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Capitulo 1

Alguns podem dizer que as férias são a melhor parte do ano e até podem ser, mas quando
você estuda em Hogwarts tudo muda e a única coisa na qual você consegue pensar é em
quanto tempo falta pra voltar pra casa. Porque é isso que Hogwarts é, a minha casa.

Não me leve a mal, esse tempo com Gina, os meninos e os Weasley's foi incrível mesmo que a
toca já não seja mais o que era antes, deitar a cabeça no travesseiro e dormir sem medo, andar
sem olhar para trás a cada segundo com medo de ter sido encontrada é incrível, Molly é
incrível. Ela é a verdadeira representação da frase "em coração de mãe sempre cabe mais um",
me abrigando quando eu já não tinha mais pra onde ir e me levantando quando eu não podia
me manter de pé.

Todo esse tempo com eles foi maravilhoso e ter Harry e Rony do meu lado depois de tudo que
passamos é tudo que eu quero, e talvez por isso mesmo, por sentir a necessidade de estar
sempre cuidando e protegendo uns aos outros Rony e eu nos confundimos, pensamos que o
amor que sentíamos era como o amor de seus pais, de Fleur e Gui, Lupin e Tonks, quando na
verdade tanto Harry como Rony são os irmãos que eu nunca tive. Bom ao menos eu me
confundi, Ronald ainda jura de pés juntos que talvez um dia possamos dar certo.

- Como você acha que vai ser? - Harry perguntou com a cabeça enterrada em meu travesseiro.

Ele estava ansioso e não era preciso ser nenhum especialista em Harry Potter pra saber disso.
Estávamos deitados em minha cama, jogados por cima de roupas e mais roupas que ainda
esperavam um destino, mesmo depois de todo esse tempo ainda era difícil acreditar que tudo
estava resolvido, que nossos pescoços e principalmente o pescoço de Harry não estava mais
em risco- Eu não sei, acho que diferente, bom... eu espero que seja, chega de situações de
quase morte. Gina me deixou muito gostosa pra morrer agora- Harry riu alto enquanto se
chegava pro meu lado. Um dos lados bons da toca, malhar com Gina, se tua coxa não crescer
você não está fazendo direito- Mi eu posso...- ele me olha por cima do óculos como se não
tivesse coragem para pedir- Pode Harry, hoje pode- respondo enquanto faço pequenos
círculos em sua cabeça apoiada em meu peito e só isso já é suficiente para ninar o último
Potter -Sabe que ele já vem a essa hora pra isso né? Harry ainda acha que podem te pegar
mione, Harry ainda está na guerra- Gina diz enquanto me ajuda a arrumá-lo na cama- Eu sei,
ele ainda acorda de noite para ver se Rony está na cama ao lado.

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- Hermione cinco minutos para o trem partir, temos que entrar...- era como voltar aos meus
onze anos de idade, a ansiedade de chegar lá, de viver sem surpresas pela primeira vez era tão
forte que se tornava sufocante, e o medo de pisar em falso e descobrir que tudo não passou
de um sonho me paralisava, Gina me estendeu sua mão para entramos em busca de Harry e
Rony e que já deviam estar em alguma cabine com Luna e Neville e todo o trem era possível
ouvir o som das risadas que ecoavam dentro das diversas cabines, os corredores estavam
movimentados com o entre e sai de alunos que queriam cumprimentar o máximo de pessoas
possíveis e descobrir se todos seus amigos haviam voltado, ao meu lado a ruiva fazia seu papel
como "rainha da grifinória" parando de tempos em tempos para falar com alguém, enquanto
eu me atentava a tarefa de procurar Harry e Rony sem prestar real a tenção a nada ao meu
redor, o que num trem lotado com certeza não podia ser uma boa ideia e eu levei exatos três
segundos entre um esbarrão e o chão para perceber- Devia olhar mais por onde anda Granger-
Malfoy estava parado, em pé na minha frente de braços cruzados e um olhar de deboche já
conhecido por todo o mundo bruxo, nada parecido com o bruxo que vi em seu julgamento.

Mais alto, mais forte e claramente mais saudável, Draco Malfoy havia voltado a ser Draco
Malfoy, conquistador de Hogwarts e "rei da sonserina"- Precisa de ajuda pra levantar ou você
simplesmente gosta de ficar no chão? - o riso contido na sua voz e a sobrancelha erguida
deixavam claro que ele se segurava para não rir alto ou soltar seus característicos insultos.
Sensato ou não eu não podia deixar de notar que Malfoy era um bruxo bonito, é claro que
todo preconceito e arrogância eram motivos mais que suficientes para torná-lo o homem mais
feio de toda a terra, (bruxa ou não) isso por dentro, porque por fora Malfoy até que não era de
se jogar fora.

-Hermione do céu, eu me viro por dois minutos e você já está no chão? Pra salvadora do
mundo bruxo você é bem atrapalhada em amiga. Vamos eu te ajudo- Gina me ajudou a
levantar, aproveitando para empurrar Malfoy no processo.

- É cega ou se faz Weasley? - Malfoy ajeitava a roupa enquanto nos encarava, demorando-se
mais tempo sobre mim. E eu posso dizer que bravo, ele fica mais bonito ainda. Não que ele
precise saber é claro.

- É Weasley Malfoy, e pra ser sincera nem tinha te visto até agora. Então se me der licença-
Gina saiu me puxando pelos corredores e eu juro que ainda podia sentir o olhar de Malfoy nos
queimando

-Gostoso...- Gina sussurra- Arrogante, porém gotosíssimo.

-Gina! - falo enquanto a ajudo a olhar as cabines com a leve sensação de estar em um trem
sem fim.

-Ah! Não banque a puritana comigo Hermione. Que Harry não me ouça, mas Malfoy é um
pedaço de mal caminho, não vai morrer se admitir- Ela sussurra a última parte ao mesmo
tempo em que abre uma cabine- Finalmente, já estava achando que foram esquecidos na
estação!
Capitulo 2
-Ron eu espero- suspiro contando até dez- realmente espero, que você aprenda a fazer seus
próprios trabalhos da próxima vez.

-Mione, você sabe que eu não sou tão bom assim em poções- Rony dizia enquanto copiava
descaradamente meu trabalho minutos antes do início das aulas.

A sala estava cheia, e se eu olhasse bem notaria mais três ou quatro copiando tão
desesperados quanto Rony antes da aula, tão rápido que algumas penas faziam barulho ao
riscar o papel, o silencio já rotineiro em aulas entre sonserinos e grifinórios só era quebrado
quando algum dos atrasados resolvia tirar uma dúvida. A relação entre casas já não era mais
tão ruim, o que também não significava que era amigável, cobras de um lado leões de outro,
não ter relação era com certeza a melhor relação.

-Bom dia minhas crianças, espero que todos tenham feito o trabalho- Professor Slughorn,
entrou em sala agitando a varinha em um feitiço mudo, fazendo com que os pergaminhos
voassem em direção a sua mesa. Rony me olhou de forma desesperada dizendo que ainda não
havia terminado enquanto eu segurava o riso e dizia um "eu te avisei" sem som, torcendo para
que ao menos dessa vez ele aprendesse a lição.

A aula corria em sua mais perfeita forma, caldeirões explodindo de um lado, olhares feios
sendo trocados de outro, insultos sussurrados pelos cantos (disse que não estava mais tão
ruim, não que era boa ou perfeita) e poções perfeitas sendo entregues, todos tão
concentrados em não causar outra explosão que ninguém ao menos notou a porta sendo
aberta e muito menos a pequena figura platinada andando pela sala, ninguém a não ser
Hermione, que a encarava com certa curiosidade. De vestido azul rodeado de borboletas,
meias 3/4 e um pequeno dragão de pelúcia em mãos a pequena visitante olhava a sala como
uma verdadeira aventureira, a curiosidade e o medo em seus pequenos olhinhos eram quase
que palpáveis, seu nariz de pontinha vermelha evidenciava, mesmo que de forma discreta, seu
recente estado de choro. Em pé, parada com seu bichinho no meio da sala, em busca de um
rosto conhecido, a pequena estrela, como era chamada por seu pai, ficava cada segundo mais
assustada, afinal como era possível que estivesse ali se a dois minutos atrás ela estava no
escritório de seus pais brincando?

