apreensão de
diversas formas de produção do discurso e diferentes relações com as estruturas
materiais e sociais que as elaboram, a fim de compreender o discurso e buscar
explicações sobre como ele produz sentidos.
Essa pesquisa, de abordagem do tipo qualitativa, utiliza a Análise do Discurso
enquanto técnica metodológica, fundamentada no modelo de Benetti (2010), com base
na linha francesa de análise. Por ser considerada importante para dois tipos de estudo no
jornalismo: mapeamento das vozes e identificação dos sentidos (BENETTI, 2010), a
Análise do Discurso se encaixou no objetivo desse artigo ao abordar o estudo dos
sentidos (produção e efeito). Assim, adaptamos o modelo da Análise do Discurso,
proposto por Benetti (2007), para se firmar como base metodológica para o
desenvolvimento deste estudo.
A autora sugere três movimentos de interpretação para a análise do corpus da
pesquisa: a) identificação dos núcleos de sentidos presentes nos discursos jornalísticos
autorreferenciais do jornal em estudo; b) observação de como se constrói a cena de
enunciação desses discursos e identificação da imagem que o jornal constrói de si
(ethos); c) análise do reconhecimento do contrato de comunicação proposto pelo
discurso (do jornal em questão).

4. Análise do discurso autorreferencial do jornal O Liberal


De caráter qualitativo, esta pesquisa utiliza a Análise do Discurso, enquanto
técnica metodológica, fundamentada no modelo de Benetti (2010) - com bases na linha
francesa de análise. O corpus deste artigo é constituído por dez matérias da Edição
Especial Nº 36.282, de 23 e 24 de novembro de 2019, em comemoração aos 73 anos do
jornal O Liberal. O periódico resgatou em sua capa a reprodução da página do dia 15 de

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novembro de 1946, quando o jornal circulou pela primeira vez e trouxe – dentre outras
coisas – uma série de reportagens sobre as transformações tecnológicas ocorridas no
veículo jornalístico.
Para analisar o discurso do jornal O Liberal sobre as transformações
tecnológicas que impactam nos processos jornalísticos da instituição serão examinadas
as seguintes matérias:

 Confiabilidade: tradição e modernidade (p. 64).


 Grupo Liberal anuncia novidades (p. 53).
 Mais inovação: Grupo Liberal terá estúdio para os novos conteúdos (p. 69).
 Mais podcasts e nova grade de programação (p. 70).
 Papel do jornalismo: em busca da verdade dos fatos (p. 61).
 Profissão Jornalista: Jornalismo é serviço público (p. 62).
 Rádio chega e dá voz aos presidentes brasileiros (p. 53).
 Redação integrada: em nome de um jornalismo de qualidade (p. 68).
 Reflexão contínua: jornal impresso preserva valor social (p. 65).
 Tempos modernos: mídias sociais disseminam a informação (p. 63).

O jornal impresso em análise integra o Grupo Liberal de Comunicação, quem


tem sede em Belém (PA). É o diário mais antigo em circulação do Pará. Embora tenha
sido fundado em 1946, só começou a circular, de forma efetiva, a partir de 1966
(CASTRO; SEIXAS, 2013). Ele também foi o primeiro periódico paraense a transpor
conteúdo jornalístico para as plataformas digitais: desde 1997 por meio do site O
Liberal Online; que, em 2004, se transformou em Portal ORM (SOUSA, 2008); e,
2018, em OLIBERAL.com (SOUSA; ABREU, 2019).
Para realizarmos a análise, delimitamos três formações discursivas
autorreferenciais que embasam a totalidade de conteúdos analisados. A primeira,
presente em oito matérias (08), é o discurso de inovação; a segunda, encontrada
também em oito (08) matérias, mas com menor incidência, é de qualidade; a terceira,
localizada em sete (07) matérias, é o discurso é de credibilidade. Após a seleção,
percebemos a reiteração de sequências discursivas identificadas e de que maneira as três

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formas discursivas se apresentaram e constituíram o ethos (CHARAUDEAU, 2010), ou


seja, a imagem que o jornal constrói de si:

Quadro 1 - Formações discursivas e reiteração de sequências discursivas.


