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Aluno: Gleiciane Pereira Dos Santos Cavalheiro

Disciplina: Relações Microrganismos e Hospedeiros


Turma: ENF0058
Título do artigo: Sífilis na gestação: Barreiras na assistência pré-natal para o
controle da transmissão vertical
Link do artigo: https://www.scielo.br/pdf/cadsc/v28n4/1414-462X-cadsc-1414-
462X202028040395.pdf
Resenha crítica
A princípio vale salientar que a sífilis é uma doença infecciosa de caráter
sistêmico, podendo ser transmitida sexualmente e verticalmente, sendo
abordado nessa resenha a transmissão gestacional vertical, que é quando a mãe
passa para o feto quando não tratada ou tratada inadequadamente, podendo
gerar desfechos negativos para ambos.
Em 2013, mundialmente, cerca de 1,9 milhões de gestantes foram
infectadas pelo Treponema pallidum (sífilis), evidenciando assim um problema
de saúde pública a ser enfrentado, principalmente ao longo do pré-natal.
O pré-natal é o único momento possível para a identificação e redução
dos riscos, considerando a triagem sorológica e o tratamento adequado tanto da
gestante quanto do parceiro, e esse momento não deve ser perdido. Entretanto
o que se tem observado é a existência de barreiras na assistência as gestantes,
o que evidencia a falta de fatores que direcionam a promoção e prevenção de
saúde.
A partir de um banco de dados realizado entre 2013 e 2014, foi realizado
um estudo com 1.206 mulheres admitidas em sete maternidades do SUS, todas
com resultado do VDRL, sob qualquer titulação, no qual pode ser investigado os
dados de cada uma em trabalho de parto, pós-parto, aborto ou intercorrências
clínicas e cirúrgicas da gravidez ou puerpério.
Segundo esse estudo 8,7% dessas mulheres não realizaram pré-natal,
ainda entre as mulheres estudadas 23,9% não continham nenhuma informação
do resultado do VDRL no prontuário ou cartão de pré-natal. O estudo é bem
detalhado, relatando que muitas não realizaram o teste para sífilis na primeira
consulta, várias não realizaram o tratamento ou realizaram inadequadamente,
além de que, muitas gestantes começaram o pré-natal apenas no terceiro
trimestre, que em muitos casos tornou inviável o tratamento terminar 30 dias
antes do parto.
Os resultados mostram que essas mulheres enfrentaram barreiras no
acesso ao pré-natal no que concerne ao tratamento da sífilis e relacionado á
transmissão vertical dela, no qual ficam evidenciados os determinantes sociais
de saúde, uma vez que muitas dessas mulheres pertencem aos grupos mais
vulneráveis.
Dentre as mulheres que realizaram o pré-natal, foi identificado o início
tardio do tratamento, poucas consultas, falta de pedido de exames na primeira
consulta e demora na entrega dos resultados. Existem protocolos nacionais que
recomendam a realização de dois VDRL na gestação, a não realização desses
exames ou a demora na entrega dos resultados, são as maiores falhas
encontradas na assistência ao pré-natal, isso mostra uma vigilância e assistência
deficiente, com perdas de oportunidades de tratamento.
A sífilis deve ser investigada a partir da primeira consulta de pré-natal e
deve ser notificada, a notificação é importante para traçar metas e programas
para diminuir a incidência de casos, também tem de aproveitar a oportunidade
para investigar outras ISTs, testar o parceiro e aconselhar. As gestantes podem
realizar o teste rápido na primeira consulta, se o resultado for positivo ela já pode
começar o tratamento.
A identificação dessas mulheres, bem como uma melhor organização dos
fluxos de assistência se revelaram uma prioridade, assim necessitam de uma
abordagem para ajudar no controle da sífilis no Brasil
Questão 1
No Brasil, muitas parturientes são portadoras de Sífilis, das quais, quando não
tratadas ou tratadas inadequadamente podem chegar a uma taxa de
transmissão de 80% (oitenta por cento), decorrendo muitas vezes intraútero.
Sobre as manifestações mais comuns da Sífilis secundária, assinale a alternativa
correta.
a) As lesões são ricas do vírus Treponema pallidum.

b) Ocorre deformação óssea.

c) Ocorrem lesões no local de entrada da bactéria, pode ser na genitália, na


boca ou ânus.
d) Surge geralmente entre 6 semanas e 6 meses do aparecimento e
cicatrização da ferida inicial.

e) Nota-se alopecia e madarose, achados incomuns nessa fase.

RESPOSTA CORRETA: D
Questão 2
A Sífilis é uma doença infecciosa de caráter sistêmico, caracterizada por
episódios de doença ativa (sintomáticos), interrompidos por períodos de
latência. Acerca do agente etiológico da Sífilis, assinale a alternativa correta.
a) Clostridium tetani

b) Treponema pallidum

c) Trypanossoma cruzi

d) Clostridium botulinum

e) Neisseria gonorrhoeae

RESPOSTA CORRETA: B
REFERÊNCIAS
ADOLESCENTE, Portal de Boas Práticas em Saúde da Mulher da Criança e
do. Boletim epidemiológico: secretaria de vigilância em saúde | ministério da
saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde. 2019.
Disponível em: https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/biblioteca/boletim-
epidemiologico-sifilis-2019/. Acesso em: 04 abr. 2021

GOIÁS, Secretaria de Estado de Saúde Estado de. Sífilis Congênita. 2019.


Disponível em: https://www.saude.go.gov.br/biblioteca/7648-s%C3%ADfilis-
cong%C3%AAnita. Acesso em: 04 abr. 2021.

MACÊDO, Vilma Costa de; ROMAGUERA, Luciana Maria Delgado;


RAMALHO, Mariana Oliveira de Alencar; VANDERLEI, Lygia Carmen de
Moraes; FRIAS, Paulo Germano de; LIRA, Pedro Israel Cabral de. Sífilis na
gestação: barreiras na assistência pré-natal para o controle da transmissão
vertical. Cadernos Saúde Coletiva, [S.L.], v. 28, n. 4, p. 518-528, dez. 2020.
FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/1414-462x202028040395.
Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/cadsc/v28n4/1414-462X-cadsc-1414-
462X202028040395.pdf. Acesso em: 20 mar. 2021.

VINAY, Kumar et al. Robins e Cotran PATOLOGIA: bases patológicas das


doenças. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. 4456 p.

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