-Mas quem seria essa pequena princesa? - a voz grossa assustou a pequena que agarrou ainda
mais seu pequeno dragão- Não precisa ter medo, eu sou Slughorn, professor Slughorn, muito
prazer- o professor esticou a mão em direção a pequena criança, que ainda que desconfiada
retribuiu o cumprimento- Alya Malfoy, muito pazer- de sobrancelhas levemente erguidas o
professor se perguntava quando Narcisa tinha tido outro filho e o que a pequena fazia ali. A
sala já mergulhada em completo e absoluto silencio desde o começo da aula, agora se
encontrava estudando curiosamente a pequena Malfoy de olhos escuros que conversava no
centro da sala com seu professor. Hermione tinha a sensação de que a conhecia de alguma
forma e o olhar questionador da menina lhe dizia que a mesmo procurava algo ou alguém.

- A senhorita sabe onde estão seus pais? Eles podem estar preocupados não? - Slughorn
perguntou docemente a menina.
E como se um botão fosse apertado ao som da palavra "pais", os olhinhos da pequena
correram a sala de forma nervosa demorando-se por mais tempo sobre Malfoy que a encarava
como se visse um alien em terra.

- Papai o senhor pomete que não vai ficar bavo? - ela perguntou juntando as mãos em frente o
pequeno corpinho.

Malfoy olhou para trás como que procurando o pai, antes de apontar para si mesmo e ficar
ainda mais branco que o normal. A pequena tinha os olhinhos marejados enquanto andava em
sua direção com a mesma expressão de quem vai a forca e por longos segundos eu lutei contra
a imensa vontade de ir até ela

- Papai? Foi sem queer- a dificuldade dela em falar o r era linda e me fazia querer concertar
todas as frases. Malfoy pareceu sair de seu estado de transe bem a tempo de pegá-la no colo
quando o chororô começou- Não biga comigo, a mamãe já vai biga- ela argumentava com a
cabeça afundada no pescoço do Malfoy enquanto o mesmo, creio eu que sem perceber,
acariciava suas costas. Toda a turma olhava a cena com a curiosidade estampada na face sem
ter ou saber o que falar. Malfoy, pai? Tudo bem ser um galinha de marca maior mais um
galinha irresponsável? Quantos anos ele tinha quando essa criança nasceu? Não existe feitiço
de prevenção nesse mundo bruxo não?

-Não brigo se me explicar o que aconteceu- Era notável o esforço que o platinado mais velho
fazia para não surtar e sair correndo dali- Alya? seu nome não é? É bonito. O, hum... - O suor
escorrendo na testa deixava claro o nervosismo e desconforto com a conversa- Papai? está
confuso pode me explicar? - ele afastou a pequena de seu corpo o suficiente para conversar e
o suficiente para que eu a visse, o rostinho molhado, os olhos fechados, o nariz vermelho e o
ursinho rente ao rosto me faziam querer embalá-la como bebê até que parasse de chorar.
Malfoy a pôs sentada em seu colo e pediu para que a mesma olhasse pra ele naquele tom que
só pais sabem usar, Alya abriu os olhos ainda de cabeça baixa e fitou seus pequenos pés
balançando distantes do chão me dando a leve sensação de que calculava se daria ou não
tempo de correr, desistindo dá ideia segundos depois. Seu olhar subiu na velocidade de uma
tartaruga, talvez tentando evitar a bronca que achava que levaria, rodou os olhos pela sala,
demorando-se em cada aluno ali como se pedisse ajuda enquanto fungava de um choro que já
sabíamos (eu sabia) não ser real, e mesmo que não tivesse nada a ver com aquilo a clara
enrolação da pequena espertinha me fazia bater o pé inconscientemente em um sinal de
irritação sem motivo aparente. Os pequenos olhinhos rodaram toda a sala para finalmente
pararem e substituírem a doce cara de coitada para uma cara de encrencada, me fazendo
franzir os olhos confusa.

-Não biga mamãe foi sem querer, papai diz que foi sem querer- Alya se agarrou novamente ao
um Malfoy assustado enquanto me encarava- eu não queria queba, mas quebo. Conta papai-
ela gesticulava com as mãozinhas enquanto eu e Malfoy nos encarávamos e éramos encarados
por toda a sala. Granger Malfoy? OI?
Capitulo 3
Calmo, tranquilo e sem surpresas. Era assim que meu último ano devia ser. Sem câmaras, sem
torneios, sem dementadores, sem mortes e sem vira-tempos, principalmente sem vira-
tempos, e morte é claro. Mas aparentemente a Hermione estranhamente Malfoy não
conseguiu aprender a lição e agora a Hermione, ainda Granger, tem que lidar com os
problemas da estranhamente Malfoy.

-Alya minha querida, você tem plena certeza do que está dizendo? - Minerva perguntava
gentilmente para a criança que devorava um sapo de chocolate.

A sala da diretora mesmo com todos o espaço parecia me sufocar e o olhar de Malfoy vagando
entre a pequena e eu atiçava meu sistema nervoso, trazendo à tona a lembrança perfeita
daquele soco. Mudo desde o momento em que Alya me chamou de mãe, Malfoy nos olhava
como se fossemos a personificação do pecado ao mesmo tempo em que balançava a cabeça
dizendo de forma quase inaudível que a brincadeira já passava dos limites.

-sim tia mine- A pequena platinada, confirmava pela quinta vez enquanto balançava a cabeça
em sinal de sim- Alya Ganger Malfoy, que nem o Hugo e o Scopio. Tês Ganger Malfoy, assim ó-
ela mostrava com os dedinhos quantos eram como se fossemos incapazes de contar sozinhos e
quão cansada já estava de responder tantas e tantas vezes a mesma pergunta, me fazendo
pensar que qualquer dúvida morria ali, Alya exalava Draco Malfoy, desde a cor de seus cabelos
enrolados a postura de princesa tipicamente Malfoy.

-É sua filha Granger- Malfoy apontou me olhando- sabe-tudo igualzinha.

-Engraçado, jurei ter visto ela te imitar enquanto contava- sussurrei de volta sorrindo para Alya
que me mostrava uma cartinha com o rosto de Harry. Malfoy riu ao meu lado dizendo pro alto
que devia ser castigo de Merlin mas que não havia como negar, Alya era nossa,
completamente nossa, do andar realeza Malfoy ao falar como se soubesse tudo do mundo
claramente meu Alya era nossa.

-Mas como foi acontecer? - murmurei em direção ao nada, bagunçando meus cabelos em sinal
de frustação. Para a mente mais brilhante dessa geração, fica sem respostas por ser
esmagador. Malfoy me olhou como quem diz "Você quer realmente que eu te explique?"
enquanto eu negava com a cabeça por puro reflexo.

-Ora Granger, eu até diria que foi a bebida, mas para isso precisaríamos ser alcoólatras- a
ironia em sua voz podia até ser mais estressante que seu olhar de "pecado, é um pecado"- fala
sério, três filhos. Estamos o que competindo com os cenouras? - qualquer outro diria que
Malfoy estava se divertindo com a situação, mas eu, o outro lado da moeda podia ouvir a
palavra pecado ser gritada e re-gritada em sua cabeça.

E o pecado, o grande pecado da poluição sanguínea da tradicional família Malfoy corria


livremente pela sala, observando e conversando com os quadros. Enquanto dizia a Minerva
como entrou em meu escritório, subiu em minha mesa e quebrou o vira-tempo. Maldito vira-
tempo.
- Então o papai gitou o Scop e eu caí com o... - Alya pôs a mão ao redor do queixo para pensar
enquanto forçava os olhinhos- virador, viravira. Ao negócio. E ele quebo, em vários
pedacinhos, aqui ó.

