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Capítulo I
Inicia-se com a descrição do Ramalhete, a «casa que os Maias vieram habitar em
Lisboa, no Outono de 1875», situando no espaço e no tempo aquela que será a intriga
principal. Esta é interrompida e há um recuo no tempo - 1820. Conhece-se então a
juventude de Afonso da Maia, o seu casamento com Maria Eduarda Runa, o nascimento
de Pedro, o exílio da família em Inglaterra por motivos políticos, a educação tradicional
portuguesa ministrada a Pedro contra a vontade Afonso, o regresso da família Portugal,
a morte de Maria Eduarda Runa, os amores de Pedro e de Maria Monforte, a oposição
de Afonso ao enlace do filho com Maria Monforte e a ruptura entre pai e filho após o
casamento deste com Maria Monforte.
Capítulo II
Pedro e Maria Monforte viajam por Itália e Paris em lua-de-mel; após o regresso do
casal a Portugal, Maria Monforte, grávida, pressiona Pedro a reatar relações com o pai
que se mantém inacessível. Entretanto nasce Maria Eduarda; Pedro da Maia e Maria
Monforte vivem faustosamente. Segue-se o nascimento de Carlos Eduardo. Mais tarde,
por intermédio do marido, Maria Monforte conhece Tancredo com quem acaba por
fugir, levando a filha com ela. Pedro, desesperado, reconcilia-se com o pai, deixa Carlos
aos seus cuidados e suicida-se. Afonso, abatido com a desgraça familiar, vai viver com
o neto para Santa Olávia.
Capítulo III
Afonso da Maia e o neto vivem felizes em Santa Olávia, onde recebem assiduamente
vários amigos. Vilaça visita-os, comove-se com a cumplicidade entre avô e neto,
conversa com as Silveira sobre a educação ministrada a Carlos, totalmente diferente da
imposta a Eusébiozinho que, a pedido da mãe, recita um poema ultra-romântico. No
final da noite, Vilaça informa Afonso sobre a situação de Maria Monforte e entrega-lhe
uma carta remetida por Alencar. Afonso mostra interesse em recuperar a neta e dá conta
ao procurador da carta que Pedro escrevera na noite em que se suicidara. Mais tarde,
Vilaça escreve a Afonso, comunicando-lhe que, segundo o que Maria Monforte dissera
a Alencar, a sua neta morrera em Londres, o que Afonso não consegue, de facto,
comprovar. Depois disso, Vilaça morre e o filho assume as funções de procurador da
família Maia. Entretanto Carlos da Maia faz o seu primeiro exame com distinção.
Capítulo IV
É retratado o período de formação académica de Carlos, em Coimbra, no curso de
Medicina, vocação já manifestada na infância. Evidencia-se: o carácter diletante de
Carlos, as reuniões intelectuais em seu redor, a prática de actividades diversas e a
vivência de casos amorosos fugazes. Carlos termina o seu curso e viaja, durante um ano,
pela Europa.
A acção principal, nesse Outono de 1875 é retomada: Afonso encontra-se instalado no
Ramalhete, aguardando ansiosamente a chegada do neto, no paquete Royal Mail. H´+a
um jantar em honra de Carlos. Após a sua acomodação, Carlos traça vários planos de
trabalho, contudo dispersos; e aluga o primeiro andar no Rossio onde instala luxuosa e
requintadamente o seu consultório, faltando-lhe, no entanto, doentes. Ega visita-o no
consultório e ambos falam sobre os seus projectos. Carlos incita o amigo a aparecer no
Ramalhete, dizendo-lhe em linhas gerais como e com quem passa aí o tempo. Ega
propõe a Carlos a organização de um Cenáculo, falha-lhe de Craft com admiração e
comunica-lhe a intenção de publicar as Memórias de um Átomo.
Capítulo V
Os amigos da família frequentam o Ramalhete, durante o serão: joga-se bilhar, cartas e
conversa-se. Vilaça confidencia a Eusebiozinho que os maias desperdiçam dinheiro
inutilmente. Carlos, quase sem pacientes, dispersa-se nas suas actividades. Entretanto,
ganha « a primeira libra» da família que é adquirida através do trabalho. Ega,
enamorado de Raquel Cohen, leva uma vida dândi. Em sequência da leitura de um
excerto de Memórias de um Átomo, na casa dos Cohen, Ega é elogiado na Gazeta do
Chiado. Carlos, investigado por Ega, vai em vão ao Teatro de S. Carlos com o intuito de
ver a condessa de Gouvarinho. Já em casa, no quarto, obtém de Baptista informações
sobre os Gouvarinho. Carlos é apresentado, no Teatro de S. Carlos, por Ega ao Conde
de Gouvarinho e conhece a esposa.
