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DIREITOS HUMANOS

02 A Evolução Histórica
dos Direitos Humanos

02.1 – As Raízes dos Direitos Humanos

Mundo Antigo

Código de Hamurábi:
Originário da Babilônia, aproximadamente do século XXI a.C., o Código de Hamurábi possuía 282
artigos e vigorou durante quinze séculos. Nesta legislação observava-se a proteção conferida às
viúvas, aos órfãos e aos mais fracos. Foi precursora do salário-mínimo, ao estabelecer uma
remuneração básica (valor/dia) para várias categorias profissionais.

Civilização Egípcia:
Durante o Médio Império (séculos XXI a XVIII a.C.), legou ricos ensinamentos de prática
democrática. A nobre filosofia política desse período encontra-se fundamentalmente expressa no
“Relato do Camponês Eloqüente”, que explicita uma concepção de justiça social e define a função do
Poder Público como um serviço para proteger os fracos, punir os culpados, agir com imparcialidade,
promover a harmonia e a prosperidade de todos.

Civilização Egéia:
A civilização minóica, considerada a mais antiga da Europa (3.000 a 1.100 a.C.) deixou sinais de
relativa igualdade social. A mulher cretense desfrutou de uma liberdade inexistente nos demais povos
de então: ocupava papel de relevo na sociedade, podia dedicar-se a qualquer ofício e, aparentemente,
nenhuma atividade pública estava vedada.

Civilização Hebraica:
Importante fonte da idéia de justiça social e dos direitos humanos foi detectada no judaísmo que,
resumia-se num conjunto de preceitos éticos ao qual estavam submetidos os humildes e os poderes
indistintamente. Era a única religião monoteísta da antiguidade e teve na Bíblia (Antigo Testamento)
o conjunto de seus ensinamentos. Uma conquista capital dos hebreus foi o individualismo, fazendo

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sobressair o homem da massa coletiva – e isso justamente no domínio da religião, ou seja, onde o
homem mais se encontrava integrado.

Buda, Zoroastro e Confúcio:


São fundadores de movimentos religiosos, todos no século VI a.C. e coincidem nas exigências sobre
a dignidade humana: tolerância, respeito, generosidade e conduta reta dos indivíduos, sejam
governantes ou governados. Na China, vale destacar a visão reformista de Mo-Tseu (século V a.C.)
que transformou a teoria confuciana do altruísmo em teoria do amor universal, em que todas as
classes sociais, todos os indivíduos, se confundem na igualdade.

Mundo Clássico

Estoicismo:
Do ponto de vista filosófico, podemos dizer que o surgimento dos Direitos Humanos está ligado ao
estoicismo grego, lá pelos séculos II ou III a.C. (escola fundada pelo pensador de origem semita
Zenon de Citium, 350-250 a.C.) Segundo aqueles pensadores gregos deveria existir um direito
natural, baseado na razão e permanente e universalmente válido, independente de legislação, de
convenção ou qualquer outro expediente imaginado pelo homem. Seus postulados seriam
obrigatórios para todos os homens em todas as partes do mundo.

Jusnaturalismo:
Os estóicos elaboraram assim, os pontos de apoio do jusnaturalismo: a idéia de igualdade de natureza
entre os homens e a existência de princípios morais universais, eternos e imutáveis, pelos quais deve
reger-se a conduta humana. Logo se conclui que todos os homens possuem uma série de direitos que
lhe são inerentes por sua qualidade de homens (“ab-origene”).

Roma:
O estoicismo influiu também sobre a jurística romana e Cícero foi o maior representante na
antiguidade clássica da noção de direito natural. O que interessa a Cícero é o direito e não a lei. Para
ele, os homens nasceram para a Justiça e é na própria natureza, não no arbítrio, que se funda o
direito. Além de Cícero, Epicteto, Sêneca e Marco Aurélio foram também seguidores dessa filosofia.
Também em Roma houve a “Lei das Doze Tábuas”que pode ser considerada a origem de todos os
textos escritos consagradores da liberdade, da propriedade e da proteção aos direitos do cidadão.

Democracia:
O mundo greco-romano proporcionou uma ativa liberdade na “polis”, com a presença do cidadão em
praça pública. Em Atenas (a partir do século V a.C.) a democracia se dava com a distribuição do
poder entre os cidadãos que comunitariamente participaram da elaboração das leis (na Assembléia
Popular) e administração da justiça (nos tribunais populares), além da nomeação e supervisão dos
magistrados. Em Roma, ao longo dos séculos V a III a.C., a plebe penosamente igualou-se em
direitos aos patrícios, obtendo a possibilidade de acesso aos cargos públicos e aos colégios
sacerdotais, e, tornando as resoluções das assembléias populares (plebiscitos) em lei para todos; na
prática, porém, o Senado continuou impondo-se na vida política, sob o controle de uma aristocracia
econômica – era a República Plutocrática.