O vira-tempo em sua mãozinha se parecia mais com um biscoito quebrado que um objeto
mágico. Minerva o pegou para avaliar melhor mas não era necessário nenhum especialista
para descobrir que o mesmo estava quebrado. A professora agitava sua varinha em diferentes
direções fazendo com que o objeto girasse no ar enquanto Alya pulava tentando o alcançar.
Ver o vira-tempo quebrado girando e girando sem um aparente concerto só servia para deixar
a situação mais desesperadora ainda. E isso porque eu ainda não tinha começado a tentar
descobrir o que me levou a ser a senhora Malfoy, uma vez que minha mente estava
concentrada em descobrir como devolver uma criança ao seu tempo de origem, sem alterar
nada na linha do tempo (talvez meu casamento) e mesmo que involuntariamente em "Será
que moramos naquela Mansão Malfoy? Não é possível que a futura Hermione, eu, more onde
quase morreu. Não não não".

Minerva deixou que o vira-tempo rodasse sozinho no ar enquanto ia até sua mesa em busca
de pena e pergaminho. O ministério precisava saber do ocorrido para que o mesmo pudesse
ser resolvido o mais rápido possível, aquele também devia ser seu ano de paz e tranquilidade e
não crianças vindas do futuro sendo entregues por portais mágicos, só olhar o jovem casal
observando a menina pular na tentativa de pegar o cordão, já fazia Minerva sentir mais um fio
de cabelo branco e mais uma ruga crescendo. Harry uma vez disse e talvez não tenham sido
mentira, os problemas seguem o trio de ouro.

-Mamãe poque você tá de uniforme? E você também papai? Poque? - ser esperta as vezes
pode ser bem problemático, e ser "mãe" de alguém esperto pode ser mais ainda- E cadê os
meninos? Que lugar é esse mamãe? Papai você sabe? - Alya pediu colo e foi prontamente
atendida pelo "pai", Malfoy estava sério talvez pensando no que dizer mas orgulho demais
para pedir ajuda a uma grifinória sangue-ruim, acho que segurar a "mistura" do nosso sangue
e digerir o próprio futuro já era demais para o pobre cérebro preconceituoso dele.

- Porque a senhorita aprontou de montão dona Alya Granger- disse olhando-a tentar se
esconder entre as veste de Malfoy.

- Malfoy - O platinado acrescentou de má vontade, porém ajudando a pequena a se


"esconder" enquanto eu balançava as mãos como se o nome Malfoy não tivesse importância

- E agora, nós, seus... pais. Temos que resolver esse grande problema, mas enquanto isso você
vai ficar aqui, com a gente em Hogwarts tudo bem? - Alya balançou a cabeça como se
realmente não se importasse fazendo Hermione respirar aliviada por não ter que lidar com
mais um episódio de choro da pequena criança.
Capitulo 4
Filhos. Casa. Alguém pra voltar, risadas e pequenas mãos pelas paredes (pelas desculpas
presumo ser de Alya e seu irmão mais velho, Scorpio), um Natal em família e mais daquelas
coisas que só famílias felizes e grandes fazem, não que eu seja o maior dos especialistas
quando o assunto é família mas, dessa vez quando entrei no trem eu só conseguia pensar no
inferno que seria estar em Hogwarts depois de tudo que a minha família fez, depois de tudo
que eu fiz.

"Filho de comensal" era de longe o apelido mais carinhoso dentre os corredores e salões do
castelo, e ainda sim, os xingamentos não eram a pior parte, na verdade estavam bem longe de
ser. Olhar para a cadeira central no Salão principal e não ver Dumbledore ou cruzar com a
Granger entre as aulas, ou dormir ouvindo os gritos de dor dela e os de desespero do Weasley
eram a maior tortura que eu podia suportar e talvez por isso, só por isso, por terem acessado
minhas lembranças e ouvido os gritos incessantes em minha cabeça que o ministério não
tenham me jogado nos braços dos dementadores de Azkaban, não a mais felicidade para ser
sugada e a marca da maldição em meu braço me lembra disso todos os dias. Ser um Malfoy
talvez fosse o pior castigo que alguém poderia carregar.

Então sim, Alya girando na ponta dos pés em minha frente enquanto fala com a Granger, é um
pecado, minha passagem só de ida para o inferno por atribuir todo peso e sofrimento Malfoy a
mais três crianças que cresceram para ouvir como o pai, avós e tios avós dela lutaram do lado
sombrio da guerra e empunharam varinhas contra aqueles que só queriam salvar o mundo,
ouviram como o pai delas foi absolvido por que existir já era castigo o suficiente pra ele.

-Papai! Papai, você me ensina a voar? Por favorzinho papai- Granger balançava a cabeça em
negação quase que em desespero, mas o olhar pidão de Alya com as mãos envolvendo meu
rosto tornava a situação quase impossível de resolver- Hum, claro por que não? - Granger
bufou dando um tapa na própria testa, antes de pegar Alya no colo.

-Mas agora vamos almoçar mocinha, e você vai descobrir a delícia que é a comida de
Hogwarts- ela diz tocando a ponta do nariz de Alya a cada palavra fazendo a mesma sorrir.
Ouvir o som das risadas de Alya, ver como seus olhinhos brilhavam por tudo e por todos só me
fazia questionar cada vez mais como o Draco do futuro tinha se tornado tão irresponsável para
primeiro, casar com a Granger - e o que ela tinha na cabeça também porque quase seis anos
de ofensas não somem da noite pro dia- segundo, dar continuidade ao péssimo legado Malfoy
com três inocentes crianças que não deviam ser obrigadas a ver aquilo toda vez que olhassem
para o próprio pai, mas já que elas estavam ou estarão ali a única coisa que restava a fazer
seria torcer, torcer para que novas regras e tradições surgissem, torcer para que a casa Malfoy
não fosse só mais uma casa, torcer para que o Draco do futuro fizesse boas escolhas.

-Papai você não vem? A mamãe fica bava se demorar- Alya me puxou para a saída dando um
leve tchau para Mcgonagal prometendo que voltaria depois para comer biscoitos. Granger já
estava quase no final do corredor quando olhou para trás, talvez para se certificar que a
pequena não estivesse andando sozinha por corredores onde escadas mudam em um piscar de
olhos e eu pude jurar ter ouvido uma gargalhada vindo de sua direção quando Alya me
transformou eu seu cavalinho de estimação- Vai papai, mais rápido!

Capitulo 5
Pesadelos. Noite sim, noite não a voz de Bellatriz invade meus sonhos, numa frequência que já
virou rotina, pra mim e para aqueles dormem comigo. O medo, a dor, o frio do chão gelado,
tudo como se estivesse acontecendo de novo, os gritos de Rony o medo de perder Harry. A
marca deixada pela mansão Malfoy vai muito além da cicatriz no braço, e estar com Alya
enrolada em meus braços dormindo, vendo os fios platinados espalhados pelo meu peito e os
traços Black Malfoy em seu rosto me faz temer o futuro. Hermione Weasley, Hermione
Malfoy. Não nego que já cheguei a imaginar pequenas cabeças ruivas correndo por uma casa
semelhante a toca, mesmo tendo certeza de não amar Rony desse modo, porém saber, ter a
certeza, de que um futuro Malfoy me espera é... no mínimo assustador, carregar o sobrenome
da família que tanto me fez mal, continuar ou estragar como todos devem estar pensando
agora, me faz querer correr para os braços de Harry e nunca mais sair.

Afinal por que diabos eu resolvi me casar com Malfoy? Pior, ter filhos.

Será que eu dei aos meus filhos um bom pai, ou Malfoy não passa de uma cópia de seu próprio
pai? E por Merlim eu não posso morar lá. Não posso.

-Mamãe- Alya se encolheu ainda mais em meu peito, pondo o dedo na boca- o papai?

A voz de sono denunciava o quão cansativo havia sido o dia para a pequena. As marias-
chiquinhas feitas por Gina, e minha blusa lhe servindo de vestido só servia para deixá-la mais
fofa ainda.

-Já vem querida, pode dormir que ele já vem- sua respiração se torna mais calma e o sono logo
vence a batalha.