Capítulo VI
Carlos visita Ega de surpresa, na Vila Balzac, ninho dos seus amores com Raquel
Cohen. Inconscientemente, Ega augura um futuro amoroso trágico para Carlos. Este é
apresentado por Ega a Craft, quando casualmente se encontram na entrada do Largo da
Graça. Sucede-se o jantar no Hotel Central, organizado por Ega em honra de Cohen. No
peristilo do Hotel Central, Carlos, na companhia de Craft, vê Maria Eduarda pela
primeira vez e fica deslumbrado. Dâmaso é apresentado por Ega a Carlos; aquele fala
sobre os Castro Gomes e sobre o seu tio Guimarães. Ega apresenta Alencar a Carlos , o
qual afirma ter sido um grande amigo de seu pai, Pedro da Maia. Cohen chega atrasado,
Ega recebe-o com euforia e apresenta-o a Carlos. Durante o jantar, a conversa recai sobe
a literatura - Alencar defende o Ultra-Romantismo, Ega o Naturalismo, Craft critica o
Realismo, Carlos reage contra o Naturalismo - e as finanças nacionais - a inevitável
bancarrota do país. Entretanto, Ega e Alencar desentendem-se violentamente numa
discussão literária, acabando, contudo, por se reconciliar. Após o jantar, Carlos e
Alencar caminham juntos e este fala sobre o seu passado. Já em casa, Carlos relembra o
que Ega certo dia, completamente embriagado, lhe revelara sobre a mãe e o que a seu
pedido, mais tarde, o avô lhe contara, nomeadamente a morte da mãe e da irmã em
Viena. Nessa noite Carlos sonha com Maria Eduarda.
Capítulo VII
Depois do almoço, Afonso e Craft jogam uma partida de xadrez. Carlos tem poucos
doentes e vai trabalhando no seu livro. Dâmaso, à semelhança de Craft, torna-se íntimo
da casa dos Maias, seguindo Carlos por todo o lado e procurando emita-lo. Ega anda
ocupado com a organização de um baile de máscaras na casa dos Cohen. Carlos, na
companhia de Steinbroken em direcção ao Aterro, vê, pela segunda vez, Maria Eduarda
acompanhada do marido. Carlos desloca-se várias vezes, durante a semana, ao Aterro na
Esperança de ver novamente Maria Eduarda. A Condessa de Gouvarinho, com a
desculpa que o filho se encontra doente, procura Carlos no consultório. Ao serão, no
Ramalhete, joga-se dominó, ouve-se música e conversa-se. Carlos convida Cruges a ir a
Sintra no dia seguinte, pois tomara conhecimento, por intermédio de Taveira, que Maria
Eduarda aí se encontrava na companhia do marido e de Dâmaso.
Capítulo VIII
Carlos vai com Cruges a Sintra. Aquele procura Maria Eduarda discretamente. Ambos
encontram, no Hotel Nunes, Eusebiozinho e Palma «Cavalão» na companhia de Lola e
Concha, duas prostitutas espanholas. Carlos e Cruges decidem ir a Seteais em passeio;
entretanto, encontram Alencar que os acompanha; sobretudo Cruges e Alencar apreciam
e deslumbram-se perante aquela paisagem. De regresso a Sintra, Carlos dirige-se ao
Hotel Lawrence e, desiludido, constata que Maria Eduarda já partira. Em monólogo
interior, Carlos imagina Maria Eduarda «nas rendas do seu peignoir», em Lisboa.
Depois de jantar, «na Lawrence», os três amigos partem para a capital.
Capítulo IX
Na ausência dos Castro Gomes, Dâmaso, aflito, leva Carlos ao Hotel Central, para
consultar a filha de Maria Eduarda que adoecera. Enquanto aguarda no «gabinete
toilette», Carlos observa atentamente os objectos pessoais de Maria Eduarda; entretanto,
é levado à presença de Rosicler e conhece também Miss Sara. Nessa noite, Ega é
expulso por Cohen do baile de máscaras e aquele pede a Carlos que vá com ele aos
Olivais conversar com Craft, pois pretende desafiar Cohen para um duelo. Craft e
Carlos procuram acalmar Ega, dissuadem-no da sua intenção e aconselham-no a esperar
que Cohen o desafie. A Sr.ª Adélia, criada dos Cohen, chega com notícias: Raquel
levara uma tareia do marido e reconciliara-se com ele. depois disto, Ega decide ir uns
tempos para Celorico, onde vive a mãe, para fugir aos sacarmos de Lisboa. Em
monólogo interior, Carlos reflecte sobre o fracasso dos projectos de Ega, considerando
que também ele próprio, até ao momento, nada fizera produtivo. Carlos Vê novamente
Maria Eduarda com o marido. Passa algum tempo na companhia dos Gouvarinho e
acaba por se envolver com a Condessa.
