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EXCELENTÍSSIMO JUIZ DE DIREITO DA VARA ÚNICA DA COMARCA DE ITACAJÁ/TO.

Autos nº 0000891-51.2015.827.2723

CATIANE PEREIRA DA SILVA, brasileira, vivendo em regime de união estável,


lavradora, portadora do RG n°. 983.038 SSP/TO, inscrita no CPF n° 028.398.421-06,
residente na Fazenda Canto Grande, s/n°, Zona Rural, Recursolândia - TO, telefone
de contato n. (63) 99976-0589, por meio da Defensoria Pública do Estado do
Tocantins, presentada pelo Defensor Público que esta subscreve, constituído na
forma do art. 128, XI, da Lei Complementar Federal no 80/94 e Lei Complementar
Estadual nº 55/09, bem como arts. 185 e 186 do CPC, vem, perante Vossa
Excelência, requerer o

CUMPRIMENTO DA SENTENÇA

em face de ESTADO DO TOCANTINS, Pessoa Jurídica de Direito Público Interno,


com sede na Praça dos Girassóis, s/n, Palmas/TO, devendo ser citado na pessoa do
Senhor Procurador-Geral do Estado, encontradiço na Rua 104 Sul, R SE-11, Plano
Diretor Sul, lote 32, Conj.03, Palmas – TO, com base nos artigos 534 e seguintes do
Código de Processo Civil, no que passa a expor e requerer.

Rua C, n° 257, centro, Itacajá - TO,


CEP: 77.720-000 | Telefone: (63) 3439-1225.
II. DA CONDENAÇÃO

Em processo que tramitou perante este juízo deu-se provimento aos


pedidos formulados na ação, condenando os Requeridos ao pagamento, a titulo de
danos morais, arbitrada em R$ 100.000,00 (cem mil reais), valor esse a ser pago
em partes iguais entre os Requeridos, com incidência de juros de 1% ao mês desde
a ocorrência do ato ilícito (art. 398 do CC c/c Súmula 54/STJ) e correção
monetária pelo INPC corrente a partir da prolação desta sentença (Súmula
362/STJ).
E o pagamento de indenização por danos materiais, consistente em pensão
mensal, equivalente à 2/3 (dois terços) do salário mínimo mensal, inclusive
gratificação natalina, valor esse a ser pago em partes iguais entre os Requeridos,
em razão do falecimento de KAIO DA SILVA SOUSA, contada da data em que a
vítima completaria 14 anos até a data em que atingiria 25 anos, quando então
será reduzida para 1/3 (um terço) do salário mínimo, ate quando os prováveis 65
anos da vítima, autorizada a transferência e acumulação, com juros de 1% ao mês
e correção monetária pelo INPC observados desde a ocorrência do ato ilícito (art.
398 do CC c/c Súmula 54 do STJ e Súmula 43/STJ).
Assim, a lide foi resolvida da seguinte forma:

(...)julgo PARCIALMENTE procedente o pedido e condeno os


requeridos: I - ao pagamento de indenização por danos morais em
favor da autora, arbitrada em R$ 100.000,00 (cem mil reais), valor
esse a ser pago em partes iguais entre os Requeridos, com
incidência de juros de 1% ao mês desde a ocorrência do ato ilícito
(art. 398 do CC c/c Súmula 54/STJ) e correção monetária pelo INPC
corrente a partir da prolação desta sentença (Súmula 362/STJ), II -
o pagamento de indenização por danos materiais, consistente em
pensão mensal, equivalente à 2/3 (dois terços) do salário mínimo
mensal, inclusive gratificação natalina, valor esse a ser pago em
partes iguais entre os Requeridos, em razão do falecimento de KAIO
DA SILVA SOUSA, contada da data em que a vítima completaria 14
anos até a data em que atingiria 25 anos, quando então será
reduzida para 1/3 (um terço) do salário mínimo, ate quando os
prováveis 65 anos da vítima, autorizada a transferência e
acumulação, com juros de 1% ao mês e correção monetária pelo
INPC observados desde a ocorrência do ato ilícito (art. 398 do CC
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c/c Súmula 54 do STJ e Súmula 43/STJ). Resolvo o mérito da
demanda na forma do art. 485, I do CPC. Condeno os requeridos ao
pagamento das custas processuais e de honorários advocatícios que
fixo em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, na forma
do art. 85, § 3º, I do CPC. (...)