Liberdade e Igualdade Relativa:


A democracia antiga (Grécia e Roma) garantia a liberdade do cidadão e não do homem enquanto
homem. Era um direito de poucos, dela se excluindo as mulheres, os estrangeiros e os escravos.

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Aliás, a escravidão era considerado ainda um fato natural mesmo para os estóicos. Outra
peculiaridade era a rejeição aos próprios filhos. O enjeitamento das crianças de nascimento livre e o
infanticídio do filho de uma escrava eram práticas usuais e permitidas. Sêneca diz que não havia
raiva, e sim razão quando se lançava em um precipício ou se afogava crianças malformadas.

Idade Média

Cristianismo:
O cristianismo no tocante ao direito natural é herdeiro imediato do estoicismo e da jurídica romana.
Em sua teoria, traçou avanços nas instituições de igualdade. Advogou-se uma igualdade radical de
todas as pessoas, sem fazer distinção de famílias, raças ou estados (eram todos feitos à imagem e
semelhança de Deus).

São Tomás de Aquino:


Dessa inspiração religiosa, ainda que por outras influenciada, é que deflui a lição de São Tomás de
Aquino sobre o direito natural. Seria este aquela participação na lei eterna que o homem alcança,
considerando o seu íntimo: a vontade de Deus, o criador, desvendada pela razão da criatura, por sua
inclinação própria, na própria criação.

Igreja:
Entretanto, nas práticas da Igreja o que se observava é que o direito natural absoluto era privilégio de
seus padres. Para o imenso rebanho bastava o direito natural relativo ou, na realidade, algo muito
pior. A igreja promovia milhares de julgamentos arbitrários, ditados por interesses muitas vezes
econômicos, onde as penas eram as mais variadas: queima de pessoas vivas, empalamento em estacas
e diversos tipos de torturas.

Islamismo:
Ainda no campo religioso, o Islamismo, na sua teoria, veio somar-se à concepção de relacionamento
igualitário entre os seres humanos, no que não chegou a ser inovador, considerando-se que Maomé
(século VII d.C.) buscou inspiração nas religiões judaicas e cristã.

Os Camponeses:
A situação dos camponeses na Idade Média era como a de um escravo. O sistema feudal obrigava os
camponeses a trabalharem dois ou três dias da semana nas terras do senhor, deviam pagar impostos
ao rei, dízimos à Igreja, uma infinidade de taxas em moeda ou em produtos de suas colheitas
particulares, prestar serviços domésticos na casa ou castelo do senhor e nas igrejas, lutar nas guerras
quando convocados pelo senhor, além de curvar-se a uma série de obrigações, proibições e atitudes
de vassalagem. Nas más colheitas, fomes horrorosas se alastravam, menos, é claro, entre a nobreza e
o alto clero, que estocavam grãos.

Cartas de “Franquia”:
As Cartas de “Franquia” (ou “foros”, na Espanha) foram obtidas pelos burgueses, a partir do século
XI. Através destas, se extinguiam as servidões feudais (a nível pessoal, após um ano e dia no
“burgo”) bem como especificavam-se as liberdades, garantias e privilégios das cidades (“comunas”).

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Magna Charta Libertatum (1215)1:
Enquanto que no continente europeu permaneciam as violações dos Direitos Fundamentais mais
elementares, na Inglaterra começava a transformação da realidade com o surgimento do esboço do
que seria uma Constituição Moderna. Em 15 de junho de 1215, na Inglaterra é elaborada a Magna
Carta, imposta pelos Barões ingleses, marcando o início da limitação do poder do Estado. Embora
não cuidasse dos direitos da população em geral, é a peça básica da constituição inglesa e de todo o
constitucionalismo. Consiste num acordo entre o rei e os barões revoltados, apoiados pelos
burgueses.

A Peste Negra:
A Pesta Negra, que assolou a Europa no século XIV e matou praticamente um terço da população
acabou sendo um fator que ajudou o impulsionamento da liberdade. Devido ao despovoamento da
Europa, a força de trabalho ganhou um maior poder de barganha com os senhores feudais. Além
disso, a peste, ao atingir indistintamente nobres, padres e plebeus, enfraqueceu no povo comum a
crença, ou temor, da infalibilidade dos sacerdotes, ou de que eles e os nobres estivessem sob proteção
divina.

