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1.

Definição de soldabilidade:

Podemos definir soldabilidade como “ à facilidade de realizar a operação de soldagem


utilizando-se parâmetros normais de regulagem da máquina, de material de adição e de
rendimento, ou à capacidade de o material ser soldado sem que haja a formação de
microestruturas prejudiciais às suas características e propriedades mecânicas. ” Um material
com boa soldabilidade deve se apresentar, após a soldagem, sem concentração excessiva de
tensões internas e com boas propriedades mecânicas de tenacidade e ductilidade. Também
devemos levar em consideração que a soldabilidade dos aços diminui com o aumento do teor
de carbono, isto porque como é sabido, entre outras influências, o aumento do teor de
carbono no aço diminui seu alongamento e aumenta sua capacidade de têmpera.

2. Características dos aços de alta resistência baixa liga:

Aços de alta resistência e baixa liga, são aços com baixos teores de liga com altos limites de
resistência. Eles têm as chamadas microadições de alguns elementos de liga e associados com
os tratamentos termo mecânicos tem microestrutura com grãos finos. Suas principais
características: São mais resistentes e tenazes do que aços carbono convencionais, são dúcteis,
tem boa conformabilidade, e são soldáveis. Tais características se devem ao fato do baixo teor
de carbono, adição de elementos de liga como citado acima, aos tratamentos
termomecânicos, etc.

São classificados em:

 Aços Patináveis - projetados para ter resistência à corrosão atmosférica elevada.


 Aços de laminação controlada - laminados a quente para desenvolver uma estrutura
austenítica altamente deformada que se transforma em uma estrutura ferrítica equiaxial
de grãos finos no resfriamento. Nesta categoria estão A572, A735, A736 e A737 (os 73
para vasos de pressão).
 Aços com perlita reduzida - reforçados por uma estrutura de grão finos de ferrita e
endurecimento por precipitação, porém com baixo teor de carbono e, portanto com pouca
ou nenhuma perlita na microestrutura.
 Aços Microligados – contém pequenas adições de elementos como nióbio, vanádio
e/ou titânio para refinamento do tamanho de grão e/ou endurecimento por precipitação.
 Aço com ferrita acicular – possuem teores muito baixos de carbono e endurecibilidade
suficiente para gerar uma estrutura de ferrita acicular muito fina e resistente no
resfriamento, no lugar da estrutura ferrítica poligonal usual.
 Aços dual phase ou bifásicos – processados para microestrutura de ferrita contendo
pequenas regiões de martensita de alto carbono uniformememnte distribuídas, resultando
num produto com baixo limite de escoamento e alta taxa de encruamento, gerando um
aço de alta resistência e conformabilidade superior.

3. Norma ASTM para um aço de alta resistência baixa liga:


ASTM A36:

Características: São aços para aplicação em componentes estruturais onde as propriedades


físicas são bem definidas para permitirem sua utilização em projetos que exijam dobramento e
boa soldabilidade. Quando fabricados em chapas de aço possuem resistência intermediária e
são aplicadas em componentes estruturais variados, desde os mais comuns até os mais
elaborados tais como: Pontes, locomotivas, estruturas de máquinas, galpões, edifícios etc.

Composição-química: C máx: 0,25% / Mn: - / P máx: 0,040% / S máx: 0,050% / Si máx: 0,040%

Aplicações: Parafusos sem fim e setores de direção, eixos de comandos de válvulas, árvores
secundárias, engrenagens para caminhões, cruzetas, coroas, pinhões e virabrequins. É também
utilizado na fabricação de rolamentos cementados.

Propriedades mecânicas:
Ensaio de Tração Direção: Transversal
LE (MPa): 250 min
LR (MPa): 400-550
Alongamento: min. 18%
BM (mm): 200

Formas:
Chapas e placas.
Acabamentos:
Preta ou galvanizada.

Bitolas:
1/8” a 18”

4. Analisar os efeitos dos elementos de liga para os aços de alta resistência baixa liga para
soldagem:

Alumínio:

- previne alguns tipos de porosidades

- desoxidante
- modificar a natureza de sulfetos de manganês
- controla o crescimento de grão da austenita durante reaquecimento
- melhora a tenacidade de aços tratados termicamente
- menos efetivo que o Nb, Ti, V e Zr durante a laminação controlada

Boro:

- em aços com baixo teor de carbono, promove o crescimento dos grãos ferríticos, refino e
distribuição uniforme dos carbetos e da perlita

- acelera a rescristalização em aços contendo fósforo


- pode aumentar endurecibilidade quando a formação de produtos como ferrita acicular é
desejada

Cálcio:

- modifica natureza e morfologia de inclusões, possibilitando o aumento da tenacidade à


fratura e, consequentemente, a diminuição da sucesptibilidade às trincas induzidas pelo
hidrogênio à fragilização pelo hidrogênio

Cobre:

- aumenta a resistência à corrosão atmosférica

- pode formar precipitados causando endurecimento da ferrita


- diminui a absorção de hidrogênio, reduzindo a susceptibilidade à fragilização pelo hidrogênio

Cromo:

- aumenta a resistência à corrosão atmosférica

Nióbio:

- torna a laminação controlada vantajosa

- sua adição possibilita o efeito do arraste do soluto e a precipitação em temperaturas baixas


como partículas finas na austenita de Nb (C, N), que são responsáveis pela estabilização do
crescimento dos grãos de austenita, prevenindo ou ao menos retardando a recristalização dos
grãos de austenita

Manganês:

- estabiliza os carbonetos

- diminui a velocidade de resfriamento

- ajuda a criar a microestrutura dura por meio de têmpera

Estanho:

- se segrega nos contornos de grãos e induz a fragilização pelo revenido

- diminui a ductilidade a quente dos aços na região bifásica

Molibdênio:
- melhora a temperabilidade;

- é essencial para produção de ferrita acicular;


- diminui o efeito do cobre sobre a absorção de hidrogênio;
- aumenta a solubilidade do nióbio na austenita, facilitando a precipitação de C, N e CN (Nb) na
ferrita

Níquel:

- aumenta a resistência à corrosão atmosférica;

- aumenta à resistência à corrosão em água do mar quando presente em combinação com o


cobre e/ou fósforo;
- permanece em solução sólida (não formam nenhum tipo de precipitado estável)

Titânio:

- inibe o crescimento do grão austenítico recristalizado entre os passes de laminação e no


resfriamento;

- causa endurecimento por precipitação

Vanádio:
- previne o crescimento dos grãos ferríticos e austeníticos;

- causa endurecimento por precipitação;


- aumenta a tensão de escoamento e a resistência à tração, mas o aumento do seu teor
provoca o aumento da temperatura de transição dúctil frágil

Zircônio:
- melhora as características das inclusões em aços acalmados

- pode formar carbetos e nitretos

Silício:

- aumenta a fluidez

- auxilia na desoxidação

- auxilia na grafitização e melhora a temperabilidade

Elementos que são detrimentais para soldabilidade:


Enxofre:

Oriundo do carvão.

- causa fragilização a quente

- melhora a usinabilidade (0,08-0,33% em peso)


- aumenta a vida em fadiga quando o MnS reveste os óxidos

Fósforo:

Oriundo do minério.

- diminui a ductilidade;
- provoca endurecimento da ferrita por solução sólida

- aumenta a resistência à corrosão atmosférica quando o cobre está presente

Nitrogênio:

- aumenta a resistência mecânica e a capacidade de refino de grão dos elementos


microligantes através da formação de nitretos e carbonitretos

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