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São Paulo
2003
i
MARKETING CULTURAL
O patrocínio de atividades culturais
como ferramenta de construção de marca
SUMÁRIO
Apresentação, 9
Prefácio, 11
3. TIPOS DE PATROCÍNIOS, 67
3.1 Tipos de patrocínio, 67
3.1.1 Sponsownership, 70
3.1.2 Naming rights, 72
3.1.3 Fundações e institutos culturais, 78
3.1.4 Cause – Related Marketing (CRM), 79
APRESENTAÇÃO
Este livro é fruto de uma pesquisa desenvolvida por Ivan Freitas da Costa no
Programa de Educação Continuada da Faculdade de Economia, Administração e
Contabilidade da Universidade de São Paulo – MBA Marketing. Este texto foi feito com
muito carinho e dedicação por Ivan, que aceitou o desafio de explorar um assunto instigante
e ao mesmo tempo desafiador, aproveitando-se de suas experiências aprendidas
profissionalmente como executivo e na academia. O trabalho desenvolvido por ele está
embasado em investigação profunda dos aspectos conceituais, factuais e oficiais existentes.
Num país como o Brasil onde ainda não há tradição em se incentivar a cultura
uma iniciativa como esta merece aplausos, pois ajuda a refletir sobre as necessidades,
formas de administrar e encontrar soluções para ações de marketing em relação à cultura.
PREFÁCIO
culturais por parte das empresas. Como resultado, patrocinadores poderão ter um
instrumental para orientar sua estratégia de investimentos, de forma que o investimento em
cultura se traduza em resultados efetivos; promotores culturais poderão conhecer com
mais detalhe os critérios considerados pelas empresas e as contrapartidas que estas
esperam; e, finalmente, a sociedade poderá ser beneficiada com uma produção cultural
diversificada e acessível, bem como por meio dos empregos gerados pelo florescimento do
mercado cultural.
Agradecimentos
Aos estudiosos brasileiros do tema, pelo esforço em divulgar por meio de seus
trabalhos as características e os benefícios do Marketing Cultural, auxiliando os
interessados na sua utilização.
Outra definição possível tem como foco o aspecto artístico da cultura. A cultura
vista como arte dá-se quando essa transmissão contempla preocupações estéticas,
buscando agradar os sentidos do espectador. Modernamente, manifestações que provocam
qualquer sentimento, agradável ou não, podem ser consideradas artísticas. Movimentos de
vanguarda normalmente são recebidos com reservas ou mesmo são fortemente criticados,
até que a nova tendência seja incorporada e posteriormente abandonada em privilégio de
uma mais recente. Os artistas e os trabalhos apresentados na Semana de Arte Moderna de
1922, atacados por Monteiro Lobato e outros intelectuais da época, são exemplo desse
estranhamento inicial às vanguardas artísticas.
Dentro desse aspecto artístico, uma definição corrente apresenta a cultura como
as atividades nos campos da arte, da literatura, da música, do teatro, da dança, ou qualquer
outra que expresse uma forma de organização social1.
1
MUYLAERT, Roberto. Marketing cultural & comunicação dirigida. 4. ed. São Paulo: Globo, 1995. p. 18.
2
FEIJÓ, Martin Cezar. O que é política cultural. 4. ed. São Paulo: Brasiliense, 1983. p. 8.
3
MALAGODI, Maria Eugênia & CESNIK, Fábio de Sá. Projetos culturais: elaboração, Administração, Aspectos Legais, Busca
de Patrocínio. 4. ed. São Paulo: Escrituras, 2001. p. 22.
7
Assim, não se enquadram na lei projetos que tenham outro objetivo que não a
cultura. Usando um exemplo, um livro técnico sobre plantio de cana de açúcar não se
enquadra nos objetivos da legislação cultural. Porém, um filme sobre uma família de
plantadores de cana de açúcar pode ser apresentado como um projeto de audiovisual ao
Ministério da Cultura.
4
ALMEIDA, Cândido José Mendes de. Fundamentos do marketing cultural. In: Marketing cultural. Rio de Janeiro: Francisco
Alves, 1992. p. 20.
8
5
REIS, Ana Carla Fonseca. Marketing cultural: revisão do arcabouço teórico-conceitual e contribuição à análise da postura
empresarial. Dissertação (Mestrado) - USP-FEA, São Paulo, 1996. p. 9 (citando REISS, Alvin. Responsabilidade cultural na
Empresa. São Paulo: Ibrasa, 1975).
9
remontaria a meados do século XIX, quando a empresa Spiers & Pond patrocinou o time
inglês de críquete em um campeonato realizado na Austrália6.
6
Idem, ibidem. P.10.
10
7
ROY, Donald P. “Sponsoring your way to brand identity: the influence of event sponsorships on brand and corporate
association”. In: CONVENÇÃO DA SMA – SOUTHWESTERN MARKETING ASSOCIATION, 4-7 mar. 1998, Dallas. Material
disponibilizado no website da SBAER – Small Business Advancement National Center, University of Central Arkansas
<www.sbaer.uca.edu>.
8
REIS, Ana Carla Fonseca. Op. cit. p. 14.
11
Afirma-se que o circuito dos rodeios, com a movimentação musical e a moda que
o acompanham, movimenta um público de 25 milhões de pessoas anualmente no Brasil,
quatro vezes mais do que o futebol, que leva seis milhões de torcedores aos estádios.
Eventos como o Carnaval, as festas juninas e diversos tipos de manifestações religiosas de
forte raiz cultural, além de envolverem um grande número de espectadores e participantes,
empregam de forma permanente ou sazonal um expressivo contingente de mão-de-obra10.
9
LISBOA, Simone Marília. A Indústria da Cultura e o Marketing Cultural. Artigo disponibilizado no website Cultura e Mercado
<culturaemercado.terra.com.br>. 20 nov. 2001.
10
BALABAN, Maria Delith. Os indicadores quantitativos da cultura. Artigo disponibilizado no website do Ministério da Cultura
<www.cultura.gov.br>. 1998.
11
LISBOA, Simone Marília. A Indústria da Cultura e o Marketing Cultural. Artigo disponibilizado no website Cultura e Mercado
<culturaemercado.terra.com.br>. 20 nov. 2001 (citando NAISBITT, J. & ABURDENE, Patrícia. Megatrends 2000 - Dez Novas
Tendências de Transformação da Sociedade nos Anos 90. Amana-Key: São Paulo.1980).
12
12
BALABAN, Maria Delith. Os indicadores quantitativos da cultura. Artigo disponibilizado no website do Ministério da Cultura
<www.cultura.gov.br>. 1998
11 LISBOA, Simone Marília. A industria da cultura e o marketing cultural. Artigo disponibilizado no website Cultura e Mercado <
www.culturae mercado.terra.com.br>. 20 nov. 2001 ( citando NAISBITT, J.: ABURDENE, Patrícia. Megatrends 2000: dez novas
tend~encias de transformação da sociedade aos anos 90. São Paulo: Amaná-Key, 1980).
13
BALABAN, Maria Delith. Op. cit.
13
13 Idem, ibidem.
14 WEFFORT, Francisco C. Cultura, cinema e indústria. Artigo disponibilizado no website do Ministério da Cultura
<www.cultura.gov.br>. Jul. 2000.
14
“um processo social por meio do qual pessoas e grupos de pessoas obtêm
aquilo de que necessitam e o que desejam com a criação, oferta e livre
negociação de produtos e serviços de valor com outros15”.
15
KOTLER, Philip. Administração de Marketing: a edição do novo milênio. 10. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2000. p. 30.
16
Idem, ibidem. p. 426.
15
Kotler ainda destaca que uma marca pode trazer até seis níveis de significado:
17
Idem, ibidem. p. 426.
16
18
AAKER, David A. Marcas: brand equity, gerenciando o valor da marca. São Paulo: Negócio Editora, 1998. p. 9.
17
Qualidade percebida
Conhecimento do
nome Brand Equity
Associações da
Nome marca
Fonte: AAKER, David A. Marcas: Brand Equity, Gerenciando o Valor da Marca. São Paulo: Negócio Editora, 1998. p.18
19
KOTLER, Philip. Marketing de A a Z. 2º ed. Rio de Janeiro: Campus, 2003. p. 118.
20
RUSCH, Robin. “World’s Most Valuable Brands”. Estudo disponibilizado no website da Interbrand <www.interbrand.com>.
Aug. 2003.
18
2 Bradesco 697 7%
5 Unibanco 303 9%
7 Varig 187 8%
9 Embratel 177 6%
Estudo conduzido pela Interbrand em 2001 calculou e identificou as marcas brasileiras mais valiosas. Vale observar
que em alguns casos o valor da marca corresponde a mais de um quarto do faturamento anual da empresa.
Fonte: RUSCH, Robin. “Brazil’s Most Valuable Brands”. Estudo disponibilizado no website da Interbrand
<www.interbrand.co>). 21 maio 2001.
Grande parte do valor de uma marca está naquilo que ela tem de diferente, de
único, em relação às marcas concorrentes. Podemos definir diferenciação como o ato de
desenvolver um conjunto de diferenças significativas para distinguir a oferta da empresa da
oferta da concorrência21.
Segundo Kotler, uma empresa pode diferenciar seu produto ou serviço a partir
de cinco dimensões: produto, serviços, pessoal, canal e imagem:
21
KOTLER, Philip. Administração de marketing: a edição do novo milênio. 10. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2000. p. 309.
19
Fonte: KOTLER, Philip. Administração de Marketing: a edição do novo milênio. 10. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2000.
p.310.
Para que a imagem funcione, ela deve ser transmitida por todos os veículos de
comunicação e contato de imagem disponíveis. Isso porque as marcas são construídas de
maneira holística, num processo multidimensional por meio da orquestração de um
conjunto de ferramentas. Se uma marca busca se posicionar como ‘moderna’, essa
mensagem deve ser expressa em símbolos, na mídia, no ambiente da empresa, nas
atividades que realiza e também no comportamento de seus funcionários.
22
KOTLER, Philip. Administração de Marketing: a edição do novo milênio. 10. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2000. p. 318.
20
2. Mídia. A imagem escolhida deve ser trabalhada com anúncios e mídia que
transmitam algo verdadeiramente distinto. Propaganda e relações públicas
fazem parte deste item, mas também em prospectos, catálogos e até
mesmo cartões de visita. É o caso da Harley-Davidson que, totalmente
orientada aos seus clientes, optou por estampar um grupo dos chamados
Harley riders na capa de seu relatório anual de 2000, destacando-se que
as motocicletas – que são o produto da empresa – sequer apareciam
nessa imagem.
23
KOTLER, Philip. Administração de Marketing: a edição do novo milênio. 10. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2000. p. 47.
24
COHEN, David. A Lei do Mais Fraco. Exame. São Paulo: Abril. 2000. p. 94-95.
22
Para Ries e Trout, vivemos a Era do Posicionamento, em que “já não basta
inventar ou descobrir alguma coisa. Nem é mesmo necessário. O que você tem é de ser o
primeiro na mente do consumidor em perspectiva”. Segundo os autores, o posicionamento
25
VILLANI, Pedro A.; GONZALEZ, Roberto S. Empresa-cidadã ganha mais espaço. Artigo disponibilizado no website Cultura e
Mercado <culturaemercado.terra.com.br>. Consulta ao website realizada em 10 jul. 2002.
26
RIES, Al TROUT, Jack. Posicionamento: a batalha pela sua mente. 8. ed. São Paulo: Pioneira, 1999. p. 2, 18.
23
Outro dado importante é que, enquanto para 31% dos entrevistados o principal
papel das empresas na sociedade é gerar lucros e pagar impostos, para 35% deles as
empresas devem, além disso, “estabelecer padrões éticos mais elevados, ajudando a
construir uma sociedade melhor para todos”.
A percepção de que a ação social acaba por trazer um retorno positivo para a
empresa é generalizada entre os pesquisados. Embora nenhuma empresa entrevistada
tenha declarado mensurar esse retorno, todas sabem, ainda que intuitivamente, que o
resultado é positivo, mesmo que intangível em alguns aspectos.
27
INSTITUTO ETHOS DE RESPONSABILIDADE SOCIAL. Responsabilidade Social das Empresas: percepção do consumidor.
Pesquisa realizada pelo Instituto Ethos de Responsabilidade Social, Jornal Valor Econômico e Instituto de Pesquisa Indicator
em Jan. 2001. Estudo disponibilizado no website do Instituto Ethos <www. ethos.org.br>. Mar. 2001.
24
Tabela 2.3 Mudanças observadas peãs empresas após a realização de ações sociais.
28
IPEA – INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA. Bondade ou Interesse?: Como e por que as empresas atuam
na área social. Pesquisa realizada com empresas da região Sudeste entre outubro e dezembro de 2000. Brasília: IPEA.
25
Fonte: IPEA – INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA. Bondade ou Interesse?: Como e por que as empresas atuam
na área social. Brasília, IPEA, 2001. p.28
“Nós da Ben & Jerry’s não temos clientes; nós temos fãs”, diz Chrystie Heimert, diretora de Relações
Públicas da Ben & Jerry’s Ice Cream, empresa criada em 1978 com sede em Vermont e que distribui seus
produtos nos Estados Unidos, Canadá, França, Inglaterra, Países Baixos, Japão e Israel. Esses fãs são
“incrivelmente envolvidos” com a marca, visitando o website da empresa freqüentemente, enviando emails e
pedindo informações sobre os programas de responsabilidade social da companhia.
“Nossas ações de Value Led Marketing dão à Ben & Jerry’s um ponto de diferenciação”, Heimert destaca. Auxiliar
publicamente causas que são congruentes com os interesses da empresa e de seus clientes é “uma parte de
nossa identidade de marca”. As causas apoiadas pela Ben & Jerry’s são de caráter social, econômico e de meio-
ambiente.
O website da empresa traz em detalhe a política social da empresa, listando as entidades e organizações
apoiadas e apresentando os valores doados. Em 1985, a empresa criou a Ben & Jerry’s Foundation, por meio da
doação de ações da própria empresa. Além disso, a empresa faz doações anuais de pelo menos U$ 1,1 milhão,
valor esse que é corrigido anualmente em função do aumento das vendas e da inflação. A Fundação recebe
parte dessa doação, enquanto outra parte vai para os grupos de ação comunitária liderados pelos funcionários da
Ben & Jerry’s, chamados Community Action Teams (Equipes de Ação Comunitária), ou CATs, que atuam no
estado de Vermont.
Fontes: IRWIN, Ron. “Can branding save the world?”. Artigo disponibilizado no website da Interbrand
<www.interbrand.com>. 8 abr. 2002.
Nesse enfoque, Marketing Cultural pode ser definido como mais um instrumento
de comunicação junto a determinado consumidor, uma vez que
29
ALMEIDA, Cândido José Mendes de. Fundamentos do marketing cultural. In: Marketing ao vivo. Rio de Janeiro: Francisco
Alves, 1992. p. 15-16.
28
Essas ferramentas podem ser classificadas em quatro grupos amplos, que são
os 4Ps do marketing: produto, preço, praça (ou ponto-de-venda) e promoção. As variáveis
específicas de marketing sob cada P são mostradas na figura 2.4:
MIX DE
MARKETING
PRODUTO PRAÇA
Variedade de produtos Canais
Qualidade Cobertura
MERCADO-ALVO
Design Variedades
Características Locais
Nome da marca Estoque
Embalagem PREÇO PROMOÇÃO Transporte
Tamanhos Preço de lista Promoção de vendas
Serviços Descontos Publicidade
Garantias Concessões Força de vendas
Devoluções Prazo de pagamento Relações públicas
Condições de Marketing direto
financiamento
Fonte:KOTLER, Philip. Administração de marketing: a edição do novo milênio. 10. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2000. p.37.
Fonte: KOTLER, Philip. Administração de Marketing: a edição do novo milênio. 10. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2000.
p.571.
A ligação entre patrocínios e relações públicas fica ainda mais clara tomando o
exemplo de um produto relativamente desconhecido que busca novos mercados. Uma
alternativa para conseguir a atenção da imprensa é justamente patrocinar eventos que
costumam ser noticiados pela mídia, criando notícia. Um produto voltado ao público jovem
pode, por exemplo, patrocinar festivais de música estabelecidos ou mesmo dar seu nome a
um novo evento.
ter sucesso nesse ambiente a empresa deve certificar-se de que criou uma posição única na
mente do cliente30.
Em seu livro Marketing Social, Kotler e Roberto citam os diversos fatores que
diluem o impacto dos meios de comunicação de massa31:
30
RIES, Al & TROUT, Jack. Posicionamento: A batalha pela sua mente. 8. ed. São Paulo: Pioneira, 1999. p.11.
31
KOTLER, Philip & ROBERTO, Eduardo L. Marketing Social: Estratégias para alterar o comportamento público. Rio de
Janeiro: Campus, 1992. p. 7.
32
THE WHARTON SCHOOL – UNIVERSITY OF PENNSYLVANIA. “Corporate Sponsorships of Stadiums: It doesn’t always
pay off”. Artigo disponibilizado no website Knowledge@Wharton de The Wharton School <knowledge.wharton.upenn.edu>. 1
jul. 2001.
31
mais importante para a empresa mostrar ao público o que ela está fazendo com o lucro e
não apenas o lucro em si. A harmonia entre estratégia corporativa e cidadania está se
tornando rapidamente condição fundamental para que as empresas tenham sucesso33.
Nº de empresas
Qtd. %
1. Ganho de imagem institucional 80 65,04
2. Agregação de valor à marca da empresa 34 27,64
3. Reforço do papel social da empresa 29 23,58
4. Benefícios fiscais 26 21,14
5. Retorno de mídia 8 6,50
6. Aproximação do público-alvo 7 5,69
7. Outro 4 3,25
33
CONE, Carol. “Corporate Branding in the 21st Century”. Artigo disponibilizado no website da Public Service Advertising
Research Center <www.psaresearch.com>. Consulta ao website realizada em 15 abr. 2002.
34
AAKER, David & JOACHIMSTHALER, Erich. Como construir marcas líderes. São Paulo: Futura, 2000. p. 215-216.