A Reforma Protestante:
As idéias da reforma protestante foram amplamente beneficiadas pelo surgimento da imprensa que
facilitou em muito a sua divulgação. A Igreja católica foi abalada estruturalmente pelas fraturas
protestantes, que defendiam a comunicação direta do fiel com Deus, desmascaravam a degeneração
do alto clero e legitimavam o lucro como bom e moral.

Edito de Nantes (França, 1598):


Assinado pelo Rei Henrique IV, concedia liberdade de culto e direitos políticos aos protestantes (em
igualdade quase total com os católicos), além de garantias jurídicas e militares.

Mayflower Compact – Pacto de Mayflower:


Pioneiro ato compromissório do período colonial, entre os imigrantes ingleses (“puritanos”) que
viajaram a bordo do navio Mayflower e fundaram a colônia de Plymouth em terras americanas.

“Petition of Rights” (Petição de Direitos, 1628)2:


Assinada pelo Rei Carlos I, que proclamou a soberania do Parlamento inglês em matéria de impostos
e proibiu aprisionamentos arbitrários.

1
A Magna Charta Libertatum, entre outras garantias, previa a liberdade da Igreja da Inglaterra, restrições
tributárias, proporcionalidade entre delito e sanção, previsão do devido processo legal, livre acesso à Justiça,
liberdade de locomoção e livre entrada e saída do país.
2
A Petition of Right, de 1628, previa expressamente que ninguém seria obrigado a contribuir com qualquer
dádiva, empréstimo ou benevolência e a pagar qualquer taxa ou imposto, sem o consentimentos de todos,
manifestado por ato do Parlamento; e que ninguém seria chamado a responder ou prestar juramento, ou a
executar algum serviço, ou encarcerado, ou, de qualquer forma, molestado ou inquietado, por causa destes
tributos ou da recusa em pagá-los. Previa, ainda, que nenhum homem livre ficasse sob prisão ou detido
ilegalmente.

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Habeas Corpus Act (1679)3:
Foi uma medida instituída na Inglaterra como garantia da liberdade dos súditos (contra o
aprisionamento ilegal ou abusivo), bem como para prevenir os encarceramentos no ultramar. Era um
ato de defesa da liberdade individual, visando a proteger os indivíduos da prisão arbitrária.

“Bill of Rights”:
A Declaração de Direitos Inglesa de 1689 foi uma sinopse das liberdades inglesas anteriores, redigida
pelo Parlamento e jurada por Guilherme III. Essa disposição, que expressa os direitos dos ingleses
como tais e não como integrantes de determinadas classes sociais, instaurou definitivamente a
monarquia constitucional e parlamentar na Inglaterra.

02.2 – As Liberdades Públicas

Noções Iniciais

O Absolutismo:
A opressão absolutista foi a causa próxima do surgimento das Declarações. Destas a primeira foi a do
Estado da Virgínia, votada em junho de 1776, que serviu de modelo para as demais na América do
Norte embora a mais conhecida e influente seja a dos “Direitos do Homem e do Cidadão”, editada
em 1789 pela Revolução Francesa. Em todas essas declarações, cujo caráter abstrato é tantas vezes
criticado, há a resposta, artigo por artigo, a um abuso do absolutismo. Os americanos, na verdade,
nessas declarações buscavam enumerar simplesmente os direitos imemoriais que, como cidadãos
ingleses, julgavam gozar e que haviam sido postergados pelo monarca.

As Declarações de Direitos:
A declaração de direitos é um documento escrito característico do século XVIII. No pensamento
político da época, a declaração explicita os direitos naturais e enuncia as limitações destes. As antigas
colônias inglesas da América do Norte, ao romper seus laços com a metrópole, formularam suas
declarações (a primeira da Virgínia, em 1776), antes de estabelecer as próprias Constituições. A
Declaração de Independência (1776) precedeu à Constituição Americana e o mesmo ocorreu na

3
O Habeas Corpus Act, de 1679, regulamentou esse instituto que, porém, já existia na common law. A lei
previa que por meio de reclamação ou requerimento escrito de algum indivíduo ou a favor de alguém detido ou
acusado da prática de um crime (exceto se se tratar de traição ou felonia), o lorde-chanceler ou, em tempo de
férias, algum juiz dos tribunais superiores, depois de terem visto cópia do mandado ou o certificado de que a
cópia foi recusada, poderiam conceder providência de habeas corpus em benefício do preso, a qual será
imediatamente executada perante o mesmo lorde-chanceler ou o juiz; e, se afiançável, o indivíduo seria solto,
durante a execução da providência, comprometendo-se a comparecer e a responder à acusação no tribunal
competente. Além de outras previsões complementares, o Habeas Corpus Act previa multa de 500 libras àquele
que voltasse a prender, pelo mesmo fato, o indivíduo que tivesse obtido a ordem de soltura.

