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- O Nome do Mal -

Prefácio
Parece-me que que escrever é a minha sina. Apesar de ter escrito vários livros,
confesso que este é um dos maiores desafios para mim, pois é muito difícil ser original
quando o assunto é escrever livros do gênero terror psicológico. Gosto bastante da ideia
de controlar o meu próprio mundo. É como se o autor fosse um espécie de divindade e
pudesse fazer o que bem entende. E quer saber mais? É muito bom o fato de você poder
controlar os personagens. Os personagens não existem sem você. Você pode matar e
ressuscitar o personagem quantas vezes você quiser. No entanto eu reconheço minhas
limitações como o mero mortal que sou.

Eu queria muito que este livro fosse transformado em um jogo de videogame,


ou, quem sabe em uma série. Acho maravilhosa a ideia de poder escrever histórias
baseadas na realidade. Sinceramente eu estou cansado de títulos clichês para filmes e
livros de terror. Gosto da possibilidade de criar o novo. Não faço isso porque eu queira
demonstrar uma certa superioridade, mas sim uma característica única de se escrever
algo novo sem precisar de conceitos clichês. Sou muito criativo e isso faz com que eu
consiga fazer aquilo que eu tanto gosto. Existem muitos escritores maravilhosos como o
Stephen King, autor de It: “A Coisa”. Não é pela concorrência que escrevo mas sim
para agradar a mim mesmo e também aos meus leitores. Por isso me considero bem-
aventurado, porque escrevo o que me agrada e acredito que tudo aquilo que eu escrevo
também agrade de certa forma aos meus leitores.

O fato de escrever esta obra se deve à necessidade de se falar sobre um assunto


polêmico cuja notoriedade se faz pouco presente nas emissoras de televisão. Quer saber
do que se trata? Leia o livro e descubra por si mesmo! Peguei você! Brincadeiras à
parte, gosto de abordar sobre assuntos polêmicos. Não sou um teórico da conspiração ou
coisa parecida, mas acho necessário falar sobre as coisas que permanecem encobertas.
Acreditar ou não, caberá somente a você. A história que eu escrevi nesta obra é
totalmente fantasiosa e fictícia. No entanto, ela é baseada em fatos verídicos. Eu
agradeço a Deus por me conceder esta maravilhosa oportunidade de escrever este livro e
a você também por apreciar esta obra feita com tanto esmero. Desejo a você uma ótima
leitura!

- O Nome do Mal -
SUMÁRIO

CAPÍTULO 1............................................................................................ONDE ESTOU?


CAPÍTULO 2.......................................................................PRECISO DE RESPOSTAS!

- O Nome do Mal -
“Em homenagem à Linda Mecdonald
e também Alice Evans”

- O Nome do Mal -
CAPÍTULO 1
(ONDE ESTOU?)

Ao despertar de um sono profundo, uma menina de cabelos pretos e olhos


castanhos se levanta apoiando-se no chão. Estava nevando muito. Tudo parecia muito
turvo e confuso, e aquela garota não sabia ao certo o que estava fazendo ali. – Onde
estou? – Perguntou a menina. – O que eu estou fazendo aqui? Minha cabeça está doendo
tanto! – disse a garota. A menina começou a andar. Havia apenas neve e pinheiros à
frente. Ninguém estava por perto. Absolutamente ninguém. Ela começou a apressar os
passos. Estava muito frio e escuro também. Não havia outra luz a não ser a da lua e das
estrelas que iluminavam aquela noite tão estranha e sombria.

_Pra onde foi todo mundo? Estou com medo! Olá?!!! Alguém pode me
ajudar?!!! - Gritou a menina. _ Será que não tem ninguém que possa me ajudar? –
Perguntou a garota começando a soluçar de choro. Ela caminhou, caminhou e caminhou
até chegar a um lugar onde havia uma árvore diferente. A garota se aproximou da árvore
e notou algo curioso naquela árvore. Havia várias fotos penduradas naquela árvore. Ela
estava presente em todas as fotos. Cada foto mostrava ela e algumas pessoas do lado
dela.

_Quem são essas pessoas? – Perguntou ela a si mesma. _Quem sou eu? Qual é o
meu nome? – disse a menina consigo mesma. Em questão de alguns segundos as
lembranças começaram a aparecer em sua mente confusa. Ela caiu no chão como se
uma força a tivesse empurrado. Ela estava se contorcendo de forma frenética. Os olhos
da menina começaram a se revirar para cima, de modo que os seus olhos estavam
brancos. Aquele era o início de uma convulsão. Depois de alguns segundos ela abriu os
olhos lentamente e se levantou rapidamente. Para a surpresa dela, ela havia voltado para
o mesmo lugar.

_O que houve? Porque eu vim parar no mesmo lugar? – perguntou a menina


para si mesma. Ela correu em direção àquela árvore onde ela havia encontrado aquelas
fotografias. Ao chegar lá, ela percebeu que havia algo intrigante, pois a árvore ainda
estava lá, porém as fotografias desapareceram. _Porque as fotografias desapareceram? –
pensou a garota consigo mesma. Depois de ter feito essa pergunta para si mesma, várias
vozes começaram a sussurrar aos ouvidos dela. A garota tapou os ouvidos como quem

- O Nome do Mal -
não quisesse escutar nada, no entanto, quanto mais ela tapava os ouvidos mais ainda as
vozes falavam aos ouvidos dela.

Ela não entendia nada do que as vozes estavam falando. Parecia até que elas
estavam falando um outro idioma. Ela começou a juntar a neve com as mãos e coloca-la
nos ouvidos. _ Parem de falar! Parem já com isso, droga! – gritou a menina. Porém
quanto mais ela pedia para que as vozes parassem de falar mais ainda as vozes
sussurravam em seus ouvidos. O sussurro das vozes soava tão alto nos ouvidos da
menina quanto as turbinas de um avião. Era algo insuportável. A menina se sentiu tão
atordoada e perturbada que ela urinou na própria roupa. Então ela começou a gritar e a
correr. Ela estava correndo de volta para o lugar de no qual ela havia acordado.