32
Fonte: FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Diagnóstico dos investimentos em cultura no Brasil. Belo Horizonte, nov. 1998. p.71.
Relatório disponibilizado no website do Ministério da Cultura <www.cultura.gov.br>.
2. Fornece uma
experiência
Outros ativos
3. Demonstra
da empresa
novos
1. Mobiliza a
produtos /
organização
tecnologias
Como o patrocínio
constrói marcas
6. Torna-se parte do
4. Cria exposições de
vínculo evento-
marca
cliente
5. Desenvolve
associações de
marca
Fonte: AAKER, David A. & JOACHIMSTHALER, Erich. Como construir marcas líderes. São Paulo: Futura, 2000. p.217.
Eventos culturais também são oportunidades para aproximar empresa/ patrocinador e cliente. Convites cortesia para
camarotes, que serão ocupados também pelos executivos da empresa patrocinadora são uma forma de promover essa
interação.
35
THE INDEPENDENT SECTOR. “Mission & Market: Facts & Figures on corporate philanthropy and Cause-Related
Marketing”. Informações disponibilizadas no website The Independent Sector (www.independentsector.org). Consulta ao
website realizada em 10 maio 2002.
36
REIS, Ana Carla Fonseca. Marketing Cultural: Revisão do arcabouço teórico-conceitual e contribuição à análise da postura
empresarial. Dissertação de Mestrado apresentada à USP-FEA. Orientador: Prof. Dr. Rubens da Costa Santos. São Paulo. p.
46 (citando PIQUET, Sylvère. “Version antique et version moderne du mécénat”. Revue Française de Gestion, Mars/Avril/Mai
1991, p. 5-17).
34
“Um patrocínio pode ser a alavanca necessária para elevar o valor de notícia de
um produto ou tecnologia de forma que o resultado seja a cobertura por parte da imprensa.
Mesmo se a cobertura da imprensa não estiver prestes a ocorrer, o patrocínio pode
proporcionar um contexto para realizar uma demonstração mais interessante e visível.
Como bonificação, a visibilidade de um produto ou tecnologia pode também intensificar o
vínculo entre a marca e o evento38”.
Ainda, um evento também pode ser utilizado com o objetivo de apresentar uma
tecnologia cuja associação com a marca corporativa seja de suma importância. Essa foi a
estratégia adotada pela Panasonic, que instalou o maior monitor de vídeo em um estádio
norte-americano nas Olimpíadas de Atlanta, em 1996.
37
Segundo Kotler, propaganda é qualquer forma paga de apresentação e promoção não-pessoais de idéias, mercadorias ou
serviços por um anunciante identificado, enquanto a publicidade não é necessariamente paga, na forma de artigos em jornais,
revistas, menção em telejornais etc.
38
AAKER, David & JOACHIMSTHALER, Erich. Como construir marcas líderes. São Paulo: Futura, 2000. p. 219.
35
Também as ações que a empresa irá somar ao patrocínio podem contribuir para
que o evento consiga maior divulgação. Ao mobilizar sua estrutura de relações públicas, por
exemplo, a empresa patrocinadora auxilia a organização do evento a conseguir espaço na
mídia.
mesmo público, o resultado obtido certamente será superior. Dessa forma, não é incomum
que somente o valor dessa exposição exceda o investimento total do patrocínio39.
Figura 2.8 Embalagem do produto Lux Skincare Uniformidade da Pele Morena e Negra
39
AAKER, David & JOACHIMSTHALER, Erich. Como construir marcas líderes. São Paulo: Futura, 2000. p. 220.
37
Figura 2.9 Cobertura dos shows Lux in Concert – Pérolas Negras da MPB – Folha de
S.Paulo
Ao organizar um grande evento para o lançamento do produto Lux Skincare Uniformidade da Pele Morena e
Negra, a Unilever conseguiu grande cobertura por parte da imprensa.
Fonte: FOLHA DE S.PAULO. “Pérolas na passarela”. São Paulo, 14 jul. 2002. p.Especial 1
Estima-se que o mesmo tempo de propaganda teria custado tanto quanto a 3Com pagou
pelos direitos do nome40.
Uma das principais razões que levam uma empresa a patrocinar uma atividade
cultural é ganhar uma determinada associação entre um segmento-alvo. A criação da
associação desejada dependerá da força de três vínculos, apresentados na Figura 2.10 e
detalhados a seguir.
Associações
Evento patrocinado
desejadas
Marca
Fonte: AAKER, David A. & JOACHIMSTHALER, Erich. Como construir marcas líderes. São Paulo: Futura, 2000. p.222.
40
AAKER, David & JOACHIMSTHALER, Erich. Como construir marcas líderes. São Paulo: Futura, 2000. p. 221.
40
Da mesma forma que uma marca, um evento patrocinado pode ter uma série de
associações. Quanto a sua categoria, eventos podem ser tradicionais ou jovens, populares
ou elitizados e mesmo masculinos ou femininos. Também podem ter personalidades bem
diferentes: um concerto de piano é formal, enquanto um show de rock é extrovertido. Ainda,
o local exerce influência sobre as associações: uma encenação de Hamlet no Teatro
Municipal de São Paulo irá gerar uma associação diferente da mesma peça apresentada em
palcos improvisados nas ruas da periferia.
2. atingir a liderança. Ainda que uma empresa afirme explicitamente ser a líder
em sua categoria, orientando sua comunicação nesse sentido, é importante
apoiar esse posicionamento em ações que reforcem a idéia de inovação,
sucesso e confiança que o conceito de liderança traduz. É por esse motivo
que marcas de material esportivo patrocinam os melhores atletas de cada
modalidade e estes, ao deixarem de ganhar prêmios consecutivos,
normalmente também vêem seus patrocinadores partirem.
A grife acredita que a arte é uma forte fonte de inspiração e que promove a
troca de criatividade. Baseada nessa convicção, convida seu consumidor a
descobrir arte contemporânea por ele mesmo. Por meio do ArtPass, oferece
aos clientes especiais e seus acompanhantes cortesia na admissão dos
principais museus do mundo. No Brasil, o ArtPass Hugo Boss dá direito a
freqüentar o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM).
“Através da parceria da Hugo Boss com o mundo das artes, nossos clientes
que viajam pelo mundo, a trabalho ou a lazer, podem conhecer ou rever obras
de grandes artistas e se aprofundar na cultura de cada país”, explica o diretor
de marketing da marca.
Lançado anualmente desde 1998, a cada ano tem seu design criado por um
artista diferente. Por ter edição limitada, a série de cartões ArtPass tornou-se uma peça de colecionador.
Fontes: MARKETING CULTURAL. “Num mundo sem fronteiras”. MARKETING CULTURAL, São Paulo, n.50, p.24-25, set. 2001.
O ESTADO DE S.PAULO <www.estadao.com.br>. “Entrada franca”. São Paulo, 3 jun. 2002.
UOL – MODA BRASIL <www.uol.com.br/modabrasil>. “Hugo Boss patrocina a arte”. Consulta ao website realizada
em 12 ago. 2002.
Website Hugo Boss. <www.hugoboss.com>.
Dados organizados pelo autor.
Essa afirmação tem por base estudos da DDB Needham’s SponsorWatch, que
utiliza um painel do consumidor para rastrear a efetividade do patrocínio. Mensalmente, são
contatadas por e-mail de 500 a 800 famílias, e pede-se ao chefe da família que responda a
42
AAKER, David & JOACHIMSTHALER, Erich. Como construir marcas líderes. São Paulo: Futura, 2000. p. 223.
43
“Por que esse número é tão baixo? A primeira de três razões é que os
patrocinadores das Olimpíadas não incluem logotipos e marcas de patrocinadores em
estádios ou em anúncios de programas (como a Copa do Mundo faz); portanto, criar a
conscientização do patrocinador não é fácil. A segunda é a pouca adequação ou associação
natural que existe entre algumas marcas e as Olimpíadas. A terceira razão é que os
patrocinadores talvez não invistam na criação de vínculo porque seu orçamento está todo
comprometido com o pagamento das taxas de patrocínio44”.
43
AAKER, David & JOACHIMSTHALER, Erich. Como construir marcas líderes. São Paulo: Futura, 2000. p. 224.
44
Idem, ibidem. p. 225.
44
Materiais de comunicação – como programas, anúncios e ingressos – devem ser utilizados no esforço de associar
o patrocinador ao evento, contribuindo para o objetivo de capitalizar associações positivas à imagem da empresa.
No exemplo acima, o patrocínio do Grupo Pão de Açúcar à montagem de Lisbela e o Prisioneiro contava com o
apoio de comunicação do próprio ingresso. A exposição Renoir – O Pintor da Vida, no MASP, contou com grande esforço
de comunicação, porém não há menção aos patrocinadores no ingresso recebido pelos 206 mil visitantes da exposição.
Fontes:Arquivos do autor.
45
AAKER, David & JOACHIMSTHALER, Erich. Como construir marcas líderes. São Paulo: Futura, 2000. p. 225.
46
disso, a maioria ficou sabendo sobre o patrocínio quando esteve na mostra, o que
significa que houve um baixo retorno entre os que não estiveram lá.
Fonte:AAKER, David; JOACHIMSTHALER, Erich. Como construir marcas líderes. São Paulo: Futura,
2000. p.226 (citando WALSHE, Peter & WILKINSON, Peter. “Pompeii Revisited: IBM Digging for
Success”. MARKETING AND RESEARCH TODAY, p.89-95, fev. 1994).
Uma vez que um evento é visível, tem associações desejadas e está vinculado à
marca patrocinadora, resta efetivamente ligar essas associações à marca, para que esta
seja intensificada ou reforçada. Para que isso aconteça, Aaker e Joachimsthaler destacam
dois tipos de processos46:
46
AAKER, David & JOACHIMSTHALER, Erich. Como construir marcas líderes. São Paulo: Futura, 2000. p. 227.
47
Fonte AAKER, David & JOACHIMSTHALER, Erich. Como construir marcas líderes. São Paulo: Futura, 2000. p.228 (citando
CRIMMINS, James & HORN, Martin. “Sponsorship: from management ego trip to marketing success”. JOURNAL OF
ADVERTISING RESEARCH, p.11-21, jul.-ago. 1996).
Iniciado em 1985, o Free Jazz foi o mais ousado e influente festival de música
do país, espalhando tendências e antecipando movimentos. Nos palcos do
evento se apresentaram artistas como Steve Wonder, Sonny Rollins, Sarah
Vaughan Gil Evans Orchestra, The Modern Jazz orchestra, Philip Glass e
48
Björk, além de ter revelado talentos nacionais como o violonista Yamandu Costa.
O evento, patrocinado pela Souza Cruz através da marca de cigarros Free e idealizado e organizado pela Dueto
Produções, fazia parte do calendário cultural de São Paulo e Rio de Janeiro, onde acontecia anualmente,
reunindo cerca de 30 mil pessoas em cada edição. De 1985 a 2001 o evento apresentou 270 artistas do mundo
inteiro, para uma platéia de 450 mil espectadores. Para a versão 2001 do Free Jazz Festival foi investido US$ 1
milhão somente em cachês.
A edição 2002 seria a última do evento, já que a partir de 2003 ficou legalmente proibido o patrocínio cultural e
esportivo pela indústria do tabaco. Porém a instabilidade econômica e a imprevisibilidade da variação cambial
levaram a Souza Cruz a cancelar a edição 2002 do Free Jazz ao invés de realizar o festival apenas com artistas
brasileiros, o que significaria mudar a maior característica do Festival, que sempre foi um evento cheio de
novidades e grandes nomes internacionais. Naquele momento, os produtores concordavam que retomar o projeto
com outro patrocinador significaria iniciar uma nova história, uma vez que o Free Jazz era uma criação conjunta
da produtora do evento e do seu patrocinador.
Cientes da força, prestígio e penetração do evento, já durante a edição de 2001 algumas empresas estavam
pleiteando a produção. Em 2003, o projeto foi encampado pela empresa de telefonia TIM Brasil, e o Free Jazz
assumiu o nome TIM Festival. Dentro da mesma estratégia de comunicação, a empresa rebatizou o antigo
Prêmio Sharp de Música, agora chamado Prêmio TIM de Música Brasileira, entre outras iniciativas.
Fontes: CULTURA E MERCADO <culturaemercado.terra.com.br>. “Cancelado o Free Jazz Festival no Rio e em SP”. 15 ago. 2002.
FOLHA DE S.PAULO. “Fim de festa”. São Paulo, 13 ago. 2002.
FOLHA ONLINE <www.folha.com.b>). “Free Jazz muda de nome e volta com novo patrocinador”. São Paulo, 12 fev.
2003.
O ESTADO DE S.PAULO <www.estadao.com.br>. “Free Jazz torna-se ‘indie’ em sua 15ª edição”. São Paulo, 31
ago. 2000.
____. Eletrônica radical e jazz genuíno no festival”. São Paulo, 19 set. 2001.
____. Free Jazz, uma história de ousadia”. São Paulo, 12 ago. 2002.
____. Produtora estuda propostas para suceder ao Free Jazz”. São Paulo, 13 ago. 2002.
A solução pode ser criar um evento próprio, assumindo total controle sobre sua
execução e sendo a única marca associada a ele, prática bastante comum no Brasil.
Citando apenas eventos de música, Chivas Jazz Festival (Seagram do Brasil), TIM Festival
49
(TIM Brasil), Skol Beats (Ambev), Diners Club Jazz Nights (Diners), Nova Schin Festival
(Schincariol), Coca-Cola Vibezone (Coca-Cola), Avon Women in Concert (Avon) e Pão
Music (Grupo Pão de Açúcar) estão entre as diversas iniciativas nesse sentido.
Ainda, os shows do Pão Music interagem com outras ações sociais do grupo:
• Pão de Açúcar Para Todos – Ação voltada para a adaptação de suas lojas para atender com segurança e
conforto pessoas com deficiências físicas ou dificuldades de locomoção. O espaço físico onde acontecem os
shows são analisados de forma a propor soluções para que estes sejam acessíveis e confortáveis para o
público deficiente;
50
• Show de Limpeza – O meio ambiente e a cidadania também fazem parte integrante do Pão Music a exemplo
das ações de preservação e conscientização ambiental nos locais onde os espetáculos acontecem e a
participação de ONG´s na abertura dos shows. Nas ações ambientais, jovens universitários uniformizados,
contratados pelo Grupo Pão de Açúcar em cada uma das capitais onde acontece o projeto, realizam o
trabalho de conscientização de limpeza e preservação do local. Ao final do show, esses mesmos jovens
coletam o lixo de forma ágil e eficiente;
Fontes:CORREIO BRAZILIENSE (www.correioweb.com.br). “Pão Music trará sete shows”. Brasília, 18 abr. 2001.
FISCHER, Micky. Marketing Cultural. São Paulo: Global, 2002. p.91.
O ESTADO DE S.PAULO <www.estadao.com.br>. “Pão de Açúcar faz investimento de R$ 4,5 milhões”. São Paulo,
24 abr. 1998.
Press release Pão Music.
Website Grupo Pão de Açúcar <www.grupopaodeacucar.com.b>.
Website Pão Music <www.paomusic.com.br>.
É importante destacar que, assim como acontece nos casos de Naming Rights, a
empresa patrocinadora deve redobrar suas atenções para todos os aspectos da
organização do evento: qualquer problema durante o evento pode ter suas associações
negativas transferidas diretamente à marca que o batiza.
Mostras de cinema e óperas são eventos que atraem um público fiel, que chega
a comprar antecipadamente ingressos válidos para várias apresentações.
Podemos listar três fatores que permitem prever quando um efeito de afiliação
pode ocorrer48:
47
AAKER, David & JOACHIMSTHALER, Erich. Como construir marcas líderes. São Paulo: Futura, 2000. p. 230.
48
Idem, ibidem, p. 231.
52
Fontes:O ESTADO DE S.PAULO <www.estadao.com.b>). “Apoio ao cinema é prioridade da BR Distribuidora”. São Paulo,
15 jan. 1999.
VEJA. ”A coreógrafa que voa alto”. São Paulo, 3 jul. 2002. p.121.
Website Cia. de Dança Deborah Colker <www.ciadeborahcolker.com.br>.
Website Petrobras (www.petrobras.com.br).
Transferência de afeto
53
Uma iniciativa da Adams brasileira – o Rock’n Halls – combina grande parte das
variáveis propostas para a construção de imagem através de patrocínios:
O projeto, batizado de Rock’n Halls, tem o objetivo de apresentar ao público as bandas talentosas que ainda não
tiveram espaço na mídia e oportunidade de serem descobertas. Segundo Marcel Sacco, diretor de marketing,
este projeto faz parte de um novo posicionamento da empresa, que acredita no potencial da nova geração de
músicos do país. “É nossa contribuição para a revelação de novos talentos”, finaliza ele.
Como parte desse evento, pela primeira vez em 58 anos de história da Adams no Brasil, a empresa desenvolveu
uma linha promocional de embalagens. Os novos packs foram criados especialmente para o Rock’n Halls, um
festival de novos talentos em rock e pop music, iniciativa igualmente inovadora da marca em âmbito internacional.
As embalagens diferenciadas permaneceram no mercado até julho/2002, quando se encerrou o projeto musical.
Esta edição limitada representou 35% do total de produção da empresa para a marca.
O projeto Rock’n Halls contempla a realização de cinco shows. As eliminatórias ocorreram nas cidades de Porto
Alegre, São Paulo, Recife e Belo Horizonte entre maio e junho de 2002. A final aconteceu em São Paulo em julho
de 2002 com a participação de uma banda classificada em cada eliminatória. Os shows estão inseridos na
programação de uma grande festa, com a participação dos melhores DJs locais. A intenção é reunir cerca de três
mil pessoas em cada uma das festas. A banda vencedora recebeu 20 mil reais e pôde apresentar seu trabalho na
MTV, em rede nacional.
Foram distribuídos 345.000 flyers e 120.000 cartões postais. A comunicação para pontos de venda inclui
cartazes, adesivos e take-ones.
