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Definição de Cartografia

1 - Vocábulo criado pelo historiador português Visconde de


Santarém, em carta de 8 de dezembro de 1839, escrita em
Paris, e dirigida ao historiador brasileiro Adolfo de
Varnhagen.
2 - Conjunto de estudos e operações científicas, artísticas e
técnicas, baseado nos resultados de observações diretas ou
de análise de documentação, visando à elaboração e
preparação de cartas.

Definição de Mapa, Carta e Planta


• Mapa: escalas menores que 1:100.000
• Carta escalas entre de 1:10.000 e 1:100.000
• Planta: escalas maiores que 1:10.000
História dos Mapas

A História dos Mapas é mais antiga que a


própria História documentada.
Os chineses também produziram excelentes
mapas antes de terem contado com a
civilização ocidental.
• O mapa mais antigo
conhecido está
gravado em uma
placa de barro e
representa a cidade
de Ga-Sur (2400
A.C.) a 300 km ao
norte da Babilônia
Mapa de Bedolina (metade do segundo milênio a.C)
• Mapa indígena do
Pacífico.
• Mapa bastante
esquemático, mostrando
por meio de hastes de
coqueiro e conchas da
praia, o movimeno das
ondas e o arquipélago
Mapa de indígenas Brasileiros
Classificação das Projeções:
Propriedade que Conservam
• Equidistante
• Sem deformações lineares em uma ou algumas
direções
• Equivalente (eqüiárea)
• Sem deformações de área (limite)
• Conforme (ortomórfica)
• Sem deformações de ângulos (limite)
• Afilática
• Não conserva propriedades, mas minimiza as
deformações em conjunto
Classificação das Projeções:
Quanto ao Método Construtivo
• Geométrica
• Baseia-se em princípios geométricos projetivos,
existindo um significado físico para a projeção
• perspectiva
• Ponto de Vista
• Raios visuais através da superfície da Terra
• Pseudo-perspectiva
• Recorre-se a algum artifício de, modo a obter-se
alguma propriedade
Classificação das Projeções:
Quanto ao Método Construtivo (cont.)
• Analítica
• Baseada em leis de correspondência matemática
provenientes de condições previamente
estabelecidas e não possui um significado
geométrico
• Simples (regulares)
• Modificadas (irregulares)
• Convencional
• Baseada em princípios projetivos por convenção,
para deduzir uma expressão matemática
Classificação das Projeções:
Quanto ao Método Construtivo (cont.)
- Geométricas
• Gnômica (PV no centro da Terra)

• Estereográfica (PV diametralmente


oposto)

• Ortográfica (PV no infinito)

• Cenográfica (PV a uma distância


qualquer)
Classificação das Projeções:
Quanto à Superfície adotada
• Planas ou Azimutais (zenitais)
• Plano tangente

• Plano secante

• O nome azimutal deve-se a propriedade conforme,


pois os azimutes se mantém
• Desenvolvimento
• Cônicas ou policônicas

• Cilíndricas

• Poliédricas
Classificação das Projeções: Posição
relativa da superfície projetiva adotada
ou a orientação do eixo desta superfície

• Superfícies Planas
• Polares

• Equatoriais ou Meridianas

• Horizontais

• Oblíquas
Classificação das projeções:
Quanto a posição relativa da superfície ou a
orientação do eixo
Superfícies por Desenvolvimento
• Eixo vertical (linha dos pólos)
• Normal, para as cônicas
• Equatorial, para as cilíndricas
• Eixo horizontal
• Transversa ou meridiana, tanto para cônicas quanto
para cilíndricas
• Eixo em posição qualquer
• Horizontal, para as cônicas
• Oblíqua, para as cilíndricas
Designação das Projeções
• Natureza da superfície de projeção (plana, cônica,
cilíndrica)
• Posição do eixo (ou ponto) em relação a linha dos
pólos (polar, normal, transversa)
• Propriedade que conserva, se for analítica
( conforme, eqüidistante, equiárea)
• Posição do ponto de vista, se for geométrica
(gnômica, estereográfica, ortográfica)
Projeções Planas