Ao voltar para lá, a menina se ajoelha e reza o Pai-Nosso. Depois de terminar a


última frase uma coruja pergunta para a menina. _Está procurando por alguém? – disse
a coruja. _Quem falou comigo? – perguntou a menina com um certo medo e procurando
quem havia dito aquilo. _Eu! – respondeu a coruja. _Onde você está? – perguntou a
menina. _Estou aqui! Respondeu a coruja do alto do pinheiro. _Porque eu não consigo
ver você? – perguntou a garota. _Porque você ainda não aprendeu a usar os seus olhos!
– respondeu a coruja. _O que quer dizer com isso? – perguntou a menina. _Para um
bom entendedor meia palavra basta! – respondeu a coruja pacientemente.

_Olha aqui, eu não sei onde estou! Eu...eu...eu nem sei sequer o meu nome. –
disse a menina em alto e bom som. _Ninguém sabe quem é de verdade até conhecer a si
mesmo. – disse a coruja. _Qual é o seu nome? – Perguntou a garota curiosa. _Eu não
tenho nome. – Respondeu a coruja. _Então me diga porque estou aqui! – Perguntou a
menina irritada. –Nem eu sei o porquê de estar aqui. Sabe...todos nós precisamos de um
propósito! Não fomos feitos pelo mero acaso! – disse a coruja. _O que você quer dizer
com isso? – Perguntou a garota. _Estou dizendo que todo mundo tem uma sina! Embora
a vida seja um fardo, ela não deixa de ser interessante por si só. – Respondeu a coruja.

_Olha aqui, eu não tenho tempo para enigmas! – disse a menina extremamente
irritada. _Tempo? Tempo é apenas uma ilusão. O tempo é apenas uma venda nos olhos
de quem se deixa escravizar facilmente. – respondeu a coruja. _Eu queria poder te
enxergar pra poder esganar você até te matar! – disse a menina. _Você não pode me
fazer nenhum mal. Você nem sequer existe! – disse a coruja com um certo sarcasmo.
_Como assim eu não existo? Eu sou tão real quanto você! – respondeu a garota. _Você

- O Nome do Mal -
acha que é mais real do que eu só porque você não consegue me ver? _Como assim? –
perguntou a menina.

_Você acredita que o que é real é apenas aquilo que podemos ver, sentir ou
tocar? Você não sabe de nada! – disse a coruja. _Chega de filosofia barata e me diga
logo onde diabos eu estou! – gritou a menina. _Você não está em lugar nenhum! – disse
a coruja. _Pare de brincadeira! – gritou a menina. _Não estou brincando com você,
garota! – disse a coruja. _Tem árvores por aqui. Eu consigo ver a lua e as estrelas. A
neve está caindo em meus cabelos. Como isso não pode ser real? – disse a menina.
_Você é muito boba e inocente! – disse a coruja sorrindo. _Pare de zombar de mim! –
disse a menina com o rosto vermelho de tão irritada. _Em que ano você acha que nós
estamos? – perguntou a coruja.

_E como é que eu vou saber? – disse a menina ainda mais irritada. _Você
realmente tem muito o que aprender! – disse a coruja. Então a coruja parou de falar com
a menina. Depois de um certo tempo de silêncio a menina começou a falar sozinha.
_Oi? Você ainda está aí? Oiii? Por favor, fale comigo! Preciso de respostas! Depois de
alguns minutos de silêncio a menina decide se movimentar em outra direção a fim de
encontrar algo que pudesse responder às suas perguntas que até o momento eram tantas
que não se podia imaginar.

Depois de caminhar muito, a menina perdida se depara com algo intrigante.


Eram pegadas de patas de algum bicho. A garota fica feliz por ver algo que pudesse
ajuda-la. _Até onde será que essas pegadas levam? – perguntou a menina para si mesma
curiosa. A garota decide então seguir as pegadas. Depois de caminhar uns cem metros
ela percebe outra coisa intrigante. As pegadas sumiram no meio do caminho. A garota
fica decepcionada, pois ela passou a ter a certeza de que ela encontraria alguém. Então
ela volta para o lugar onde ela havia acordado.

Ela se senta e começa a brincar com a neve. Em questão de instantes ela escuta
algo assustador. Pareciam passos de alguém. Ela não tinha certeza, mas aquilo estava
vindo em sua direção. Então a menina se levanta e diz. _Não se aproxime! Fique bem
longe de mim! – gritou a garota assustada. Então o som dos passos diminuiu até não se
ouvir mais nada. De repente aparecem várias borboletas na frente da garota. As
borboletas eram diferentes das outras, pois suas asas eram negras. A garota estava
impressionada ao ver aquilo. Então as borboletas se materializaram em um corvo.

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_Nossa! Foi uma baita de uma viagem! – disse o corvo com um certo tom de graça. _De
onde você vem? – perguntou a garota.

_Não posso dizer. Isso é confidencial! – respondeu o corvo com um ar de


arrogância. _Bom! Pelo menos eu consigo ver você! – disse a garota. _Faz muito tempo
que você está aqui? – perguntou o corvo. _Sim! – respondeu a menina. _Você não acha
que vai sair daqui, você acha? – perguntou o corvo aguardando uma resposta. _Eu
espero que sim! – respondeu a ela suspirando profundamente. –Você ainda acredita que
as coisas podem melhorar? – perguntou o corvo. _Pra falar a verdade eu não sei mais de
nada! – disse a garota. _Não se preocupe! Com o tempo você se acostuma! – disse o
corvo.

