Você está na página 1de 4

Bom Dia Dr.

Leonardo,
estou te enviando um pequeno relato para acresentar ao ja declarado no BO, bem como meus
dados pessoais.
Neste momento, estou providenciando os orçamentos do concerto do meu carro na autorizada
e mais duas oficinas.
Estou tentando destrinchar melhor a petiçao feita uma vez que ja observamos (eu e meu
marido) algumas contradiçoes. A pessoa citada Claudia Rocha, esteve no local do acidente
instantes apos o ocorrido, nos conhecemos e ela diz que provavelmente chegou antes do
Senhor que diz ser a testemunha do Sr Paulo. Ela se lembra mesmo da conversa onde ele
dizia que veio ver o que estava acontecendo pois ouvira um barulho. A Claudia diz que nesta
segunda feira nao tem possibilidade de comparecer a Uba.
Sendo assim, e possivel levar por escrito a testemunha dela?
Existe algo mais a ser feito?
Grata,
Adriana Corsini
ADRIANA MUHEIM CORSINI , brasileira, casada, pedagoga, CI 05257610-5 IFP-RJ e CPF
016.068.277-07, residente na Rua Pedro Gouvea Horta 237, Paço Del Rey, Juiz de Fora-MG

Em 12/05/04 as 10:00h em Juiz de Fora, trafegava com o carro descendo


a Rua Espírito Santo. Ao parar no cruzamento com a Rua Santo Antonio
para observar o fluxo, constatei que havia tempo e espaço suficientes para
atravessar a pista com tranquilidade, sabendo do limite maximo de 50
Km/h. Cruzei a pista e com o carro quase que inteiramente já na rua
Espírito Santo fui albaroada de surpresa na traseira lateral direita por um
carro vindo em alta velocidade da rua Santo Antonio.
Na verdade, o meu carro já tinha transposto o cruzamento, faltando apenas a conclusão. Se o carro que
veio em alta velocidade chocou-se atrás do eixo da roda traseira do meu carro, e obvio que ele deveria ter
me visto atravessar o cruzamento com tranqüilidade. A prioridade e para quem vem pela Rua Sto
Antonio, mas o acidente não foi nem de frente nem no meio do carro, mas atrás do eixo da roda traseira
(vide fotos), por um carro que trafegava na faixa da direita, comprovando assim que o meu carro já tinha
atravessado o cruzamento.
O autor conduzia com velocidade bem superior a sinalizada no local de 50 Km/h, em desrespeito as leis
de transito, haja vista os danos no seu carro e os danos no meu carro com afundamento na lataria atrás do
eixo traseiro, fazendo o meu carro rodar na pista da rua Espírito Santo, mostrando que ele não freiou o seu
carro.
Logo após o acidente fiquei atordoada e sentada na poltrona, enquanto o Sr. Paulo falava nervosamente e
agressivo durante todo o tempo. Mais tarde sai do veiculo, e apareceu uma conhecida Claudia Rocha que
presenciou os momentos imediatos ao acidente.
A testemunha citada no B.O. chegou ao local após o ocorrido, dizendo que morava no local e ouvira o
barulho do acidente, dirigiu-se ao local quando constatou que se tratava de alguém que conhecia desde
pequeno (fato este testemunhado por Claudia e por mim).
Após a realização do B.O. o Sr Paulo continuou a dirigir palavras ofensivas, quando os policiais
recomendaram que eu ficasse tranqüila. A exigência era que eu custeasse as despesas da franquia, uma
vez que o seu seguro já fora acionado.
Em Agosto recebi o comunicado da sua seguradora solicitando o ressarcimento dos prejuízos e o conserto
do carro.
No BO procurei falar de forma resumida, certa de que era um proforme para esclarecimentos. Já nesta
ocasião, falei ao autor que considerava a culpa concorrente, sendo cada um responsável pelos danos de
seu próprio veiculo, ele, por excesso de velocidade e eu, por não prever que um condutor pode vir a ser
um imprudente que circula em excesso de velocidade.
No local do acidente, o aclive que antecede o cruzamento e precedido de declive, podendo o condutor de
longe perceber o meu carro que cruzava a rua Santo Antonio. O mesmo já não era possível para mim, pois
sua alta velocidade não me permitiu reconhecer a proximidade instantânea de seu veiculo.
Quanto aos pedidos descabidos do autor pela desvalorização do seu
veiculo, não existe para mim nenhuma possibilidade de vir a ressarci-lo,
sou dona de casa sem renda e meu marido é marceneiro começando a vida
no local. Nosso único bem patrimonial consiste no nosso carro que serve
como meio para girar a marcenaria e cuidar das duas filhas menores.

