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DIREITO ADMINISTRATIVO

Organização da Administração III


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ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO III

AUTARQUIAS

Conceito

O Banco Central, INSS, IBAMA, Instituto Chico Mendes são algumas das Autarquias fede-
rais muito famosas. No Rio de Janeiro, por exemplo, o DETRAN, PROCON.
Existem várias figuras classificadas como autarquias.
Autarquias são pessoas jurídicas de Direito Publico criadas por Lei e integram a Adminis-
tração Indireta, o que representa uma forma de descentralização.
Qual a finalidade de uma autarquia?
5m Prestação de serviços públicos/atividades típicas.
O que são atividades típicas?
Atividades típicas são atividades essenciais.
ANOTAÇÕES

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Olhando a autarquia, é como se olhasse para a própria Administração Direta, mas não
é. Algo marcante das autarquias é o desempenho de atividades essenciais do Estado: pre-
vidência, moeda, meio ambiente, educação. As universidades públicas, na sua maioria, são
autarquias.
As autarquias seguem um regime jurídico público. As autarquias são pautadas na supre-
macia do interesse público e, também, na indisponibilidade desse interesse publico.
Essas suas características não estão presentes nas empresas públicas e sociedades de
economia mista.
A autarquia é o reflexo da Administração Direta, é a imagem refletida: as regras que valem
para a Administração Direta, valem para as autarquias.
Valem também para as empresas públicas e sociedades de economia mista?
Não. As autarquias devem ser encaradas com tratamento diferenciado, com supremacia e
indisponibilidade, não podem sair por aí abrindo mão do interesse público – porque são pes-
soas jurídicas de Direito Público.

DIRETO DO CONCURSO
1. (CESPE/2018/STM/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA) A respeito dos prin-
cípios da administração pública, de noções de organização administrativa e da administra-
ção direta e indireta, julgue o item que se segue.
As autarquias são pessoas jurídicas criadas por lei e possuem liberdade administrativa,
não sendo subordinadas a órgãos estatais.

COMENTÁRIO
As autarquias são pessoas jurídicas criadas por lei e possuem liberdade administrativa, não
sendo subordinadas a órgãos estatais.
Não sendo subordinadas a órgãos estatais, são vinculadas.
10m Ser vinculada não é uma característica apenas das autarquias, isso também vale para
empresas públicas e sociedades de economia mista.

2. (CESPE/2018/SEFAZ-RS/AUDITOR DO ESTADO) Na administração pública, uma enti-


dade criada por lei específica, com personalidade de direito público e patrimônio próprio,
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que desempenha atribuições públicas típicas e tem capacidade de autoadministração sob


controle estatal é denominada

a. ente de cooperação.
b. consórcio público.
c. autarquia.
d. fundação pública.
e. empresa governamental.

COMENTÁRIO
b. Consórcio público pode ser uma pessoa jurídica de Direito Público como pode ser uma
pessoa jurídica de Direito privado.
c. Autarquia.
d. Fundação pública pode ser uma pessoa jurídica de Direito Publico como pode ser uma
pessoa jurídica de Direito privado.
A questão trouxe uma referência a patrimônio próprio.
Ter patrimônio próprio é algo exclusivo das autarquias?
Todos que têm personalidade jurídica possuem patrimônio próprio, a empresa pública tem
patrimônio próprio, a sociedade de economia mista possui patrimônio próprio, fundação
também possui patrimônio próprio.
Ter patrimônio próprio não é exclusivo das autarquias.
Como são vinculadas e não subordinadas, esse patrimônio é próprio e elas possuem auto-
nomia sobre ele ao ponto de, se uma autarquia, empresa pública ou sociedade de economia
mista praticar algo que cause dano a alguém, quem responderá será diretamente o seu patri-
mônio, da autarquia, da empresa pública, da sociedade de economia mista, da fundação –
não será a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Município.
E se, por exemplo, a autarquia não tiver dinheiro suficiente, se o dano causado foi de R$ 55
milhões e o patrimônio da autarquia for de R$ 10 milhões?
Nesse caso em que autarquia (empresa pública, sociedade de economia mista, fundação)
não possui dinheiro suficiente, é executada até o limite do seu patrimônio e o restante será
cobrado da entidade que a criou (União, Estado, DF ou Município). É uma relação subsidiária,
não é solidária.
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AUTARQUIAS
15m

Características
Muitas das características aqui elencadas valem apenas para as autarquias, mas outras
valerão, também, para as empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações.
• Proibição de acumulação de cargos, empregos e funções públicas.
É uma proibição geral, vale para a Administração Pública, seja Direta ou Indireta.

Constituição Federal (CF)

Art. 37
XVII – a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações,
empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas,
direta ou indiretamente, pelo poder público;

Se é da Administração Pública há uma proibição de acumulação de cargos, empregos e


funções. Não interessa se é da União, Estado, DF ou Município, não interessa se é autarquia,
empresa pública, sociedade de economia mista, subsidiária, controlada. Não se observa a
pessoa jurídica. Quando o assunto é acumulação de cargos, a proibição é para todos, mas
não é uma proibição absoluta, há situações em que é permitido acumular, não interessando
se é da União com a União, do Estado com a União, Estado com Estado, Município com o DF.
O que se olha é o cargo em si, o emprego, o cargo, ele pode ser acumulado, por exemplo,
dois cargos de professor, um na esfera federal e outro na esfera estadual, um na esfera esta-
dual e outro na autarquia. O cargo de professor pode.
• Obediência à regra geral de licitação prévia para contratação de serviços, obras
e compras.
Também é uma regra geral que tanto vale para a Administração Pública Direta quanto para
a Administração pública Indireta. Nas empresas públicas e sociedades de economia mista
existe o dever de licitar, é a regra geral, mas elas possuem um estatuto próprio para isso, há
uma lei específica para isso, mas são obrigadas a licitar
As autarquias estão obrigadas a licitar, como regra geral. Vão seguir a Lei n. 8.666, a Lei
n. 10.520 (do pregão), a Lei n. 12.462 (do Regime Diferenciado de Contratação).
Não é uma regra absoluta, existem exceções.
Toda a Administração Pública tem o dever de licitação.
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Pessoal regido por estatuto próprio (regime estatutário*).