_O tempo é apenas uma ilusão! – disse a menina repetindo as mesmas palavras


da coruja. _Quem te disse isso? – perguntou o corvo. _Um ser invisível! – respondeu a
menina. _Já sei quem foi? – disse o corvo. _E quem foi? – perguntou a menina curiosa.
_Fui eu! – disse a coruja que estava em cima do pinheiro. A menina ficou
impressionada e apontou o dedo para a coruja dizendo. _Então foi você! – exclamou a
menina em alto e bom som. _Ah, qual é. Tá na cara que fui eu! – disse a coruja.

O corvo olha para a coruja e diz. _Você não se envergonha de enganar uma
pobre criança como ela? _Eu apenas disse a verdade a ela! – disse a coruja. _Ah, por
favor! Nos poupe dessa filosofia barata! – disse o corvo. _Mas porque só agora é que eu
consigo ver você? – perguntou a garota. _Você evoluiu. – disse a coruja. _Como assim
"eu evoluí"? – perguntou a menina. _Ele quis dizer que você aprendeu a usar os seus
sentidos. – disse o corvo. _Como eu posso evoluir se eu nem sei ao certo quem eu sou?
– perguntou a menina. _Você pode ser quem você quiser, desde que seja alguém com
um bom coração! – disse a coruja.

_Vocês dois são cheios de enigmas! – disse a garota. _Obviamente ainda há


muita coisa pra você aprender! – disse a coruja. _Se é assim, então porque vocês dois
não me ensinam? Eu sou rápida para aprender as coisas! – disse a menina com
entusiasmo. _Não podemos! – respondeu o corvo. _Não podem, ou não querem? –
perguntou a garota. _As duas coisas! – respondeu a coruja. _Mas, por quê? – perguntou
novamente a menina. _Há coisas que se aprendem melhor sozinho. – respondeu o
corvo. _Vocês são dois egoístas! – disse a menina irritada. _Não somos egoístas. Somos
apenas cuidadosos! – disse a coruja.

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_Desde quando cuidar de alguém é ignora-lo? – perguntou novamente a menina.
_Garotinha...você se preocupa demais com as coisas irrelevantes! – respondeu o corvo.
_Eu tenho minhas razões! Vocês existem por algum propósito! Então eu pergunto...que
mundo é este? Quem é verdadeiro? E quem é mentiroso? – gritou a menina. _Todos
somos mentirosos! Eu sou mentiroso! Você é mentirosa! Todos aqui são! Será que você
ainda não percebeu, menina ingênua? – disse a coruja. _Eu só quero ser alguém! – disse
a menina com a cabeça baixa.

_Aqui não! – disse o corvo. _Como assim? – disse a garota. _Descubra por si
mesma! – disse a coruja. _Porque vocês não podem me ajudar? – perguntou a menina.
_Porque você não é ninguém! – disse o corvo. _Se vocês estão tentando me fazer
desistir do meu propósito, podem desistir! – disse a menina com um tom de voz
encorajador. _Não adianta! Qualquer coisa que você faça é irrelevante. Cada esforço,
cada suor que você derramar será em vão! – disse a coruja. _Me ajudem e eu ajudarei
vocês! Faço qualquer coisa! – disse a garota na tentativa de convence-los.

_Não queremos sua ajuda! Nós já ocupamos o nosso papel na construção desta
história. – respondeu o corvo. _Por favor! – implorou a garota. _Nossa conversa acaba
aqui! – disse a coruja. _Não! Esperem! – exclamou a menina. Então o corvo se
materializa em várias borboletas negras e desaparece. A coruja também desapareceu
num piscar de olhos. Quanto mais a menina procurava entender o porquê de estar
naquele lugar, mais confusa ela se encontrava. Então, eis que de repente ela escuta um
som que vinha da direção daquele lugar onde ela havia encontrado a árvore diferente
das outras que se encontravam por lá.

_Eu conheço esse barulho! – disse a menina. Então a garota começa a correr em
direção ao lugar onde estivera. Quanto mais ela se aproximava mais alto ficava o som.
Ao chegar bem perto do lugar ela percebe algo diferente. Desta vez havia uma coisa
diferente. Aquela árvore diferente das outras não estava mais lá. _Pra onde foi aquela
árvore? – perguntou a menina. Algo estranho estava lá. Era uma cabine telefônica. O
telefone dentro da cabine continuava tocando. Então a menina começa a caminhar
lentamente em direção à cabine. O telefone tocava insistentemente.

A menina abre a porta e entra na cabine. Depois de entrar a porta da cabine se


fecha com muita força. A garota tenta sair da cabine mas não consegue. O telefone
continuava a tocar. A menina puxa o alto-falante e diz. _Alô! Ninguém respondeu.

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Então a garota fala novamente. _Alô! Do lado de fora a neve caía lentamente. O vento
assobiava de forma horrível e tenebrosa. _Tem alguém aí? – perguntou a garota. No
entanto ninguém respondera. Então a menina desiste e bate o alto-falante no gancho do
telefone. Assim que ela se virou para abrir a porta da cabine ela se surpreende, pois a
porta não abria de maneira alguma. Depois de tentar insistentemente a menina começa a
se desesperar.

Ela segura na maçaneta com muita força e puxa com todas as suas forças na
tentativa de abrir a porta da cabine. Então o telefone toca novamente. A menina se
assusta. Depois de tocar pela segunda vez a menina atende. _Alô! – disse a menina
desesperada. _Você não é ninguém! – disse uma voz misteriosa. A voz que saiu do alto-
falante transmitia bastante medo. _Quem é você? – perguntou a menina. _Ninguém! –
respondeu a voz misteriosa. _Escuta, eu já tô cheia desse lugar. Tudo o que eu mais
quero é sair dessa droga! – disse a menina em voz alta. _Pra você é impossível! –
respondeu a voz. _Porquê? – perguntou a garota.