Outra novidade na estratégia da Adams é a criação de uma home page exclusiva para Rock’n Halls. É a primeira
vez que a empresa desenvolveu um site próprio para um de seus produtos. Até junho de 2002 o site de Rock’n
Halls já havia alcançado mais de 150.000 page-views e contabilizou 2.440 bandas inscritas no festival. Visitando
o website os internautas também podiam participar de sorteio de brindes, convites para os shows e muitas
brincadeiras, além de fazer download das imagens das festas e acompanhar a transmissão simultânea da grande
final. O site também dispunha de uma rádio para divulgar as músicas das bandas selecionadas e de material para
imprensa.
O projeto incluía, ainda, ações de sampling diferenciadas. Duas equipes distribuíram amostras do produto e
divulgaram o festival nas cidades dos shows. Uma primeira equipe com uma van adesivada visitou restaurantes,
bares e casas noturnas produzindo fotos divertidas com as pessoas para disponibilizar no site do evento. Um
segundo grupo circulou com uma loja itinerante que comercializava ítens promocionais do projeto dentro de um
ônibus antigo, totalmente configurado e produzido para o Rock’n Halls.
Esta iniciativa da Adams foi pioneira no Brasil e reflete uma grande inovação diante das ações de comunicação
desenvolvidas até hoje pela empresa em âmbito mundial. Os resultados dessa iniciativa poderão inspirar a
empresa a realizar projetos semelhantes em outros países, fazendo com que a ação parta do âmbito local para
global.
Fontes: ESTADO DE MINAS ONLINE – UAI <www.wstaminas.com.br>. “Cinco bandas disputam vaga em Festival nacional Rock’n
Halls”. Belo Horizonte, 27 jun. 2002.
TERRA NOTÍCIAS – MÚSICA <www.terra.com.br/musica>. “Rock’n Halls define novas bandas para festival”. São
Paulo, 8 maio 2002.
Material de Relações Públicas e de divulgação do evento.
Website Rock’n Halls (www.rocknhalls.com.br).
Patrocínio oficial, patrocínio exclusivo, cota master, cota standard, apoio, co-
patrocínio, patrocinador ouro, patrocínio diamante, apoio cultural, etc. Os nomes e as
características são os mais variados, criados de acordo com as peculiaridades do produto
cultural, do tipo de patrocínio desejado e das possibilidades de contrapartidas que o evento
oferece.
1. Quanto à exclusividade.
Porém, é fato que conseguir uma empresa disposta a arcar sozinha com todo o
investimento é tarefa difícil. Ciente disso, o produtor cultural cria uma variedade de opções
com valores e contrapartidas diferentes, a serem oferecidas a um maior número de
empresas, que poderão ser co-patrocinadoras do evento.
2. Quanto ao objetivo.
49
FISCHER, Fernando. 1998 Marketing Cultural: Uso e prática em empresas brasileiras. Dissertação de Mestrado apresentada
à UFRJ-COPPEAD. Orientador: Prof. Frederico Carvalho. Rio de Janeiro, 1998. p. 55 (citando SAHNOUN, Pierre. Le
sponsoring : mode d’emploi. Paris: Chotard et Associes, 1988. p. 27-33).
57
3. Quanto à duração.
50
REIS, Ana Carla Fonseca. Marketing Cultural: revisão do arcabouço teórico-conceitual e contribuição à análise da postura
empresarial. Dissertação (Mestrado) - USP-FEA.. São Paulo, p. 45 (citando GALO, Moacir. A promoção na visão da empresa,
in: ALMEIDA, Cândido José Mendes de; DA-RIN, Silvio (org.). MARKETING CULTURAL AO VIVO. Rio de Janeiro: Francisco
Alves, 1992).
58
3.1.1. Sponsownership
51
FISCHER, Fernando. Marketing Cultural: uso e prática em empresas brasileiras. 1998. Dissertação (Mestrado) - UFRJ-
COPPEAD. Rio de Janeiro, p. 101 (citando BALL, Barry. Sponsorship & You. Austrália: Kangaroo Press, 1993. p. 66).
52
ARENS, William F.Contemporary advertising. USA: McGraw-Hill, 1999. p. 326.
59
Várias iniciativas nesse sentido já são observadas no Brasil, entre elas o Chivas
Jazz Festival, criado e patrocinado pela Seagram do Brasil:
O Chivas Jazz Festival ocupou um espaço deixado pelo Free Jazz, quando teve
início um desvirtuamento da proposta original desse festival. O Free Jazz, que já foi
reconhecido como um dos grandes festivais de jazz do mundo, passou a mesclar em sua programação artistas
do universo pop, roqueiros, rappers e grupos de música eletrônica. Com o espaço para os jazzistas foi
drasticamente reduzido, abriu-se a possibilidade de criar um evento exclusivo para o gênero.
Outro dado importante é que o mercado fonográfico internacional tem dado sinais de que o consumo de discos
desse segmento vem crescendo entre a parceria mais jovem do público. Essa tendência também foi observada
nas duas primeiras edições do festival, que tiveram um público predominantemente jovem, tanto em São Paulo
como no Rio – uma pesquisa realizada com o público do evento em 2001 indicou, a maioria das 18.000 pessoas
que foram aos shows do Chivas Jazz Festival eram estudantes universitários (42%), tinham entre 20 e 31 anos,
estão nas classes A e B e gostam de jazz.
Sobre a edição de 2001, o jornal O Estado de S.Paulo destacou: “o que sobra da longa jornada do Chivas Jazz
Festival é um saldo mais que positivo. O festival alinhou diversas tendências e instrumentos, trazendo
influenciadores e influenciados. Arriscou e acertou, encontrando seu espaço na agenda paulistana.”
60
Fonte: O ESTADO DE S.PAULO <www.estadao.com.br>. “Um festival de jazz que vai tocar jazz”.
São Paulo, 18 maio 2000.
“Chivas examina o passado e o futuro do jazz”. São Paulo, 5 jun. 2000.
“Conheça São Paulo, a nova capital latino-americana do jazz”. São Paulo, 8 ago. 2001.
Website Chivas Jazz Festival <www.chivasjazz.com.br>.
Nos EUA, essa tendência é mais presente nos esportes, com vários estádios
patrocinados por grandes empresas. Em 1997, a companhia de tecnologia em
telecomunicações Qualcomm ofereceu U$ 18 milhões à prefeitura de San Diego para
finalizar a reforma do estádio de futebol americano da cidade. Em troca, pediu que o nome
do estádio fosse mudado durante um período de 20 anos. A proposta foi aceita e hoje a
equipe dos San Diego Chargers joga no Qualcomm Stadium, anteriormente Jack Murphy
Stadium. Da mesma forma, hoje a cidade de Charlotte na Carolina do Norte tem o Ericsson
Stadium, Denver tem o Coors Field e o Candlestick Park em San Francisco tornou-se 3Com
Park por cinco anos a um custo de U$ 6 milhões53 54
.
53
KAROLEFSKI, John. The sport of naming. Artigo disponibilizado no website da Interbrand <www.interbrand.com>. 13 maio
2002.
54
THE WHARTON SCHOOL – UNIVERSITY OF PENNSYLVANIA. Corporate Sponsorships of Stadiums: It doesn’t always pay
off”. Artigo disponibilizado no website Knowledge@Wharton de The Wharton School <knowledge.wharton.upenn.edu>. 1 jul.
2001.
61
Isso fica claro considerando a promoção gratuita do nome da empresa por meio
do anúncio da programação do local. Toda vez que um artista convida o público para seu
55
O ESTADO DE S.PAULO <www.estadao.com.br>. “Problema não preocupa grupo que investiu R$ 34 milhões na casa”. São
Paulo, 1 out. 1999.
56
O ESTADO DE S.PAULO <www.estadao.com.br>. “Grupo investe R$ 100 milhões em casas de show”. São Paulo, 1 set.
1999.
62
Empresa Projeto
DirecTV Music Hal. Inaugurado em 1983, a casa de shows Palace recebeu mais de
2.700 shows e 700 eventos, presenciados por mais de 4 milhões de espectadores. Em janeiro
de 2001, após 17 anos de sucesso, a casa de espetáculos Palace foi comprada pela CIE Brasil.
Amplamente reformado, o espaço assumiu o nome DirecTV Music Hall, num contrato firmado
com a operadora de TV por assinatura DirecTV, com duração de dez anos.
O acordo inclui a transmissão de, no mínimo, três shows por mês, ao vivo ou gravados, pelo
canal. A parceria reforça o interesse da emissora pela transmissão de shows ao vivo.
Assinantes da DirecTV têm 10% de desconto nos ingressos da casa.
Cineclube DirecTV
Reforma e ampliação do Cineclube Vitrine, em São Paulo, que o nome Cineclube DirecTV.
A reinauguração ocorreu na abertura da 25ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, co-
patrocinada pela DirecTV. A administração da sala ficou a cargo dos organizadores da Mostra.
Originalmente criadas pelo Banco Nacional como Espaço Banco Nacional de Cinema, desde
1995 as unidades do agora Espaço Unibanco de Cinema são administradas pelo Instituto
Moreira Salles, entidade sem fins lucrativos que tem por objetivo a promoção e o
desenvolvimento de programas culturais do grupo.
Presente em seis cidades – São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Fortaleza
e Juiz de Fora –, somando 12 cinemas, 35 salas, livrarias, cafés e espaços expositivos.
Durante os cinco primeiros anos de atividade – de 1993 a 1998 – o Espaço Unibanco de
Cinema recebeu mais de 2,9 milhões de pessoas.
63
Teatro Abril. Construído em estilo art nouveau e inaugurado em 1929 como o primeiro cinema
sonoro da América Latina, o antigo Teatro Paramount abrigou nos anos 60 os históricos
festivais de música da Record, até ser parcialmente destruído por um incêndio em 1969.
Por meio da parceria formada pela CIE-Brasil e o Grupo Abril, o teatro passou por uma
completa transformação: com 1.533 lugares, a sala foi projetada para ser palco de grandes
musicais e segue os padrões dos principais teatros da Broadway e do West End. Tombado na
década de 80, o teatro também teve a fachada inteiramente restaurada, fazendo reviver a
atmosfera dos anos 20 e das décadas que se seguiram, assumindo o nome Teatro Abril.
Firmando um contrato exclusivo com Cameron Mckintosh e The Useful Theatre Company Inc., e
da associação com Walt Disney Theatrical Worldwide, a CIE adquiriu por 12 anos os direitos de
realizar todos os musicais produzidos por estes estúdios. Assim, São Paulo, através do Teatro
Abril, entra no circuito alternativo desenvolvido pela CIE em países de língua portuguesa e
espanhola, ao lado de Buenos Aires, Madri e Cidade do México. No circuito de língua inglesa
estão as cidades de Londres, Nova Iorque, Los Angeles, Toronto e Sidney.
Para sua reinauguração, em abril de 2001, o Teatro Abril recebeu o premiado musical Les
Misérables , baseado na obra de Victor Hugo, que ficou em cartaz até março de 2002. Sucesso
de crítica e de público, nesses doze meses de exibição o espetáculo foi assistido por mais de
300 mil pessoas.
O musical Les Misérables foi seguido por outro grande sucesso, A Bela e a Fera, que estreou
em junho de 2002. A versão da Broadway para o desenho da Disney é o maior espetáculo já
produzido no Brasil; a montagem do espetáculo consumiu R$ 8 milhões. Para a manutenção do
espetáculo, são gastos mensalmente R$ 1 milhão. A montagem contou com o patrocínio da
Credicard e co-patrocínio da Volkswagen.
Fontes: (DirecTV)
O ESTADO DE S.PAULO <www.estadao.com.b>). “Show marca abertura de casa”. São Paulo, 26 jul. 2000.
____Três telas. São Paulo, 12 out. 2001.
Press releases – CIE-Brasil.
(Abril)
O ESTADO DE S.PAULO <www.estadao.com.b>). “A Broadway em São Paulo”. São Paulo, 24 jun. 2001.
____Cultura & Patrocínio. São Paulo, 22 mar. 2002.
VEJA SÃO PAULO. “Atrás da cortina”. VEJA SÃO PAULO, São Paulo, p.19, 12 jun. 2002.
Press releases – CIE-Brasil.
(Unibanco)
O ESTADO DE S.PAULO <www.estadao.com.br>. ”Espaço Unibanco reduz preço de ingressos hoje”. São Paulo, 6
out. 1998.
Website Unibanco <www.unibanco.com.br>.
Mas ações de Naming Rights exigem atenção especial por parte da empresa
patrocinadora. Ao assumir o nome de uma empresa ou produto, o local passa a representá-
lo e a repercussão positiva ou negativa que tiver poderá afetar a marca patrocinadora. Por
esse motivo, a administração dos locais deve ser uma preocupação constante da empresa.
Aspectos de segurança, por exemplo, devem merecer atenção redobrada, pois o local e a
marca receberão o ônus de qualquer ocorrência indesejável que possa ocorrer. Por esse
64
motivo, é comum que o espaço seja administrado ou pertença a uma empresa especializada
nesse segmento. É o caso da CIE Brasil, subsidiária do grupo mexicano Corporación
Interamericana de Entreteniemento, que administra o Teatro Abril, o Credicard Hall e o
DirecTV Music Hall, em São Paulo, além do Claro Hall, no Rio de Janeiro.
Outro aspecto importante é que a marca deve interagir com o local. Ou seja,
uma sala de cinema patrocinada por um banco comercial deve oferecer serviços de caixa
eletrônico às pessoas que visitam o local, por exemplo, bem como o restaurante e a livraria
devem aceitar e dar preferência (ou mesmo descontos) aos clientes desse banco.
São várias as iniciativas nesse sentido, entre elas o Instituto Moreira Salles, do
Unibanco, Instituto Itaú Cultural, Instituto Cultural Banco Santos e Centro Cultural Banco do
Brasil (CCBB), que também contam com espaços culturais que apresentam diferentes
manifestações artísticas, além da publicação de revistas, realização de cursos, recuperação
de documentos e preservação da memória entre tantas outras iniciativas. O CCBB de São
Paulo, por exemplo, conta com sala de exposição, sala de cinema, sala de vídeo, teatro e
auditório, recebendo diversas atividades simultaneamente e atendendo diversos públicos.
Ainda, alguns desses institutos contam com filiais em várias cidades brasileiras, ampliando
sua área de atuação e o público atingido.
É importante citar que a atual legislação cultural contempla e incentiva esse tipo
de iniciativa. Segundo informações disponíveis no próprio website do Ministério da Cultura
<www.cultura.gov.br>, página Apoio a Projetos – Como Contribuir: Pessoa Jurídica,
57
BRANT, Leonardo. Mercado Cultural: Investimento Social, formatação e venda de projetos, gestão e patrocínio, política
cultural. São Paulo: Escrituras, 2001. p. 76.
66
O termo Cause-Related Marketing foi utilizado pela primeira vez pela American
Express, que em 1983 lançou uma campanha para levantar fundos para a restauração da
Estátua da Liberdade. Na campanha, a American Express comprometia-se a doar U$ 0.01 a
cada transação realizada com seus cartões. Como resultado, o número de novos assinantes
registrou um crescimento de 45% e o uso do cartão subiu 28%.
58
THE INDEPENDENT SECTOR. Mission & Market: types of partnerships”. Informações disponibilizadas no website The
Independent Sector <www.independentsector.org>. Consulta ao website realizada em 10 maio 2002.
59
CONE, Carol. “Corporate branding in the 21st Century”. Artigo disponibilizado no website da Public Service Advertising
Research Center <www.psaresearch.com>. Consulta ao website realizada em 15 abr. 2002.
67
• 87% dos funcionários dessas empresas têm uma relação de lealdade com
suas empresas, contra 67% das demais;
Cada campanha conta com grande esforço de comunicação por parte da rede
McDonald’s, além de menções espontâneas na mídia e da participação de artistas e
personalidades, que nesse dia trabalham como atendentes nas lojas. Muitas empresas
chegam a comprar ‘vale Big Macs’, válidos somente para o McDia Feliz, para seus
funcionários.
Com base na experiência adquirida nesse tipo de atividade, a Cone, Inc. propõe
a patrocinadores e patrocinados o seguinte checklist de aspectos críticos para conseguir
sucesso em programas de Cause-Related Marketing60:
60
CONE, Carol. Corporate Branding in the 21st century. Artigo disponibilizado no website da Public Service Advertising
Research Center <www.psaresearch.com>. Consulta ao website realizada em 15 abr. 2002.
69
“ainda são poucos os produtos culturais que têm uma produção cuidada,
planejada e constantemente avaliada pelos procedimentos de gestão
administrativa. À exceção de alguns setores da indústria cinematográfica,
fonográfica e do livro, este parece ser um problema generalizado, embora o
mercado venha gradativamente se aperfeiçoando. Há sempre uma enorme
correria na hora de prestar contas, pois, durante a etapa de produção, as regras
costumam ser o improviso, a ação centralizadora de um único produtor, a
confiança em sua memória e a ausência de registros, de sistematização do
trabalho e de consciência de longo prazo (ou seja, a percepção de que a
produção seguinte enfrentará os mesmos problemas e, provavelmente,
necessitará do mesmo checklist, do mailing, das minutas de contrato, das
propostas comerciais etc.)61”.
61
BRANT, Leonardo. Mercado cultural: investimento social, formatação e venda de Projetos, gestão e patrocínio, política
cultural. São Paulo: Escrituras, 2001. p. 47.
71
Meio Cultural
72
Marketing Cultural
Leis de Incentivo
73
• Dificuldade de operacionalização/
• Facilidade de operacionalização
Excesso de burocracia
• Facilidade de compreensão das leis
• Constantes modificações
federais Operacionalização
• Dificuldade e desconhecimento
• Facilidade de enquadramento dos
quanto ao uso de mais de um tipo de
projetos nas áreas definidas
incentivo fiscal
• Falta de critérios
• Processo de avaliação muito
• Deveriam avaliar a qualidade cultural/ Comissões de
demorado
artística do projeto Avaliação
• Componente ideológico nos critérios
de aprovação
Fonte: FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Diagnóstico dos investimentos em cultura no Brasil. Belo
Horizonte, nov. 1998. p.74-76. Relatório disponibilizado no website do Ministério da Cultura
<www.cultura.gov.br>.
