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MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA

AERODINÂMICA VEICULAR
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INTRODUÇÃO

Quando um corpo está imerso em fluido ou se desloca em relação ao fluido,


existe uma força resultante agindo sobre este.
Em um escoamento bidimensional a força resultante pode ser decomposta em
duas componentes que serão denominadas:
a)Resistência ao avanço ou força de arrasto(Farr), que é paralela às trajetórias
das partículas ao longe, isto é, num local onde o escoamento do fluido não é
perturbado pela presença do sólido.
b)Força de sustentação (Fs), que é a componente normal ou perpendicular às
linhas de corrente ao longe.
As forças que um fluido aplica sobre uma superfície sólida serão divididas em
normais e tangenciais. As normais são provocadas pela pressão e as
tangenciais pela tensão de cisalhamento.
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FORÇA DE ARRASTO
É a resistência oferecida pelo ar durante o movimento do veículo, que
possui como fatores:
a)À forma do veículo.
b)À sustentação
c)Ao atrito na superfície
d)Às interferências.
e)Ao fluxo interno de ar.
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FORÇA DE ARRASTO
a)Arrasto devido a forma:
Depende basicamente:
Da forma básica do veículo.
Dos contornos da carroceria que determinam as dificuldades com que
o ar passa sobre ela.
Terão baixo coeficiente de arrasto as carrocerias que minimizam as:
Pressões na frente do veículo.
Depressões (sucções) na traseira do veículo.
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FORÇA DE ARRASTO
b) Arrasto devido à sustentação – Arrasto Induzido
Este componente, conforme apresentado na figura depende:
Da resultante da força de sustentação gerada pelo movimento do
veículo.
Da forma básica do veículo.
Dos fluxos de ar de grande velocidade e consequentemente baixa
pressão.
Da perturbação ao escoamento causado pelas diferenças das
pressões entre as partes superior e inferior.
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FORÇA DE ARRASTO
c) Arrasto devido ao Atrito na Superfície
Esta componente depende:
Do atrito do ar passando tangencialmente ao longo do veículo, pois
ocorre junto à camada-limite.
Do meio( ar externo).
d) Arrasto devido às Interferências
Esta componente está diretamente relacionada a:
Componentes adicionais à carroceria.
Saliências e acessórios que aumentam consideravelmente o arrasto
da carroceria.
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FORÇA DE ARRASTO
e) Ao fluxo interno de ar
Está diretamente relacionada:
Às perdas de energia decorrentes o ar passando por dentro, através e
por fora de todos os sistemas do veículo que requerem ou permitem o
fluxo de ar.
Ao fluxo de ar de arrefecimento.
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Caminhões
Carros pequenos Carros médios
grandes ou ônibus
Afr
1,3 a 2,0 2,0 a 3,0 5,5 a 7,5
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COEFICIENTE DE ARRASTO
A importância do estudo do coeficiente de arrasto nos veículos, além de
melhorar a aerodinâmica reduz:
O consumo de combustível.
A emissão de poluentes.
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COEFICIENTE DE ARRASTO

Coeficiente de Arrasto - CA
Veículo CA
Carro conversível 0,50 a 0,70
Carro de corrida 0,20 a 0,30
Ônibus 0,60 a 0,70
Caminhão 0,80 a 1,50
Motocicleta 0,60 a 0,70
Trator 1,30
Carro de passageiros 0,25 a 0,45
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FORÇA DE ARRASTO
É o resultado das forças tangenciais e de pressão, na direção das
trajetórias ao longe.
Força de arrasto de superfície (skin friction) – Farr-s
É a resultante das tensões de cisalhamento na direção do movimento.
No caso de um veículo, fica extremamente difícil determinar a
distribuição de tensões de cisalhamento. Para efeito de conceituação
será desenvolvido o caso mais simples que é o da placa plana, muito
fina, paralela à trajetória das linhas de corrente ao longe, de forma que
não aconteça nenhum efeito devido às pressões dinâmicas.
Quando um fluido escoa sobre uma superfície sólida, por conta do
“Princípio de Aderência”, a camada junto a esta tem velocidade relativa
nula.
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FORÇA DE ARRASTO DE SUPERFÍCIE (SKIN FRICTION) – FARR-S