_Você ainda vive aprisionada! – respondeu a voz. _Aprisionada? Como assim? –


pergunta a menina. _Preciso desligar! Adeus! Por enquanto! – disse a voz misteriosa.
_Por favor, não desliga! Preciso de ajuda! – implora a menina. _Tchau! – disse a voz se
despedindo-se da garota. _Não! Por favor! – grita a menina. Então o telefone faz aquele
barulho conhecido de quando é desligado. A menina encosta a cabeça no telefone e
depois bate o alto-falante no gancho. Depois de fazer isso ela começa a ter flashs de
lembranças passadas. Ela estava se vendo com outras pessoas das quais ela não fazia a
mínima ideia de quem elas eram.

Então uma dor de cabeça começa a aparecer. Aquela dor era insuportável. A
menina coloca as mãos na cabeça pressionando os dedos contra a caixa craniana. Os
olhos dela começaram a revirar-se para cima. _De novo não! – disse a menina. Então a
menina começa a ouvir um som agudo que ressoava como espinhos em sua cabeça. A
menina toca na maçaneta e depois a solta em seguida. Então a menina cai de joelhos e
fica encostada na estrutura da cabine. A menina começa a ter um pesadelo. Era algo
difícil de se explicar. No sonho ela estava diante de uma escada branca.

A escada possuía inúmeros degraus. Ela olha para o céu mas não consegue
enxergar nada devido à claridade. Então ela coloca a mão direita diante dos olhos para
protege-los. A garota tenta subir os degraus, porém, a escada desaparece num piscar de

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olhos. _O que aconteceu? – perguntou ela para si mesma. Então o chão começa a
desmoronar até ela cair. A garota dá um grito de desespero. Então ela acorda. Ela ainda
continuava naquela mesma cabine telefônica. O vento assobiava de forma arrepiante do
lado de fora. No entanto, havia algo de estranho. A garota olha ao redor e percebe algo
diferente.

Havia uma pequena faísca de luz que de certo modo parecia ter vida própria. A
garota estava encantada com os movimentos que aquela linda faísca de luz estava
fazendo. O resto do ambiente estava extremamente escuro. Tanto dentro da cabine
telefônica como do lado de fora a imensa escuridão reinava. Do lado de fora a pequena
faísca de luz interagia com a menina de maneira graciosa. Foi então que ela percebeu
que a faísca de luz era na verdade uma borboleta azul. _Você consegue sair daí? –
perguntou a borboleta para a menina. _Minha nossa! Você fala! – disse a menina num
suspiro de surpresa.

_Todos nós aqui falamos! – respondeu a borboleta voando de um lado para o


outro. _Será que você poderia me tirar daqui? – perguntou a menina para a borboleta.
_Não tenho força o suficiente para libertar você, mas eu vou buscar um amigo meu.
Tenho certeza de que ele ajudará você! – disse a borboleta. _E como você sabe se ele
me ajudará, ou não? – perguntou a garota. _Gente boa merece uma oportunidade. –
respondeu a borboleta. Então a borboleta distanciou-se aos poucos até que a escuridão
prevaleceu novamente, ficando assim a menina sozinha. Depois de alguns segundos o
telefone toca. A menina ficou assustada.

O telefone tocava insistentemente, mas a menina tinha dificuldades para puxar o


alto-falante, já que a escuridão era muito grande. Depois de puxar o alto-falante do
gancho a menina pergunta. Quem é? Então a mesma voz misteriosa começa a sorrir
sarcasticamente. _Eu não sei quem diabos você é, mas eu quero que fique sabendo uma
coisa. Não vai tirar a minha paz, porque em breve eu hei de encontrar uma maneira de
sair daqui! – disse a menina em um tom de voz empenhado. _Sabia que contaram essa
mesma mentira pra mim? – disse a voz sorrindo mais uma vez.

_Não importa quem você seja. Não vai tirar a minha paz, ouviu bem? – disse a
menina. _Diga-me! Como se pode roubar algo que nunca se teve? – disse a voz. _Você,
aquela coruja e aquele corvo não passam de loucos! – gritou a menina. _Loucos? Sim!
Somos todos loucos! Sabe, a loucura é um privilégio daqueles que pensam diferente dos

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outros. Não adianta. Não importa o quê. Ninguém tem o direito de sobreviver diante
desta desgraça a que fomos acostumados a chamar de vida. Você nunca será capaz de
entender isto. Desista! Você é burra demais para entender coisa de gente grande. – disse
a voz.

_Você diz que a minha idade não é compatível com a minha pouca inteligência.
Mas você também não seria capaz de entender que a vida é uma dádiva, e não um fardo
a se carregar? – perguntou a garota de forma argumentativa. Ah! Que comovente! E
onde foi que você aprendeu isso? No jardim da infância? – perguntou a voz. _Pode
caçoar o quanto quiser de mim! Eu tenho algo que você nunca terá! – disse a menina.
_E o que é? – perguntou a voz sarcasticamente. _Esperança! – respondeu a garota.
_Pelo visto você ainda não entendeu nada de nada! – respondeu a voz bocejando.
_Como assim? – perguntou a garota.

_Nesta esfera não existe nada que possamos considerar favorável. Nada!
Absolutamente nada! – disse a voz. _Pare de falar difícil e me explique! – gritou a
garota. _Olha, eu até que gostaria, mas, eu já estou cansado de ouvir a sua voz! Até
mais! – disse a voz misteriosa. _Não ouse desligar, eu quero explicações! – gritou a
menina. _Alô?! Alô?! – disse a garota. Então o ambiente fica silencioso, dando para
escutar somente o vento que cantava do lado de fora. A menina coloca o alto-falante de
volta no gancho e se senta, esperando assim a ajuda chegar. Depois de um minuto eis
que aparece uma claridade ao longe.

Era a borboleta acompanhada de seu amigo que estava caminhando em direção à


cabine onde a garota estava. O amigo da borboleta tinha a aparência de um menino com
olhos cor de mel e cabelos pretos. Sua estatura era um pouco menor que a da garota. Ao
se aproximar da cabine telefônica o menino olha para a garota e pergunta. _Oi! Você
está presa? _É! Parece que sim! – respondeu a menina. _Vou ajudar você! Afaste-se um
pouco da porta! – pediu o garoto com educação. A menina se afasta. Então o menino
pega na maçaneta e tenta abrir com toda sua força. _Parece que não abre! – disse o
garoto.