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França. A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão é de 1789 e a primeira Constituição é de
1791.

As Declarações Americanas

A Declaração do Bom Povo da Virgínia:


A Declaração do Bom Povo da Virgínia foi o primeiro documento que enumerava os direitos
individuais. Tinha, porém, um objetivo mais dirigido para os habitantes daquele Estado americano.

A Declaração de Independência Americana:


Em 1776, os representantes das 13 colônias americanas se reuniram no 2.º Congresso Continental,
realizado na Filadélfia, onde Thomas Jefferson chefiou um comitê que redigiu a declaração que
separava as colônias norte-americanas da Inglaterra.

A Declaração Universal dos Direitos do Homem (1789)

Noções Iniciais:
Em 26 de agosto de 1789 é adotada pela Assembléia Nacional da França a Declaração dos Direitos
do Homem. A exemplo das constituições americanas, tinha ela o objetivo de preceder a constituição
da França pós revolução.

Caráter Universal:
Diversamente das declarações americanas, que lhe serviram de modelo, a Declaração francesa tinha
uma pretensão universal. Foi redigida de modo que poderia ser aplicada em qualquer país e em
qualquer tempo. É válida tanto para uma monarquia como para uma república.

Liberdade:
A Declaração define a liberdade como “o direito de fazer tudo que não prejudique outros”. As bases
judiciária da liberdade individual estão estabelecidas com clareza. A liberdade de opinião e a
liberdade de imprensa estão nela definidas. A Declaração, porém, não menciona a liberdade dos
cultos, a liberdade de domicílio, a liberdade da indústria e do comércio, a liberdade de reunião, a
liberdade de associação, nem a liberdade de ensino.

Igualdade:
A igualdade ocupa um espaço mais reduzido. Não figura entre os direitos “imprescritíveis”. Contudo,
o primeiro artigo afirma que “os homens nascem iguais”, o art. 6.° estabelece a igualdade perante a
lei e o art. 14 prescreve a igualdade na cobrança de impostos.

A Lei:
A lei é a expressão da “vontade geral”, tal como queria Jean Jacques Rousseau. Portanto, todo
atentado à ordem pública deverá ser reprimido. A obediência a essa ordem é assegurada pela
separação dos poderes.

Repercussão:
A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão teve grande repercussão no mundo inteiro. A
Inglaterra, a Bélgica, a Holanda e a Alemanha, tinham acompanhado de perto sua discussão. Apenas
concluída, foi traduzida naqueles países. Penetra mais lentamente na Itália. Na Espanha, a Inquisição

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opõe-se à sua divulgação. Nos Estados Unidos, cuja constituição, aprovada em 1789, não continha
declarações, o Congresso vota, a 25 de setembro de 1789, as primeiras emendas, em 10 artigos, que
constituem uma legítima Declaração dos direitos do povo dos Estados Unidos.

02.3 – Os Direitos Econômicos e Sociais

Noções Gerais

Noções Iniciais:
São reconhecidos após o término da Primeira Guerra Mundial e foram decorrentes da situação em
que se encontra a sociedade nos Estados mais desenvolvidos na Europa ocidental e nos Estados
Unidos no século XIX e primeiros anos do século XX.

Efeitos da Economia Liberal:


O desenvolvimento gerado pelas idéias do liberalismo econômico (livre iniciativa num mercado
concorrencial) e um Estado abstencionista levaram ao acúmulo de riquezas nas mãos dos empresários
burgueses enquanto que a classe trabalhadora se via em situação de plena miséria. A marginalização
da classe operária provocou a reação ao sistema e fez surgir movimentos intelectuais e políticos
baseados na fórmula marxista da luta de classes. Estes movimentos eram uma ameaça gravíssima à
estabilidade das instituições liberais.

Caráter Formal das Liberdades:


A crítica socialista tocou fundo quando denunciou o caráter “formal” das liberdades reconhecidas nas
Declarações. É a famosa crítica de Marx, segundo a qual o exercício dessas liberdades pressupunha
condições econômicas sem as quais o indivíduo não poderia usufruir concretamente das mesmas.
Marx renuncia a concepção liberal dos Direitos Humanos, negando sua universalidade e
identificando-se com os interesses da classe social dominante: “a sociedade civil atual é a realização
do princípio do individualismo: a existência individual é o objetivo final, enquanto que a atividade, o
trabalho, o conteúdo são meros instrumentos”.