Capítulo X
Carlos vive uma aventura amorosa com a Gouvarinho. Ela quer fugir com ele, mas
Carlos dissuade-a. Em conversa com o marquês, Carlos confidencia-lhe que Ega está a
escrever uma comédia em cinco actos, O Lodaçal, para se vingar de Lisboa. Carlos
avista Rosicler na companhia da mãe e cumprimenta-as, ficando novamente bastante
perturbado com a beleza de Maria Eduarda. Em monólogo interior, Carlos idealiza uma
visita à Quinta dos Olivais com os Castro Gomes. No Ramalhete conversa-se sobre as
corridas: Afonso defende as touradas como «sport próprio» da «raça» portuguesa; o
marquês apoia-o; Dâmaso considera que as corridas «outro chique». Carlos expõe a
Dâmaso o seu plano de conhecer os Castro Gomes numa visita à Quinta dos Olivais;
este, embora desconfiado, acede, comprometendo-se a fazer o convite ao casal e a dar
conhecimento do eventual encontro a Carlos. Carlos e o marquês vêem Afonso a dar
esmola a duas mulheres, o que o deixa embaraçado por ter sido surpreendido na «sua
caridade». Segue-se o episódio das Corridas de Cavalos : Carlos e Craft vão juntos para
o hipódromo; o ambiente é tristonho, acabrunhado, monótono e ocioso; há uma
discussão à entrada do hipódromo entre um «dos sujeitos de flor ao peito» e um polícia;
os dois amigos observam o ambiente em redor e dirigem-se para a tribuna onde
encontram as mulheres; Carlos conversa com D. Maria da Cunha; o rei D. Carlos é
anunciado pelo «Hino da Carta»; começam as corridas; continuam a chegar pessoas e
Carlos, inquieto, procura Dâmaso e Maria Eduarda no meio da multidão; Carlos, Craft e
Clifford bebem champanhe; instala-se a desordem no hipódromo; discretamente a
condessa de Gouvarinho transmite a Carlos a sua intenção de ir ao aniversário do pai ao
Porto e o plano que arquitectou para que ambos pudessem ficar uma noite juntos;
fazem-se apostas para a corrida do «Grande Prémio Nacional» e Carlos, ao contrário do
que seria de se esperar, ganha todas as apostas; finalmente, Carlos, encontra Dâmaso
através do qual fica a saber que Castro Gomes partira para o Brasil e que Maria Eduarda
estava instalada no primeiro andar de uma casa da mãe de Cruges; Carlos é forçado a
aceder ao capricho da Gouvarinho; as corridas terminam e desaparece «todo o interesse
fictício pelos cavalos»; Carlos sai sozinho do recinto e passa pela rua de S. Francisco,
onde se situa a casa alugada de Maria Eduarda. Ao chegar ao Ramalhete, Carlos toma
conhecimento por Craft, que as corridas acabaram com uma cena de murros; ao entrar
em casa, um criado entrega-lhe uma carta de Maria Eduarda, na qual esta lhe pede para
ir ver, na manhã seguinte, «uma pessoa da família» que se encontrava doente.
Capítulo XI
Carlos, na sua consulta a Miss Sara, conhece finalmente Maria Eduarda; ambos
conversam e esta despede-se com um «até amanhã» que deixa Carlos radiante. Este,
contrariado, vai ter com a Condessa à estação de Santa Apolónia; aqui encontra Dâmaso
que ia aa Penafiel em virtude do falecimento de um tio; inesperadamente, a Condessa
aparece acompanhada pelo marido que, para gáudio de Carlos, assim lhe estraga «o
plano» de pernoitar com a amante. Com a desculpa da doença de Miss Sara, Carlos
convive diariamente com Maria Eduarda; fica a saber que ela considera Dâmaso
«insuportável» e que conhece o tio deste (Guimarães) por intermédio da mãe.
Novamente em Lisboa, Dâmaso visita Maria Eduarda que o recebe friamente. Ao ver
Carlos na companhia de Maria, Dâmaso pede-lhe, mais tarde, explicações. Depois de o
tranquilizar, Carlos informa-o sobre a chegada de Ega a Lisboa, no sábado seguinte, e
Dâmaso diz-lhe que também os Cohen tinham regressado de Southamptom, dois dias
antes.