_Tente chutar a porta! Talvez a porta se abra. – disse a menina. O menino chuta
a porta uma, duas, três vezes, mas não consegue. Então a borboleta tem uma ideia
diferente. _Talvez você consiga encontrar a chave! _Como? – perguntou a menina.
_Você precisa digitar um número no telefone! – disse a borboleta. _Mas, pra quê? –

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perguntou a menina. _Essa cabine telefônica não é uma cabine telefônica comum! –
respondeu o garoto. _E o que tem demais nela? – perguntou novamente a menina. _Ela
te leva para qualquer lugar! – respondeu a borboleta. _E qual número eu devo digitar? –
perguntou a menina.

_Tente o 359! – disse o garoto. _E o que esse número faz? – perguntou a garota
curiosa. _Não podemos dizer! – respondeu a borboleta. _Como assim? Porquê? –
perguntou a menina mais uma vez. _É que se nós dissermos você vai acabar parando
num outro lugar totalmente diferente. - respondeu o menino. _Esse número vai me levar
para outro lugar, é isso? – perguntou a menina. _Sim! – respondeu a borboleta. Tá bom!
Tomara que eu esteja fazendo a coisa certa. – disse a garota depois de suspirar. Então a
garota puxa o alto-falante do gancho e digita os números. _359!

Em um simples piscar de olhos ela já estava em um lugar diferente. Desta vez


era um lugar movimentado. Tinha várias pessoas caminhando pelas ruas e desta vez
estava de dia. A cabine telefônica não estava nesse lugar e a menina estava livre para
começar a sua busca. A garota se aproxima das pessoas mas ao que parecia, elas não
enxergavam a menina. Era exatamente como se ela fosse invisível. A menina se dirige
para uma mulher que estava guiando o seu filho de mãos dadas, mas infelizmente ela
não conseguia enxergar a menina.

_Com licença! Eu estou procurando alguém que faça.... A menina começou a


pensar que a mulher a estivesse ignorando. Sendo assim, ela se dirige para outra pessoa
que estava atravessando a rua e diz. _Oi! Você poderia me ajudar? Eu preciso saber se
tem alguma... No entanto, ela fora ignorada mais uma vez. A menina fica mais confusa
e então começa a perguntar para si mesma. _Porque ninguém fala comigo? A menina
começa a caminhar pelas ruas à procura do lugar certo.

_Caramba, como é que eu vou achar o lugar certo? Essa cidade é muito grande!
Pra falar a verdade eu nem sei onde é que eu tô! Será que eu vim parar no lugar certo? A
garota olha ao redor procurando por alguma pista. Depois de olhar e olhar a garota vê
uma casa pequena com uma placa. Era uma loja pequena. Na placa estava escrita a
seguinte frase: “CHAVES E ACESSÓRIOS”. A menina ficou muito contente por ter
encontrado o que tanto queria. Então ela vai até a loja e entra. Depois de entrar ela olha
para um homem baixinho. Pelas aparências, tratava-se de um senhor de idade que
trabalhava naquele lugar há muito tempo.

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Ele estava de costas para a menina. Ele estava organizando as chaves em seu
devido lugar. _Oi! – disse a menina meio sem jeito. _Ah! Olá minha pequena garota! –
respondeu o senhor virando-se para ela. A menina ficou deveras surpresa e então lhe
perguntou. _O senhor consegue me ver? _Sim! Eu consigo! – respondeu o senhor.
_Engraçado! – disse a garota num tom irônico. _O que é engraçado? – perguntou o
dono da loja. _Ninguém lá fora me deu atenção. – respondeu a menina olhando para
baixo. _Eles só conseguem enxergar o que é inútil para eles! – respondeu o dono da loja
com um sorriso no canto da boca.

_Preciso de uma chave! – disse a menina. _Que tipo de chave? – perguntou o


dono da loja. _Uma chave que abra a porta de uma cabine telefônica. – respondeu a
menina. _Você ficou presa na cabine telefônica, não foi? – perguntou o homem. _Sim!
– respondeu a menina. _Como você veio parar aqui? – perguntou o homem novamente.
_A borboleta e o amigo dela me disseram. – respondeu a menina. _Infelizmente eu não
tenho uma chave para cabine telefônica! – respondeu o homem. A menina olhou para
baixo. Sua expressão facial era de tristeza. _Ei! Não fique triste, ok? Posso fazer uma
para você! – disse o homem sorrindo para ela.

_É mesmo? – perguntou a garota levantando a cabeça e sorrindo. _Sim! Mas tem


uma condição! – disse o homem para a garota. _E que condição seria essa? – perguntou
a menina curiosa. _Mas você não disse que iria fazer uma chave para mim? – perguntou
a menina sem graça. _Sim, mas nada na vida é de graça. Você terá que fazer por
merecer! – disse o homem. _O que eu devo fazer? – perguntou a menina. _Você vai
resgatar o meu filho. Ele é o único filho que eu tenho. – respondeu o dono da loja.
_Onde ele está? – perguntou a menina. _Ele está aprisionado em um lugar escuro. –
respondeu o homem.

_E quem fez isso com ele? – perguntou a menina. _Ele usou o telefone daqui da
loja e digitou um número que nunca deveria ser digitado. – respondeu o homem. _E que
número é esse? – perguntou a garota. _Não posso dizer. – respondeu o dono da loja.
_Mas porquê? – perguntou a menina. _Se eu disser ele pode acabar indo para outro
lugar totalmente diferente, e isso dificultaria mais ainda a busca. – respondeu o homem.
_E como eu vou resgatar ele, se você não me disser o número? – perguntou a garota. _O
telefone não é o único portal para se chegar a um lugar! – respondeu o dono da loja.