Obs.: repassando o ocorrido,


No BO ele declara que eu não respeitei a sinalização local, pressupondo que ele me viu atravessar sem
parar, sendo esta uma acusação falsa. Já na Petição está declarado ser impossível exigir do autor visão do
local, sendo também uma falsa declaração, como pode ser comprovado pelas fotos anexas. O aclive não
tira a visão do cruzamento com a Rua Espírito Santo do condutor que trafega pela rua Sto Antonio.
Comentar da falta da direção defensiva do autor

ACIDENTE DE TRÂNSITO -  BOLETIM DE OCORRÊNCIA -  VALIDADE


Em acidente de automóvel,  comprovado  o  fato e a culpa,  é  de se julgar
procedente o pedido  de  indenização,  gozando  o  boletim  de ocorrência,
formulado pela Polícia Militar,  de presunção de veracidade,  ante a falta de prova
contrária (TJ-GO -  Ac. unân. da 3ª Câm. Cív. julg. em 11-10-94 -  Ap. 32.519-
5/190-Petrolina -  Rel. Des. Charife Oscar Abrão; in ADCOAS 146036).

ACIDENTE  DE  TRÂNSITO  -   "BOLETIM DE OCORRÊNCIA" -  PROVA


-  INDENIZAÇÃO -  VALORES
Nas  ações  de  indenização por acidente de trânsito, à ausência de melhor prova
colhida em contrário,  Ficha de Ocorrência e o Boletim de Ocorrência
firmados  por  autoridades policiais, que merecem fé, podem funcionar como
elementos  probatórios  suficientes  à  demonstração da culpa, mormente se
coincidentes  com  a  prova  testemunhal.  Se  devidamente comprovados nos
autos, são devidos, a título de indenização, os valores dos danos causados
ao  veículo  da  vítima,  bem  como  os  das  despesas  com  guincho,  das médico-
hospitalares  e  dos lucros cessantes, corrigidos monetariamente, a partir do
desembolso, pelo índice mais benigno ao devedor e com incidência
de  juros  de  mora a partir do ajuizamento da ação indenizatória (TJ-GO -  Ac.
unân. da 3ª Câm. Cív. julg. em 1-9-94  - Ap. 31.890-3/190-Anápolis  -  Rel.
Des. Charife Oscar Abrão; in ADCOAS 146640).

ACIDENTE DE TRÂNSITO -  CONDUÇÃO  IRRESPONSÁVEL -  CULPA DO


MOTORISTA -  CONFIGURAÇÃO.
A  condução  do  motorista   configura-se   irresponsável,  uma  vez  que,
sendo o local de baixa velocidade,  recomenda-
se  prudência,  ficando  evidenciada sua  culpa (TJ-ES -  Ac.  unân.  da  2ª
Câm. Cív.  julg.  em  29-11-94 - Ap. 35949000026-Capital -  Rel. Des.
Norton de Souza   Pimenta; in ADCOAS 1001027).

ACIDENTE DE TRÂNSITO - CONFLITO PROBATÓRIO - PEDIDO


-IMPROCEDÊNCIA
Em ação de reparação de danos por acidente automobilístico,  se ocorre o
chamado conflito probatório, não resultando  comprovada a culpa
exclusiva de uma das partes no evento  danoso, os pedidos indenizatórios
são improcedentes (TA-MG -  Ac. da 7.ª Câm. Cív. julg. em 28-5-98 - Ap.
257602-1-Uberaba  - Rel. Juiz Antônio Carlos Cruvinel; in ADCOAS
8173272).