A autora realizou acordo com o Município permanecendo hígida a


condenação do Estado do Tocantins.
Contudo, transitada em julgado, o Requerido não realizou o pagamento
voluntário do valor devido, motivo pelo qual deve ser inaugurada a fase de
cumprimento de sentença.
O débito corrigido monetariamente pelo INPC/IBGE e com juros de mora,
conforme determinado na sentença, perfaz a monta de R$105.676,59 (cento e
cinco mil seiscentos e setenta e seis reais e cinquenta e nove centavos),
conforme memória de cálculo em anexo, devendo a parte demandada ser
intimada para realizar o pagamento do valor devido no prazo de quinze dias, sob
pena de incidência da multa de 10% e honorários advocatícios em igual
porcentagem sobre o valor do débito, conforme disposto no artigo 523, § 1º,
do Código de Processo Civil.

A Requerida foi condenada, ainda, ao pagamento de honorários advocatícios


em favor da Defensoria Pública no processo epígrafe, em 10% (dez por cento) sobre
o valor da condenação, na forma do art. 85, § 3º, I do CPC:

“(...)Condeno os requeridos ao pagamento das custas processuais e


de honorários advocatícios que fixo em 10% (dez por cento) sobre o
valor da condenação, na forma do art. 85, § 3º, I do CPC.(...)”

O débito corrigido monetariamente pelo INPC/IBGE perfaz o valor total de


R$10.503,61 (dez mil quinhentos e três reais e sessenta e um centavos).
Portanto, em razão do não cumprimento voluntário por parte da ré, não
restou à autora o ajuizamento do presente cumprimento de sentença.

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V. DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA.

a) QUANTO AO CUMPRIMENTO DA SENTENÇA, COM RELAÇÃO À INDENIZAÇÃO POR


DANOS MORAIS E MATERIAIS.

Para se promover uma execução forçada, faz-se necessária a existência de


um título executivo. Nesse sentido, observa Wambier:

“Há, então, dois tipos distintos de atividade jurisdicional: A cognitiva (ou


de conhecimento) e a executória (ou executiva). A primeira é
prevalentemente intelectual: o juiz investiga os fatos ocorridos
anteriormente e define qual a norma que está incidindo no caso concreto.
Enfim, é uma atividade lógica, e não material, a segunda é provavelmente
material: busca-se um resultado prático, fisicamente concreto”.

Havendo título executivo judicial (art. 515, CPC), a execução será


processada, genericamente, pelo rito do cumprimento de sentença, previsto nos
arts. 513 e seguintes do Código de Processo Civil.
O mesmo diploma legal prevê, no artigo 523, rito para cumprimento
definitivo de sentença que reconhece a exigibilidade de obrigação de pagar quantia
certa.
Aduz o artigo que, neste rito, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á
a requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no
prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver, sob pena de multa de
dez por cento e, também, de honorários de advogado de dez por cento, senão
vejamos:

Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em


liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa, o
cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do
exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de
15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver.

§ 1o Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput, o débito será


acrescido de multa de dez por cento e, também, de honorários de
advogado de dez por cento.

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Assim, a ré encontra-se em débito no valor de R$105.676,59 (cento e cinco
mil seiscentos e setenta e seis reais e cinquenta e nove centavos) relacionados
à indenização por danos morais e materiais à autora, razão pela qual necessita-se
da Execução do valor não pago.
E ainda os danos materiais, consistente em pensão mensal, equivalente à 2/3
(dois terços) do salário mínimo mensal, inclusive gratificação natalina, valor esse a
ser pago em partes iguais entre os Requeridos, em razão do falecimento de KAIO
DA SILVA SOUSA, contada da data em que a vítima completaria 14 anos até a data
em que atingiria 25 anos, quando então será reduzida para 1/3 (um terço) do
salário mínimo, ate quando os prováveis 65 anos da vítima, autorizada a
transferência e acumulação, com juros de 1% ao mês e correção monetária pelo
INPC observados desde a ocorrência do ato ilícito.

b) QUANTO AO CUMPRIMENTO DA SENTENÇA, COM RELAÇÃO AOS HONORÁRIOS


SUCUMBENCIAIS.

A Lei Complementar Federal 80/94 estabelece como função institucional da


Defensoria Pública a execução e recebimento de suas verbas sucumbenciais.
Vejamos:

Art. 4º São funções institucionais da Defensoria Pública, dentre outras:


(...)
XXI – executar e receber as verbas sucumbenciais decorrentes de sua
atuação, inclusive quando devidas por quaisquer entes públicos,
destinando-as a fundos geridos pela Defensoria Pública e destinados,
exclusivamente, ao aparelhamento da Defensoria Pública e à capacitação
profissional de seus membros e servidores; (...)