62
FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Diagnóstico dos investimentos em cultura no Brasil. Belo Horizonte, nov. 1998. p. 76-78.
Relatório disponibilizado no website do Ministério da Cultura <www.cultura.gov.br>.
74
• apesar do uso cada vez mais intenso da legislação fiscal pelas empresas,
permanece a crítica ao governo pela má divulgação das leis e por suas
constantes modificações, gerando desconhecimento e confusão quanto ao
seu funcionamento.
“Enquanto algumas já definiram uma política de ação e contam com uma equipe
profissionalizada e habilitada para administrar o marketing para as artes, outras,
embora tenham optado pela ação cultural, carecem de pessoal especializado, e
ainda há algumas que têm discordâncias internas quanto ao investimento em
cultura, caso em que a direção da empresa não compartilha com os
75
63
FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Diagnóstico dos investimentos em cultura no Brasil. Belo Horizonte, nov. 1998. p. 78.
Relatório disponibilizado no website do Ministério da Cultura <www.cultura.gov.br>.
76
OFERTANTE DEMANDANTE
RETRIBUIÇÕES
Outros ativos
da empresa
3. Demonstra novos
ARTISTA produtos /
tecnologias
AGENTE/
Evento FRUIDOR
PRODUTOR Cultural (consumidor)
PATROCINADOR
RETRIBUIÇÕES
1. Artista.
“Eu acho que não é o artista que deve ir às empresas. O artista deve ir para
apoiar um agente cultural que vai captar o recurso. O artista não é um vendedor
de projetos. Nós precisamos ter e estamos tendo um número crescente de
intermediários competentes, que sabem vender, apresentar e elaborar um
projeto. O Brasil é enorme, muito desigual e você sempre encontrará projetos
mal formulados, mas a tendência não é esta. A tendência é haver um
crescimento na capacidade de formular projetos64”.
64
MARKETING CULTURAL. O paraíso ainda está longe... : Entrevista com o Ministro da Cultura Francisco Weffor”.
MARKETING CULTURAL, São Paulo, n.48, p. 26, jun. 2001.
78
“Grande parte dos produtores culturais ainda convive com a ilusão de que basta
formatar um projeto para se obter patrocínio. Esta continua sendo uma tarefa que exige
pesquisa, competência e, cada vez mais, realidade nos custos. (...) O maior erro que o
produtor pode cometer é bater de porta em porta com o mesmo projeto, como se as
empresas fossem iguais e com a mesma filosofia. Cada uma tem estratégia própria,
interesses específicos e verbas muitas vezes variáveis de acordo com seu desempenho
comercial. Das centenas ou milhares de propostas que as empresas recebem, cerca de
10% ou menos são aprovadas. Concorrem para isso a desatenção aos itens acima e mais:
apresentação desleixada, orçamentos genéricos, desinformação sobre as Leis de Incentivo
e a total inadequação. Oferecem-se viagens ecológicas de jipe a empresas de informática e
concurso de garota-verão a quem fabrica pneus. Não pode dar certo...65”.
“os projetos que buscam vender patrocínios para eventos culturais estão cada
vez mais criativos e menos atrativos. Precisamos cada vez mais pensar em
Marketing Cultural como negócio, não como uma forma disfarçada de
filantropia66”.
“Temos que deixar um pouco de lado a nossa atitude como produtor cultural e
assumirmos mais a face de negociantes. Pense em todas as possibilidades de
negócios que o seu evento cultural pode gerar, coloque num papel, e ofereça às
empresas. Cultura pode dar dinheiro. E todos saem ganhando com isso: o
público, os patrocinadores e nós (produtores culturais)”.
65
MARKETING CULTURAL. “Ledo Engano”. MARKETING CULTURAL, São Paulo, n.12, p.9, jun. 1998.
66
MAIA, Ricardo. A Cultura que dá dinheiro. MARKETING CULTURAL, São Paulo, n.57, p. 33. jul. 2002.
79
3. Patrocinador.
67
FISCHER, Fernando. Marketing Cultural: Uso e prática em empresas. 1998. Dissertação (Mestrado) – UFRJ –
COPPEAD.Rio de Janeiro. p. 104 (citando BALL, Barry. Sponsorship & You. Austrália: Kangaroo Press, 1993. p. 68).
80
4. Consumidor ou fruidor.
coincidem com as preferências do público-alvo da marca. Uma vez que o patrocínio cultural
tem objetivos a cumprir e para tal exige da empresa patrocinadora uma série de
investimentos que vão além da transferência de recursos para a atividade cultural, as
empresas devem valer-se de modelos de seleção mais sofisticados para guiar suas
escolhas, saindo das decisões instintivas para rigorosas abordagens de avaliação.
ESCORES
CRITÉRIOS 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Total
Total Geral
Fonte: FISCHER, Fernando. Marketing Cultural: Uso e prática em empresas brasileiras. Dissertação
de (Mestrado)- UFRJ-COPPEAD. Rio de Janeiro,p. 105 (MEENAGHAN, John. Commercial
Sponsorship. Bradford, England:MCB University Press, 1984. p.46).
• estratégias de marketing;
categoria, cuja soja constituirá o Fator RVA Final do projeto, que pode ser comparado a
outros projetos para identificar o mais adequado à empresa.
CRITÉRIOS REQUERIDOS
Posicionamento e Imagem
1 Ligação crível e lógica com a marca ..................................................................................
2 Coerência coma imagem e a personalidade da empresa ..................................................
3 Reforço/dramatização dos pontos-chave de diferenciação do produto .............................
Subtotal da categoria
Média da categoria
Alcance e Apelo de Público
1 Alcance do mercado-alvo com características demográficas e psicográficas adequadas
2 Freqüência e alcance aceitáveis ........................................................................................
Apelos aos valores e estilos de vida do mercado-alvo em relação à percepção, atitudes
3
e comportamentos ..............................................................................................................
Subtotal da categoria
Média da categoria
Estratégias de Vendas e Marketing
1 Coerência com suportes atuais de marketing, temas de vendas e mensagens ................
2 Suporte/ exploração da sazonalidade dos produtos/ serviços ...........................................
3 Suporte/ exploração da regionalidade dos produtos/ serviços ...........................................
4 Geração de notícias ...........................................................................................................
5 Possibilidade de mensuração do impacto ..........................................................................
Subtotal da categoria
Média da categoria
Objetivos de Marketing e Vendas
Geração de awareness por meio de envolvimento, construção de relacionamento e
1
uma impressão durável ......................................................................................................
Estímulo à experimentação e repetição pelos usuários existentes, antigos usuários e
2
não-usuários .......................................................................................................................
3 Encorajar a lealdade...........................................................................................................
4 Ganho de participação de mercado (market share) ...........................................................
5 Melhor distribuição, facings e posicionamento no ponto de venda ....................................
Subtotal da categoria
Média da categoria
Eficácia Tática e Executiva
Facilidade e eficácia do uso de outras atividades de promoção (propaganda, promoção
1 de vendas, relações públicas, marketing direto, materiais e atividades no ponto de
venda).................................................................................................................................
2 Facilidade e efetividade em estender as atividades ao varejo ...........................................
3 Gerenciamento por promotores competentes e com reputação ........................................
4 Requisição mínima de pessoal...........................................................................................
5 Legalidade e segurança .....................................................................................................
Subtotal da categoria
Média da categoria
85
CRITÉRIOS DESEJADOS
Imagem / Personalidade
1 Posicionamento da empresa e do produto como ‘líder’ ou ‘herói’ ......................................
2 Coerência com os benefícios de imagem de outros patrocinadores .................................
3 Coerência com a imagem e à cultura da empresa .............................................................
Subtotal da categoria
Média da categoria
Alcance e Apelo de Público
1 Apelo elevado e excitação no mercado-alvo ......................................................................
2 Envolve mercados-alvo ......................................................................................................
3 Alcance nacional, offering regional e extensão local .........................................................
Subtotal da categoria
Média da categoria
Objetivos de Marketing e Vendas
1 Estabelece novo patamar na categoria do produto ............................................................
2 Auxilia a promoção e a venda de outros produtos .............................................................
3 Constrói ou aumenta o valor do nome da empresa ...........................................................
Subtotal da categoria
Média da categoria
Estratégias de Vendas e Objetivos
Oportunidades de entretenimento e hospitalidade dos consumidores e canais de
1
negócios .............................................................................................................................
2 Exclusividade em relação à categoria e/ou ao produto ......................................................
3 Impossibilidade de ser facilmente duplicado ou antecipado por produtos concorrentes ...
Subtotal da categoria
Média da categoria
Eficácia Tática e Executiva
1 Patrocínio pode ser repetido, expandido nos anos seguintes ............................................
2 Cobertura pela televisão e outras mídias ...........................................................................
Subtotal da categoria
Média da categoria
Fonte: FISCHER, Fernando. Marketing Cultural: Uso e prática em empresas brasileiras. 1998. Dissertação
(Mestrado) – UFRJ-COPPEAD. Rio de Janeiro, p.106-108 (SCHREIBER, Alfred & LENSON, Barry.
Lifestyle & event marketing. New York: McGraw-Hill, 1994. p.91-94).
Elevada
Adequação
da
identidade
da marca
Reduzida
Reduzida Elevada
Interatividade/ envolvimento
Fonte: AAKER, David A.; JOACHIMSTHALER, Erich. Como construir marcas líderes. São Paulo:
Futura, 2000. p.238.
expectativas do público, que incluía jovens que vieram de outros estados em cansativas e
onerosas excursões, além dos objetivos do próprio patrocinador, que ainda se viu às voltas
com procedimentos de devolução de ingressos.
68
FISCHER, Fernando. Marketing Cultural: Uso e prática em empresas brasileiras.1998. Dissertação (Mestrado) - UFRJ-
COPPEAD. Rio de Janeiro, p. 113 (citando ABRATT, Russell & GROBLER, Piter Schalk. The evaluation of sports
sponsorships.: International Journal of Advertising, n.8, p. 351-362, 1989).
88
1. Exposição
Centimetragem e minutagem
69
REIS, Ana Carla Fonseca. Marketing Cultural: Revisão do arcabouço teórico-conceitual e contribuição à análise da postura
empresarial. Dissertação de Mestrado apresentada à USP-FEA. Orientador: Prof. Dr. Rubens da Costa Santos. São Paulo,
1996. p. 49-52 (citando INTERNATIONAL ADVERTISING ASSOCIATION (Global Media Comission). Sponsorship – Its Role
and Effects. New York, sept. 1988).
89
2. Efeitos de comunicação
3. Volume de vendas
70
REIS, Ana Carla Fonseca. Marketing cultural: revisão do arcabouço teórico-conceitual e contribuição à análise da postura
empresarial. 1996. Dissertação (Mestrado) - USP-FEA. São Paulo, p. 51-52.
91
É importante que a empresa tenha em mente que o patrocínio cultural vai além
do evento e, portanto, do público que dele participa. Somando adequadamente outras
ferramentas de marketing ao patrocínio, este pode influenciar positivamente inclusive
públicos que não são alvo do evento. Um banco de investimentos que patrocina a
construção de bibliotecas para comunidades carentes, por exemplo, provavelmente não
contará com a visita de seus principais clientes nesses espaços; porém estes poderão
construir uma imagem positiva de seu banco desde que a informação dessa iniciativa
chegue adequadamente até eles.
1. Tenha objetivos de
comunicação claros
7. Gerencie
ativamente o 2. Seja pró-ativo
patrocínio
5. Busque
4. Se possível,
oportunidades de
promova patrocínios
publicidade
Fonte : AAKER, David A. & JOACHIMSTHALER, Erich. Como construir marcas líderes. São
Paulo: Futura, 2000. p.236.
92
2. Seja pró-ativo.
Nem sempre o melhor projeto, o mais adequado aos objetivos da marca, será
encontrado entre aqueles oferecidos à empresa patrocinadora. Apoiando-se em modelos
objetivos de análise, é necessário avaliar toda a gama de projetos oferecidos e, caso
nenhum deles possa contribuir para que a marca alcance seus objetivos, deve-se ir em
busca do projeto ideal. Também este poderá não existir, restando ainda a alternativa de criar
um projeto próprio.
93
Inaugurado em abril de 1998, o Teatro Alfa (então Alfa Real) é fruto de um investimento de R$ 20 milhões,
sendo um dos mais modernos e bem equipados do país, até mesmo para a apresentação de grandes óperas.
Administrado pelo Instituto Alfa de Cultura, parte do conglomerado financeiro que inclui o Banco Alfa, o
teatro traz uma programação diferenciada, condizente com o perfil dos clientes do banco, privilegiando óperas,
canto lírico e orquestras de câmara.
As atividades do Teatro são fundamentais para a estratégia de aproximação do mantenedor com seu público
e é o principal instrumento de marketing da empresa, conseguindo agregar ainda inúmeros parceiros para dividir
o patrocínio.
Fontes: BRANT, Leonardo. Mercado cultural: investimento social, formatação e venda de projetos, gestão e
patrocínio, política cultural. São Paulo: Escrituras, 2001. p.76.
O ESTADO DE S.PAULO <www.estadao.com.br>. Teatro Alfa Real anuncia suas atrações
para 1998. São Paulo, 26 dez. 1997
____. American Symphony Orchestra inaugura teatro. São Paulo, 22 abr. 1998.
71
REIS, Ana Carla Fonseca. Marketing cultural: revisão do arcabouço teórico-conceitual e contribuição à análise da postura
empresarial. Dissertação (Mestrado) - USP-FEA.. São Paulo. p. 43 (citando PIQUET, Sylvère. Sponsoring et mécènat, la
communication par l’Événement. Paris : Editions Vuibert, 1985).
94
____. Alfa Real busca parceria para temporada 1999”. São Paulo, 11 dez. 1998.
Dados organizados pelo autor.
72
FOLHA ONLINE <www.folha.com.br>. Folha Top of Mind 2003. São Paulo, 8 out. 2003.
73
AAKER, David; JOACHIMSTHALER, Erich. Como construir marcas líderes. São Paulo: Futura, 2000. p. 238-239.
95
Buscar defesas contra esse marketing de emboscada inclui conhecer como ele
funciona. Podemos identificar quatro métodos possíveis de utilizar marketing de emboscada:
74
AAKER, David & JOACHIMSTHALER, Erich. Como construir marcas líderes. São Paulo: Futura, 2000. p. 234.
97
Conduzir esse processo com propriedade significa obter resultados efetivos com o
patrocínio, o que é importante para justificar a continuidade dessa iniciativa por parte da
empresa e também para servir de exemplo para que outras também invistam em cultura,
trazendo benefícios para a sociedade como um todo.
Segundo informações da própria empresa, o Petrobras Cultural “aborda a cultura brasileira em suas mais
diversas manifestações, abrangendo sua criação, produção, difusão, preservação e assimilação. Considera ainda
o acesso democrático aos bens culturais e a formação de novas platéias e de cidadãos críticos e conscientes”.
Como é um projeto de âmbito nacional, busca a difusão e a assimilação da política de patrocínios da Companhia
nas diferentes regiões do país, considerando a diversidade geográfica e étnica da produção cultural brasileira.
Um dos focos da política cultural da Petrobras Distribuidora é o cinema. “Queremos que o público associe cinema
à marca da BR”, disse o então presidente da distribuidora quando a empresa recebeu um prêmio do Sindicato
Nacional da Indústria Cinematográfica em 2001 como a empresa que mais vem contribuindo para o
desenvolvimento do setor. A Petrobras Distribuidora passou de um investimento em cinema de R$ 300 mil em
1994 para R$ 20 milhões em 2000.
Por meio dessa política, a Petrobras Distribuidora assinou algumas das mais importantes produções da fase mais
recente do cinema nacional, como O Quatrilho e O que é isso, companheiro? (que concorreram ao Oscar de
melhor filme estrangeiro), Bicho de Sete Cabeças, Castelo Rá-tim-bum, Orfeu e O dia da caça, entre muitos
outros.
100
Além do sólido investimento em cinema, a Petrobras também participa em projetos culturais em outras áreas,
como artes cênicas, dança e artes visuais. A empresa trouxe para o Brasil exposições de artistas estrangeiros
consagrados, como Auguste Rodin (1996), Claude Monet (1997) e Salvador Dali (1998), além da Mostra do
Redescobrimento, (2000), entre outros eventos.
Tal foi o valor que a Petrobras construiu em torno de seus patrocínios que, segundo o autor Machado Neto, ” se a
Petrobras não fosse uma empresa, seria o conjunto de todas as ações que ela patrocina.”
Fontes: FERRAZ, Bento. “Incentivo à Cultura continua em alta”. MARKETING CULTURAL, São Paulo, n.55, p.30-36,
maio 2002.
JORNAL DO REVENDEDOR BR. “Patrocínio cultural também é combustível para os negócios”. Ano II, n. 19. 15 de
jun a 15 de jul de 2001.
MACHADO NETO, Manoel Marcondes. “Marketing Cultural, esse desconhecido”. MARKETING CULTURAL, São
Paulo, n.53, p.44-47, mar. 2002.
MARKETING CULTURAL. “Não é por acaso...”. MARKETING CULTURAL, São Paulo, n.48, p.16-18, jun. 2001.
MEIO & MENSAGEM. “Investimento otimizado”. MEIO & MENSAGEM, São Paulo, p.7, 11 mar. 2002.
O ESTADO DE S.PAULO (www.estadao.com.br). “Articultura investe na ‘comunicação por atitude’ ”. São Paulo, 7
jun. 2002.
Website Petrobras (www.petrobras.com.br).
Diversos autores concordam que, por mais que o Estado atue como produtor
cultural nas sociedades modernas, esta ação não é suficiente para abarcar toda a oferta e
toda a demanda por bens e serviços culturais.
75
MARKETING CULTURAL. “‘A cultura precisa de dinheiro’: Entrevista com o Ministro da Cultura Francisco Weffort”.