ACIDENTE  DE TRÂNSITO - CULPA CONCORRENTE - ADMISSIBILIDADE.


Sendo a prova técnica  tênue  e incapaz de comprovar a culpa exclusiva de
uma das partes envolvidas  no  acidente,  admite-se  a concorrência de
culpa como solução mais  justa  (TA-MG  -  Ac. unân. da 6ª Câm. Cív. publ.
no DJ de 7-8-92  - Ap. 119.940-0-Mutum - Rel. Juiz Pedro Henriques -
Antônio Martins de Souza  e sua mulher vs. Vitorino Andrade Silva).

ACIDENTE DE TRÂNSITO - CULPA - PROVA. Em caso de acidente de


veículos é de fundamental   importância  
a  prova  da  culpabilidade,  que  deve  ficar patentemente  demonstrada,
em razão da teoria adotada por nossa legislação
material,  sobressaindo  nessas  hipóteses  o  aforismo  jurídico  de  que
"em  princípio,  para  que  haja  responsabilidade,  é necessário que haja
culpa", sendo que sem a prova  desta  inexiste obrigação de reparar o dano
(TA Civ.-RJ  - Ac. unân.  da  1ª Câm. reg. em 9-7-92 - Ap. 7.343-Capital -
Rel. Juiz Luiz Carlos Perlingeiro - Wagner  Carvalho  Merling  vs. Amilcar
Humberto Faria Leite).

O Código de Trânsito Brasileiro, em seu art. 44, estabelece que o condutor


de veículo ao se aproximar de qualquer tipo de cruzamento, deve agir com
cautela, transitando em velocidade moderada, de forma que possa deter
seu veículo com segurança para dar passagem a pedestres e a veículos que
tenham o direito de preferência. Age com culpa o condutor de veículo que
adentra via preferencial desrespeitando sinal de parada obrigatória
abalroando veículo que transitava pela outra via. O dever de indenizar
encontra suas diretrizes no art. 159 do CC, que impõe a obrigação de
reparar o dano a todo aquele que, por ação ou omissão voluntária,
negligência ou imprudência, violar direito ou causar prejuízo a outrem (TA-
MG -  Ac. unân. da 3.ª Câm. Cív. publ. no DJ de 23-5-2002 -  Ap. 356.760-6-
Capital -  Rel. Juiz Maurício Barros; in ADCOAS 8210038).

ACIDENTE DE TRÂNSITO -  OCORRÊNCIA POLICIAL -  CONVICÇÃO JUDICIAL


Tratando-se de acidente de trânsito, o registro de ocorrência policial não é,
por si, suficiente para firmar a convicção judicial. Hipótese, todavia, em
que o Tribunal a quo afirmou que o boletim resultou da declaração de
ambas as partes, sem que, a propósito, tenha sido alegado qualquer vício
de vontade (STJ -  Ac. unân. da 3.ª  T. publ. no DJ de 19-2-2001, p. 162
-  Rec. Esp. 135.582-SP -  Rel. Min. Ari Pargendler -  Advs.: Maria Eugenia
Rey Rocha Pinto Renzetti e Fadua Demachki; in ADCOAS 8196699).
RECIBO

Recebi, de ADRIANA MUHEIM CORSINI a importância de R$


260,00 (duzentos e sessenta reais), referentes ao pagamento de honorários advocatícios,
por serviços a serem prestados em processo de indenização, junto ao juizado Especial de
Ubá – MG, distribuído sob nº 6990403, sendo tais serviços a serem executados até
trânsito final de sentença, seja ela de primeiro ou segundo grau.

Ubá, 22 de novembro de 2004.

Leonardo Frederico de Morais Ferreira


OAB-MG 73.808

Você também pode gostar