A Declaração de 1848:
A Constituição Francesa de 1848 foi um dos principais documentos que trataram dos direitos
econômicos e sociais. Esta constituição proporcionava uma assistência aos trabalhadores franceses e
inclusive estabelecendo que o Estado deveria providenciar trabalhos públicos para empregar os
braços desocupados.

A Constituição Mexicana:
A Constituição Mexicana de 1917 apresentou já aspectos típicos do direito social, como a reforma
agrária e um elenco de direitos do trabalhador. É considerada por alguns como o marco da nova
concepção dos direitos humanos.

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Constituição Alemã (1919):
A Constituição de Weimar foi elaborada após a Primeira Grande Guerra, onde era gravíssima a
situação da Alemanha, principalmente no aspecto social. Assim, a ameaça de uma revolução
promovida pela esquerda forçou a adoção de uma Constituição onde seu ponto relevante era a parte
que tratava dos direitos e deveres fundamentais para os alemães. Destaca-se na Constituição de
Weimar a obrigatoriedade de instrução escolar, a proteção ao trabalho, a repartição de terras (reforma
agrária), a possibilidade da “socialização” de empresas, a sujeição da propriedade à função social e o
direito de sindicalização.

02.4 – Os Direitos de Solidariedade

Os Direitos de Terceira Geração

Noções Iniciais:
O reconhecimento dos direitos sociais não pôs termo à ampliação do campo dos direitos
fundamentais. Na verdade, a consciência de novos desafios, não mais à vida e à liberdade, mas
especialmente à qualidade de vida e à solidariedade entre os seres humanos de todas as raças ou
nações, redundou no surgimento de uma nova geração _ a terceira _, a dos direitos fundamentais.São
chamados de direitos de solidariedade, ou fraternidade. A primeira geração seria a dos direitos de
liberdade, a segunda dos direitos de igualdade e a terceira, assim completaria o lema da Revolução
Francesa: liberdade, igualdade e fraternidade.

Histórico:
São direitos recentes. Somente a partir de 1979, através de Karel Vasak, é que se passou a falar
desses novos direitos e foram desenvolvidos no plano do direito internacional. Realmente, em
sucessivas reuniões da ONU e da UNESCO, bem como em documentos dessas entidades é que foram
enunciados os novos direitos. E ainda hoje são poucas vezes reconhecidos no direito constitucional,
conquanto apareçam em Cartas internacionais. Estão eles, por exemplo, na Carta Africana dos
Direitos do Homem e dos Povos, de 1981, bem como na Carta de Paris para uma nova Europa, de
1990.

Direitos de Solidariedade:
São considerados os seguintes direitos de terceira geração:
a) Direito à Paz;
b) Direito ao Desenvolvimento;
c) Direito ao Patrimônio Comum da Humanidade;
d) Direito à Comunicação;
e) Direito à Autodeterminação dos Povos;
f) Direito ao Meio Ambiente.

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Colisão Entre os Direitos:
Esses direitos podem facilmente colidir entre si. O direito à autodeterminação conflita, não raro, com
o direito à paz. O direito ao desenvolvimento, com o direito ao meio ambiente, ou com o direito ao
patrimônio comum. E vice-versa.

Vulgarização dos Direitos:


A proclamação sem critérios de direitos “fundamentais” pode acabar vulgarizando e desvalorizando a
idéia de Direitos Humanos. Como exemplo, cita-se o direito ao turismo e o direito ao desarmamento
que já foram propostos, além de outros.

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Anexos

Declaração dos Direitos da Virgínia


Dos direitos que nos devem pertencer a nós e à nossa posteridade, e que devem ser considerados como o
fundamento e a base do governo, feito pelos representantes do bom povo da Virgínia, reunidos em plena e livre
convenção.)

Williamsburg, 12 de junho de 1776

Artigo 1o
Todos os homens nascem igualmente livres e independentes, têm direitos certos, essenciais e naturais dos quais
não podem, pôr nenhum contrato, privar nem despojar sua posteridade: tais são o direito de gozar a vida e a
liberdade com os meios de adquirir e possuir propriedades, de procurar obter a felicidade e a segurança.

Artigo 2o
Toda a autoridade pertence ao povo e por consequência dela se emana; os magistrados são os seus mandatários,
seus servidores, responsáveis perante ele em qualquer tempo.

Artigo 3o
O governo é ou deve ser instituído para o bem comum, para a proteção e segurança do povo, da nação ou da
comunidade. Dos métodos ou formas, o melhor será que se possa garantir, no mais alto grau, a felicidade e a
segurança e o que mais realmente resguarde contra o perigo de má administração.
Todas as vezes que um governo seja incapaz de preencher essa finalidade, ou lhe seja contrário, a maioria da
comunidade tem o direito indubitável, inalienável e imprescritível de reformar, mudar ou abolir da maneira que
julgar mais própria a proporcionar o benefício público.

