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O suplício de ser mulher no Afeganistão

“Ódio às mulheres é ódio ao mundo”, diz Massimo Recalcati, psicanalista, sobre o regime
fundamentalista talibã que revela sua essência em impulsos sexofóbicos.
A persistência na manutenção dos papéis e ideais tradicionais de gênero, associados a um
sistema patriarcal e enraizados em representações sociais e religiosas sustentam mitos
sobre a violência sexual, alimentando discursos sexistas e misógenos. O machismo que se
encontra em países árabes, ou mesmo os maus-tratos às mulheres, tem muito pouco a ver
com o Alcorão, livro sagrado para os mulçumanos e mais com a livre interpretação do
mesmo, feita em sua grande maioria por autoridades que são invariavelmente do sexo
masculino.
O resultado do fanatismo religioso causado por tais interpretações é grave, terminando
quase sempre em uma série de atos bárbaros e até mesmo homicidas, como
apedrejamentos em praças públicas, casamentos forçados, muitas da vezes envolvendo
menores de idade, obrigatoriedade do uso do véu, burca ou hijab, proibição do acesso à
educação em escolas e universidades e estupros maritais, violências essas “respaldadas”
pela lei muçulmana ou islâmica, a Sharia, aplicada de forma rígida e punitiva, onde
adultérios são motivos de apedrejamento e mulheres abusadas são culpabilizadas pela
violência sofrida.
É mais que evidente a existência de entraves relacionados à criação e perpetuação de
políticas voltadas para a segurança feminina, não apenas em países que se utilizam de
vertentes punitivistas da Sharia, mas em todo o mundo, sendo dever de toda a sociedade o
respeito ao sexo feminino, tratando igualmente homem e mulher.

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