Capítulo XII
Ega regressa a Lisboa, instala-se no ramalhete e confidencia a Carlos que a Condessa
fala «constantemente, irresistivelmente, imoderadamente» dele. Em conversa com
Afonso, Ega e Carlos justificam a sua inércia com a «prodigiosa imbecilidade nacional»
e aquele, apercebe-se da falta de estímulo de ambos, incita-os a fazerem «alguma
coisa». Segue-se o jantar em Casa do Gouvarinho: Carlos e Ega vão juntos ao jantar; a
condessa recrimina Carlos devido às suas ausências e fá-lo saber que, por intermédio de
Dâmaso, conhece as suas visitas assíduas à «brasileira» (Maria Eduarda). Durante o
jantar, o Conde denuncia a sua ignorância e falta de memória; A Condessa «amuada
com Carlos», dá toda a atenção a Ega; D. Maria da Cunha na sua conversa com Carlos
tece criticas negativas a Ega; Sousa neto, acossado por Ega, revela-se ignorante
relativamente a Proudhon; já reconciliada com Carlos, a Condessa simula um exame
médico rápido ao filho e marca um encontro amoroso com ele. Na tarde seguinte, em
visita a Maria Eduarda, Carlos declara-lhe o seu amor, que é correspondido, e ambos
beijam-se pela primeira vez. Mediante o desejo de Maria Eduarda de viver num lugar
mais recatado, com espaço ao ar livre, Carlos compra a Quinta dos Olivais a Craft;
Afonso aprova o investimento, desconhecendo, contudo, o verdadeiro motivo do
mesmo. Carlos conta a Ega o seu romance com Maria Eduarda e a sua intenção de fugir
com ela; Ega sente que esta mulher seria «para sempre, o seu irreparável destino».
Capítulo XIII
Carlos recebe uma carta da Condessa que, «num tom amargo», marca novo encontro
com ele, ao qual este decide não comparecer. Ega conversa com Carlos e informa-o que
Dâmaso o tem andado a difamar, bem como a Maria Eduarda, por todos os lugares
frequentados por todas as pessoas importantes de Lisboa. Carlos vai aos Olivais
proceder aos últimos preparativos para a visita que Maria Eduarda fará, no dia seguinte.
De regresso ao Ramalhete, encontra Alencar que não via desde as corridas e confirma
por este que Dâmaso o anda a difamar. Maria Eduarda visita os Olivais; ela e Carlos
cometem incesto inconscientemente. No dia seguinte, festeja-se o aniversário de Afonso
da Maia: Ega sabe pelo Marquês que Dâmaso tem sido visto na companheira de Raquel
Cohen. A condessa procura Carlos e este separa-se dela definitiva e friamente.
Capítulo XIV
Afonso vai para Santa Olávia passar uns tempos. Maria Eduarda instala-se, com
Rosicler e seus criados, nos Olivais. Ega vai para Sintra no encaço de Raquel Cohen.
Carlos encontra Alencar à porta do Prince que o informa sobre a estada dos Cohen em
Sintra e mostra-se interessado em apresentar Guimarães, o que Carlos adia para outra
altura. Em monólogo interior, Carlos relembra o seu pai e projecta a fuga com Maria
Eduarda para Itália, mostrando-se apreensivo com a reacção do avô a esta «aventura
absoluta». Carlos e Maria Eduarda encontram-se diariamente na Quinta dos Olivais
(Toca) e refugiam-se, «numa intimidade mais livre» no quiosque japonês.
Acidentalmente, Carlos descobre o envolvimento secreto de Miss Sara com um homem
que «parecia jornaleiro», o que o deixa bastante surpreendido e «atordoado». Maria
Eduarda visita o Ramalhete na companhia de Carlos; ela falhe-lhe de sua mãe; Ega
chega de Sintra. Carlos visita Afonso em Santa Olávia. Castro Gomes vai ao ramalhete
falar com Carlos e, em tom irónico, comunica-lhe que não é casado com Maia Eduarda,
nem Rosicler é sua filha; Carlos fica transtornado e vai à Toca pedir explicações a
Maria Eduarda que, humildemente, lhe revela toda a verdade reafirmando o seu amor
por ele. Carlos, comovido, compreende e perdoa-lhe a omissão; pedindo-a em
casamento.