Alya não queria vir para o dormitório e deixar Malfoy, "o papai sempre me põe para domi
mamãe" foi a trilha sonora durante todo o caminho, não que Malfoy também não tenha
reclamado o "minha filha não devia dormir rodeada de leões e blábláblá sonserino e chato e
mais blábláblá longe Potter". Alya havia chego em poucas horas e já havia despertado o amor
paterno.

-Dormiu? - eu confirmei com a cabeça enquanto Gina se sentava na beirada da cama

-Como diabos isso aí aconteceu, ou vai acontecer não sei to confusa- Gina apontou o dedo com
todo a sua fúria- Você me deixou confusa Hermione Granger ou Malfoy não sei- ela começou a
agitar as próprias mãos e eu já podia prever todo o drama que ela faria- Sua amiga Hermione,
eu pensei que era sua amiga. Mas pelo visto estava enganada não? Desde quando Hermione?
Desde quando você mente pra mim?

-Gi eu não sei te responder nada sobre isso. Eu também estou confusa. E mentir? O que? - Alya
já estava em seu mundo dos sonhos e não acordaria nem se Gina começasse a gritar.
-Sobre o seu romance Hermione! O seu romance- ela respirou fundo e eu comecei a segurar o
riso antes que recebesse alguma azaração- Por que você não me disse que estava saindo com
o gostoso do Malfoy? Desde quando vocês... Hermione eu achei que contássemos tudo- o som
que explodiu pelo dormitório provou a teoria de que o mundo podia cair e a platinada não
acordaria. Gina lançou seus travesseiros em minha direção enquanto eu corria dela pelo
quarto, qualquer um que entrasse ali pensaria que éramos duas crianças brincando de pique.

-Gina, eu não estou com o "gostoso" do Malfoy- expliquei fazendo aspas ao chamá-lo de
gostoso, gina revirou os olhos me fazendo rir- Alya apareceu hoje dizendo ser nossa filha e
vamos lá é só olhar para ela, mesmo que os cabelos sejam os característicos Malfoy os olhos
amiga, são os meus olhos, os olhos da minha mãe. E o jeito Gina, Deus você precisa ver, a cada
segundo ele exala um de nós, andando, falando, comendo. Gina ela come tão pomposa quanto
ele- eu olhava Alya sorrindo por lembrar de como a pequena era educada ao comer e do quão
fofa ela era ao pedir ajuda para cortar algo ou pegar seu suco- Eu realmente não sei como isso
vai acontecer, mas vai, de alguma forma eu serei a senhora Malfoy, mãe dos minis Malfoy. E
sim eu estou surtando com isso, mas preciso fingir, fingir por ela, porque Giny ela deve estar
tão confusa. Ela é tão pequena Gi e está tão longe de casa e dos irmãos e o meu eu do futuro.
Nossa eu devo estar desesperada e Malfoy, por mais estranho que seja, também.

- Mi eu não posso nem imaginar como sua cabeça está- Gina me abraço ao mesmo tempo em
que uma lágrima indesejada molhava meu rosto- mas eu estou aqui, e sempre vou estar ok?
Somos família Hermione e família sempre se apoia. Não importa com quem você casa ou que
sobrenome adote eu sempre vou estar aqui. E sobre o Malfoy, vamos ver as vezes ele não é
esse lobo mal tão mal assim.
Capitulo 6
Eu já estava acostumada a ter pesadelos e sonhos confusos, mas eles nunca acordavam
aninhados em meu peito.

- Bom dia! - a luz do sol já ocupava boa parte do quarto e a brisa gelada das manhas em
Hogwarts dava as caras junto a ele. Gina penteava os cabelos em frente ao espelho, dizendo
que estávamos atrasadas para o café.

Alya ainda dormia serena como o bebê que era agarrando o travesseiro. Eu precisava descer,
encarar o temido mundo real, e agir como Hermione Granger agiria, sendo racional e pondo
abaixo a biblioteca até encontrar as respostas para perguntas que eu nem ao menos sabia
fazer.

Ainda não havia conversado com Malfoy sobre toda a bagunça que Alya fez ao brincar com o
vira-tempo e sinceramente não tinha certeza de que queria uma vez que não sabia direito nem
o que falar "Oi Malfoy, um minutinho pra falar da creche que vamos abrir?".

- Harry está te esperando no final- não esperei que terminassem de falar para descer correndo
em direção aos braços de Harry, ele me abraçou acariciando meus cabelos sem dizer nada mas
ainda sim deixando claro que estaria comigo, mesmo sem entender ou concordar. Uma
menina. Era isso que eu era naquele momento nos braços de Harry, uma menina buscando
socorro nos braços do irmão mais velho. Eu não precisava mentir para Harry, dizer que estava
tudo bem ou que tudo ficaria bem, não precisava ser forma e muito menos ter a resposta pra
tudo na ponta da língua, com ele ali eu podia só sentar e existir ou chorar como um bebê sem
a mãe.

-Está tudo bem Hermione, tudo bem- Harry me levou em direção ao sofá mais afastado da
sala, ainda me abraçando- Pode chorar se quiser, eu prometo não contar para ninguém-

Gina passou em algum momento levando Alya para o café, o salão esvaziou aos poucos com
caras amassadas descendo, todos seguindo na mesma direção da ruiva evitando ao máximo
olharem para o pequeno pontinho tremulo enrolado os braços de Harry.

-Como? Como isso pode ter acontecido Harry? - meu rosto estava afundado no pescoço de
Harry molhando todo seu suéter e suas mãos ainda acariciavam meus cabelos - Malfoy Harry.
MALFOY! - eu apertei mais Harry contra meu corpo, na esperança de quem sabe sumir, me
fundindo a ele, e sumindo.

-Eu não sei Mione, sinto muito por não poder responder as suas perguntas, normalmente você
responde as minhas- Harry riu fraco, me fazendo rir junto- mas três filhos, tenho certeza de
que algo de certo o filhote de dragão fez- eu lhe dei um tapa sem força e ele começou a rir.

Nós ainda ficamos abraçados por um tempo provavelmente perdendo o café, enquanto
conversamos sobre tudo e nada ao mesmo tempo, Harry evitava tocar no nome Alya mas eu
ainda podia sentir sua curiosidade, e mesmo sem querer o nome da pequena Granger Malfoy
foi regularmente citado, direta ou indiretamente.
-Mamãe o café é muito gostoso, e olha um dagão- Alya pulava de um lado para o outro
segurando um pequeno dragão de pelúcia nas cores verde e prata em frente ao rosto- o papai
que me deu, olha que bonito mamãe, olha tio Harry-

Alya conversava animadamente com Harry contando sobre seu café e sobre o presente, Gina
acenou em minha direção e sussurrou um "Malfoy" apontando em direção ao quadro da
mulher gorda. Malfoy estava de pé ao lado da porta brincando com a própria varinha em
silencio, e isso, só isso, a imagem seria e silenciosa de pé em toda a pose Malfoy já assustava e
intimidava primeiranistas apressados e atrasados.

- Babador Granger? - o sorriso sarcástico tão costumeiro disfarçava as densas olheiras abaixo
do incomuns olhos cinzentos. - Alya? Granger eu realmente espero que minha filha não esteja
nas mãos do raio suicida

Ele ainda brincava com a varinha, e eu ainda o olhava, sem piscar ou desviar. O que? O que? O
que me levou ao Malfoy? O que me trouxe Malfoy? Quando eu comecei a amar Malfoy? Por
que eu amo Malfoy? Céus são tantas perguntas sem nenhuma resposta.

- Granger?? Mulher, me dá minha filha por favor?

- Nossa Malfoy, queira ou não ela é nossa filha!


Capitulo 7
Mãe, sempre gostei de falar essa palavra. Dá sensação gostosa de lar associada a essa palavra.
Mas não lembro direito se algum dia pensei em ouvir. Em ser a mãe do outro lado, o lar de
alguém.

- Mamãe, mamãe! - Alya puxava minha manga pulando sobre o banco. Olhando de canto de
olho eu conseguia ver com clareza os meus traços em seu rosto serem quase que abraçados
pelas feições clássicas de todo Malfoy. Seus olhinhos brilhavam olhando em direção a mesa
sonserina, mais precisamente Malfoy.