MARKETING CULTURAL, São Paulo, n.1, p.12-15, jul. 1997.
102
76
MOISÉS, Álvaro. “Cinema, Mídia e Democracia”. Artigo disponibilizado no website do Ministério da Cultura
<www.cultura.gov.br>. 6 fev. 2000.
103
Lei do Audiovisual
promulgada em Nov/93
30
26
25
25 23 22
20
15 12
10 7 8 7
4
5 3
0
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999
Essa opção pela parceria com a iniciativa privada também tem seus críticos.
Embora viabilize uma grande quantidade de projetos culturais, não necessariamente o
conjunto deles inclui todas as atividades que efetivamente deveriam ou precisariam ser
patrocinadas. Nem todos os projetos apresentados conseguem patrocínio na iniciativa
privada, e o mérito artístico não é obrigatoriamente o principal critério para concessão de
patrocínio pelas empresas: em muitos casos, Marketing Cultural não é necessariamente
sinônimo de responsabilidade social ou de comprometimento com o desenvolvimento da
cultura no país. É o caso de orquestras internacionais que realizam turnês pelo Brasil com
milhões de reais do Estado, vendendo ingressos a preços inacessíveis ao grande público.
dos integrantes destacou: "A gente precisa de uma sede, de patrocinador e de empresários
que tenham vergonha e respeito por aqueles que fazem arte com consciência social77".
Exemplos como este reforçam o argumento de que deve ficar, então, ao Estado
a responsabilidade de nivelar a atividade cultural, participando mais ativamente em áreas
em que a iniciativa privada não atua. Sobre esse aspecto, Francisco Weffort destacou que
“os recursos do orçamento são importantes porque existem partes do Brasil que
necessitam de recurso público. Não dá para imaginar que o mercado local vá
cuidar do patrimônio de Olinda. (...) É preciso dotação orçamentária para certas
atividades da cultura. (...) O mercado não capta o início da criação, ele não pode
captar. Como o mercado pode descobrir o artista jovem de grande talento? Não
é essa é a função do mercado78”.
Sudeste
85,6%
Figura 5.1 Investimentos em cultura entre 1996 e 2001 – captação das Leis Rouanet e
Audiovisual – por região.
77
OFICINA DE INFORMAÇÕES. Artigo disponibilizado no website da Oficina de Informações <www.oficinainforma.com.br>. 28
abr. 2001.
78
MARKETING CULTURAL. ‘A cultura precisa de dinheiro’: Entrevista com o Ministro da Cultura Francisco Weffort”.
MARKETING CULTURAL, São Paulo, n.1, p.14, jul. 1997.
105
79
BRASIL. MINISTÉRIO DA CULTURA. Entrevista do Ministro da Cultura Francisco Weffort ao Caderno T. Artigo
disponibilizado no website do Ministério da Cultura (www.cultura.gov.br). Fev. 2001.
106
Liberal, a Lei Sarney deu grande impulso à produção cultural no Brasil, porém
esse mesmo liberalismo era seu aspecto mais criticado, pois favorecia abusos. Qualquer
nota fiscal emitida por uma entidade cadastrada podia ser usada por seu destinatário para
abatimento fiscal. Ainda, a Lei não distinguia os seguimentos culturais que de fato
precisavam de incentivo, inclusive contemplando projetos culturais sem caráter público,
como edições de luxo que as empresas ofereciam como brindes a clientes e fornecedores.
Como resultado, até hoje não se conhece com exatidão a origem ou destino dos cerca de
US$ 450 milhões captados durante toda sua vigência81.
Por ocasião do Plano Collor, em março de 1990, a Lei Sarney foi revogada junto
com todas as demais Leis de incentivo fiscal vigentes.
80
MALAGODI, Maria Eugênia; CESNIK, Fábio de Sá. Projetos culturais: elaboração, administração, aspectos legais, busca de
patrocínio. 4. ed. São Paulo: Escrituras, 2001. p. 13.
81
MALAGODI, Maria Eugênia; CESNIK, Fábio de Sá. Projetos culturais: elaboração, administração, aspectos legais, busca de
patrocínio. 4. ed. São Paulo: Escrituras, 2001. p. 45.
107
Tabela 5.1 Exemplo de aplicação do incentivo fiscal pelo art. 26 da Lei 8.313/91 – Lei
Rouanet (empresas não-financeiras).
Fonte: BRANT, Leonardo. Mercado Cultural: Investimento Social, Formatação e Venda de Projetos, Gestão e Patrocínio,
Política Cultural. São Paulo: Escrituras, 2001. p.56
Desde 1997, a Lei Rouanet tem sido alterada sucessivamente por meio de
medidas provisórias, permitindo o benefício do desconto de 100% do IR (sem a
possibilidade do abatimento como despesa operacional) às manifestações culturais que tem
maior dificuldade em atrair investimentos: artes cênicas, música instrumental, doações a
museus e bibliotecas, exposições itinerantes de artes plásticas.
Tabela 5.2 Exemplo de aplicação do incentivo fiscal pela Lei 9.874/99, que altera o artigo
18 da Lei Rouanet e introduz o abatimento de 100% para projetos de algumas
áreas (Empresas não-financeiras)
Fonte :BRANT, Leonardo. Mercado Cultural: Investimento Social, Formatação e Venda de Projetos, Gestão e Patrocínio,
Política Cultural. São Paulo: Escrituras, 2001. p.59.
110
Tabela 5.3 Exemplo de aplicação do incentivo fiscal pela Lei 8.685/93 Lei do Audiovisual
(Empresas não-financeiras)
Ao optar por uma ou outra lei, o produtor cultural deve levar em consideração a
região onde o projeto será realizado e as necessidades dos possíveis patrocinadores. Uma
82
MALAGODI, Maria Eugênia & CESNIK, Fábio de Sá. Projetos Culturais: Elaboração, Administração, Aspectos Legais, Busca
de Patrocínio. 4. ed. São Paulo: Escrituras, 2001. p. 48.
112
empresa que não está dando lucro, por exemplo, não tem como beneficiar-se da Lei
Rouanet, porém pode valer-se da legislação estadual ou municipal de incentivo à cultura.
Tão logo o projeto seja cadastrado, será informado ao proponente, por escrito,
se o processo encontra-se em condições para prosseguir sua tramitação, bem como o
número de registro para controle.
experiente, que poderá auxiliar a identificar as melhores opções de composição de Leis para
garantir o maior incentivo fiscal possível para o projeto.
500.000.000
414.636.931
400.000.000
287.285.673 318.719.649
271.960.199
300.000.000
251.604.249
169.422.980
200.000.000
100.000.000
0
1996 1997 1998 1999 2000 2001
Figura 5.3 Investimentos em cultura - captação das Leis Rouanet e Audiovisual – em R$- 1996 a
2001.
Obs. 1 – Valores indicados em CAPTAÇÃO DE RECURSOS (total investido em projetos culturais) são sempre superiores
aos valores da RENÚNCIA FISCAL (abatimento do Imposto de Renda Devido), em decorrência da aplicação de
percentuais variados (30, 40, 60, 80 e 100% - Lei Rouanet - e 100% - Lei do Audiovisual).
Obs. 2 – Valores atualizados até Novembro de 2002, sujeitos a alteração.
Fonte: BRASIL. MINISTÉRIO DA CULTURA <www.cultura.gov.b>. Números do Ministério da Cultura – Investimentos em
Cultura 1996 até 2001 – Captação Leis Rouanet/Audiovisual. Relatório disponibilizado no website do Ministério da
Cultura <www.cultura.gov.br>. Consulta ao website realizada em 2 nov. 2003
Nº de empresas incentivadoras
114
Por outro lado, os resultados apurados pelo Ministério da Cultura indicam que o
número de incentivadores diminuiu. Se entre 1997 e 2000 o número de empresas que
usaram as Leis Rouanet e Audiovisual ficou em torno de 1.400, em 2001 esse número caiu
para 1.240, o que representa uma queda de 12% ante as 1.415 que associaram seu nome a
projetos culturais incentivados pela lei no ano anterior.
1500
1442 1453
1415
1312
1300 1240
1100
945
900
1996 1997 1998 1999 2000 2001
Figura 5.4 Evolução do número de empresas que investiram em cultura através das Leis
Rouanet e Audiovisual – 1996 a 2001
Entre 1996 e 2001, o Ministério da Cultura recebeu 21.794 projetos, sendo que
destes 16.447 foram aprovados (75%) e apenas 5.771 tiveram captação de recursos,
representando 26% do total de projetos apresentados e 35% do total de aprovados.
115
Tabela 5.4 Número de projetos – Lei Rouanet e Audiovisual. Evolução 1996 a 2001
Segmento Apresentados Aprovados Com captação
Tabela 5.5 Captação Lei Rouanet e Audiovisual por segmento cultural. Evolução 1996 a
2001 (R$)
Segme Total
1996 1997 1998 1999 2000 2001
nto acumulado
Artes
15.779.753 22.731.059 22.314.735 29.426.655 58.600.555 77.153.984 226.006.741
Cênicas
Artes
Integradas 20.418.816 49.150.050 44.393.450 35.953.172 40.847.253 39.048.437 229.811.178
(*)
Artes
7.309.109 11.936.925 23.155.972 17.878.301 32.623.895 24.954.987 117.859.189
Plásticas
Humanida
4.872.953 18.176.423 19.792.617 27.106.459 30.763.033 35.928.218 136.639.703
des
Música 20.356.824 25.187.506 38.056.495 42.238.307 58.565.945 75.721.879 260.126.956
116
Patrimônio
25.269.973 46.066.803 50.271.631 39.217.191 37.531.476 44.059.264 242.416.338
Cultural
Produção
Audiovisu 75.350.881 113.615.462 73.341.006 59.701.919 55.350.600 87.481.161 464.841.029
al
Total 169.358.309 286.864.228 271.325.906 251.522.004 314.282.757 384.347.930 1.677.701.134
Tabela 5.6 Lei Rouanet e Lei do Audiovisual– Investimentos em Cultura por Região
Evolução 1996 a 2002 (R$)
Tabela 5.7 Maiores incentivadores nas Leis Rouanet e Audiovisual. 1996 a 2002
Valor do apoio
Incentivador
(em R$)
1 Petrobras 326.264.585,33
2 Telebrás 126.109.977,45
3 Eletrobrás 116.332.601,20
5 Bradesco 73.709.462,28
6 BNDES 57.349.503,85
10 Volkswagen 36.443.632,02
13 Unibanco 28.144.711,62
15 Correios 21.736.665,75
17 Credicard 16.491.430,85
18 Votorantim 15.469.331,73
19 COPEL 14.617.602,95
20 Embratel 14.400.974,31
O Presidente da República,
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO I
Disposições Preliminares
Art. 1º Fica instituído o Programa Nacional de Apoio à Cultura - PRONAC, com a finalidade
de captar e canalizar recursos para o setor de modo a:
I - contribuir para facilitar, a todos, os meios para o livre acesso às fontes da cultura e o pleno
exercício dos direitos culturais;
II - promover e estimular a regionalização da produção cultural e artística brasileira, com
valorização de recursos humanos e conteúdos locais;
III - apoiar, valorizar e difundir o conjunto das manifestações culturais e seus respectivos
criadores;
IV - proteger as expressões culturais dos grupos formadores da sociedade brasileira e
responsáveis pelo pluralismo da cultura nacional;
V - salvaguardar a sobrevivência e o florescimento dos modos de criar, fazer e viver da
sociedade brasileira;
VI - preservar os bens materiais e imateriais do patrimônio cultural e histórico brasileiro;
VII - desenvolver a consciência internacional e o respeito aos valores culturais de outros
povos ou nações;
VIII - estimular a produção e difusão de bens culturais de valor universal formadores e
83
informadores de conhecimento, cultura e memória;IX - priorizar o produto cultural originário do País .
1 Esta Lei foi alterada originalmente pela Medida Provisória nº1589, de 24 de setembro de 1997, que após
sucessivas reedições foi transformada na Lei nº9874, de 23 de novembro de 1999.
2 Ver Instruções Normativa CVM nº186, de 17 de março de 1992.
120
3 Ver Instruções Normativa Conjunta nº1, de 13 de junho de 1995, da Secretaria Executiva do Ministério
da Cultura e Secretaria da Receita Federal do Ministério da Fazenda.
4 A Comissão Nacional de Incentivo à Cultura – CNIC é órgão consultivo do Ministério da Cultura,
vinculada ao Gabinete do Ministro de Estado da Cultura. Com a redação dada pela Lei nº9.874, de 1999.
5 Revogada. A Lei nº8.034, de 12 de abril de 1990, revogou os incentivos às pessoas jurídica previstos
nessa lei. A Lei nº8.313/91 restabeleceu seus princípios e incentivos a partir do exercício de 1991.
121
CAPÍTULO II
Do Fundo Nacional da Cultura – FNC
Art. 4º Fica ratificado o Fundo de Promoção Cultural, criado pela Lei nº 7.5055, de 2 de julho
de 1986, que passará a denominar-se Fundo Nacional da Cultura - FNC, com o objetivo de captar e
destinar recursos para projetos culturais compatíveis com as finalidades do PRONAC e de:
I - estimular a distribuição regional eqüitativa dos recursos a serem aplicados na execução de
projetos culturais e artísticos;
II - favorecer a visão interestadual, estimulando projetos que explorem propostas culturais
conjuntas, de enfoque regional;
III - apoiar projetos dotados de conteúdo cultural que enfatizem o aperfeiçoamento
profissional e artístico dos recursos humanos na área da cultura, a criatividade e a diversidade
85
cultural brasileira;
IV - contribuir para a preservação e proteção do patrimônio cultural e histórico brasileiro;
V - favorecer projetos que atendam às necessidades da produção cultural e aos interesses da
coletividade, aí considerados os níveis qualitativos e quantitativos de atendimentos às demandas
culturais existentes, o caráter multiplicador dos projetos através de seus aspectos sócioculturais e a
priorização de projetos em áreas artísticas e culturais com menos possibilidade de desenvolvimento
com recursos próprios.
§ 1° O FNC será administrado pelo Ministério da Cultura e gerido por seu titular, para
cumprimento do Programa de Trabalho Anual, segundo os princípios estabelecidos nos artigos 1º e
3º6.
10 Com a redação dada pela Lei nº9.999, de 30 de agosto de 2000. Ver também PORTARIA nº1.285, de
19 de dezembro de 1997, do Ministério da Justiça, e Decreto nº2.290, de 4 de agosto de 1997.
11 Leia-se: Ministério da Fazenda. O Ministério da Economia, Fazenda de Planejamento, por
transformação (art. 20 da Lei nº8.490, de 19 de novembro de 1992, alterada pela Medida Provisória nº1.549-34,
de 11 de setembro de 1997) passou para Ministério da Fazenda. Ver Portaria MF nº202, de 19 de agosto de 1996,
e Portaria MinC nº184, de 25 de novembro de 1996.
12 Na área cinematográfica, ver também o art.6º do Decreto nº575, de 23 de junho de 1992.
13 Com a redação dada pela Lei nº9.874, de 1999.
123
VII - um por cento da arrecadação dos Fundos de Investimentos Regionais a que se refere a
Lei nº 8.1679, de 16 de janeiro de 1991, obedecida na aplicação a respectiva origem geográfica
regional;
VIII – três por cento da arrecadação bruta dos concursos de prognósticos e loterias federais e
similares cuja realização estiver sujeita a autorização federal, deduzindo-se este valor do montante
destinado aos prêmios10;
IX - reembolso das operações de empréstimos realizadas através do Fundo, a título de
financiamento reembolsável, observados critérios de remuneração que, no mínimo, lhes preserve o
valor real;
X - resultado das aplicações em títulos públicos federais, obedecida a legislação vigente
sobre a matéria;
XI - conversão da dívida externa com entidades e órgãos estrangeiros, unicamente mediante
doações, no limite a ser fixado pelo Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento11, observadas
as normas e procedimentos do Banco Central do Brasil;
XII - saldo de exercícios anteriores;
XIII - recursos de outras fontes.
Art. 6º O FNC financiará até oitenta por cento do custo total de cada projeto, mediante
comprovação, por parte do proponente, ainda que pessoa jurídica de direito público, da circunstância
de dispor do montante remanescente ou estar habilitado à obtenção do respectivo financiamento,
através de outra fonte devidamente identificada, exceto quanto aos recursos com destinação
especificada na origem.
§ 1º (vetado).
§ 2º Poderão ser considerados, para efeito de totalização do valor restante, bens e serviços
oferecidos pelo proponente para implementação do projeto, a serem devidamente avaliados pela
SEC/PR.
Art. 7º A SEC/PR estimulará, através do FNC, a composição, por parte de instituições
financeiras, de carteiras para financiamento de projetos culturais, que levem em conta o caráter social
da iniciativa, mediante critérios, normas, garantias e taxas de juros especiais a serem aprovados pelo
Banco Central do Brasil.
CAPÍTULO III
Dos Fundos de Investimento Cultural e Artístico - FICART1
2
CAPÍTULO IV
Do Incentivo a Projetos Culturais
Art. 18. Com o objetivo de incentivar as atividades culturais, a União facultará às pessoas
físicas ou jurídicas a opção pela aplicação de parcelas do Imposto sobre a Renda, a título de doações
ou patrocínios, tanto no apoio direto a projetos culturais apresentados por pessoas físicas ou por
pessoas jurídicas de natureza cultural, como através de contribuições ao FNC, nos termos do artigo
5°, inciso II desta Lei, desde que os projetos atendam aos critérios estabelecidos no artigo 1º desta
Lei22.
§ 1° Os contribuintes poderão deduzir do imposto de renda devido as quantias efetivamente
despendidas nos projetos elencados no § 3°, previamente aprovados pelo Ministério da Cultura, nos
94
limites e condições estabelecidos na legislação do imposto de renda vigente, na forma de:
a) doações; e,
b) patrocínios.