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_O quê? – perguntou a garota fazendo uma cara esquisita. _Qualquer objeto
pode se tornar um portal. – respondeu o homem. _E como eu vou chegar nesse lugar? –
perguntou a garota. _Venha comigo! – disse o homem. Sendo assim, o dono da loja a
conduziu até a cozinha. Na cozinha havia duas geladeiras brancas. Uma delas
comportava comida e a outra funcionava como um portal. O dono da loja abriu a porta
da geladeira e disse. _Tenha cuidado! _Eu posso fazer uma pergunta? – disse a menina.
_Faça! – disse o homem. _Se você ama tanto assim o seu filho porque você mesmo não
tentou resgata-lo? – perguntou a menina.

_Não posso dizer o porquê! – disse o homem. _Você deveria entrar comigo! –
disse a menina. _Eu já estou muito velho! – disse o homem. _E como faremos para
voltar? – perguntou a menina. _Quando você o tiver libertado basta chamar pelo meu
nome e eu abrirei a porta da geladeira. Um portal aparecerá. Você deverá atravessa-lo. –
respondeu o dono da loja. _E como o senhor se chama? – perguntou a menina. _Carlos!
– respondeu o homem. _Prometo que trarei o seu filho de volta. – disse a menina. _E
você, como se chama? – perguntou Carlos. _Eu não sei! – respondeu a menina. _Ah,
sim! Entendo! – disse Carlos.

_Até mais! – disse a menina. _Boa sorte! – disse Carlos. Então a menina entra na
geladeira. Carlos fecha a porta da geladeira e volta para a sala da loja. Desta vez ele
estava esperançoso de que seu filho retornaria para casa. Enquanto isso, Carlos estava
preparando o metal para fazer a chave que a menina tanto desejava. Depois de
atravessar o portal a menina chega em um lugar escuro. Mais uma vez a escuridão
prevalecia. No entanto, havia uma pequena vantagem. Havia uma lamparina bem
próxima à garota. A lamparina estava acesa, o que facilitava mais ainda a sua busca pelo
filho de Carlos.

Depois de pegar a lamparina, a menina começa a caminhar. _Oi! – disse a


menina em voz alta na tentativa de ouvir alguma resposta de volta. _Eu vim buscar
você! – disse a menina. Porém, ninguém respondia. _Você está aí? – perguntou a
menina. Havia um pequeno barulho que soava meio familiar aos ouvidos da menina.
_Será que Carlos me trouxe para o lugar certo? – perguntou-se a menina. Quanto mais
ela se aproximava mais perceptível ficava o barulho. _Eu conheço esse barulho! – disse
a menina. A pequena luz que emanava da lamparina iluminava aos poucos o caminho.

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O barulho que vinha daquela direção fazia com que a garota tivesse sensações de
momentos já vividos. _Não consigo me lembrar, mas eu já escutei esse barulho antes. –
disse a menina para si mesma. O barulho estava cada vez mais perceptível. Depois de
caminhar por um determinado percurso a menina se depara com um pequeno rio. A
água era escura. No entanto dava para atravessar pois a água era rasa. _Meu Deus, o que
é que eu tô fazendo? – perguntou a menina para si mesma com um tom de frustração.

A menina enfia o pé direito na água e depois enfia o esquerdo bem devagar.


_Será que tem algum bicho nessa água? Acho que não, pois Carlos me disse que não há
ninguém além do filho dele aqui! – disse a menina. O barulho se intensificava mais
ainda. _Será que essa água tá suja? Eu nunca vi uma água tão escura assim! – disse a
menina fazendo uma cara de nojo. A menina encontrou uma placa com a seguinte
inscrição: 1RS1828. Porém a menina ficou sem entender nada. Depois de atravessar o
rio a menina pisou em solo firme novamente. Ainda havia mais um bom pedaço de
caminho a se percorrer.

O barulho ainda estava perceptível. _Oi! – disse a menina esperando ouvir


alguma coisa como resposta. _Eu vim aqui buscar você! – disse a menina em voz alta
novamente. Faltavam apenas mais alguns passos para ela chegar ao lugar certo. Ao
chegar finalmente ao lugar certo, a menina se depara com o filho de Carlos. _Ah,
finalmente encontrei você! – disse a menina com tom de voz alegre. No entanto havia
algo de diferente com o menino. Ele estava deitado de costas para a menina. Não houve
nenhuma reação da parte do menino. _O seu pai me enviou até aqui para resgatar você!
– disse a garota. No entanto o menino não se moveu nenhum pouco.

- O Nome do Mal -
CAPÍTULO 2
(PRECISO DE RESPOSTAS!)

A menina ficou muito assustada, pois ela não imaginava que o menino estivesse
assim. A menina virou o menino para o outro lado. O cheiro estava insuportável.
_Minha nossa! Então a boca do menino se abre de modo que várias moscas saem de
dentro da boca dele. A garota tenta espantar as moscas, mas era inútil, pois várias
moscas estavam saindo de dentro da boca do menino. Depois de alguns segundos, o
corpo do menino começa a entrar em choque se debatendo contra o chão. A garota fica
impressionada com o que vê. Então o corpo do menino começa a levitar até uma certa
altura.

O menino estava na mesma posição como se estivesse dormindo. _O que é que


tá acontecendo? – perguntou a menina para si mesma. Então o menino se materializa em
várias moscas. Eram tantas que não davam para contar. Depois que o menino se
materializou em várias moscas ele desceu em direção ao chão e começou a movimentar
os dedos, comtemplando a si mesmo. _Quem é você? – perguntou a menina. _Você
acha que ainda está falando com o filho do Carlos? – perguntou o ser misterioso.
_Devolva o filho dele! – disse a menina. _Ah, sim! Eu devolvo sim! Mas só depois que
eu matar você! – disse o ser misterioso.