Polar Equatorial Horizontal


Projeções Cônicas
Normal Transversa Horizontal
Projeções Cilíndricas
Equatorial Transversa Oblíqua
Projeção UTM: Breve Histórico

• O Sistema Universal Transverso de


Mercator em sua forma mais atual foi
calculado por J.H. Lambert, mas já havia
sido utilizado sob a denominação de Gauss
desde 1866 para calcular a triangulação de
Hanover (Alemanha).
Projeção UTM: Breve Histórico (cont.)

• Em 1912 surge o sistema Gauss-Kruger, em


que os cálculos são logarítmicos e
necessitam o cálculo de outros termos
através de tabelas incômodas. Entre as duas
grandes guerras mundiais diversos países da
Europa e a ex-URSS adotaram essa
projeção para a confecção de seus mapas
militares.
Projeção UTM: Breve Histórico (cont.)

• Em 1950, os EUA propuseram uma


combinação para abranger a totalidade das
longitudes, e o sistema recebeu a
denominação atual: Projeção Universal
Transversa de Mercator (U.T.M.).
Especificações da Projeção UTM

• Projeção cilíndrica, conforme, de acordo


com os princípios de Mercator-Gauss, com
uma rotação de 90º do eixo do cilindro, de
maneira a ficar contido no plano do
equador;
• A adoção de um elipsóide de referência (em
vez da Terra esférica);
• Cilindro transverso e secante;
Especificações da Projeção UTM (cont.)
• Sistema de coordenadas: Cartesiano
Bidimensional (N, E);
• Cada Fuso tem 6° de amplitude em
longitude (λ);
• Fusos limitados entre as latitudes (φ) de
80 ° Sul e 80° Norte;
• Meridiano Central (MC): múltiplos de 6° de
longitude menos 3°;
Especificações da Projeção UTM (cont.)

• Origem do eixo N:
• = 10.000.000 m no equador (p/ Hemisfério Sul)
• = 0 m no equador (p/ Hemisfério Norte);
• Origem do eixo E:
• = 500.000 m no Meridiano Central;
• Fator de Escala:
• no Meridiano Central = 0.9996
• no Meridiano de Secância = 1
• na Borda do Fuso ≅ 1, 00097.
Esquema da Projeção UTM
Ko = 0,9996
K=1 K=1

K=1,00097 K=1,00097

1°23’
1°37’


Fator de redução de Escala (Ko)
• Ko = 1 - 1/2500 = 0,9996
• Deformação nula (K = 1)
• Redução no interior (K < 1)
• Ampliação no exterior (K >1)
• Adota-se 60 posições distintas do cilindro
de eixo transverso, obtidos através da
rotação do mesmo no plano do equador de
maneira que cada um cubra a longitude de
6º .
Distorção linear
K = K0 / √1−[cos φm sen (λm - λo)]2

Distorção Angular
Diferença entre o ângulo projetado e o ângulo
geodésico : ω
3
1 Linhas Geodésicas
Transformadas
β
Meridiano
Central
α α = β + ψ21 - ψ23
ψ23
ψ21 2
Fonte: Ferreira, 1997
Convergência Meridiana Plana : γ
Diferença entre o Norte de Quadrícula - NQ - e o Norte Verdadeiro - NV.
NQ - paralelo à direção das ordenadas do reticulado
NV - direção da tangente à transformada do meridiano

NQ NV N NV NQ
NO NE

Meridiano Central
γ<0 γ γ γ>0

γ=0
γ=0 γ=0
O NV NQ Paralelo Origem NQ NV E
equador

γ>0 γ γ γ<0
γ=0

SO SE
S Fonte: Ferreira, 1997
Deformação provocada pela projeção de Mercator
Parâmetros Oficiais de Translação (IBGE)