94
19 Ver Leis nº8.383, de 30de dezembro de 1991, 8.849, de 28 de janeiro de 1994, 1.981, de 20 de janeiro
de 1995, 9.064 e 9.250, de 26 de dezembro de 1995, a Medida Provisória nº1.559, de 19 de dezembro de 1996, e
Instruções Normativas complementares da Secretaria da Receita Federal
20 Ver Instrução Normativa CVM nº186, de 17 de março de 1992.
21 A Lei nº9.065, de 20 de junho de 1995, pelo Fundo de Investimento Cultural e Artístico – FICART, sob
qualquer forma e qualquer quq seja o beneficiário, sujeitam-se à incidência do Imposto de Renda na fonte à
alíquota de dez por cento
22 Com a redação dada pela Lei nº9.874, de 1999.
23 O art. 25 da Lei nº8.313/91 relaciona os segmentos culturais beneficiados pelo incentivo fiscal previsto
no art. 26 da mesma lei. Não são excepcionais por este parágrafo, portanto, prevalecem na sua forma original.
126
§ 2° As pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real não poderão deduzir o valor da
doação e/ou do patrocínio como despesa operacional.
§ 3° As doações e os patrocínios na produção cultural, a que se refere o § 1°, atenderão
exclusivamente os seguintes segmentos23:
95
a) artes cênicas;
96
b) livros de valor artístico, literário ou humanístico;
97
c) música erudita ou instrumental;
d) circulação de exposições de artes visuais24;
e) doações de acervos para bibliotecas públicas, museus, arquivos públicos e cinematecas,
bem como treinamento de pessoal e aquisição de equipamentos para a manutenção desses
acervos25;
98
.
f) produção de obras cinematográficas e videofonográficas de curta e média metragem e
preservação e difusão do acervo audiovisual26;
99
g) preservação do patrimônio cultural material e imaterial27
Art. 19. Os projetos culturais previstos nesta Lei serão apresentados ao Ministério da Cultura,
ou a quem este delegar atribuição, acompanhados do orçamento analítico, para aprovação de seu
100
enquadramento nos objetivos do PRONAC28.
§ 1° O proponente será notificado dos motivos da decisão que não tenha aprovado o projeto,
no prazo máximo de cinco dias29.
§ 2° Da notificação a que se refere o parágrafo anterior, caberá pedido de reconsideração ao
Ministro de Estado da Cultura, a ser decidido no prazo de sessenta dias30.
§ 3º (vetado).
§ 4º (vetado).
§ 5º (vetado).
§ 6º A aprovação somente terá eficácia após publicação de ato oficial contendo o título do
projeto aprovado e a instituição por ele responsável, o valor autorizado para obtenção de doação ou
patrocínio e o prazo de validade da autorização.
§ 7° O Ministério da Cultura publicará anualmente, até 28 de fevereiro, o montante dos
recursos autorizados pelo Ministério da Fazenda para a renúncia fiscal no exercício anterior,
devidamente discriminados por beneficiário31.
§ 8° Para a aprovação dos projetos será observado o princípio da não concentração por
segmento e por beneficiário, a ser aferido pelo montante de recursos, pela quantidade de projetos,
pela respectiva capacidade executiva e pela disponibilidade do valor absoluto anual de renúncia
fiscal32.
Art. 20. Os projetos aprovados na forma do artigo anterior serão, durante a sua execução,
acompanhados e avaliados pela SEC/PR ou por quem receber a delegação destas atribuições.
§ 1º A SEC/PR, após o término da execução dos projetos previstos neste artigo, deverá, no
prazo de seis meses, fazer uma avaliação final da aplicação correta dos recursos recebidos, podendo
inabilitar seus responsáveis pelo prazo de até três anos.
§ 2º Da decisão a que se refere o parágrafo anterior, caberá pedido de reconsideração ao
Ministro do Estado da Cultura, a ser decidido no prazo de sessenta dias33.
§ 3º O Tribunal de Contas da União incluirá em seu parecer prévio sobre as contas do
Presidente da República análise relativa à avaliação de que trata este artigo.
Art. 21. As entidades incentivadoras e captadoras de que trata este Capítulo deverão
comunicar, na forma que venha a ser estipulada pelo Ministério da Economia, Fazenda e
Planejamento34, e SEC/PR, os aportes financeiros realizados e recebidos, bem como as entidades
captadoras efetuar a comprovação de sua aplicação.
Art. 22. Os projetos enquadrados nos objetivos desta Lei não poderão ser objeto de
apreciação subjetiva quanto ao seu valor artístico ou cultural.
Art. 23. Para os fins desta Lei, considera-se:
I - (vetado).
II - patrocínio: a transferência de numerário, com finalidade promocional ou a cobertura pelo
contribuinte do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza, de gastos ou a utilização
de bem móvel ou imóvel do seu patrimônio, sem a transferência de domínio, para a realização, por
outra pessoa física ou jurídica de atividade cultural com ou sem finalidade lucrativa prevista no artigo
3º desta Lei.
§ 1º Constitui infração a esta Lei o recebimento pelo patrocinador, de qualquer vantagem
financeira ou material em decorrência do patrocínio que efetuar.
§ 2º As transferências definidas neste artigo não estão sujeitas ao recolhimento do Imposto
sobre a Renda na Fonte.
Art. 24. Para os fins deste Capítulo, equiparam-se a doações, nos termos do regulamento:
I - distribuições gratuitas de ingressos para eventos de caráter artístico-cultural por pessoas
jurídicas a seus empregados e dependentes legais;
II - despesas efetuadas por pessoas físicas ou jurídicas com o objetivo de conservar,
preservar ou restaurar bens de sua propriedade ou sob sua posse legítima, tombados pelo Governo
Federal, desde que atendidas as seguintes disposições:
a) preliminar definição, pelo Instituto Brasileiro do Patrimônio Cultural - IBPC35, das normas e
critérios técnicos que deverão reger os projetos e orçamentos de que trata este inciso;
b) aprovação prévia, pelo IBPC, dos projetos e respectivos orçamentos de execução das
obras;
101
c) posterior certificação, pelo referido órgão, das despesas efetivamente realizadas e das
circunstâncias de terem sido as obras executadas de acordo com os projetos aprovados.
Art. 25. Os projetos a serem apresentados por pessoas físicas ou pessoas jurídicas, de
natureza cultural para fins de incentivo, objetivarão desenvolver as formas de expressão, os modos
102103
de criar e fazer, os processos de preservação e proteção do patrimônio cultural brasileiro, e os
estudos e métodos de interpretação da realidade cultural, bem como contribuir para propiciar meios, à
população em geral, que permitam o conhecimento dos bens e valores artísticos e culturais,
compreendendo entre outros, os seguintes segmentos:
I - teatro, dança, circo, ópera, mímica e congêneres;
II - produção cinematográfica, videográfica, fotográfica, discográfica e congêneres;
104
35 A denominação Instituto Brasileiro do Patrimônio Cultural (IBPC) foi alterada para Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) pela Medida Provisória nº752, de 6 de dezembro de 1994,
que é convalidada mensalmente, sendo a última a Medida Provisória nº1.549-34, de 11 de setembro de 1997.
36 Com a redação dada pela Lei nº9.874, de 1999.
37 Prejudicado em razão da estabilização da moeda.
38 Com a redação dada pela Lei nº9.874, de 1999.
39 Com a redação dada pela Lei nº9.874, de 1999.
129
§ 3º Os benefícios de que trata este artigo não excluem ou reduzem outros benefícios,
abatimentos e deduções em vigor, em especial as doações a entidades de utilidade pública efetuadas
por pessoas físicas ou jurídicas.
§ 4º (vetado).
§ 5º O Poder Executivo estabelecerá mecanismo de preservação do valor real das
contribuições em favor dos projetos culturais, relativamente a este Capítulo37.
Art. 27. A doação ou o patrocínio não poderá ser efetuada a pessoa ou instituição vinculada
ao agente.
§ 1º Consideram-se vinculados ao doador ou patrocinador:
a) a pessoa jurídica da qual o doador ou patrocinador seja titular, administrador, gerente,
acionista ou sócio, na data da operação, ou nos doze meses anteriores;
b) o cônjuge, os parentes até terceiro grau, inclusive os afins, e os dependentes do doador ou
patrocinador ou dos titulares, administradores, acionistas ou sócios de pessoa jurídica vinculada ao
doador ou patrocinador, nos termos da alínea anterior;
c) outra pessoa jurídica da qual o doador ou patrocinador seja sócio.
§ 2° Não se consideram vinculadas as instituições culturais sem fins lucrativos, criadas pelo
doador ou patrocinador, desde que devidamente constituídas e em funcionamento, na forma da
legislação em vigor38.
Art. 28. Nenhuma aplicação dos recursos previstos nesta Lei poderá ser feita através de
qualquer tipo de intermediação.
Parágrafo Único. A contratação de serviços necessários à elaboração de projetos para a obtenção de
doação, patrocínio ou investimento, bem como a captação de recursos ou a sua execução por pessoa
jurídica de natureza cultural, não configura a intermediação referida neste artigo39.
Art. 29. Os recursos provenientes de doações ou patrocínios deverão ser depositados e
movimentados, em conta bancária específica, em nome do beneficiário, e a respectiva prestação de
contas deverá ser feita nos termos do regulamento da presente Lei40.
Parágrafo Único. Não serão consideradas, para fins de comprovação do incentivo, as contribuições
em relação às quais não se observe esta determinação.
Art. 30. As infrações aos dispositivos deste Capítulo, sem prejuízo das sanções penais
cabíveis, sujeitarão o doador ou patrocinador ao pagamento do valor atualizado do Imposto sobre a
Renda devido em relação a cada exercício financeiro, além das penalidades e demais acréscimos
previstos na legislação que rege a espécie.
§ 1° Para os efeitos deste artigo, considera-se solidariamente responsável por inadimplência
ou irregularidade verificada a pessoa física ou jurídica propositora do projeto41.
§ 2° A existência de pendências ou irregularidades na execução de projetos da proponente
junto ao Ministério da Cultura suspenderá a análise ou concessão de novos incentivos, até a efetiva
106
regularização42.
40 Ver Decreto nº1.494, de 17 de maio de 1995, e Instrução Normativa MINC/MF nº1, de 13 de junho de
1995.
41 Com a redação dada pela Lei nº9.874, de 1999.
42 Acrescido pela Lei nº9,874, de 1999.
130
CAPÍTULO V
Das Disposições Gerais e Transitórias
FERNANDO COLLOR
Jarbas Passarinho
108
45 Ver Decreto nº1.711, de 22 de novembro de 1995, que aprova o Regulamento da Ordem do Mérito
Cultural.
46 Atualmente: Secretaria da Receita Federal do Ministério da Fazenda.
47 Ver Decreto nº1.494, de 17 de maio de 1995.
132
1
Art. 1º Os incentivos de que trata a Lei nº 8.313, de 1991, alterada pela Lei nº 8.981 , de
2
1995 e Medidas Provisórias nºs 998 e 1.003 , de 1995, poderão ser usufruídos pelas pessoas
jurídicas ou pessoas físicas que efetuarem doações ou patrocínios em favor de projetos culturais.
Parágrafo Único. Consideram-se:
I - doações: a transferência gratuita em caráter definitivo a pessoa física ou pessoa jurídica de
natureza cultural, sem fins lucrativos, de recursos financeiros, bens ou serviços para a realização de
projetos culturais, vedado o seu uso em publicidade para divulgação das atividades objeto do
respectivo projeto cultural;
II - patrocínios:
a) transferência gratuita, em caráter definitivo, a pessoa física ou jurídica de natureza cultural,
com ou sem fins lucrativos, de recursos financeiros para a realização de projetos culturais, com
finalidade promocional e institucional de publicidade;
b) a cobertura de gastos ou utilização de bens móveis ou imóveis, do patrimônio do
109
patrocinador, sem transferência de domínio, para a realização de projetos culturais por pessoa física
110
ou jurídica de natureza cultural, com ou sem fins lucrativos.
III - beneficiários: as pessoas físicas ou jurídicas de natureza cultural responsáveis por
111
projetos culturais devidamente aprovados;
IV - incentivadores: os doadores e patrocinadores.
Art. 2º Para os efeitos desta Instrução Normativa, os projetos culturais deverão ser
3
previamente aprovados pela Comissão Nacional de Incentivo à Cultura - CNIC e homologados pelo
4
titular da pasta da Cultura, observado o disposto na Lei nº 8.313, de 1991, no Decreto nº 1.494 , de
1995, e nos atos para este fim baixados pelo Ministério da Cultura.
Art. 3º Para fins de fruição dos incentivos fiscais referidos no art. 1º, as pessoas jurídicas e as
pessoas físicas poderão deduzir do imposto de renda devido:
I - os recursos financeiros, correspondentes a doações ou patrocínios depositados em conta
corrente mantida especialmente para esse fim e de movimentação exclusiva do responsável pelo
projeto cultural, em estabelecimento bancário de sua livre escolha;
II - as doações ou patrocínios realizados sob a forma de prestação de serviços ou de
fornecimento de material de consumo, previstos como itens de despesas nos respectivos projetos
culturais, observados os preços praticados no mercado;
III - o valor correspondente aos bens móveis ou imóveis doados, observado o disposto nos §§
2º a 4º deste artigo;
IV - as despesas realizadas pelo proprietário ou titular da posse legítima de bens tombados
pelo Governo Federal, objetivando sua conservação, preservação ou restauração, observados os §§
1º a 4º do art. 18 do Decreto nº 1.494, de 1995, e as normas do Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional - IPHAN;
V - o custo de cessão de uso de bens móveis e imóveis de propriedade do patrocinador,
cedidos ao responsável pela execução do projeto cultural, observado o disposto no § 6º deste artigo.
§ 1º As despesas de que trata o inciso IV são consideradas doações para efeito de gozo do
incentivo fiscal.
§ 2º O valor dos bens móveis e imóveis doados por pessoas físicas será:
a) em quantidade de UFIR, o valor constante da declaração do imposto de renda do doador,
convertido em reais pelo valor da UFIR vigente na data da doação;
b) no caso de bens adquiridos no mesmo ano da doação, o valor pago, convertido em UFIR
com base no seu valor vigente na data da aquisição ou de cada pagamento, reconvertido para reais
com base no valor da UFIR vigente na data da doação.
§ 3º O valor dos bens móveis e imóveis doados por pessoas jurídicas tributadas com base no
lucro real será:
PESSOAS FÍSICAS
Art. 5º As pessoas físicas poderão deduzir do imposto de renda devido na declaração anual
os seguintes percentuais dos valores efetivamente destinados no ano-calendário, a projetos culturais
5
ou ao FNC:
I - oitenta por cento do somatório das doações;
II - sessenta por cento do somatório dos patrocínios.
6 112
§ 1º A dedução não poderá ultrapassar a dez por cento do imposto devido .
PESSOAS JURÍDICAS
Art. 6º As pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real, presumido ou arbitrado
poderão deduzir do imposto de renda devido, os seguintes percentuais dos valores efetivamente
destinados, no período de apuração, a projetos culturais, ao FNC, ou na hipótese do 7 § 1º do art. 4º
7
:
I - quarenta por cento do somatório das doações;
II - trinta por cento do somatório dos patrocínios.
§ 1º A dedução não poderá ultrapassar a cinco por cento do imposto devido.
§ 2º O valor apurado poderá ser deduzido do imposto de renda no mês em que forem
efetuados as doações ou patrocínios, podendo o excedente ser deduzido nos meses subseqüentes,
até dezembro do mesmo ano.
§ 3º As pessoas jurídicas que na declaração de rendimentos, submeterem-se à tributação
com base no lucro real poderão deduzir o excedente de que trata o parágrafo anterior nos meses
subseqüentes, até dezembro do mesmo ano, ou na referida declaração.
§ 4º O valor que ultrapassar o limite anual, apurado na declaração de rendimentos, não
poderá ser deduzido do imposto devido em períodos posteriores, inclusive no caso de projetos
culturais de execução plurianual.
§ 5º As pessoas jurídicas sujeitas à tributação com base no lucro real mensal somente
poderão deduzir o valor das doações ou patrocínios no mês em que forem efetuados.
Art. 7º As pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real poderão, ainda, deduzir, como
despesa operacional, o total das doações e patrocínios efetuados em cada período de apuração do
8
imposto, sem prejuízo do disposto no artigo anterior .
NORMAS COMUNS
9
Art. 8º A pessoa física ou jurídica responsável pelo projeto cultural aprovado pela CNIC
deverá emitir comprovantes, sob a forma e modelo a ser definido pela SAC, em favor do doador ou
patrocinador, devidamente firmado em três vias, que terão a seguinte destinação:
I - a primeira via deverá ser entregue ao doador ou patrocinador para efeito do benefício
fiscal;
II - a segunda via deverá ser encaminhada à SAC, no prazo de cinco dias após a efetivação
da operação;
III - a terceira via deverá ficar em poder do responsável pelo projeto cultural por um prazo não
inferior a cinco anos, para fins de fiscalização.
Parágrafo Único. O comprovante deverá conter:
a) nome do projeto;
b) data da publicação de sua aprovação no Diário Oficial da União;
c) nome da pessoa física ou jurídica responsável pelo projeto, número de sua inscrição no
CPF ou CGC e endereço completo;
d) tipo de operação (doação ou patrocínio);
e) valor da operação em reais, correspondente ao período da doação ou patrocínio;
f) data da operação, no caso de contribuição em bens e serviços;
g) data do depósito bancário, nome do banco e número da conta bancária do responsável
pelo projeto, no caso de contribuição em espécie;
h) nome do doador ou patrocinador, número de sua inscrição no CGC ou no CPF e endereço
completo;
i) assinatura do responsável pelo projeto ou, quando se tratar de pessoa jurídica, de seu
representante legal, indicando nome, cargo e CPF.