Então o ser misterioso se desmaterializa em várias moscas e começa a atacar a


menina. A menina estava assustada, pois ela nunca vira tal coisa. _Você quer saber o
que aconteceu com o filho do Carlos? – perguntou o ser misterioso. _O que você fez
com ele? – perguntou a menina para o ser misterioso. _Eu não fiz nada! Ele mesmo que
se matou! – respondeu o ser misterioso. A menina fica impressionada e pergunta. _Se
matou? Como? _Ele mordeu a própria língua. – respondeu o ser misterioso.

_E porque ele teria feito uma coisa dessas? – perguntou a menina. _Ele estava
cansado de viver aqui neste lugar escuro. – respondeu o ser misterioso. _Mas se ele
estava cansado de ficar aqui, então porque ele não voltou para o pai dele? – perguntou a
menina curiosa. _O Carlos não contou nada para você? – perguntou o ser misterioso.
_Contou o quê? – perguntou a menina. _Ah, os adultos sempre guardam segredos
tenebrosos que surpreendem até mesmo os anjos. – disse o ser misterioso e repugnante.

_Pare de enrolar e me diga logo porque o menino não voltou para casa! – disse a
menina em um tom aborrecido. _Você quer mesmo saber? – perguntou o ser repugnante

- O Nome do Mal -
em um tom sarcástico. _Se eu não quisesse saber eu não teria perguntado. - respondeu a
menina com um tom de aborrecimento. _Vamos fazer o seguinte! Eu vou perguntar uma
coisa pra você e você vai me responder. Se a resposta estiver correta eu lhe digo o
porquê de o menino ter se matado. – disse o ser misterioso.

_E se eu errar? – perguntou a menina. _Então você vai ficar sem a resposta e


depois eu vou matar você! – respondeu o ser repugnante. _Tudo bem! – disse a menina.
_Lá vai então! O que é, o que é? Quando você sabe quem eu sou eu não sou. Mas
quando você não sabe quem eu sou, eu sou. Quem sou eu? – perguntou o ser
repugnante. _Quanto tempo eu tenho para responder essa pergunta? – perguntou a
menina. _Te dou uns trinta minutos até você descobrir a resposta. – respondeu o ser
misterioso.

_Eu posso pelo menos me mover para onde eu quiser? – perguntou a menina.
_Você pode ir para onde você quiser, desde que você não saia deste lugar, ou eu o
saberei. – respondeu o ser misterioso. Então a menina pega a lamparina e caminha de
volta para o começo do percurso de onde ela viera. A cada passo que ela dava ela
pensava em uma resposta para a charada que o ser misterioso fizera a ela. _Qual será a
resposta? Droga, não consigo me concentrar! – disse a menina procurando por alguma
resposta que fizesse sentido.

Ao chegar de volta, ela entra no pequeno rio que antes dava nos joelhos. Agora o
rio dava até a cintura. _O volume da água aumentou! – disse a menina segurando a
lamparina na mão direita. _Será que tem alguma coisa debaixo dessa água escura? –
perguntou a menina para si mesma. Então a menina tenta apalpar com a mão esquerda
por debaixo da água escura. Depois de tanto apalpar, ela desiste e diz. _Não tem nada
debaixo dessa água imunda. Sendo assim, a menina continua atravessando o rio até
pisar em solo firme.

A menina estava tão dedicada em achar a resposta para aquela charada que ela
não percebera que ela estava chegando bem perto do lugar de onde ela havia começado
a caminhar. _Droga! Não consigo pensar em nada! Eu não sei de nada! Como eu posso
dar uma resposta conivente? – disse a menina. Então a garota começa a ter dores de
cabeça novamente. _Ah, não! De novo não! – disse a menina. Aquelas vozes esquisitas
haviam aparecido novamente. A menina soltou a lamparina de modo que o vidro se
quebrou e a chama que iluminava aquele ambiente escuro apagou-se por completo.

- O Nome do Mal -
A menina ficou no chão se contorcendo convulsivamente. Desta vez as pupilas
se dilataram. Então a menina escutou uma voz que vinha de longe. _Você só tem mais
quinze minutos! A menina revira os olhos e fica com o corpo imóvel. Somente os dedos
das mãos conseguiam se mover. Depois de alguns minutos a menina voltou para o seu
estado normal. Ela se levanta do chão e diz. _Aconteceu de novo! Então a menina
percebe que a lamparina estava quebrada.

O ambiente era muito escuro e não dava para seguir adiante. Então a menina
começa a caminhar rumo na direção errada. _Deus! O que eu estou fazendo? Pra onde
eu estou indo? – perguntou-se a menina. Então uma voz que vinha de todas as direções
disse. _Seu tempo está acabando! Era o ser repugnante. Á medida que o tempo passava
a menina ficava mais nervosa do que o de costume. Seus batimentos cardíacos estavam
acelerados. Então a menina chega até o rio.

A garota tombou na água por várias vezes, pois não havia nenhuma faísca de luz
que a pudesse auxiliar durante a trajetória. Depois de atravessar o rio ela chega de volta
ao lugar onde encontrara o menino. O barulho das moscas era extremamente
perceptível. Ei! – gritou a menina. Nenhuma resposta se ouviu. _Oi! – disse a menina
em voz alta. Uma gargalhada se ouve. _Você sabe a resposta? – perguntou o ser
repugnante. _Eu não sei! Sinceramente eu não sei! – respondeu a garota. _Então você
vai ficar presa neste lugar até apodrecer! – disse o ser repugnante.

_Isso é mentira! Eu posso sair daqui a qualquer momento! Basta eu chamar o


Carlos e ele me levará de volta para a loja dele. – disse a menina. _O Carlos não passa
de um homem mentiroso! – disse o ser repugnante. _Ele não seria capaz de fazer uma
coisa dessas. – disse a menina. _É claro que ele faria! E você é mais uma cobaia que ele
trouxe para mim! – disse o ser repugnante. _O que quer dizer com isso? – perguntou a
menina com um tom aborrecido. _O filho dele foi oferecido a mim como sacrifício. Ele
ficou aqui até não aguentar mais. – respondeu o ser misterioso.