As camadas adjacentes sofrerão a influência da parada da primeira
camada, estabelecendo-se um gradiente de velocidades que é o
responsável pelo surgimento da tensão de cisalhamento.
A certa distância da superfície sólida, o escoamento do fluido
processa-se como ao longe, sem influência da presença da mesma, e a
velocidade fica uniforme e igual a v0 em cada seção perdendicular ao
escoamento.
A região onde o escoamento apresenta um gradiente de velocidades
devido à presença de superfície sólida é denominada camada-limite CL.
Nessa mesma região desenvolvem-se as tensões de cisalhamento que
causam o atrito entre o fluido e a superfície sólida. A região externa a
camada limite, denomina-se fluido livre.
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FORÇA DE ARRASTO DE PRESSÃO OU DE FORMA - Farr-p


É a resultante das forças de pressão na direção do movimento.
Para explicar o surgimento dessa força torna-se importante o estudo do
fenômeno denominado deslocamento da camada limite.
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FORÇA DE ARRASTO DE PRESSÃO OU DE FORMA - Farr-p


Considera-se um escoamento em torno de um corpo cilíndrico. Ao longo de
uma linha de corrente, conforme ilustrado na figura 5.11, existe um aumento
da velocidade devido à redução da seção causada pela presença do corpo.
Existe uma redução da pressão devida ao aumento da velocidade e devida
às perdas por atrito.
O fluido da linha de corrente dirige-se a jusante do corpo onde a pressão é
po como na seção ao longe.
Ao longo do corpo a seção do tubo de corrente aumenta e a velocidade
diminui com o consequente aumento de pressão. No entanto, em
decorrência das perdar por atrito, a pressão disponível para a reposição não
é suficiente para se chegar a po.
Com a desaceleração sem o suprimento suficiente de pressão a partícula
de fluido vai parando e teoricamente a velocidade se torna negativa.
Como na mesma linha de corrente não se pode ter o fluido escoando em
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FORÇA DE ARRASTO DE PRESSÃO OU DE FORMA - Farr-p


As linhas de corrente que escoam em sentido contrário tem uma curvatura
excessiva e se rompem em vórtices, ou turbilhões, ou redemoinhos, e o
aspecto real do deslocamento é mostrado abaixo.
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COEFICIENTE DE ARRASTO X NÚMERO DE REYNOLDS


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POTÊNCIA CONSUMIDA PELO ARRASTO


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VARIAÇÃO DE CA EM RELAÇÃO AO ÂNGULO DE SAÍDA


O descolamento deve ser evitado o máximo possível, mas uma vez que
aconteça, a continuidade do corpo é prejudicial, pois alimenta a formação
dos vórtices. Dessa forma, em geral deve ser mantido um ângulo de saída
de aproximadamente 15º em relação à parte superior do veículo e em
seguida a traseira do veículo deve ser cortada.
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SPOILER
A presença do spoiler na traseira pode corrigir o deslocamento prematuro,
criando uma sucção que reconduz as linhas de corrente para a superfície
do corpo. Um spoiler bem projetado além de reduzir a força de arrasto irá
reduzir a força de sustentação(criando downforce), melhorando a
estabilidade e a tração. Outra causa do descolamento na parte superior é o
escoamento dirigido de baixo para cima causado pela menor pressão no
teto. Esse movimento causa grandes vórtices no para-lamas traseiros e no
porta-malas. Esse efeito pode ser corrigido colocando-se um anteparo que
evite esse fluxo.
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FORÇA DE SUSTENTAÇÃO E MOMENTO DE ARFAGEM (PITCHING) - F s


Inclinando o eixo longitudinal do veículo para a frente de alguns graus pode-
se inverter o sentido do momento. Essa inclinação pode favorecer também a
força de arrasto Farr. Nos carros de corrida, o Carr pode ser alterado por meio
de aerofólios.
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