Basicamente existem dois regimes de pessoal: celetista, que é o regime da CLT para
20m
aquele que trabalha num mercado, numa banca de revistas, para aquele que trabalha numa
empresa privada e o estatutário porque vai ser regido por um estatuto próprio, por uma lei
própria que rege aquela categoria profissional.
É muito comum encontrar essa característica atribuída às autarquias: as autarquias, por
serem pessoas jurídicas de Direito Público, seguem o regime estatutário.
O regime estatutário não pode ser utilizado nas empresas públicas e sociedades de eco-
nomia mista. Para empresas públicas e sociedades de economia mista, apenas CLT.
Existem diversas autarquias que são celetistas porque durante um período no Direito bra-
sileiro isso foi autorizado, era possível existir autarquia celetista e autarquia estatutária. Era
possível, dentro de um mesmo município, órgãos estatutários e outros celetistas.
Durante um período, no Brasil, de 1998 a 2007, isso foi possível e por essa razão há
exemplos de autarquias celetistas, por exemplo, o DETRAN de São Paulo.
Existe a figura dos Conselhos Profissionais que são autarquias que seguem a CLT.
As associações públicas que nascem dos consórcios públicos também são CLT.
A prática demonstra que existem autarquias celetistas e estatutárias.

ATENÇÃO
Para a prova, as autarquias segum o regime estatutário.

O estatuto da autarquia, se for estadual, será a lei estadual, se for federal, será a Lei n.
8.112, se for municipal será a lei daquele município.
• Limitação ao Teto Remuneratório (art. 37, XI, CF/88).
O art. 37, inciso XI da CF traz a limitação ao teto remuneratório – há um teto geral e os
25m chamados subtetos. O teto geral é o do Supremo Tribunal Federal (STF) e os subtetos são
os dos Estados – se for do Executivo, o teto é o do governador; se for do Legislativo, é o do
deputado; se for do Judiciário, é o do desembargador do Tribunal de Justiça; se for do Muni-
cípio o subteto é do prefeito.
Essa é uma característica para as autarquias porque para as empresas públicas e socie-
dades de economia mista só se limitam ao teto quando forem dependentes.
• Seus bens e rendas são patrimônios públicos, com destinação especial (Bens Públicos).
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Segundo o Código Civil, só são bens públicos os bens das pessoas jurídicas de Direito
Público. Empresa pública não é pessoa jurídica de Direito Publico, seus bens podem até ter
um tratamento especial, mas não são bens públicos.
• Impenhorabilidade de seus bens e rendas (art. 100 da CF – Regime de Precatórios).
Numa ação contra o Estado do Rio de Janeiro com a alegação de ter sofrido um dano, o
juiz não pode bloquear nenhum bem para pagamento desse dano. Essa dívida só será paga
pelo Regime de Precatórios. Isso não se aplica a empresas públicas e sociedades de eco-
nomia mista.

Privilégios e prerrogativas das autarquias


• Imunidade tributária recíproca - art. 150, § 2º, CF - Imunidade tributária em relação à
instituição de impostos sobre seu patrimônio, sua renda e seus serviços, vinculados a
suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.

A União não cobra imposto sobre os bens, rendas e serviços prestados por Estado membro,
pelo DF ou pelo Município. O Estado, DF e Município também não cobrarão da União. Não
30m existe Imposto de Renda cobrado para o Município como não existe IPTU cobrado para a
União, nem IPVA, nem ICMS – entre eles existe uma blindagem, denominada imunidade tri-
butária recíproca que foi estendida para as autarquias e não para as empresas públicas e
sociedades de economia mista.
Essa imunidade tributária recíproca não é absoluta porque há situações em que é possí-
vel tributar.
• Incide o IPTU, considerado imóvel de pessoa jurídica de direito público cedido a pessoa
jurídica de direito privado, devedora do tributo” (STF – Informativo n. 861).
• Impossibilidade de usucapião de seus bens.
Usucapião é a prescrição aquisitiva, é uma forma de adquirir propriedade pelo tempo. Se
esse bem for de uma autarquia é impossível ocorrer a usucapião, se for de uma pessoa jurí-
dica de Direito Publico, não. Se for de uma pessoa jurídica de Direito Privado, é possível. Não
se aplica à empresa pública e sociedade de economia mista.
• Juízo privativo da entidade a que pertencem (quando vinculadas à União, o foro judicial
para as ações comuns será a Justiça Federal - Art. 109, I, CF). Esta mesma regra vale
para a empresa publica, mas não se aplica à sociedade de economia mista.
• Privilégios processuais: Prazos processuais diferenciados, intimação pessoal etc.
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Isso é mais estudado em Direito Processual Civil onde podem ser observadas as regalias
conferidas as autarquias.

GABARITO
1. C
2. c

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Vandré Amorim.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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