Artigo 4o
Nenhum homem e nenhum colégio ou associação de homens pode ter outros títulos para obter vantagens ou
prestígios, particulares, exclusivos e distintos dos da comunidade, a não ser em consideração de serviços
prestados ao público, e a este título, não serão nem transmissíveis aos descendentes nem hereditários, a idéia de
que um homem nasça magistrado, legislador, ou juiz, é absurda e contrária à natureza.

Artigo 5o
O poder legislativo e o poder executivo do estado devem ser distintos e separados da autoridade judiciária; e a
fim de que também eles de suportar os encargos do povo e deles participar possa ser reprimido todo o desejo de
opressão dos membros dos dois primeiros devem estes em tempo determinado, voltar a vida privada, reentrar
no corpo da comunidade de onde foram originariamente tirados; os lugares vagos deverão ser preenchidos pôr
eleições, freqüentes, certas e regulares.

Artigo 6o
As eleições dos membros que devem representar o povo nas assembléias serão livres; e todo indivíduo que
demonstre interesse permanente e o consequente zelo pelo bem geral da comunidade tem direito geral ao
sufrágio.

Artigo 7o
Nenhuma parte da propriedade de um vassalo pode ser tomada, nem empregada para uso público, sem seu
próprio consentimento, ou de seus representantes legítimos; e o povo só está obrigado pelas leis, da forma pôr
ele consentida para o bem comum.

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Artigo 8o
Todo o poder de deferir as leis ou de embaraçar a sua execução, qualquer que seja a autoridade, sem o seu
consentimento dos representantes do povo, é um atentado aos seus direitos e não tem cabimento.

Artigo 9o
Todas as leis tem efeito retroativo, feitas para punir delitos anteriores a sua existência, são opressivas, e é
necessário, evitar decretá-las.

Artigo 10
Em todos os processos por crimes capitais ou outros, todo indivíduo tem o direito de indagar da causa e da
natureza da acusação que lhe é intentada, tem de ser acareado com os seus acusadores e com as testemunhas; de
apresentar ou requerer a apresentação de testemunhas e de tudo que for a seu favor, de exigir processo rápido
por um júri imparcial e de sua circunvizinhança, sem o consentimento unânime do qual ele não poderá ser
declarado culpado. Não pode ser forçado a produzir provas contra si próprio; e nenhum indivíduo pode ser
privado de sua liberdade, a não ser por um julgamento dos seus pares, em virtude da lei do país.

Artigo 11
Não devem ser exigidas cauções excessivas, nem impostas multas demasiadamente fortes, nem aplicadas penas
cruéis e desusadas.

Artigo 12
Todas as ordens de prisão são vexatórias e opressivas se forem expedidas sem provas suficientes e se a ordem
ou requisição nelas transmitidas a um oficial ou a um mensageiro do Estado, para efetuar buscas em lugares
suspeitos. Deter uma ou várias pessoas, ou tomar seus bens se não contiver uma indicação e uma descrição
especial dos lugares, das pessoas ou das coisas que dela forem objeto. Semelhantes ordens jamais devem ser
concedidas.

Artigo 13
Nas causas que interessem à propriedade ou aos negócios pessoais, a antiga forma de processo por jurados é
preferível a qualquer outra, e deve ser considerada como sagrada.

Artigo 14
A liberdade de imprensa é um dos mais fortes baluartes da liberdade do Estado e só pode ser restringida pelos
governos despóticos.

Artigo 15
Uma milícia disciplinada, tirada da massa do povo e habituada à guerra, é a defesa própria, natural e segura de
um Estado livre; os exércitos permanentes em tempo de paz devem ser evitados como perigosos para a
liberdade; em todo o caso, o militar deve ser mantido em uma subordinação rigorosa à autoridade civil e
sempre governado por ela.

Artigo 16
O povo tem direito a um governo uniforme; deste modo não deve legitimamente ser instituído nem organizado
nenhum governo separado, nem independente do da Virgínia, nos limites do Estado.

Artigo 17
Um povo não pode conservar um governo livre e a felicidade da liberdade, a não ser pela adesão firme e
constante às regras da justiça, da moderação, da temperança, de economia e da virtude e pelo apelo freqüente
aos seus princípios fundamentais.