Art. 9º Para efeito do disposto no art. 21 da Lei nº 8.313, de 1991:
I - as pessoas físicas ou jurídicas responsáveis pelos projetos culturais deverão encaminhar
no prazo de 30 dias após a execução final do projeto, a respectiva prestação de contas à SAC, que
constará de informações sob a forma e modelos a serem por esta definidos, contendo os seguintes
elementos:
a) relatório técnico sobre a execução do projeto e avaliação dos resultados;
b) demonstrativo da execução da receita e despesa, evidenciando todos os aportes, inclusive
sob a forma de bens e serviços, os rendimentos auferidos da aplicação dos recursos no mercado
financeiro e possível saldo;
c) relação de pagamentos de qualquer espécie;
d) relação de bens móveis e imóveis adquiridos, produzidos ou construídos;
e) conciliação bancária;
f) comprovante de recolhimento ao Fundo Nacional de Cultura - FNC, de eventual saldo não
utilizado na execução do projeto.
113
10 “Art.5º A dedução do imposto de renda relativa aos incentivos fiscais previstos no art.1º da Lei nº6.321,
de 14 de abril de 1976, no art. 26 da Lei nº8.313, de 23 de dezembro de 1991, e no inciso I do art. 4º da Lei
nº8.661, de 1993, não poderá exceder, quando considerados isoladamente, a quatro por cento do imposto de
renda devido, observando o disposto no § 4º do art. 3º da Lei nº9.249, de 1995.
138
III - não realização do projeto, ainda que com justa causa, após esgotados os prazos
concedidos e sem o recolhimento ao FNC das doações e patrocínios recebidos.
Parágrafo Único. O doador ou patrocinador responde solidariamente com o responsável pelo projeto.
Art. 15. Somente poderão usufruir dos benefícios fiscais referidos nesta Instrução Normativa,
os incentivadores que obedecerem, para suas doações ou patrocínios, o período definido pelas
portarias de homologação do Ministério da Cultura, publicada no Diário Oficial da União.
Art. 16. Os benefícios previstos na Lei nº 8.313, de 1991, não excluem ou reduzem outros
benefícios e deduções em vigor.
Art. 17. Os cálculos por parte do Ministério da Cultura do limite de renúncia fiscal fixado
anualmente pelo Presidente da República, para fins de aprovação de projetos culturais, terão por
base o valor efetivamente deduzido do imposto de renda devido nas respectivas declarações dos
doadores ou patrocinadores, informado pela SRF, a cada exercício.
Art. 18. Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário, em especial a Instrução Conjunta RF/SEC/PR nº 83, de 30 de junho de
1992.
DOS PROPONENTES
Art. 3° Poderão ser proponentes de projetos pessoas físicas ou pessoas jurídicas, públicas
2
ou privadas, com ou sem fins lucrativos, previamente qualificadas na legislação de regência .
DA ELABORAÇÃO
2 Ver arts. 6º, 9º, 25 e § 2º do art. 30 da Lei nº8.313/91, alterada pela MP nº1.739, arts. 6º, § 4º,
do art. 2º, letras a e b do inciso II e §§ 5º e 6º do art. 18 e § 4º do art. 29 do Decreto nº1.494/95, art.
1º e seu § 5º da Lei nº 8.685, de 20 de julho de 1993, combinado com o art. 3º da Lei nº8.404, de 8 de
janeiro de 1992.
3 “Disciplina a celebração de natureza financeira que tenham por objeto a execução de projetos ou
realização de eventos e dá outras providências.”
141
DA APRESENTAÇÃO
Art. 9° Os projetos poderão ser protocolizados diretamente em qualquer órgão do Ministério
da Cultura, em entidade a este vinculada ou por outro meio autorizado.
§ 1° Os órgãos e entidades previstos no caput deste artigo localizados em município fora da
sede do Ministério da Cultura encaminharão os projetos protocolizados às unidades competentes, no
prazo máximo de cinco dias úteis do recebimento:
I - uma via do formulário e de todos os documentos do projeto à Secretaria de atuação;
II - uma via do formulário e de todos os documentos do projeto à unidade responsável pelo
Parecer Técnico;
III - uma via do formulário ao membro da CNIC, representante da área, para os fins do art. 23.
§ 2° O número do protocolo dado ao projeto e das respectivas cópias será único e definitivo.
Art. 10. Os projetos apresentados sob qualquer forma diversa da prevista no art. 5°, serão
protocolizados como documentos e os respectivos proponentes orientados para as adequações
necessárias à sua formalização.
Art. 11. Os projetos que ensejarem execução em prazo exíguo somente poderão ter
prosseguimento se for viável a liberação, a obtenção ou a captação dos recursos pretendidos, em
tempo hábil à sua realização.
Art. 12. Os projetos deverão ser instruídos com os documentos referentes à capacidade
jurídica do proponente e com Declaração formal autenticada de que dispõe da documentação
comprobatória de sua regularidade fiscal e previdenciária.
o redação dada pela Portaria MinC nº 365, de 25 de setembro de 1998, republicado no
DOU de 07 de outubro de 1998, Seção I.
§ 1º A qualquer tempo e sempre que exigido, na forma da Lei, pelo órgão de análise do
projeto ou para os procedimentos previstos no art. 24 desta Portaria, o proponente deverá apresentar
a documentação comprobatória da Declaração referida neste artigo.
o redação dada pela Portaria MinC nº 365, de 25 de setembro de 1998, republicado no
DOU de 07 de outubro de 1998, Seção I.
§ 2º O cadastro junto ao Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores - SICAF não
impede a exigência de apresentação dos originais dos documentos previstos neste artigo,
principalmente os referentes ao INSS, ao FGTS e às declarações obrigatórias.
118
DA CONTRAPARTIDA
Art. 13. O Ministro de Estado da Cultura, observado o disposto no art. 54, e em razão do
interesse público, poderá fixar a contrapartida para projetos e programas que não tenham essa prévia
condição.
Art. 14. Os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e as respectivas entidades da
administração indireta, de qualquer esfera de governo, poderão consignar a contrapartida
estabelecida de modo compatível com a sua capacidade financeira, conforme definido na Lei de
4
Diretrizes Orçamentárias - LDO .
§ 1° Para as entidades privadas sem fins lucrativos, cuja contrapartida não esteja
previamente fixada em norma, esta poderá ser consignada nos mesmos moldes do caput deste
artigo, tomando-se por base o município de desenvolvimento do projeto.
§ 2° Competirá à Secretaria responsável pela análise do projeto a aferição dos valores
atribuídos à contrapartida.
Art. 15. Não havendo disposição legal em contrário, a contrapartida será calculada sobre o
valor aprovado para a execução do projeto.
Art. 16. Em qualquer dos casos será obrigatória a comprovação por parte do proponente,
ainda que pessoa jurídica de direito público, da circunstância de dispor do montante remanescente
para a execução do projeto ou estar habilitado à obtenção do respectivo financiamento em outra fonte
devidamente identificada, exceto quanto aos recursos com destinação especificada na origem.
Art. 17. Os projetos serão analisados pela Secretaria competente na área a que se destinam.
§ 1° As Secretarias poderão solicitar parecer técnico das entidades vinculadas ao Ministério
da Cultura ou, fundamentando expressamente sua escolha, de órgãos estaduais ou municipais, de
instituições culturais públicas ou privadas ou de pessoas físicas de reconhecido saber.
§ 2° É condição indispensável para a análise do projeto a apresentação pelo proponente do
5
Plano Básico de Divulgação , contendo as especificações sobre os créditos devidos ao Ministério da
Cultura e aos que vierem, da mesma forma, a apoiá-lo.
Art. 18. A análise será instrumentalizada em um parecer técnico que conterá, no mínimo:
I - identificação do projeto a ser executado;
II - enquadramento nos objetivos institucionais tipificados na norma autorizativa;
III - síntese do projeto com as metas a serem atingidas;
IV - exeqüibilidade das etapas ou fases da execução;
V - compatibilidade dos custos com o projeto;
VI - adequação do plano de aplicação dos recursos financeiros;
119
VII - justificativa e conclusão.
Parágrafo único. Excepcionalmente o prazo referido no art. 19 poderá ser prorrogado, de ordem, pelo
tempo necessário à sua conclusão.
Art. 19. A tramitação dos projetos deverá ser concluída pela Secretaria responsável no prazo
de 60 (sessenta) dias, contados da data da sua protocolização.
Parágrafo Único. Havendo incompatibilidades, divergências ou omissões no projeto, o prazo da
tramitação será suspenso, reiniciando-se após a sua regularização pelo proponente.
Art. 20. Os titulares das Secretarias são competentes para fixar o teto máximo da
disponibilidade financeira para cada projeto, independentemente do solicitado pelo proponente,
aplicando-se as regras dos arts. 8° e 16.
Art. 21. A Secretaria poderá solicitar informações adicionais ao proponente do projeto, em
qualquer fase, bem como sobre a habilitação e a capacidade técnica para a sua execução.
Art. 22. Os projetos com elementos suficientes à análise e a exclusivo critério dos setores
técnicos competentes poderão ter andamento administrativo com falta parcial de documentos
exigíveis, sendo, porém, absolutamente indispensável a sua juntada para a oitiva da Consultoria
Jurídica, quando for o caso, ou para a liberação dos recursos ou a publicação da sua aprovação ou
da autorização para captação.
Art. 23. Os projetos poderão ser submetidos a consulta junto à Comissão Nacional de
Incentivo à Cultura - CNIC, sem prejuízo do prazo estabelecido no art. 19.
Art. 24. O projeto devidamente instruído e com o parecer técnico será submetido aos
seguintes procedimentos:
a) aprovação pelo titular da Secretaria a que se vincula o projeto;
b) consulta ao Sistema Integrado de Administração Financeira - SIAFI e ao Cadastro
Informativo de Créditos Não Quitados - CADIN;
c) emissão do empenho pela respectiva Secretaria, quando for o caso;
d) emissão da minuta do instrumento adotado (Convênio, Acordo, Cooperação Financeira ou
outros similares);
e) aprovação do Plano de Trabalho ou do Cronograma de Execução Físico-Financeira,
quando for o caso, pelo titular da Secretaria ou por quem dele receber delegação;
a. complementação ou atualização de documentos, quando for o caso;
b. encaminhamento à Consultoria Jurídica para exame e parecer, quando for o caso.
Parágrafo Único. Para o mecanismo de captação de recursos pelo incentivo a projetos
culturais, previsto na Lei n° 8.313/91 e para a aprovação de projetos destinados à produção, exibição,
distribuição de obras cinematográficas e de infra-estrutura técnica, com base na Lei n° 8.685/93, e de
outras atividades audiovisuais, será adotado um instrumento formal de autorização ou de aprovação
que conterá as obrigações e responsabilidades específicas do proponente, de acordo com o projeto
apresentado.
144
Art. 25. No caso de consulta à Consultoria Jurídica e havendo o parecer jurídico favorável,
deverá ser emitido o termo do instrumento definitivo que, após rubricado pelo Consultor Jurídico, será
encaminhado para assinatura do proponente e do Ministro de Estado da Cultura ou a quem este
delegar.
Art. 26. Assinado o instrumento competente, a Secretaria providenciará a publicação do
respectivo extrato no Diário Oficial da União, até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua
assinatura.
Art. 27. Competirá à Secretaria responsável, quando se tratar de órgão ou entidade pública, a
comunicação da aprovação do projeto à Assembléia Legislativa ou à Câmara Municipal da esfera de
vínculo do proponente.
Art. 28. A liberação dos recursos dar-se-á somente após a devida publicação do extrato do
instrumento adotado na forma do art. 26, e serão transferidos ao proponente do projeto nos termos
previstos na Instrução Normativa STN n° 1/97.
Parágrafo Único. O nome do banco, o número da agência e da conta corrente deverão ser
informados por escrito pelo proponente.
Art. 29. A transferência dos recursos financeiros obedecerá ao Plano de Trabalho aprovado,
tendo por base o cronograma de desembolso.
Parágrafo Único. Quando a liberação dos recursos ocorrer em 3 (três) ou mais parcelas, a terceira
ficará condicionada à apresentação da prestação de contas parcial referente a primeira parcela
liberada e assim sucessivamente.
Art. 30. Os recursos incentivados, decorrentes da renúncia fiscal, são recursos públicos e a
sua não aplicação ou aplicação incorreta ensejam as imediatas providências previstas no art. 44.
Art. 31. Os recursos financeiros oriundos de doações ou patrocínios serão depositados em
conta corrente específica e única para o projeto, aberta em estabelecimento bancário de livre
escolha.
§ 1° Para os investimentos na produção cinematográfica, oriundos da comercialização de
quotas representativas de direito de comercialização, bem como da conversão de títulos
representativos da dívida externa serão, obrigatoriamente, depositados em conta de aplicação
financeira especial no Banco do Brasil S/A.
§ 2° Aplica-se em ambos os casos, o disposto no parágrafo único do art. 28.
Art. 32. O beneficiário do Mecenato deverá emitir recibo de acordo com o modelo constante
do Manual de Instrução, em favor do doador ou patrocinador, sendo que uma via deste recibo será
remetida à Secretaria que autorizou a captação, no prazo máximo de 5 (cinco) dias úteis após
efetivada a operação.
145
Art. 33. Os recibos que não estejam preenchidos corretamente serão devolvidos ao
beneficiário para correção e não terão validade para fins de incentivo, até sua regularização.
Art. 34. É responsabilidade do beneficiário efetuar os descontos e os respectivos
recolhimentos relativos a impostos, taxas e emolumentos que incidirem sobre o projeto.
Art. 35. Na realização das despesas, os comprovantes deverão discriminar os produtos
adquiridos e/ou serviços prestados em conformidade com o orçamento analítico aprovado.
Art. 36. O período para captação de recursos incentivados compreenderá o prazo de
execução do projeto.
§ 1° No caso de nenhuma captação ou captação parcial, havendo possibilidade da execução
do projeto ser prorrogada sem prejuízo dos seus objetivos e não havendo manifestação contrária, o
período inicialmente proposto terá renovação automática, aplicando-se de igual forma o disposto in
fine no § 2° deste artigo.
§ 2° Expirados os períodos de captação dos recursos, o proponente poderá obter novo e
último período mediante solicitação específica que justifique e demonstre a viabilidade do projeto,
bem como apresentar novo Cronograma de Execução Físico-Financeira adequado ao pedido e de
toda e qualquer alteração que modifique a estrutura do projeto inicialmente apresentado.
§ 3° O não cumprimento das condições do parágrafo anterior acarretará no arquivamento do
processo.
§ 4° Os projetos referentes ao segmento audiovisual terão como período máximo de captação
o prazo de dois anos, em qualquer mecanismo de incentivo.
Art. 37. Os recursos captados, decorrentes dos benefícios fiscais de incentivo aos projetos
culturais e audiovisuais, poderão ser movimentados quando atingirem o percentual mínimo definido
pela legislação de regência ou, não havendo disposição legal prévia, pela Secretaria de análise do
projeto.
§ 1° A Secretaria poderá exigir, quando for justificável, a abertura pelo proponente de conta
específica para movimentação financeira diversa da estabelecida no art. 31.
§ 2° O percentual de recursos financeiros para movimentação, previsto no caput deste artigo,
quando arbitrado pela Secretaria, não poderá ser inferior a 20% (vinte por cento) do orçamento global
do projeto.
o Redação alterada pela Portaria MinC nº 180, de 04 de junho de 1998
§ 3° Para efeito de composição do valor mínimo para início da execução do projeto nos
termos do parágrafo anterior, não serão considerados recursos não-financeiros de qualquer natureza.
Art. 38. Para a liberação da movimentação financeira dos recursos captados, em
cumprimento do disposto no artigo anterior, adotar-se-ão as seguintes condições:
I - solicitação do proponente, por escrito, ao titular da Secretaria;
II - apresentação do extrato bancário, para fins de conciliação com as cópias dos depósitos
encaminhados na forma do art. 32, ou por consulta "on-line" pela Secretaria, quando for o caso.
146
DA PRESTAÇÃO DE CONTAS
Art. 46. Esgotado o prazo estabelecido no artigo antecedente, e não atendidas as exigências,
ou, ainda, se existirem evidências de irregularidades de que resultem prejuízo ao erário, adotar-se-á o
disposto no art. 44.
Art. 47. Havendo decisão negatória ao projeto, esta será comunicada ao proponente
indicando as razões.
Art. 48. O proponente poderá interpor recurso que será analisado, por primeiro, pela
autoridade que se manifestou desfavoravelmente, que assentará, formal e fundadamente, a
manutenção ou a nova decisão no processo.
Parágrafo Único. Caso haja dúvida jurídica o processo poderá ser encaminhado à Consultoria
Jurídica, para análise e parecer.
DO ARQUIVAMENTO DO PROJETO
DA RESCISÃO
Art. 50. O projeto poderá ser rescindido, em qualquer tempo, independentemente da sua
forma de concessão, autorização ou aprovação, na hipótese do proponente ou do responsável pela
sua execução:
a. utilizar recursos em desacordo com o projeto aprovado;
b. faltar com a apresentação das prestações de contas parciais;
c. não cumprir os prazos previstos no Plano de Trabalho ou Cronograma de Execução
Físico-Financeira;
d. deixar de atender exigência formal de agente competente;
148
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 51. A Secretaria Executiva - SE controlará e fixará o uso dos recursos disponíveis do
Fundo Nacional da Cultura, verificando, em cada caso, o:
a) valor anual e mensal da disponibilidade financeira;
a. valor total autorizado para o projeto;
a. valor total por segmento;
Art. 52. Os titulares das Secretarias reunir-se-ão trimestralmente, compatibilizando o total dos
projetos aprovados e em tramitação, ajustando de mútuo acordo o montante da renúncia fiscal para
as suas respectivas áreas.
Art. 53. A Secretaria Executiva consolidará em relatório o comprometimento da renúncia
fiscal, com as informações previstas no art. 52, acrescidas:
a. do valor total das captações por modalidade de incentivo (doação/patrocínio ou
investimento) e tipo de incentivador (pessoa física ou jurídica);
b. do número de projetos em tramitação, individualizados por segmento.
Art. 54. O Ministro de Estado da Cultura, com base nos relatórios consolidados pela
Secretaria Executiva, poderá, a qualquer tempo, traçar novas diretrizes em razão da demanda e da
política cultural, artística ou audiovisual.