Capítulo XV
No quiosque japonês, Maria Eduarda conta detalhadamente a Carlos o que conhece da
sua vida passada. Dadas as circunstancias, e sobretudo para poupar Afonso a esse
«desgosto», Ega convence Carlos a casar com Maria Eduarda apenas depois do
falecimento do avô. Ega vai jantar com Carlos e Maria Eduarda à Toca e conversam
sobre a ideia de criar um Cenáculo a uma revista que «dirigisse a literatura, educasse o
gosto, levasse a politica, fizesse a civilização, remoçasse o carunchoso Portugal…»;
Maria Eduarda, enlevada, apoia esta intenção. Após o primeiro convívio, cria-se um
círculo de amizades que passa a frequentar a Toca. Carlos, incentivado por Maria
Eduarda, recomeça a escrever artigos de Medicina para a Gazeta Médica. Segue-se o
incidente relacionado com a Corneta do Diabo e A tarde. Ega envia a Carlos um bilhete,
juntamente com a Corneta do Diabo na qual vinha uma notícia escandalosa sobre a sua
vida pessoal, envolvendo também Maria Eduarda. Carlos e Ega procuram Palma
«Cavalão», director do jornal, e este denuncia Dâmaso, como autor do artigo, e
Eusebiozinho como seu intermediário. Egas e Cruges vão a casa de Dâmaso a fim de o
desafiar para um duelo com Carlos devido ao artigo que tinha mandado publicar.
Dâmaso opta por por escrever uma carta de desculpa a Carlos onde se declara bêbado.
Afonso regressa de Santa Olávia, Carlos vê-se obrigado a deixar os Olivais e Maria
Eduarda instala-se novamente na rua de S. Francisco. Depois de ver Dâmaso a
conversar intimamente com Raquel no ginásio, onde decorria a festa de beneficência,
Ega, despeitado e vingativo, faz publicar no jornal A Tarde a carta que este remetera a
Carlos. O Governo cai, forma-se um novo Governo e o Conde de Gouvarinho é eleito
ministro da pasta da Marinha. Dâmaso parte «para uma viagem de recreio a Itália».
Capí tulo XVI

Capítulo XVII
Ega, transtornado com os acontecimentos do dia anterior, decide procurar Vilaça e
encarrega-lo de revelar a verdadeira identidade de Maria Eduarda a Carlos. Este,
angustiado com a fatídica notícia, interpela Afonso sobre o destino da sua irmã, neta de
Afonso, e constata que Afonso também desconhece o que se passou. Carlos vai ter com
Maria Eduarda a fim de lhe contar a desastrosa descoberta sobre as suas origens, mas
irresistivelmente comete incesto de forma consciente. Afonso apercebe-se desta
fraqueza do neto e morre com o desgosto. Depois do funeral de Afonso, Carlos refugia-
se em Santa Olávia e encarrega Ega de revelar a verdade à irmã e de lhe pedir que esta
parta para Paris. Ega encontra-se no dia seguinte com Maria Eduarda na estação de
Santa Apolónia, ambos vão de viagem: ela segue para Paris e ele vai encontrar-se com
Carlos em Santa Olávia. No Entroncamento despedem-se definitivamente.
Capitulo XVIII
Carlos e Ega fazem uma viagem pelo mundo, durante um ano e meio. Ega regressa a
Portugal, mas Carlos instala-se em parios. Em 1886, Carlos passa o Natal em Sevilha e,
no inicio do novo ano, visita Portugal, reencontrando vários amigos com que combina
um jantar no Bragança. Segue-se o episódio do passeio final dos dois amigos, durante a
deambulação de Carlos e de Ega pela capital, destaca-se: a «estátua triste de Camões»,
Dâmaso, que entretanto casara e era enganado pela mulher, um obelisco «com borrões
de bronze no pedestal», uma «geração nova e miúda que Carlos não conhecia, Charlie
(filho da Condessa de Giouvarinho) a vaguear numa vitória «com lentidão e estilo» e
Eusébio que casara com uma «avantesma» que « o derreia à pancada». os dois amigos
vão ao Ramalhete e entristecem-se com o seu estado de degradação e abandono. Ambos
concluem que falharam e Ega afirma que são «Românticos: isto é, indivíduos inferiores
que se governam na vida pelo sentimento, e não pela razão…»; Carlos declara que a sua
teoria de vida se baseia no «fatalismo muçulmano. Nada desejar e nada recear… Não se
abandonar a uma esperança - nem a um desapontamento. Tudo aceitar, o que vem e o
que foge, com a tranquilidade com que se acolhem as naturais mudanças de dias
agrestes e de dias suaves». O capítulo termina com os dois amigos - que segundos antes
afirmavam que «não vale a pena fazer um esforço, correr com ânsia para coisa alguma»
- a correrem desesperadamente para apanhar o americano (eléctrico), a fim de chegarem
a tempo ao convívio marcado com «os rapazes» no Bragança. 

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