Alya adorava o pai e não eram necessários nem cinco minutos perto da pequena para perceber
isso. A verdadeira princesinha do papai. Perto dela era como se Malfoy fosse o maior herói do
mundo, como se ele fosse todo o mundo dela. Não me leve a mal, não há ciúme nessa
observação, são apenas fatos que por mais duro que possa admitir trazem um quentinho pro
coração. Eu fui a princesinha do papai a vida inteira e posso ao menos respirar melhor, sem
todo o peso instalado em meu peito desde que Alya surgiu sabendo que ela possui/ irá possuir
um bom pai. Malfoy é inegavelmente um bom pai desde que a pequena cobrinha invadiu
nossa aula a quatro dias. Seja dando comida, fazendo dormir, contando histórias ou até
mesmo brincando de chazinho. Só não o deixem saber que vimos cada uma dessas cenas.

Mas a princesinha não era só fã do próprio pai era também idêntica ao mesmo e os arrepios já
subiam minha coluna só de imaginar em como ela seria em Hogwarts. Uma mini Malfoy sem
tirar nem por.

- Pu favozinho -sorrio ao ver as mãozinhas frente ao pequeno rosto. O dragão verde pendendo
no braço parecia pedir junto com ela - o papai da lá. Eu fico quietinha.

Eu confirmo sorrindo com a cabeça vendo Alya gritar por Malfoy, seu pai. Ainda é estranho
falar, mas passar dias com a pequena cobrinha quase me fazem querer dormir com Malfoy,
apenas para fazer Alya. Apenas por Alya.

Mesmo que ela seja apenas a segunda filha.

Malfoy se levanta ao ouvir a fina vozinha cruzar o salão, e toda a mesa verde e prata fica em
silencio, como em reverencia ao seu "rei", seguindo com os olhos o caminho feito por ele até
Alya, a pequena pulava empolgada com a ideia de jantar com as cobras.

- Eu ouvi uma cobrinha me chamar? - enrugo o nariz com o apelido recebendo um sorriso
provocativo de volta.

Alya se joga sobre ele pedindo colo. E eu sou obrigada a concordar com Gina, Malfoy é a
exemplificação do famoso ditado trouxa "Bonitinho mas ordinário".

Tirando o fato de que ele não seja apenas, bonito e sim um tremendo de um gostoso, que fica
mais gostoso ainda segurando Alya no colo como se ela fosse todo o seu mundo.

- Ela ainda não jantou- falo antes que ele vá.

- Tudo bem, podemos jantar na sonserina não? - ela concorda com a cabeça sorrindo antes de
me olhar.
-Mas a mamãe, papai? - Malfoy olha ao redor, parando os olhos em sua mesa antes de me
olhar, eu balanço que não enquanto afirmo não ter problema em jantar sozinha.

- Nós comemos aqui, tudo bem cobrinha? - Alya pula do colo dele se sentando no banco.

- Aqui papai- sorrio ao vê-la dar dois tapinhas no espaço ao seu lado.

Malfoy me olha como uma pergunta muda recebendo um aceno de cabeça e um sorriso como
resposta pensando em como não percebi que era exatamente isso que a pequena mente
perversa queria o tempo inteiro.

- A linda família feliz! - reviro os olhos ao sussurro de Gina.

- Você está louca Ginevra. Sabe que isso nunca vai acontecer- ela infla as bochechas me dando
um tapa no braço.

- Não, não sei Hermione. Porque pelo que eu saiba essa linda cobrinha - resmungo, sendo
completamente ignorada- sentada entre o papai e a mamãe dela se chama Granger Malfoy. E
não foi por sorteio disso eu tenho certeza.

-Já pensou que ela pode ser fruto do whisky de fogo?

- Nunca imaginei que viraríamos alcoólatras Ganger- me assusto com a proximidade. Malfoy
estava com o corpo inclinado em minha direção ajudando Alya a cortar algo em seu prato-
Vamos Hermione admita que me acha gostoso, não há pecado nisso, você mesmo- Malfoy me
olha de soslaio dando um pequeno sorriso de canto antes de sussurrar- Meu eu do futuro com
certeza não tem do que reclamar.

- Vá a merda Malfoy- sussurro de volta, sorrindo para Alya

-Três filhos Hermione, você tem que concordar que somos mais que satisfeitos.
Capitulo 8
Uma vida tentando aceitar que não carregarei o sobrenome e os herdeiros Malfoy.

Uma vida lutando para enxergar Draco apenas como o bom amigo que ele é, como Théo e
Blasie e agora mais uma vida assimilando que serei madrinha, porque Draco ficou maluco não
suicida, de um Granger Malfoy.

Granger! Fodam-se as baboseiras dos sangue puros, ela é uma grifinória! Dezenas de
sonserinas e beijam as pedras que Draco pisa e ele resolve escolher uma leoa.

- Você bebeu? Digo quando casou?

Draco pede silencio rindo, enquanto nina Alya nos braços.

- Fala sério Pansy que tipo de viciado você pensa que ele é? - ignoro Theo, gesticulando para
que Draco me responda logo.

- Eu sei lá maluca! Você devia perguntar isso pro meu eu do futuro, e falando nisso onde você
estava que não me impediu? - ele estreita os olhos na minha direção, entregando uma Alya
adormecida a Blás que a segura como se a mesma fosse de vidro.

- Que eu bem me lembre e por favor me corrija se estiver errado, só poderíamos nos casar-
reviro os olhos enquanto ele faz um círculo com os dedos, simbolizando os três- se você
gostasse dela. Então de alguma forma você gostou dela.

Arquejo com a afirmação dando dois passos para trás. Théo resmunga me chamando de
dramática e eu o ameaço com meu sapato.

-Como se vocês me obedecessem em alguma coisa! Eu sou só uma menina, não tenho
influência direta nas suas escolhas.

-Ah faça-me o favor Sonsa Parkinson- bufo ouvindo as risadas de Draco e Blasie- você, a pobre
menininha entre os serpentes malvados, expulsou a sapatadas Samanta não sei o que do
quarto do pateta ali a um mês.

Blás protesta ao ser chamado de pateta mas confirma repetindo o "sapatadas" e dizendo que
era um sapato de salto e que Samanta foge dele até hoje. "É só me ver que ele dá meia volta,
ela era gostosa Pan"

- Gostosamente um golpe da barriga seus patetas!

- E Alya me contou umas coisinhas do futuro, que Hermione não sabia- Draco diz alisando os
cabelos da cobrinha.

Me sento ao seu lado pondo as perninhas de Alya em meu colo, sendo seguida pela dupla
dinâmica de patetas. Draco ri negando com a cabeça.

Nunca fofoqueiros, apenas precavidos.

Se Merlim nos deu a dadiva de saber um pouquinho do que vem pela frente, que tipo de
cobras seriamos nós se não aproveitássemos?
- Meninos, meninos espaço! Não querem esmagar a senhora Potter - o silencio que se seguiu
tornou possível até mesmo ouvir a baixa respiração de Alya. Eu podia ver Blás e Théo se
olhando confusos, antes de virarem, juntos, em minha direção.

- Po... Potter? Você disse Po... não pode ser- murmuro andando pelo quarto- Olha a piada
Malfoy, você está com sua filha no colo e eu não bota em criança.

- Pansy Potter, até que soa bonitinho- olho com raiva para Blás

- Mãe de James, ALvo e Lili!

Potter, mãe dos Potter. Em outra vida, eu bati em Morgana.

-Porra Pansy, Alvo? Quer que o menor sofra bullying? - Théo que agora massageava os
pezinhos de Alya diz.

- Nunca! - Pego meus sapatos espelhados após serem arremessados em um blás deitado no
chão de tanto rir - Potter, onde ele está?

Os meninos franzem a testa ao mesmo tempo, o que me faria rir se não estivesse tão irritada.

-Andem, onde está Potter? - pergunto de novo abrindo a porta do quarto- Só morta que meu
filho se chama Alvo!

Os três riem antes de catarem os próprios sapatos e me seguirem, com direito a Blás voltando
ao quarto para buscar Alya.
Capitulo 9
Harry e Rony estavam a meia hora tentando me convencer a deixar Alya andar de vassoura
com um deles, com juras e sugestões de votos perpétuos.