REITERAÇÃO DE
FORMAÇÕES DISCURSIVAS
SEQUÊNCIAS DISCURSIVAS
Novidade; Novo; Investimento técnico; Formas
diversificadas; Anúncio; Inauguração; Moderno;
Novos: formatos, cenários, conteúdos, hábitos,
quadros; Ampliação; Evolução; Processo
INOVAÇÃO
permanente de modernização; Renovar;
Mudanças; Antenada; Expandir; Reinventar;
Novas: dinâmicas, estruturas, plataformas,
possibilidades; Transformação; Avanços.
Jornalismo de qualidade; Excelência; Exigência;
Manutenção da qualidade; Alto padrão;
QUALIDADE
Cuidadoso; Mais eficiente; Conteúdo qualificado;
Porto seguro da boa informação.
Ética; Confiabilidade; Responsabilidade;
Compromisso; Segurança; Absoluta confiança;
CREDIBILIDADE Credibilidade com tradição; Jornalismo de
respeito; Comprometimento; Busca da verdade;
Importância histórica; Plenamente consolidado.
Fonte: Elaboração das autoras.

Observamos ainda que tanto as formações discursivas quanto a repetição das


sequências discursivas sempre estavam presentes com destaque na página do jornal (no
título, no subtítulo ou na manchete das reportagens), em tamanho diferenciado ou em
negrito, de forma que se destacou a intenção de atrair a atenção do usuário para o
discurso, como podemos observas nas figuras a seguir:

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Figura 1- Discurso autorreferencial de O Liberal 1

Fonte: Edição Especial Nº 36.282 de O Liberal.

Figura 2- Discurso autorreferencial de O Liberal 2

Fonte: Edição Especial Nº 36.282 de O Liberal.

Com base no terceiro passo metodológico, analisamos o reconhecimento do


contrato de comunicação proposto pelo discurso do jornal em questão. Para alcançar
esse entendimento, devemos refletir os resultados desta pesquisa a partir dos conceitos
abordados nos primeiros tópicos deste artigo.
Para isso, é importante destacarmos alguns aspectos relevantes percebidos no
decorrer da análise, como a afirmação de Orlandi (2005, p. 10) de que “a linguagem é
materializada na ideologia e a ideologia se manifesta na linguagem”, possível de ser
compreendida diante dessas três formações discursivas, que manifestam, por meio da
língua, a ideologia da instituição, que, inclusive pode ser percebida pelo silenciamento
de assuntos que não convém no momento, como o posicionamento político do jornal –
um discurso que orienta e constitui o veículo – porém que não é citado de forma
expressa em nenhuma das matérias (BENETTI; JACKS, 2001).
Coincidente com o conceito de discurso autorreferencial proposto por Ribeiro
(2010), o qual afirma que as mídias jornalísticas tradicionais fazem, cada vez mais,

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referência “a si próprias” como estratégia para garantir o reconhecimento social, as


matérias analisadas utilizam dessa estratégia discursiva, que pode ser percebida quando
o discurso institucional é de que: o veículo acompanha as tendências do mercado
moderno e renovam o compromisso com a manutenção da qualidade e das
confiabilidade diante das inovações. A escolha do verbo “renovar” já leva a ideia de
consolidação, de que esses valores já fazem parte da história do jornal, o que se pode
identificar como estratégia para o discurso autorreferencial. E ainda, especialmente
pelas formações discursivas analisadas, que exemplificam algumas das ferramentas
utilizadas.
Todas as relações sociais são marcadas por relações de influência
(CHARAUDEAU, 2010), especialmente, no que se refere ao discurso institucional,
tendo em vista a necessidade de atrair o público ou adquirir credibilidade. Deste modo,
resgatamos os conceitos de ethos - construção de uma imagem de si - e pathos -
utilização de estratégias discursivas que façam uso de sentimentos (CHARAUDEAU,
2010). Os dois conceitos podem ser exemplificados por meio do discurso que há na
frase de uma das matérias: “Assim é o nosso O Liberal, tradicional e ao mesmo tempo
inovador”.
Sobre o ethos, as formações discursivas analisadas já caracterizam a construção
da representação de si mesmo, que é reforçada por meio da caracterização do jornal
como “tradicional e ao mesmo tempo inovador”, a qual demonstra no primeiro aspecto a
credibilidade, confiança e consolidação de um veículo, ao mesmo tempo que o jornal
acompanha as transformações da sociedade e caminha junto dela.
Outro discurso que podemos exemplificar o ethos é sobre o jornal impresso.
Uma das matérias analisadas resgata informações sobre o jornal impresso e o discurso
sobre ele é de um veículo que realiza análises críticas e possui textos aprofundados, com
uma visão maior das notícias, com credibilidade e tradição. Tal discurso também reforça
as desconfianças que a internet pode trazer para o leitor na identificação de um assunto
verdadeiro ou não, de forma a sobressair a imagem positiva de O Liberal. Destacando
sua importância histórica e social, ele se coloca como detentor da verdade, ao afirmar
que se tornou “o porto seguro da boa informação jornalística em que as pessoas têm o
real espaço para distinguir a verdade da mentira”.