Art. 55. As Secretarias, no âmbito de suas finalidades, poderão baixar os atos administrativos
necessários visando à fiel observância das normas de incentivo, fomento e apoio à arte e à cultura,
bem como à preservação e difusão do patrimônio artístico, cultural e histórico, ouvido o Ministro de
Estado da Cultura.
Art. 56. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
FRANCISCO WEFFORT
149
Faço saber que o Presidente da República adotou a seguinte Medida Provisória nº 1.871-
27,de 1999, que o Congresso Nacional aprovou, e eu, Antonio Carlos Magalhães, Presidente, para os
efeitos do disposto no parágrafo único do art. 62 da Constituição Federal, promulgou a seguinte Lei:
Art. 1° Os arts. 3°, 4°, 9°, 18, 19, 20, 25, 27, 28 e 30 da Lei n° 8.313, de 23 de dezembro de
1991, passam a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 3° .....................................................................................................
.................................................................................................................
V - ............................................................................................................
.................................................................................................................
c) ações não previstas nos incisos anteriores e consideradas relevantes pelo Ministro de
Estado da Cultura, consultada a Comissão Nacional de Apoio à Cultura." (NR)
"Art. 4°......................................................................................................
.................................................................................................................
§ 1° O FNC será administrado pelo Ministério da Cultura e gerido por seu titular, para
cumprimento do Programa de Trabalho Anual, segundo os princípios estabelecidos nos artigos 1º e
3º.
§ 2° Os recursos do FNC somente serão aplicados em projetos culturais após aprovados,
com parecer órgão técnico competente, pelo Ministro de Estado da Cultura.
.................................................................................................................
§ 6° Os recursos do FNC não poderão ser utilizados para despesas de manutenção
administrativa do Ministério da Cultura, exceto para a aquisição ou locação de equipamentos e bens
necessários ao cumprimento das finalidades do Fundo.
................................................................................................................" (NR)
"Art. 9° São considerados projetos culturais e artísticos, para fins de aplicação de recursos do
FICART, além de outros que venham a ser declarados pelo Ministério da Cultura:
................................................................................................................"
V - outras atividades comerciais ou industriais, de interesse cultural, assim consideradas pelo
Ministério da Cultura." (NR)
150
"Art. 18. Com o objetivo de incentivar as atividades culturais, a União facultará às pessoas
físicas ou jurídicas a opção pela aplicação de parcelas do Imposto sobre a Renda, a título de doações
ou patrocínios, tanto no apoio direto a projetos culturais apresentados por pessoas físicas ou por
pessoas jurídicas de natureza cultural, como através de contribuições ao FNC, nos termos do artigo
5°, inciso II desta Lei, desde que os projetos atendam aos critérios estabelecidos no artigo 1º desta
Lei.
§ 1° Os contribuintes poderão deduzir do imposto de renda devido as quantias efetivamente
despendidas nos projetos elencados no § 3°, previamente aprovados pelo Ministério da Cultura, nos
limites e condições estabelecidos na legislação do imposto de renda vigente, na forma de:
a) doações; e,
b) patrocínios.
§ 2° As pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real não poderão deduzir o valor da
doação e/ou do patrocínio como despesa operacional.
§ 3° As doações e os patrocínios na produção cultural, a que se refere o § 1°, atenderão
exclusivamente os seguintes segmentos:
a) artes cênicas;
b) livros de valor artístico, literário ou humanístico;
c) música erudita ou instrumental;
d) circulação de exposições de artes plásticas;
e) doações de acervos para bibliotecas públicas e para museus." (NR)
"Art. 19. Os projetos culturais previstos nesta Lei serão apresentados ao Ministério da
Cultura, ou a quem este delegar atribuição, acompanhados do orçamento analítico, para aprovação
de seu enquadramento nos objetivos do PRONAC.
§ 1° O proponente será notificado dos motivos da decisão que não tenha aprovado o projeto,
no prazo máximo de cinco dias.
§ 2° Da notificação a que se refere o parágrafo anterior, caberá pedido de reconsideração ao
Ministro de Estado da Cultura, a ser decidido no prazo de sessenta dias.
. ................................................................................................................
§ 7° O Ministério da Cultura publicará anualmente, até 28 de fevereiro, o montante dos
recursos autorizados pelo Ministério da Fazenda para a renúncia fiscal no exercício anterior,
devidamente discriminados por beneficiário.
§ 8° Para a aprovação dos projetos será observado o princípio da não concentração por
segmento e por beneficiário, a ser aferido pelo montante de recursos, pela quantidade de projetos,
pela respectiva capacidade executiva e pela disponibilidade do valor absoluto anual de renúncia
fiscal." (NR)
"Art. 20. ...................................................................................................
.................................................................................................................
§ 2º Da decisão a que se refere o parágrafo anterior, caberá pedido de reconsideração ao
Ministro do Estado da Cultura, a ser decidido no prazo de sessenta dias.
................................................................................................................" (NR)
151
O Presidente da República,
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Até o exercício fiscal de 2003, inclusive, os contribuintes poderão deduzir do imposto
de renda devido as quantias referentes a investimentos feitos na produção de obras audiovisuais
cinematográficas brasileiras de produção independente, conforme definido no artigo 2º, incisos II e III,
1
e no artigo 3º, incisos I e II, da Lei nº 8.401 , de 8 de janeiro de 1992, mediante a aquisição de
quotas representativas de direito de comercialização sobre as referidas obras, desde que estes
investimentos sejam realizados no mercado de capitais, em ativos previstos em lei e autorizados pela
2
Comissão de Valores Mobiliários , e os projetos de produção tenham sido previamente aprovados
pelo Ministério da Cultura.
o A Lei nº8.401, de 8 de janeiro de 1992, foi revogada pela Medida Provisória nº2.228-1, de
6 de setembro de 2001.
"Art. 2º Para os efeitos desta Lei, entende-se:
.................................................
II - obra audiovisual de produção independente é aquela cujo produtor majoritário não é
vinculado, direta ou indiretamente, a empresas concessionárias de serviços de
radiodifusão e cabodifusão de sons ou imagens em qualquer tipo de transmissão;
III - obra audiovisual cinematográfica ou obra cinematográfica é aquela cuja matriz é uma
película com emulsão fotossensível ou com emulsão magnética com definição
120
equivalente ou superior a 1.200 linhas;"
"Art. 3º Obra audiovisual brasileira é aquela que atende a um dos seguintes requisitos:
I - ser produzida por empresa brasileira de capital nacional, conforme definida no art. 171,
121
II, da Constituição Federal;
122
II - ser realizada, em regime de co-produção, com empresas de outros países."
§ 1º A responsabilidade dos adquirentes é limitada à integralização das quotas subscritas.
§ 2º A dedução prevista neste artigo está limitada a três por cento do imposto devido pelas
3
pessoas físicas e a três por cento do imposto devido pelas pessoas jurídicas .
§ 3º Os valores aplicados nos investimentos de que trata o artigo anterior serão:
a) deduzidos do imposto devido no mês a que se referirem os investimentos, para as pessoas
4
jurídicas que apuram o lucro mensal ;
b) deduzidos do imposto devido na declaração de ajuste para:
1 - as pessoas jurídicas que, tendo optado pelo recolhimento do imposto por estimativa,
apuram o lucro real anual;
5
2 - as pessoas físicas .
§ 4º A pessoa jurídica tributada com base no lucro real poderá, também, abater o total dos
investimentos efetuados na forma deste artigo como despesa operacional.
§ 5º Os projetos específicos da área audiovisual, cinematográfica de exibição, distribuição e
6
infra-estrutura técnica apresentados por empresa brasileira de capital nacional , poderão ser
credenciados pelos Ministérios da Fazenda e da Cultura para fruição dos incentivos fiscais de que
trata o caput deste artigo.
7
Art. 2º O art. 13 do Decreto-Lei nº 1.089 , de 2 de março de 1970, alterado pelo art. 1º do
Decreto-Lei nº 1.741, de 27 de dezembro de 1979, passa a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 13. As importâncias pagas, creditadas, empregadas, remetidas ou entregues aos
produtores, distribuidores ou intermediários no exterior, como rendimentos decorrentes
da exploração de obras audiovisuais estrangeiras em todo o território nacional, ou por
sua aquisição ou importação a preço fixo, ficam sujeitas ao imposto de 25% na fonte."
Art. 3º Os contribuintes do imposto de renda incidente nos termos do art. 13 do Decreto-Lei
nº 1.089, de 1970, alterado pelo art. 2º desta Lei, poderão beneficiar-se de abatimento de setenta por
2 Ver Instruções Normativa CVM nº208, de 7 de janeiro de 1994, alterada pelas Instruções Normativas
CVM nºs240, de 17 de novembro de 1995, de 256, de 8 de novembro de 1996, Instrução Normativa SRF/MF
nº56, de 18 de junho de 1994, alterada pela Instrução Normativa SRF/ MF nº62, de 21 de dezembro de 1995, e
Decisão Conjunta MinC/CVM nº1, de 15 de agosto de 1996.
3 O limite da dedução, no caso de pessoas jurídicas, foi ampliado para 3% (três por cento) pela Lei
nº9.323, de 5 de dezembro de 1996. Essa dedução de que trata o § 2º do art. 1ºda Lei nº8.685, de 20 de julho
de 1993, no caso de pessoas jurídicas, fica limitada a três por cento do imposto devido, e a soma das
deduções com a Lei nº8.313, de dezembro de 1991, referidas no art.6º da Lei nº8.849, de 28 de
janeiro de 1994, modificada pela Lei nº9.532, de 10 de dezembro de 1997 e pela Medida Provisória
nº1.680, não poderá deduzir o imposto devido em mais de quatro por cento, observando o disposto
no § 2º do art. 10 da Lei nº8.541, de 23 de dezembro de 1992.
4 Ver Leis nºs8.849, de 28 de janeiro de 1994, 8.981, de 20 de janeiro de 1995, 9.064 e 9.065,
ambas de 20 de junho de 1995, 9.249, de 26 de dezembro de 1995, e 9.323, de 5 de dezembro de
1996.
5 Ver Leis nºs8.981, de 20 de janeiro de 1995, 9.250, de 26 de dezembro de 1995, Lei nº9.532,
de 10 de dezembro de 1997, e Medida Provisória n1.680, de 23 de agosto de 2001.
6 Idem nota 3.
154
cento do imposto devido, desde que invistam na co-produção de obras audiovisuais cinematográficas
brasileiras de produção independente, em projetos previamente aprovados pelo Ministério da Cultura.
Art. 4º O contribuinte que optar pelo uso dos incentivos previstos nos arts. 1º e 3º depositará,
dentro do prazo legal fixado para o recolhimento do imposto, o valor correspondente ao abatimento
em conta de aplicação financeira especial, no Banco do Brasil S.A., cuja movimentação sujeitar-se-á
à prévia comprovação junto ao Ministério da Cultura de que se destina a investimentos em projetos
de produção de obras audiovisuais cinematográficas brasileiras de produção independente.
§ 1º As contas de aplicação financeira a que se refere este artigo serão abertas:
a) em nome do produtor, para cada projeto, no caso do art. 1º;
b) em nome do contribuinte, no caso do art. 3º.
§ 2º Os projetos a que se refere este artigo deverão atender cumulativamente os seguintes
requisitos:
a) contrapartida de recursos próprios ou de terceiros correspondente a vinte por cento do
8
orçamento global ;
b) limite do aporte de recursos objeto dos incentivos de R$ 3.000.000,00 (três milhões de
9
reais) por projeto ;
c) viabilidade técnica e artística;
d) viabilidade comercial;
e) apresentação de orçamento circunstanciado e de cronograma físico das etapas de
realização e de desembolso;
f) prazo de conclusão.
§ 3º Os investimentos a que se refere este artigo não poderão ser utilizados na produção das
obras audiovisuais de natureza publicitária.
§ 4º A liberação de recursos fica condicionada à realização da etapa anterior.
Art. 5º Os valores não aplicados na forma do artigo anterior, no prazo de 180 dias contados
da data do depósito, serão aplicados em projetos de produção de filmes de curta, média e longa
metragem e programas de apoio à produção cinematográfica a serem desenvolvidos através do
10
Instituto Brasileiro de Arte e Cultura , mediante convênio com a Secretaria para o Desenvolvimento
123
Audiovisual do Ministério da Cultura, conforme dispuser o regulamento.
Art. 6º O não-cumprimento do projeto a que se referem os arts. 1º, 3º e 5º desta Lei e a não
efetivação do investimento ou a sua realização em desacordo com o estatuído implicam a devolução
dos benefícios concedidos, acrescidos de correção monetária, juros e demais encargos previstos na
legislação do imposto de renda.
§ 1º Sobre o débito corrigido incidirá multa de cinqüenta por cento.
§ 2º No caso de cumprimento de mais de setenta por cento sobre o valor orçado do projeto, a
devolução será proporcional à parte não cumprida.
Art. 7º Os arts. 4º e 30 da Lei nº 8.401, de 1992, passam a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 4º ........................................
§ 1º A produção e adaptação de obra audiovisual estrangeira, no Brasil, deverá realizar-se
11
mediante contrato com empresa brasileira de capital nacional , e utilizar, pelo menos, um terço de
12
artistas e técnicos brasileiros .
§ 2º O Poder Público poderá reduzir o limite mínimo, a que se refere o parágrafo anterior, no
caso de produções audiovisuais de natureza jornalístico-noticiosa.
.................................................
Art. 30. Até o ano 2003, inclusive, as empresas distribuidoras de vídeo doméstico deverão ter
um percentual de obras brasileiras audiovisuais cinematográficas e videofonográficas entre seus
títulos, obrigando-se a lança-las comercialmente.
§ 1º O percentual de lançamentos e títulos a que se refere este artigo será fixado anualmente
pelo Poder Executivo, ouvidas as entidades de caráter nacional representativas das atividades de
produção, distribuição e comercialização de obras cinematográficas e videofonográficas.
................................................."
Art. 8º Fica instituído o depósito obrigatório, na Cinemateca Brasileira, de cópia da obra
audiovisual que resultar da utilização de recursos incentivados ou que merecer prêmio em dinheiro
concedido pelo Governo Federal.
Parágrafo Único. A Cinemateca Brasileira poderá credenciar arquivos ou cinematecas, públicos ou
privados, para o cumprimento do disposto neste artigo.
Art. 9º O Poder Executivo fiscalizará a efetiva execução desta Lei no que se refere à
realização de obras audiovisuais e à aplicação dos recursos nela comprometidos.
Art. 10. Sem prejuízo das sanções de natureza administrativa ou fiscal, constitui crime obter
reduções de impostos, utilizando-se fraudulentamente de qualquer benefício desta Lei, punível com a
pena de reclusão de dois a seis meses e multa de cinqüenta por cento sobre o valor da redução.
§ 1º No caso de pessoa jurídica, respondem pelo crime o acionista ou o quotista controlador e
os administradores que para ele tenham concorrido, ou que dele se tenham beneficiado.
§ 2º Na mesma pena incorre aquele que, recebendo recursos em função desta Lei, deixe de
promover, sem justa causa, a atividade objeto do incentivo.
Art. 11. Fica sujeito a multa, que variará de 100 (cem) a 1.500 (hum mil e quinhentas) UFIR,
sem prejuízo de outras sanções que couberem, aquele que descumprir o disposto nos arts. 4º e 30 da
124
Lei nº 8.401, de 1992, com a redação dada pelo art. 7º desta Lei.
11 Idem nota 3.
12 Ver Lei nº6.533, de 24 de maio de 1978, que “dispõe sobre a regulamentação das profissões
de Artistas e de Técnicos em Espetáculos de Diversões, e dá outras providências”, e Decreto
nº82.385, de 5 de outubro de 1978, que a regulamenta.
13 Unidade Museológica Descentralizada do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
–IPHAN.
14 Ver Decreto nº974, de 8 de novembro de 1993.
156
Art. 12. É estimado o montante da renúncia fiscal decorrente desta Lei no exercício de 1993
em Cr$ 200.000.000.000,00 (duzentos bilhões de cruzeiros).
13
Art. 13. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de noventa dias .
Art. 14. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 15. Fica revogado o art. 45 da Lei nº 4.131, de 3 de setembro de 1962.
ITAMAR FRANCO
Fernando Henrique Cardoso
Antônio Houaiss
157
Faço saber que o Presidente da República adotou a Medida Provisória nº 1.515-3, de 196,
que o Congresso Nacional aprovou, e eu, José Sarney, Presidente, para os efeitos do disposto no
parágrafo único do art. 62 da Constituição federal, promulgo a seguinte Lei:
1. Altera a legislação do imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza e dá outras providências
158
126
................................................."
Art. 3º A partir da publicação desta Lei, a pessoa jurídica poderá efetuar a dedução de que
trata o art. 1º nos recolhimentos mensais do imposto de renda e no saldo do imposto apurado na
declaração de ajuste anual.
§ 1º Se o valor do incentivo deduzido durante o período-base for superior ao calculado com
base no imposto devido na declaração de ajuste anual, a diferença deverá ser recolhida no mesmo
prazo fixado será o pagamento da quota única do imposto de renda.
§ 2º Sobre o recolhimento de que trata o parágrafo anterior será observada a legislação
tributária pertinente.
Art. 4º Ficam convalidados os atos praticados com base na Medida Provisória nº 1.515-2, de
10 de outubro de 1996.
Art. 5º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
2. Da nova redação a dispositivos das leis 8.849, de 28 de janeiro de 1994, e 8.541, de 23 de dezembro de 1992, que alteram a
legislação do imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza e da outras providências
159
AAKER, David A. Marcas: brand equity, gerenciando o valor da marca. São Paulo: Negócio
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2000.
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e Audiovisual – por região .............................................................................. 104
Figura 5.2 Website do Ministério da Cultura .................................................................... 111
Figura 5.3 Investimentos em cultura – captação das Leis Rouanet e Audiovisual –
em R$ – 1996 a 2001 .................................................................................... 113
Figura 5.4 Evolução do número de empresas que investiram em cultura através das
Leis Rouanet e Audiovisual – 1996 a 2001 .................................................... 114
167