• SAD69 -> WGS84


tx= -66.87 m
ty= +4.37 m
tz= -38.52 m

• SAD69 -> Córrego Alegre


tx= +138.7 m
ty= -164.4 m
tz= -34.4 m

• WGS84 -> Córrego


Alegre
tx= +205.6 m
ty= -168.8 m
tz= +4.1 m
HB

cl in ada)
DH(na altitude média) DI (in

HA

DG (geóide)
DE (elipsóide)

DP (plano UTM)
• Cálculo da distância sobre a superfície de
raio médio ( ≅ geóide)
• Onde:
• DG = distância sobre a superfície de raio médio
( ≅ geóide)
• DH = distância horizontal (na altitude média)

• ∆H = altitude média

• R = raio médio terrestre ( ≅ 6.378.000 m)

DH ∆H DH ∆H 2
DG = DH − + 2
R R
• Cálculo da distância sobre o Elipsóide
• Onde:
• DE = distância sobre o elipsóide

• DG = distância sobre a superfície de raio médio


( ≅ geóide)
• R = raio médio terrestre ( ≅ 6.378.000 m)

3
DG
DE = DG + 2
R
• Cálculo da distância sobre o plano UTM
• Onde:
• DP = distância sobre o plano UTM

• DE = distância sobre elipsóide

• k = fator de escala na região considerada (UTM)


RTM - Regional Transverso de Mercator

• Amplitude do Fuso: 2° em longitude (180 fusos)


• Meridiano Central: Nas longitudes de grau ímpar
• Coeficiente de deformação de escala no meridiano
central ð ko = 0,999995
• Origem das coordenadas plano-retangulares:
– Na intersecção do Plano do Equador com o meridiano
central (MC) do fuso
– N = 0 m para o Hemisfério Norte e,
N = 5.000.000 m para o Hemisfério Sul
– E = 400.000 m
Ko = 0,999995

K=1

K = 1,000152


LTM - Local Transverso de Mercator

• Amplitude do Fuso: 1° em longitude (360 fusos)


• Meridiano Central: a cada 30'
• Coeficiente de deformação de escala no meridiano
central ð ko = 0,999995
• Origem das coordenadas plano-retangulares:
– Na intersecção do Plano do Equador com o meridiano
central (MC) do fuso
– N = 0 m para o Hemisfério Norte e,
N = 5.000.000 m para o Hemisfério Sul
– E = 200.000 m
Ko=0,999995

K=1

K=1,000037


am p
elipsoide distliação
plano TM ânc de
ia s

o de
ã
uç cias
TMs redistân
d

Fuso TM

TM No Fusos(1) Origem Falso Norte(2) Falso Este K0(3) K máximo


UTM 6 MC / Equador 10.000km 500km 0,999 6 1,000 97
RTM 2 MC / Equador 5.000km 400km 0,999 995 1,000 152
LTM 1 MC / Equador 5.000km 200km 0,999 995 1,000 037

(1): borda do primeiro fuso a partir do IRM- International Reference Meridian (antigo Greenwich);
(2): para o hemisfério Sul;
(3): no meridiano central
|NBR 14166 - Plano Topográfico Local (concepção)
• Coordenadas plano-retangulares:

(X,Y) - São as coordenadas cartesianas definidoras da localização


planimétrica dos pontos medidos no terreno e representados,
no plano topográfico do sistema topográfico local, cuja origem
está no ponto de tangência deste plano com a superfície de
referência adotada pelo Sistema Geodésico Brasileiro - S.G.B.