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Sobre a afirmação de que “o ethos é fundamentalmente um processo interativo


de influência sobre o outro” (MAINGUENEAU, 2014, p. 17), podemos relacionar à
própria afirmação do jornal quando, de forma tendenciosa, informa que as mudanças já
realizadas, tanto na estrutura quanto no conteúdo dos produtos do Grupo Liberal,
agradaram o público, o que se configura como uma estratégia de discurso para
influenciar o usuário exposto em um ambiente em que já sabe a opinião dos outros
usuários.
Sobre o pathos, uma estratégia importante utilizada por meio do discurso na
frase “Assim é o nosso O Liberal” é provocar o sentimento de posse, de pertencimento
e de participação do usuário, a partir do pronome “nosso”. De forma intencional, essa é
uma estratégia discursiva importante para buscar a empatia do usuário, que,
teoricamente, tem carinho por aquilo que é seu. Outra estratégia a ser destacada é a
utilização do discurso do presidente da Associação Nacional de Jornais, que afirmou
que o jornal O Liberal é exemplo da boa informação jornalística dentro do Brasil e que
realiza a manutenção da democracia e da liberdade na Amazônia, o que transmite
credibilidade ao usuário, tendo em vista que o discurso foi verbalizado por alguém que
ocupa um cargo que detém conhecimento sobre o assunto. E o terceiro exemplo pode
ser identificado quando o jornal afirma que as mudanças tecnológicas são “plenamente
adaptáveis”. Tal expressão busca provocar uma sensação de segurança no leitor, de que
está tudo sob controle do veículo, o que se configura como estratégia do discurso.
Observamos que o discurso sobre as mídias sociais, no geral, é positivo, pois
apresentam funções importantes: disseminam a informação; aproximam o público;
somam aos meios tradicionais; ampliam o contrato de comunicação com o público;
oferecem conteúdos mais diferentes com novos formatos e possibilidade do usuário
escolher como, onde e quando quer acessar. Em contrapartida, apresentou dois alertas:
redobrar a atenção dos jornalistas e aprimorar a qualidade dos conteúdos.
Já no discurso sobre o jornalista como facilitador e responsável pela qualidade e
pluralidade dos conteúdos, encontramos traços de um certo reforço da ideia de que o
papel do jornalista diante da internet pode se tornar insignificante, quando em uma
única matéria, a instituição utiliza expressões como “está sendo colocado em cheque”,
“irrelevante” ou ainda “sensação de que não há necessidade do papel do jornalista”, para

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em sua ideia final afirmar que mesmo com o avanço das mídias, o jornalista continua
sendo importante e necessário. A partir das transformações tecnológicas, há, na prática,
um novo modelo de trabalho, com uma nova distribuição de tarefas e uma nova forma
de aproveitar o conteúdo em diversos formatos. Se antes um jornalista produzia
conteúdo exclusivamente para um determinado veículo, agora este mesmo conteúdo
deve ser aproveitado em mais de um formato, o que, consequentemente, reflete em mais
de um veículo, cada um com sua linguagem, o que mudou a rotina dos jornalistas.