Era a primeira vez desde que Alya surgiu que ficávamos sozinhos, que o trio de ouro se reunia
para falar sobre como a paz era deliciosa de ser vivida e discutir sobre o futuro.

O meu futuro no caso.

- Vai Mi, duas voltinhas- Rony segura minhas mãos fazendo carinha de pidão.

Eu rio negando com a cabeça enquanto me afasto, guardando o livro sobre o meu colo.

-Se Alya que é Alya, não me ganha fazendo beicinho!

Ele se joga bufando sobre a barriga de Harry que resmunga com o peso, recebendo um
peteleco como resposta.

-Má! Você é má Hermione Granger.

-Malfoy, é Hermione Malfoy- faço careta para Harry deitando com Rony em sua barriga

-Ainda não acredito nisso. É tão estranho, ele é o Malfoy- rio das caretas que Rony faz.

Fecho os olhos sentindo Harry mexer nos meus cabelos. Rony resmunga quando ponho sua
mão junto a de Harry pedindo carinho, dizendo que eu não era tão manhosa antes da cobrinha
chegar, mas atende o pedido.

Eu podia dormir ali mesmo, no gramado deitada em Harry, recebendo cafuné dos dois os
ouvindo falar sobre quadribol e como sobre como esmagariam a sonserina na próxima partida

-POTTER! - reclamo quando Harry puxa meu cabelo com o susto.

-Potter! Você, você mesmo testa rachada- olho Malfoy que dá de ombros.

-Ham, Parkinson? Precisa de ajuda?

Levanto ainda olhando os dois sem entender indo em direção a Draco e Alya.

-O que? - aponto para o dois.

-Só espere e verá- concordo ainda sem entender puxando Alya para os meus braços.

Parkinson estava de pé com a mão na cintura e o dedo em riste apontado para um Harry
completamente assustado. Ela gritava dizendo que ele devia ser louco se pensava que ela
deixaria aquilo acontecer, gesticulando nervosamente, enquanto Harry apenas a encarava,
atrás dos dois Nott e Zabini tentavam controlar as próprias risadas sem muito sucesso.

- Espera um minuto Parkinson- ela para respirando fundo- do que você está falando?

-Alvo Potter? ALVO? Quando alguém tem que odiar o próprio filho para dar a ele o nome de
ALVO? - olho para Draco finalmente entendendo

-Silêncio, qual a parte do silêncio você não entendeu? - pergunto entre os dentes. Malfoy sorri
amarelo dando de ombros- Cobra fofoqueira!
- Que filho? Você pirou? Tá maluca? -Rony bate com a própria mão na testa sussurrando um
"droga Harry".

E olhando de Alya para Harry e Parkinson eu sei que aquilo é a confirmação de que sozinho
Harry não sobreviveria nem ao primeiro ano.

- NOSSO! - me assusto com o grito- nosso filho seu tapado. Fique sabendo Harry Potter que se
você quiser ter filhos um dia é melhor esquecer esse nome.

- Terei filhos com a Gina, Parkinson então isso não será da sua conta- Parkinson ri se virando
para Alya.

-Cobrinha travessa da tia, quem é a mamãe do seu amiguinho Alvo? - Alya ri com as
cosquinhas feitas pela sonserina.

-Voce titia- ela pede o colo da sonserina que me olha como que pedindo permissão. Eu
concordo com a cabeça entregando Alya- Do jay e da lili também. Mas a lili é bebê, igual o
Hugo né mamãe?

Aceno que sim, mesmo sem saber a resposta.

-Eu não vou por nenhuma criança com nome feio no mundo Potter, então trate de mudar isso.

-Harry? - Harry e Rony olhavam algo atrás de mim, ambos pálidos. Harry parecia querer dizer
algo mas mesmo que mexesse a boca nada saia.

-Gina eu posso explicar!

Era isso, Gina parada atrás de mim, ouvindo tudo desde sabe-se lá quando. Seu rosto estava
molhado e ela olhava Harry esperando uma explicação que nunca veio, Parkinson e Draco se
olhavam numa conversa antes de decidirem levar Alya e os outros sonserinos para outro lugar.

-Podem ficar- Ambos olham para gina em dúvida- Você vai ser a família dele mesmo.

Ela ri apontando para Pansy, não um riso de escárnio ou deboche, era tristeza. Por um futuro
idealizado por anos que nunca vai acontecer.

-Gina! - ela faz que não com a cabeça indo embora e sendo seguida a distância por um Harry
perdido.
Capitulo 10
Harry saiu correndo atrás de Gina e nós encaramos Pansy que o seguia com o olhar, ainda
meio perdida.

-Eu... eu não queria que isso acontecesse- Draco se aproximou dela afagando suas costas - eu
não sabia que ela estava ali... não foi de proposito- ela balbuciava ainda olhando-o se afastar
tentando se explicar para Gina

-Você acredita em mim não é Draco? – ele concordou com a cabeça a puxando para um
abraço.

Alya estava no chão próxima a Nott cochichando algo com Zabini que ria baixinho.

Zabini concordava com a cabeça rindo e passando a mão nos cabelos de Alya enquanto Nott
apenas os olhava curioso.

-Panpan, a Alya tem uma pergunta pra te fazer- Parkinson se afasta de Malfoy ainda segurando
seu uniforme, para olhar Zabini.

Ela confiava em Malfoy assim como Alya, e isso me fazia pensar no quanto dele ainda estava
“escondido”, o quanto não foi maquiado ou destruído pela carga de ser um Malfoy. Eu sabia
que as grandes famílias sangue-puro escondiam segredos e lados tenebrosos e temia que tais
segredos se estendessem para Alya e seus irmãos.

Mas ali, vendo como Malfoy segurava Pansy, como sussurrava em seus ouvido que sabia, e que
ela não era uma garota ruim eu tive certeza de algo que rondava meus pensamentos dia e
noite.

Malfoy seria um bom pai. Um bom pai para os meus filhos, e Alya abraçando suas pernas com
vergonha era a confirmação, dá confirmação.

- é que eu lembrei que o titio disse- ele a pegou no colo, pedindo para que ela falasse mais alto
e tirasse a ponta do vestido da boca.

Eu sorri em sua direção, sem perceber. Malfoy me olhou confuso mais retribuiu o sorriso
dando um beijo na têmpora de Alya.

-O titio disse que o Jayjay – Malfoy revira os olhos sendo motivo de riso para Nott e Zabini- que
ia ter mais um imão. A titia tava com um nenê na baiga.

Parkinson arfa levando a mão esquerda ao peito enquanto fazia o numero 4 com os dedos.

- E que ela ia ter um baigão- ela estica os bracinhos o máximo que pode arrancando risadas de
todos ao redor.

-Porra Pansy, virou coelho? – Dou um tapa na cabeça de Nott pelo palavrão ouvindo um
pedido de desculpas e um “Aly, palavra feia, não pode”.

- Se não somos alcoólicos o que eles são Hermione? - Olho feio para Malfoy que ri abraçando
Alya mais forte.
A pequena reclama do abraço tentando desesperadamente descer do colo dele aos risos.
Zabini aproveita o momento para “roubar” Alya do colo dele em um pulo e sair correndo com
a mesma nos braços sendo seguido por Malfoy.

Os três corriam em círculos, Zabini segurando firmemente uma Alya que chorava de rir
pedindo socorro ao papai e Draco que gritava como um príncipe em busca de sua princesa.

- Ele não é mau Granger, sabe disso não? – Disse Nott baixinho.

Me assustei lembrando que não estava sozinha. Nott e Parkinson me observavam enquanto eu
olhava Draco que agora corria do grande lobo mau -Zabini- com sua princesa nos braços.

- Ele só, não teve tantas escolhas – os olhei de lado e Parkinson bufou.

- Eu sei que não foi um conto de fadas para você, Harry – ela suspirou e então sorriu, mas não
por diversão. Ela ficou em silêncio durante um tempo, acariciando o próprio braço com o olhar
direcionado ao nada antes de sacudir os curtos cabelos e me olhar de novo – Mas você teve,
vocês tiveram um lugar para onde correr, Draco não tinha nenhum cabeça vermelha.