Nota:
a) O sistema de coordenadas plano-retangulares tem a mesma
origem do sistema topográfico local.
b) A orientação do sistema de coordenadas plano-retangulares é
em relação ao eixo das ordenadas (Y).
c) A fim de serem evitados valores negativos para as coordenadas
plano-retangulares, a estas são adicionados termos constantes
adequados a esta finalidade.
d) A fim de elevar o plano topográfico de projeção ao nível médio
da área objeto do sistema topográfico, as coordenadas plano-
retangulares são afetadas por um fator de elevação,
caracterizando o plano topográfico local.
e) A origem do sistema topográfico local deve estar posicionada,
geograficamente, de modo a que nenhuma coordenada plano-
retangular, isenta do seu termo constante, tenha valor superior
a 50 km.
• É o fator, que aplicado às coordenadas plano-retangulares dos
pontos do apoio geodésico do Sistema, definidores do plano
topográfico de projeção, isentas de seus termos constantes,
eleva este plano ao nível médio do terreno da área de
abrangência do sistema, caracterizando o sistema topográfico
local, onde serão representados, todos os pontos levantados
topograficamente.

• Fator de Elevação “c”:

m + t
= MN
=
m
Onde:
c = fator de elevação
Ht = altitude média do terreno
Rm = raio médio terrestre = , adotado como raio da esfera de
adaptação de Gauss
M = raio de curvatura da elipse meridiana do elipsóide de
referência na origem do sistema topográfico local.
N = raio de curvatura da elipse normal à elipse meridiana na
origem do sistema topográfico local.

Nota:
Devido a grandeza de Rm face à pequenez de Ht, na utilização
desta Norma pode ser usada expressão simplificada:
−7
c = 1 + 1 ,5 7 ⋅ 1 0 ⋅ H t
Plano Topográfico:
• Esta superfície é definida pelas tangentes, no ponto origem do
Sistema Topográfico, ao meridiano deste ponto e à geodésica
normal a este meridiano.

Nota:
• O plano topográfico é tangente ao elipsóide de referência no
ponto de origem do sistema topográfico e tem a sua dimensão
máxima limitada a ~ 70 km, a partir da origem do sistema
topográfico local, de maneira que o erro relativo, decorrente da
desconsideração da curvatura terrestre não ultrapasse 1:50.000
nesta dimensão e 1:20.000 nas imediações da extremidade
desta dimensão.
• A dimensão máxima do plano topográfico é a metade da
diagonal de um quadrado de 100 km de lado, correspondente à
área máxima de abrangência do Sistema Topográfico Local.
• O plano topográfico deve ser elevado ao nível médio do terreno
da área, objeto de levantamento topográfico, para a
caracterização do PLANO TOPOGRÁFICO LOCAL pela
imposição de um fator de elevação aplicado às coordenadas
plano retangulares de todos os pontos levantados geodésica e
topograficamente nele representados.

Plano Topográfico Local:

• É o plano topográfico elevado ao nível médio do terreno da área


de abrangência do Sistema Topográfico Local, segundo a
normal à superfície de referência no ponto de origem do
sistema (ponto de tangência do plano topográfico de projeção
no elipsóide de referência).
• Se a origem do sistema for 0, de coordenadas geodésicas ϕo e
λo e plano-retangulares X = 150.000 m e Y = 250.000 m e o
ponto geodésico de apoio imediato for P, de coordenadas
geodésicas ϕp e λp , as coordenadas plano-retangulares de P
são dadas pelas expressões:

X p = 150.000 + x p
Yp = 250.000 + y p

•OBS: Na aplicação das fórmulas considerar ϕ negativo no hemisfério


sul e λ crescendo positivamente para oeste.
- Os coeficientes C e D são negativos no hemisfério sul
- O eixo das ordenadas é o eixo Y e o das abscissas é o eixo X
Exercício

• Obter coordenadas, no sistema UTM de pelo


menos 3 pontos da carta topográfica;
• Calcular o Azimute Plano;
• Calcular a Distância Plana;
• Calcular as Coordenadas Geodésicas;
• Calcular o Azimute Geodésico;
• Calcular a Distância Geodésica;

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