É importante ressaltarmos, que o discurso institucional analisado utilizou as


retóricas narrativas, indicadas por Charaudeau (2010), para seduzir o usuário e estimular
o imaginário. Na edição analisada, percebemos já na capa com as chamadas para as
reportagens narrativas que as novidades a serem divulgadas se referiam à plataforma da
internet, provocando o usuário a imaginar os novos formatos a serem veiculados ou a
fim de atiçar a curiosidade para conhecer os conteúdos que seriam transmitidos ou
desenvolvidos para o portal e para os sites de redes sociais do grupo, como a criação do
Glass Studio – um estúdio onde serão produzidos conteúdos multimídia diariamente e
de onde serão realizarão transmissões ao vivo na internet - e do LibLab – um laboratório
criativo para desenvolver programas especiais para o portal.
Nesse sentido, o jornalista se coloca no lugar do usuário para compreender o que
vai interessar para ele, quais são as melhores estratégias para serem utilizadas a fim de
estimular a imaginação desse usuário, o que retrata a importância da troca de papéis
sugerida por Benetti (2008) entre quem enuncia e quem interpreta, mesmo que não seja
concreta. Até porque a maneira como uma organização noticiosa é percebida pela
opinião pública depende, segundo Coelho e Godoy (2010), de suas estratégias
discursivas. Outra estratégia discursiva voltada para os usuários é encontrada na
afirmação de que “os usuários são mais exigentes”, o que atribui uma ideia de poder ao
consumidor.
Podemos identificar que há uma orientação de linha editorial para a produção
das matérias, especialmente, por se tratar de uma edição especial comemorativa aos 73
anos do jornal, então, os jornalistas que produziram os conteúdos possuem um poder
relativo e precisam seguir o editorial, que podem ser consideradas como regras externas

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e anteriores, previamente definidas (ORLANDI, 1988). Podemos exemplificar as


exterioridades da matéria por exemplo que anuncia a elaboração de novos formatos de
podcasts do grupo, em que o discurso se aproxima do publicitário, tendo em vista que
apresenta somente os pontos fortes do produto.
Outro ponto a ser analisado se refere à afirmação de que o uso e a apropriação
das mídias sociais e das tecnologias digitais transforma, segundo Ribeiro (2010), os
modos de produção de sentidos dos discursos das mídias jornalísticas tradicionais, como
o jornal impresso. Tal afirmação coincidente com o discurso de O Liberal de que a
Redação precisa estar voltada, prioritariamente, para a notícia on-line, por conta da
rapidez do processo informativo. Sendo que essa constatação foi feita no próprio jornal
impresso do veículo.
Podemos ainda relacionar o discurso institucional do jornal O Liberal sobre a
representação de si, segundo o efeito de verdade de Charaudeau (2012), baseado em
convicções, utilizando as estratégias discursivas apresentadas para validar o veículo, a
partir do convencimento do interlocutor, o que nos leva a perceber que o contrato de
comunicação proposto pelo discurso do jornal O Liberal foi renovado com o público a
partir das estratégias do discurso autorreferencial. Destacamos a condição de finalidade
desse contrato: para quê se diz. Condição essa que é fácil de ser respondida após a
análise já realizada, de que a Edição Especial Comemorativa do Jornal utilizou
estratégias para fortalecer a compreensão das formações discursivas dos seus leitores,
especialmente, no que se refere à imagem de instituição inovadora, que acompanha as
mudanças da sociedade, a partir da utilização de plataformas digitais de comunicação.

5. Considerações finais
Com o objetivo de analisar o discurso do jornal O Liberal sobre as
transformações tecnológicas que impactam nos processos jornalísticos da instituição,
esta pesquisa, de abordagem qualitativa, utilizou a Análise do Discurso, enquanto
técnica metodológica, fundamentada no modelo de Benetti (2010), com bases na linha
francesa de análise.
Na investigação, indicamos identificamos três formações discursivas
autorreferenciais do jornal impresso O Liberal (inovação, qualidade e credibilidade),

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além das estratégias de discurso sobre as reiterações das sequências discursivas.


Destacamos que O Liberal apresenta um forte discurso sobre priorizar os conteúdos
produzidos para serem publicados nas plataformas digitais. Por fim, percebemos que o
contrato de comunicação realizado entre O Liberal e seu público é renovado a partir de
estratégias do discurso autorreferencial.

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