Artigo 18
A religião ou o culto devido ao Criador, e a maneira de se desobrigar dele, devem ser dirigidos unicamente pela
razão e pela convicção, e jamais pela força e pela violência, donde se segue que todo homem deve gozar de
inteira liberdade na forma do culto ditado por sua consciência e também da mais completa liberdade na forma
do culto ditado pela consciência, e não deve ser embaraçado nem punido pelo magistrado, a menos, que, sob

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pretexto de religião, ele perturbe a paz ou a segurança da sociedade. É dever recíproco de todos os cidadãos
praticar a tolerância cristã, o amor à caridade uns com os outros.

Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão


PREÂMBULO
O Povo Francês, convencido de que o esquecimento e o desprezo dos direitos naturais do Homem são as
únicas causas das infelicidades do mundo, resolveu expor numa declaração solene estes direitos sagrados e
inalienáveis, a fim de que todos os cidadãos, podendo comparar sem cessar os atos do Governo com o fim de
toda instituição social, não se deixem jamais oprimir e aviltar pela tirania; para que o Povo tenha sempre
distante dos olhos as bases da sua liberdade e de sua felicidade, o Magistrado, a regra dos seus deveres, o
Legislador, o objeto da sua missão.

Em conseqüência, proclama, na presença do Ser Supremo, a Declaração seguinte dos Direitos do Homem e do
Cidadão.

I - O fim da sociedade é a felicidade comum. O governo é instituído para garantir ao homem o gozo destes
direitos naturais e imprescritíveis.

II - Estes direitos são a igualdade, a liberdade, a segurança e a propriedade.

III - Todos os homens são iguais por natureza e diante da lei.

IV - A lei é a expressão livre e solene da vontade geral; ela é a mesma para todos, quer proteja, quer castigue;
ela só pode ordenar o que é justo e útil à sociedade; ela só pode proibir o que lhe é prejudicial.

V - Todos os cidadãos são igualmente admissíveis aos empregos públicos. Os povos livres não conhecem
outros motivos nas suas eleições a não ser as virtudes e os talentos.

VI - A liberdade é o poder que pertence ao Homem de fazer tudo quanto não prejudica os direitos do próximo:
ela tem por princípio a natureza; por regra a justiça; por salvaguarda a lei; seu limite moral está nesta máxima: -
" Não faça aos outros o que não quiseras que te fizessem".

VII - O direito de manifestar seu pensamento e suas opiniões, quer seja pela voz da imprensa, quer de qualquer
outro modo, o direito de se reunir tranqüilamente, o livre exercício dos cultos, não podem ser interditos. A
necessidade de enunciar estes direitos supõe ou a presença ou a lembrança recente do despotismo.

VIII - A segurança consiste na proteção concedida pela sociedade a cada um dos seus membros para a
conservação da sua pessoa, de seus direitos e de suas propriedades.

IX - Ninguém deve ser acusado, preso nem detido senão em casos determinados pela lei segundo as formas
que ela prescreveu. Qualquer cidadão chamado ou preso pela autoridade da lei deve obedecer ao instante.

XI - Todo ato exercido contra um homem fora dos casos e sem as formas que a lei determina é arbitrário e
tirânico; aquele contra o qual quiserem executá-lo pela violência tem o direito de repelir pela força.

XII - Aqueles que o solicitarem, expedirem, assinarem, executarem ou fizerem executar atos arbitrários são
culpados e devem ser castigados.

XIII - Sendo todo Homem presumidamente inocente até que tenha sido declarado culpado, se se julgar
indispensável detê-lo, qualquer rigor que não for necessário para assegurar-se da sua pessoa deve ser
severamente reprimido pela lei.

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XIV - Ningém deve ser julgado e castigado senão quando ouvido ou legalmente chamado e em virtude de uma
lei promulgada anteriormente ao delito. A lei que castigasse os delitos cometidos antes que ela existisse seria
uma tirania: - O efeito retroativo dado à lei seria um crime.

XV - A lei não deve discernir senão penas estritamente e evidentemente necessárias: - As penas devem ser
proporcionais ao delito e úteis à sociedade.

XVI - O direito de propriedade é aquele que pertence a todo cidadão de gozar e dispor à vontade de seus bens,
rendas, fruto de seu trabalho e de sua indústria.

XVII - Nenhum gênero de trabalho, de cultura, de comércio pode ser proibido à indústria dos cidadãos.

XVIII - Todo homem pode empenhar seus serviços, seu tempo; mas não pode vender-se nem ser vendido. Sua
pessoa não é propriedade alheia. A lei não reconhece domesticidade; só pode existir um penhor de cuidados e
de reconhecimento entre o homem que trabalha e aquele que o emprega.

XIX - Ninguém pode ser privado de uma parte de sua propriedade sem sua licença, a não ser quando a
necessidade pública legalmente constatada o exige e com a condição de uma justa e anterior indenização.