- Mas tinha vocês.

- E juntos correríamos para a morte? De mãos dadas? – resmungou Nott.

- Se tivessem de escolher Granger, entre nós ou ele, nossos pais escolheriam ele – Parkinson
correu em direção a Alya a pegando no colo e distribuindo beijos, antes que eu pudesse pensar
em responder.

- Eu sei que parece fácil, mas acredite em quem sentiu na pele o que aqueles que tentavam ir
sentiram- ele respirou fundo antes de continuar. Os ombros de Nott se tencionaram e sua mão
direita traçou quase que sem perceber o caminho em direção ao seu pescoço e pela primeira
vez eu me deixei repará-lo. Haviam pequenas marcas brancas, cicatrizes, que lembravam um
coleira ao longo de todo seu pescoço – não era fácil.

-Draco não é ruim – afirmou novamente.

- Nenhum de vocês Théo – levo minha mão ao seu ombro em um aperto leve
Capitulo 11
-Gina por favor, deixa eu explicar- Harry segura seu braço antes que ela vire o corredor.

O rosto de Gina estava molhado de lagrimas que ainda desciam. Ela era forte e independente,
sabia disso, sempre ouviu isso, não precisava de Harry para ser feliz. A melhor em azarações,
uma grande artilheira, a primeira mulher em sete gerações- isso devia contar algo- e fala sério,
havia sobrevivido a possessão de Voldemort no seu primeiro ano.

Então por que doía tanto olhar Harry sabendo que não teria uma vida com ele?

-Eu estou realmente curiosa agora. Como exatamente você pretende me explicar uma decisão
que nem foi tomada ainda? – Harry engoliu em seco.

Parecia idiota chorar por algo que nem aconteceu ainda.

Mas ninguém espera amar com data de validade.

-Eu sinto muito Gina- ela balança a cabeça em negação, antes de se jogar sobre Harry.

Ele hesitou por um momento confuso, mas logo retribuiu o abraço, acariciando os cabelos
dela. Harry respirou fundo a apertando ainda mais enquanto cheirava os cabelos vermelhos.

-É um fim? – Gina balançou a cabeça, roçando os cabelos no nariz de Harry.

-Eu acho que sim

-Não precisa

-Mas eu quero – ela se afasta, ainda segurando a cintura e Harry e sentindo o carinho em sua
cabeça -não posso viver esperando que você ame outra, não conseguiria Harry, não sei viver
com um prazo de validade.

Gina, inclinou o corpo para frente e o beijou de leve. Harry ainda segurava seu rosto e ela
ainda estava de olhos fechados, como se tentasse guardar o momento.

Ele não sabe quanto tempo e nem como começou, mas quando Gina virou o corredor sem
olhar para trás, Harry finalmente notou que o molhado em suas bochechas não poderiam ser
as lágrimas de Gina.

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- Acho que destruí um namoro – resmungou Pansy, arrancando um riso irônico de Blás.

-Mas eu juro, que dessa vez não foi de propósito! – Ela levantou as mãos em sinal de rendição
e Hermione arqueou as sobrancelhas repetindo sem som o “dessa vez”.

-Eu só não perdi o controle ao ouvir o nome Alvo. É tenebroso demais para ser ignorado!

-Você como amiga devia falar sobre isso com ele - dou um sorriso amarelo antes de me virar
para Draco.

Draco reclama da cotovelada recebida enquanto Hermione resmunga novamente sobre o


modo maria fifi do sonserino e repetindo “segredo Draco, você consegue entender o
significado?”.
O sonserino revira os olhos, se jogando no colo de Pansy que reclama.

- Uma dadiva Hermione, você entende o que é isso? – ela revira os olhos para o comentário e
se vira procurando Harry com o olhar.

-Harry! – Malfoy se assusta com o grito e Pansy ajeita a própria saia quase inconscientemente.

Théo revira os olhos jogando a capa de Blásio por cima das pernas da sonserina que o olha sem
entender.

Alya que brincava próxima a Hermione corre até Harry, logo pedindo colo o que faz Draco
revirar os olhos quase que automaticamente, resmungando baixo.

-Suicida Filho da – Hermione que belisca seu braço- Potter, sente conosco. E devolva minha
filha.

Harry sorri irônico e distribuiu beijos na bochecha de Alya que ri soltando pequenos gritinhos.

- Como foi? – a pergunta o pega de surpresa, mas Pansy não faz questão de esconder a
curiosidade – Eu peço desculpas, não sabia que ela estaria ali.

- Nós terminamos- ele se senta apoiado em Hermione. Draco encara sério e puxa alya para o
seu colo. – ela disse que não podia continuar sabendo que em algum momento eu... amaria
outra.

Ele diz sussurrando enquanto Hermione o abraça. Pansy levanta a mão dizendo eu ao final da
frase.

Eu nego com a cabeça fazendo uma careta em sua direção

-Muito cedo? -aceno que sim.

- Potter – ela o chama, se você quiser eu converso com ela. Explico o que aconteceu e garanto
que o que Alya disse não vai acontecer. E então você a cabeça ruiva podem ter o Alvo e o
jayjay que quiserem.

- Mas e o Fed? – todos olhamos confusos para Alya que olhava Zabini.

O sonserino a olhava rindo ainda confuso. Blasio nos olhou antes de perguntar.

- é comigo cobrinha? – ela acenou freneticamente que sim

-Mas quem diabos é Daniel? – coço a garganta olhando dele para Alya. Zabini logo entende –
Palvra feia cobrinha, não pode.

-Meu amigo- ela diz.

Nos olhamos de novo ainda sem entender. A facilidade com a qual a mente de Alya funcionava
era delicioso de se ver. E mesmo sabendo que ela seria minha, definitivamente em apenas
cinco anos eu sentiria falta da pequena.

-Ok coisinha travessa, e sabe quem é o papai do seu amiguinho? – Blásio estava branco. Théo
olhava desconfiado para Alya que sorriu antes de responder.

- O dindinho – ela abraça Blasío - e a dindinha.

- E qual é o nome da dindinha meu amor? -pergunto hesitante.


-Tia Gina.

Pansy abre a boca em choque olhando para Harry sem piscar. O grifinório olhava Zabini como
se este tivesse acabado de socar seu rosto abrindo e fechando a boca várias e várias vezes.

Nós ficamos em silencio por cerca de cinco minutos contados até Théo gritar.

-Draco seu filho da puta! Alya palavra feia- ele aponta para ela que concorda sem desviar os
olhos de Draco – Zabini! Zabini? E eu seu desgraçado? Eu acho bom o pontinho de confusão
aqui dizer que eu sou padrinho de um dos irmãos antes que Hermione fique viúva sem casar.

Zabini protesta!

Capitulo 12
Théo, Blás, Draco e surpreendentemente Harry passaram o resto da tarde discutindo sobre
quem deveria ser padrinho do filho de quem. Adiantando em bons anos a guerra do
apadrinhamento.

Pansy encarava Potter, sentada de forma que Alya pudesse trançar seu cabelo. A sonserina
encarava como se tivesse medo de que Harry voasse em seu pescoço a qualquer momento, se
mantendo sempre o mais próximo possível de um dos sonserinos. Não era necessário muito
esforço para notar que Harry estava beirando o fundo do poço, mesmo que no momento
estivesse rolando de rir de algo que Theo tenha dito, e Pansy se sentia culpada.

O motivo do termino de Hinny, o casal de ouro. Mesmo que Gina num futuro case com Zabini,
foi a indignação de Parkinson o gatilho.

— Mamãe— Alya puxa a ponta de minha blusa— eu to cansada.

Afago sua cabeça a pegando no colo. Malfoy nos olha e eu aceno em direção ao castelo. Ele
vem em nossa direção pegando Alya no colo como se a mesma fosse um bebê e a pequena se
acomoda sorrindo e nós nos despedimos do inusitado grupo.