A Lei Complementar Estadual 55/2009, que organiza a Defensoria Pública do


Tocantins, replicou o mesmo dispositivo federal em seu artigo 2.º inciso XIX.
Conforme dispõe a Súmula 14 do STJ, os honorários advocatícios arbitrados
em percentual sobre o valor da causa, a correção monetária deve incidir a partir do
respectivo ajuizamento. Nesse sentido, vem se manifestando a jurisprudência:

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PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL.
EMBARGOS À EXECUÇÃO. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. NÃO
OCORRÊNCIA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. CORREÇÃO MONETÁRIA.
SÚMULA 14/STJ. 1. O acórdão recorrido julgou a lide de modo
fundamentado e coerente, não tendo incorrido em nenhum vício que desse
ensejo aos embargos de declaração e, por conseguinte, à violação do art.
535 do Código de Processo Civil. 2. Nos termos da Súmula 14/STJ,
"arbitrados os honorários advocatícios em percentual sobre o valor da
causa, a correção monetária incide a partir do respectivo ajuizamento".
3. Em se tratando de verba honorária fixada sobre o valor da causa em
embargos à execução, a atualização monetária incide a partir do
ajuizamento dos embargos. Precedentes. 4. Agravo regimental não
provido. (STJ - AgRg no REsp: 1099438 RS 2008/0228758-0, Relator:
Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, Data de Julgamento: 25/02/2014, T6 -
SEXTA TURMA, Data de Publicação: DJe 10/03/2014) (grifo nosso)
ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS À EXECUÇÃO.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. CORREÇÃO MONETÁRIA. TERMO INICIAL. Nos
termos da Súmula 14 do Superior Tribunal de Justiça, "arbitrados os
honorários advocatícios em percentual sobre o valor da causa, a
correção monetária incide a partir do respectivo ajuizamento".
(TRF-4 - AC: 50912113520144047100 RS 5091211-35.2014.404.7100,
Relator: VIVIAN JOSETE PANTALEÃO CAMINHA, Data de Julgamento:
01/09/2015, QUARTA TURMA, Data de Publicação: D.E. 03/09/2015) (grifo
nosso)

Dessa forma, encontra-se em débito a Executada, totalizando o valor


R$10.503,61 (dez mil quinhentos e três reais e sessenta e um centavos)
relacionados aos honorários advocatícios, pelo que urge a Execução do valor não
pago.

VI. DOS PEDIDOS

Destarte, REQUER:

a) A intimação/citação do Executado para que efetue o pagamento


dentro do prazo de 15 dias, sob pena de fixação de multa no patamar de 10% sobre
o montante do débito, nos moldes do art. 523 e seguintes, do Código de Processo
Civil, bem como o arbitramento, para este procedimento executório, dos
honorários advocatícios na forma do artigo 85, § 1°, do novo CPC;

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b) Não havendo o pagamento voluntário no prazo de quinze dias,
postula-se que o valor devido seja acrescido de multa de 10% e também
honorários advocatícios a serem fixados em 10% sobre o valor do débito, conforme
artigos 523, § 1º, do Novo Código de Processo Civil, postulando-se, desde logo,
que seja realizada a penhora on-line do valor exequendo, nos termos dos
artigos 835, I, e 854 do Novo Código de Processo Civil.
c) Com o depósito do valor devido ou realizada a penhora on-line,
postula-se a expedição de alvará automatizado em favor da parte autora.
d) O valor da dívida relacionada à indenização por danos morais e
materiais, no valor de R$105.676,59 (cento e cinco mil seiscentos e setenta e seis
reais e cinquenta e nove centavos), e ainda os danos materiais, consistente em
pensão mensal, equivalente à 2/3 (dois terços) do salário mínimo mensal, inclusive
gratificação natalina, valor esse a ser pago em partes iguais entre os Requeridos,
em razão do falecimento de KAIO DA SILVA SOUSA, contada da data em que a
vítima completaria 14 anos até a data em que atingiria 25 anos, quando então será
reduzida para 1/3 (um terço) do salário mínimo, ate quando os prováveis 65 anos
da vítima, em nome da autora;
e) Apresenta-se, ainda, os dados bancários para depósito do valor
relacionado aos honorários advocatícios, no valor de R$10.503,61 (dez mil
quinhentos e três reais e sessenta e um centavos): Fundo da Defensoria Pública
do Estado do Tocantins – Conta Corrente: 83.210-3 – Agência 3.615-3 – Banco do
Brasil.
f) Caso seja necessária a designação de audiências, a intimação pessoal
da parte assistida pela Defensoria Pública, nos termos do art. 186, §2º, CPC/2015.

Nestes termos, pede deferimento.


Itacajá/TO, 22 de janeiro de 2021.

TERESA DE MARIA BONFIM NUNES


DEFENSORA PÚBLICA/ CUMULANDO

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