XX - Nenhuma contribuição pode ser estabelecida a não ser para a utilidade geral. Todos os cidadãos têm o
direito de concorrer ao estabelecimento de contribuições, de vigiar seu emprego e de fazer prestar contas.

XXI - Os auxílios públicos são uma dívida sagrada. A sociedade deve a subsistência aos cidadãos infelizes,
quer seja procurando-lhes trabalho, quer seja assegurando os meios de existência àqueles que são
impossibilitados de trabalhar.

XXII - A instrução é a necessidade de todos. A sociedade deve favorecer tom todo o seu poder o progresso da
inteligência pública e colocar a instrução ao alcance de todos os cidadãos.

XXIII - A garantia social consiste na ação de todos, para garantir a cada um o gozo e a conservação dos seus
direitos; esta garantia se baseia sobre a soberania nacional.

XXIV - Ela não pode existir, se os limites das funções públicas não são claramente determinados pela lei e se a
responsabilidade de todos os funcionários não está garantida.

XXV - A Soberania reside no Povo. Ela é una e indivisível, imprescritível e indissociável.

XXVI - Nenhuma parte do povo pode exercer o poder do Povo inteiro, mas cada seção do Soberano deve
gozar do direito de exprimir sua vontade com inteira liberdade.

XXVII - Que todo indivíduo que usurpe a Soberania, seja imediatamente condenado à morte pelos homens
livres.

XXVIII - Um povo tem sempre o direito de rever, de reformar e de mudar a sua constituição: - Uma geração
não pode sujeitar às suas leis as gerações futuras.

XXIX - Cada cidadão tem o direito igual de concorrer à formação da lei e à nomeação de seus mandatários e
de seus agentes.

XXX - As funções públicas são essencialmente temporárias; elas não podem ser consideradas como
recompensas, mas como deveres.

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XXXI - Os crimes dos mandatários do Povo e de seus agentes não podem nunca deixar de ser castigados;
ninguém tem o direito de pretender ser mais inviolável que os outros cidadãos.

XXXII - O direito de apresentar petições aos depositários da autoridade pública não pode, em caso algum, ser
proibido, suspenso, nem limitado.

XXXIII - A resistência à opressão é a conseqüência dos outros direitos do homem.

XXXIV - Há opressão contra o corpo social, mesmo quando um só dos seus membros é oprimido. Há
opressão contra cada membro, quando o corpo social é oprimido.

XXXV - Quando o governo viola os direitos do Povo, a revolta é para o Povo e para cada agrupamento do
Povo o mais sagrado dos direitos e o mais indispensáveis dos deveres.

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Questões de Concursos

01 - (Ministério Público/GO – 97) Os Direitos Fundamentais de terceira geração têm por destinatário
o gênero humano mesmo, num momento expressivo de sua afirmação como valor supremo
em termos de existencialidade concreta. Segundo Karel Vasak, estes seriam:
( ) a) o direito ao desenvolvimento, o direito à paz, o direito ao meio ambiente, o direito de
propriedade sobre o patrimônio comum da humanidade e o direito à comunicação.
( ) b) os direitos sociais, culturais e econômicos, bem como os direitos coletivos ou das
coletividades.
( ) c) os direitos civis e políticos.
( ) d) os direitos de liberdade.

02 - (Delegado/SP – 1998) Precedendo às modernas declarações de direitos humanos fundamentais,


certos documentos e estatutos, elaborados na Inglaterra, já visavam a garantir estes direitos.
Dentre tais textos, um se notabilizou na defesa da liberdade individual, especialmente
suprimindo a possibilidade de prisões arbitrárias. É correto afirmar que o documento em
referência foi
( ) a) Bill of Rights, de 1689.
( ) b) O Habeas Corpus Act, de 1679.
( ) c) O Act of Settlement, de 1701.
( ) d) A Magna Charta Libertatum, de 1215.

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Gabarito
01. A 02. B

Bibliografia
Direitos Humanos Fundamentais Direitos Humanos
Manoel Gonçalves Ferreira Filho José Luiz Quadros de Magalhães
São Paulo: Editora Saraiva, 2° ed., 1998 São Paulo: Editora Juarez de Oliveira, 2000

Direitos Humanos Fundamentais Resumo de Direitos Humanos e da Cidadania


Alexandre de Moraes Carlos Alberto Marchi de Queiroz
São Paulo: Editora Atlas, 2000 São Paulo: Iglu, 2001

Apostilas Concursos Jurídicos

Direitos Humanos
02 – A Evolução Histórica dos Direitos Humanos

Edição 2003

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