— Ela se divertiu hoje, fez Pansy de boneca e olha Blás virou um cavalinho—gargalho tapando
a boca ao ver Alya dormindo. Malfoy deposita um beijo em sua testa sorrindo.

— E você e Théo? — questiono— O que foram?

Ele sorri de lado, arqueando as sobrancelhas e levantando o queixo.

— O belo príncipe, em busca da princesa— ele inclina a cabeça apontando Alya em seus braços
— e Théo o lobo mau.

Rio imaginando as frias e cruéis serpentes brincando de faz de conta.

Alya amava ser a princesa em perigo, já havia feito Rony, Harry e Neville de príncipes, lobos e
cavalheiros dezenas de vezes, e em todas os três vão de bom grado, era difícil imaginar
serpentes usando coroas de papel, espadas de madeira e rolando no chão de graça.

— Ela é uma cobrinha Hermione. Uma coisinha travessa e manipuladora— ele ri. Retiro os
sapatos de Alya e ele a deita na cama, depositando um beijo em sua testa. —Chorou até Theo
uivar como um lobo.

Gargalho sem conseguir me conter imaginando a cena. Malfoy avança em minha direção
cobrindo minha boca com a mão. Eu cesso as risadas segurando sua mão.

Ele olha Alya uma ultima vez. A pequena agora abraçava o pequeno dragão verde, sorrindo
com o dedo na boca. — Vamos?

Aceno que sim, lançando um feitiço “babá” antes de fechar a porta.

Malfoy caminhava mantendo sempre um passo de distância. Mas eu senti a sua mão, apoiada
na base da minha coluna, me guiando. Draco seguia em silencio, o que depois da chegada de
Alya era difícil de acontecer. Sorrio pensando no quão falante Draco se tornava perto dela,
recebendo um olhar confuso do mesmo, eu balanço a cabeça negando e Draco ri de canto,
pressionando a mão em minha coluna. Eu me arrepio, prendendo a respiração.
— Posso te fazer uma pergunta? — aceno que sim. Draco para me virando em seu direção,
ainda mantendo sua mão em minha cintura. Agora de forma mais leve. — Você e o Weasley...
é, esquece, era idiota.

Ele nega com a cabeça voltando a andar. Arfo sentindo falta de sua mão em minha cintura,
negando rapidamente antes de seguir Draco.

—Não, espere— puxo sua blusa, mas ele continua— Draco, eu estou falando com você.

Ele se vira e eu recuo assustada com a proximidade repentina. Draco arqueia a sobrancelha
esperando que eu diga algo e eu engulo em seco. Draco era bonito. Sempre fora é logico,
entrando em cada listinha de “mais bonitos” de cada ano em que esteve em Hogwarts, mas ali
no corredor da grifinória, com a luz fraca de final de dia que entreva pela janela, depois de um
dia inteiro, brincando e rolando com Alya, ele estava realmente bonito. Os cabelos tão
bagunçados quanto estariam após duas partidas de quadribol e o uniforme repleto de
pequenos pedaços de grama, Malfoy estava uma bagunça. Uma bagunça realmente bonita.

—Hermione? — ele se inclina em minha direção. Respiro fundo sentindo se perfume antes de
balançar a cabeça, tentando afastar todo e qualquer tipo de pensamento sobre ele.

— Você... queria saber se eu e Ron...— o incentivo a continuar. Ele aperta os lábios olhando
para o fim do corredor e eu continuo— Não! A resposta é não, bom pelo menos não mais.

Ele volta a me olhar balançando a cabeça. Eu não saberia dizer se estava tenso ou aliviado, a
forma com a qual Malfoy nos deixava perdido em relação ao que pensava era invejável.

— Por quê? — olho confusa e ele repete a pergunta —Por que não mais?

Havia algo diferente nele. Algo que eu só tinha visto em Alya até agora, algo que eu ainda não
sabia como definir em palavras. Mas algo que para mim era bom. O que era estranho se
tratando do cara que me odiou por anos.

— Porque faltava paixão— dou de ombros— tinha amor é claro. Eu não consigo me imaginar
não amando Ron — Malfoy revira os olhos de forma discreta e eu o olho sem entender— mas
paixão, querer... não tinha— ele acena. Me assusto ao sentir seus dedos afastando um cacho
próximo ao meu rosto— eu não ardia por ele.

Sussurro o olhando. Draco desce o olhar em direção a minha boca e eu faço o mesmo,
encarando sua boca engolindo em seco e desviando os olhos.

Ele acena em concordância, arrumando meus cabelos antes de se afastar suspirando.

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— Potter? — Pansy se aproxima receosa, sendo observada de longe por Theo e Blasie que
encaravam Potter de braços cruzados. — Eu só queria dizer que, que sinto muito. Não era
minha intenção que a Weasley ouvisse, eu só... eu sinto muito.

Harry a encarava, intercalando os olhares entre a sonserina e os sonserinos sérios os


“ameaçando” em silêncio mesmo a distância. Ele coça a cabeça sem jeito antes de acenar com
a cabeça que para os dois sonserinos em um sinal mudo de tudo bem.

— Não foi culpa sua, eu e Gina... — ele coça a cabeça novamente desviando os olhos — é
complicado, só não foi culpa sua.
Ele ri.

— Vamos casar acredita nisso? — ele continua rindo e ela o acompanha. Théo cutuca Blás
indicando que era a hora de ir, o moreno reluta um pouco mas por fim acena, assistindo Harry
conduzir Pansy em direção ao castelo.

— E ter três filhos. TRÊS filhos, nós não trabalhamos não?

— Casar, ter filhos... Merlim eu nem consigo acreditar— ela concorda com a cabeça.

— Vamos ter filhos! — Pansy afirma rindo para Harry.

Harry sorri balançando a cabeça, tão desacreditado quanto ela.

Pansy era bonita, e mais divertida do que o esperado de uma sonserina. Baseado em todos os
estereótipos possíveis. Talvez pudesse acontecer, em um futuro. Harry podia amar Pansy um
dia.

— Cerveja amanteigada! —ela grita, chamando a atenção dele. Harry franze as sobrancelhas
sem entender e ela repete baixinho. Quase sussurrando— podíamos tomar uma cerveja no
próximo fim de semana —ela dá de ombros— achei que você não gostasse de whisky de fogo.

Harry levanta a sobrancelha e ela se apressa a dizer.

— Como amigos é claro. Harry Potter não ouse pensar que estou te cantando.

— E não está? — ele debocha sorrindo.

Pansy sorri, jogando os cabelos para trás antes de encara Harry.

— Se estivesse realmente dando em cima do adorável menino que sobreviveu...

—Duas vezes— interrompe Harry. Pansy revira os olhos balançando as mãos em desdenho.

— Que seja! Se eu estivesse, o que acredite nunca me ocorreu, são vocês que vem até — ela
sorri em deboche— você saberia Harry, tenha certeza de que você saberia Harry Potter.

Ela se afasta sem que Harry possa responder se virando apenas no primeiro degrau.

—Hogsmead Potter, guarde uma cerveja pra mim!

Harry sorri concordando e ela segue em direção aos dois sonserinos a sua espera.

Capitulo 13
“Na hora da despedida, é quase sempre mais triste ficar do que partir...”

-MIGUEL SOUSA TAVARES

Eu não estava pronta para Alya durante aquela aula de poções, não estava pronta pra ser
chamada de mamãe e nem pronta para ouvir sobre o futuro e não estou pronta para dizer até
logo. Para acordar sem Alya.

—Amanhã Alya já pode voltar para seu tempo e seu irmãos — a pequena sorri e Mcgonagal
bagunça seus cabelos.

Draco a encarava sem reação. Seu tempo, Alya ia embora.

Limpo a lagrima solitária que cai, puxando Alya para os meus braços.

Eu tinha tempo, tempo para me preparar dessa vez. Só não era o suficiente, eu não sabia mas
não ser a mãe de Alya.

—Ela vai embora— Draco suspira— amanhã, ela vai... voltar e sumir.

Concordo vendo-o puxar o nariz de Alya. Draco sorri para a pequena, antes de me olhar sério,
indicando com a cabeça a saída.

—Até amanhã professora!

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