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1. Introdução................................................................................................................................2
2. 802.11b e 802.11a....................................................................................................................2
3. 802.11g.....................................................................................................................................3
4. 802.11n ................................................................................................................................7
1. Introdução
É comum que usemos o termo "Wi-Fi" em referência aos produtos baseado nos
padrões 802.11 de uma forma geral mas, tecnicamente falando, apenas os
produtos que passam pela certificação podem ser chamados de "Wi-Fi",
embora na prática isso não faça muita diferença.
2. 802.11b e 802.11a
Publicado em outubro de 1999, o 802.11b foi o primeiro padrão wireless usado
em grande escala. Ele marcou a popularização da tecnologia, permitindo que
placas de diferentes fabricantes se tornassem compatíveis e os custos
caíssem, graças ao aumento na demanda e à concorrência. Assim como o
802.11 legacy, o 801.11b opera na faixa dos 2.4 GHz.
Como os canais utilizam uma banda total de 22 MHz (em muitas citações, o
valor é arredondado para 20 MHz), as freqüências acabam sendo
compartilhadas, fazendo com que redes operando em canais próximos
interfiram entre si. O canal 6, cuja freqüência nominal é 2.437 GHz, opera na
verdade entre 2.426 e 2.448 GHz, invadindo as freqüências dos canais 2 até o
10. Veja só:
Como pode ver na tabela, os canais 1, 6 e 11 são os únicos que podem ser
utilizados simultaneamente sem que exista nenhuma interferência considerável
entre as redes (em inglês, os três são chamados de "non-overlapping
channels" ou seja, canais que não se sobrepõem). Ao configurar uma rede com
três pontos de acesso, você obteria (presumindo que não existissem outras
redes próximas) um melhor desempenho configurando cada um deles para
usar um dos três canais, em vez de usar canais próximos, como 3, 5 e 7, por
exemplo.
Note que quando falo em "interferir", não significa que as redes param de
funcionar, mas sim que a taxa de transmissão é reduzida. Se temos duas redes
próximas, operando no mesmo canal, ambas com clientes transmitindo
simultaneamente teremos, na melhor das hipóteses, a taxa de transmissão
dividida pela metade (1.7 MB/s ou menos para cada rede), sem contar os
pacotes corrompidos ou perdidos, que precisam ser retransmitidos. Devido a
isso a taxa efetiva de transferência acaba sendo dividida não apenas entre os
clientes da sua própria rede, mas também de redes próximas, o que acaba se
tornando um problema em áreas densamente povoadas.
4. 802.11n
Com o 802.11g, os fabricantes chegaram muito próximos do que é fisicamente
possível transmitir usando um único transmissor e uma faixa de freqüência de
apenas 22 MHz (equivalente a um único canal). Apesar disso, como foi
demonstrado pelo Super G e pelo Afterburner, ainda existiam melhorias a
serem feitas.
D-Link DIR-615, exemplo de WAP 802.11n de 2x2 de baixo custo, com duas
antenas
Somando todas as melhorias, foi possível aumentar tanto a velocidade de
transmissão quanto o alcance. A velocidade nominal subiu de 54 para 300
megabits (600 megabits nos APs 4x4, capazes de transmitir 4 fluxos
simultâneos) e o uso de múltiplos fluxos de transmissão torna o alcance do
sinal quase duas vezes maior.
Para atingir taxas de transmissão tão altas, o 802.11n combina uma série de
melhorias. A primeira é a redução do guard interval (o intervalo entre as
transmissões) de 800 ns para 400 ns, o que resulta em um ganho de cerca de
11% na taxa de transmissão. A ele se soma o aumento no número de
subcarriers para a transmissão de dados de 48 para 52.
A idéia é que, por serem transmitidos por antenas diferentes, os sinais fazem
percursos diferentes até o receptor, ricocheteando em paredes e outros
obstáculos, o que faz com que não cheguem exatamente ao mesmo tempo. O
ponto de acesso e o cliente utilizam um conjunto de algoritmos sofisticados
para calcular a reflexão do sinal e, assim, tirar proveito do que originalmente
era um obstáculo:
Para conseguir atingir 288.8 megabits utilizando apenas dois fluxos, é utilizado
o sistema HT40, onde são utilizados dois canais simultaneamente (assim como
no Super G da Atheros), ocupando uma faixa de freqüência de 40 MHz.
Somando tudo isso a um pequeno arredondamento, chegamos aos 300
megabits divulgados pelos fabricantes. Um ponto de acesso que combine o uso
do HT40 com 4 rádios dobraria a taxa teórica, chegando a 600 megabits.
Entretanto, nem todos os produtos oferecem suporte à faixa dos 5 GHz, já que
incluir suporte a ela encarece um pouco os produtos. Em geral, os produtos
oferecem suporte à faixa dos 2.4 GHz, ou oferecem suporte simultâneo aos 2.4
e 5 GHz (produtos que oferecem suporte apenas aos 5 GHz são muito raros).
Existem também pontos de acesso "dual-band", que utilizam as duas faixas de
freqüência simultaneamente (usando automaticamente o que for suportado por
cada cliente) de forma a minimizar o problema de interferência.
Com isso criou-se um certo consenso de que não devem ser incluídas
mudanças radicais até a finalização do padrão, o que tem levado todos os
principais fabricantes a lançarem produtos draft-n, incluindo a Intel, que adotou
o 802.11n na plataforma Santa Rosa, usada nos notebooks com o selo Intel
Centrino.
Com exceção dos poucos pontos de acesso 802.11n que são capazes de
operar apenas na faixa dos 5 GHz, a compatibilidade com os clientes 802.11g
e 802.11b é mantida, de forma que é possível fazer a migração de forma
gradual. A principal observação nesse caso é que combinar clientes 802.11n
com clientes 802.11g ou 802.11b reduz o desempenho da rede, embora o
percentual varie bastante de acordo com o modelo usado.
Se você está atualizando sua rede, uma boa opção pode ser manter o ponto de
acesso 802.11g atual e apenas adicionar o 802.11n, ficando com dois APs.
Nesse caso, configure os dois pontos de acesso com SSIDs diferentes (de
forma que o cliente possa realmente escolher qual utilizar na hora de de
conectar à rede), com ambos ligados diretamente ao switch da rede.
Mantenha-os a uma certa distância (se possível em cômodos diferentes) para
minimizar a interação entre eles (e, consequentemente, a perda de
desempenho em ambas as redes) e não se esqueça de usar canais diferentes
na configuração de ambos.
Caso você esteja utilizando pontos de acesso com funções de roteador, não se
esqueça de desativar o servidor DHCP de um deles, caso contrário eles
passarão a oferecer os mesmos endereços aos clientes, criando conflitos.