_Sacrifício? Como assim? – perguntou a menina. _Aqui eu sou uma divindade.


Eu me alimento da mágoa das pessoas e também de cadáveres. – disse o ser repugnante
sorrindo sarcasticamente. _Então quer dizer que Carlos também me ofereceu como
sacrifício pra você? – perguntou a menina em um tom de voz decepcionado. _De certa
forma! Existe um acordo entre nós dois! – respondeu o ser repugnante. _E porque ele

- O Nome do Mal -
faria uma coisa dessas com o próprio filho? – perguntou a menina. _Ele nunca gostou
da realidade paralela onde ele foi inserido! – respondeu o ser misterioso. _

_Realidade paralela? O que isso significa? – perguntou a menina. _Não posso


explicar esse tipo de coisa. É preciso descobrir por si mesmo! – respondeu a voz. _Você
está mentindo! – gritou a menina. _Minha pequena! Você ainda tem muito o que
aprender! Então a menina se lembra de momentos antes em que ela encontrara o
cadáver do menino. Na camisa da menina havia uma palavra. A menina faz esforço para
se lembrar qual era a palavra. _Espere um momento! – disse a menina. _O que é? –
perguntou o ser repugnante. _Acho que eu sei a resposta! – disse a menina. _Não
adianta, o tempo já acabou! – disse a voz.

Então o ser misterioso prepara-se para atacar a menina. No momento em que ele
ia atacar ouviu-se um barulho de um tiro de espingarda. Era Carlos que estava lá para
proteger a menina. Carlos levara uma lamparina, o que facilitava a visão dele e da
garota. _Você é uma aberração! – disse Carlos cuspindo no chão. _Finalmente nos
encontramos, Carlos! Você é muito audacioso de vir aqui! – disse o ser repugnante.
_Você não vai mais enganar ninguém. A menina fica boquiaberta ao ver a coragem de
Carlos.

_Então tudo o que essa coisa disse a respeito do senhor é mentira? – perguntou a
menina. _Claro que sim! Ele sempre foi mentiroso! – respondeu Carlos. Então Carlos e
o ser repugnante começam a travar uma luta. Carlos disparava um tiro e outro tiro, mas
o ser repugnante se desmaterializava e se esquivava dos ataques. Então o ser misterioso
empurra Carlos de modo que ele cai de costas para o chão. _Menina! Fuja! – disse
Carlos fazendo força para se livrar da criatura. _Mas como? – perguntou a menina.
_Apenas diga a palavra mágica e o portal se abrirá. – respondeu Carlos.

_Mas eu não posso deixar você aqui sozinho! – disse a garota chorando. _Vá
logo! – disse Carlos no ardor da luta. _E que palavra mágica é essa? – perguntou a
menina. _E-fa-lo-ri-fa-ti-rrás! Depois que Carlos pronunciou a palavra mágica um
portal se abriu. Dava para ver a cozinha da casa de Carlos. _Mas, Carlos! – disse a
menina olhando para Carlos com olhar de piedade. _A chave para abrir a cabine
telefônica está em cima do balcão. – disse Carlos. _Tá bem! – disse a menina. Então a
criatura olha na direção da menina e diz. _Não deixarei que escape! Vocês dois vão
morrer aqui! _Vá logo! – disse Carlos.

- O Nome do Mal -
Então a menina começa a correr em direção ao portal. A criatura abandona
Carlos e voa em direção à menina. A menina consegue atravessar o portal e o portal se
fecha. Carlos e a criatura continuam lutando. Carlos se levanta mas a criatura se
movimenta mais rápido que Caros e pega a espingarda. Então a criatura puxa o gatilho e
acerta Carlos bem no coração. Carlos coloca a mão na ferida na tentativa de conter o
sangramento. Então a criatura se desmaterializa em várias moscas e entra pela boca de
Carlos. Carlos cai no chão agonizando até o momento de sua morte.

A menina fica desesperada e começa a procurar alguma arma que ela pudesse
usar contra aquela coisa asquerosa. Depois de tanto vasculhar a loja, a menina volta para
a cozinha. A chave da cabine telefônica não importava pra ela no exato momento, pois
ela estava empenhada em salvar a vida de Carlos, não sabendo ela que Carlos já estava
morto. Ao entrar na cozinha, a menina abre a geladeira e diz. _Seja o que Deus quiser!
Então a menina entra pelo portal. Ao chegar lá, a menina se depara com um silêncio
surpreendente.

A escuridão e o silêncio predominavam naquele lugar. _Senhor Carlos! – Gritou


a menina chamando por Carlos. _Senhor Carlos! O senhor está aí? – Gritou a menina
novamente. O silêncio era algo assustador. De longe dava para ver uma pequena faísca
de luz. Era a lamparina que Carlos havia deixado lá quando entrara para ajudar a
menina. A menina começa a correr em direção àquela luz. Desta vez o caminho parecia
mais longo.

Parecia que quanto mais ela tentava se aproximar da luz mais distante dela a
menina ficava. A garota começa a correr mais rápido. Depois de correr, correr e correr,
a menina se cansa e para por um momento para descansar. _Mas que lugar esquisito é
este? – Sendo assim a menina recupera o fôlego e começa a correr novamente. A
menina corre um pouco mais devagar para poupar suas energias. Depois de correr e
correr a menina percebe que ela ainda estava à mesma distância da luz.

Certamente aquilo não era nada normal. _Será que eu vim parar no lugar certo?
– perguntou a garota para si mesma. A menina para para pensar um pouco. _Desta vez
eu não vou correr! Eu vou apenas caminhar em direção à luz. – disse a menina. Desta
vez a menina começa a caminhar na direção da luz. Cada passo que ela dava fazia com
que a imagem à sua frente ficasse mais distorcida. Parecia até que a menina tinha
consumido alguma droga alucinógena. _O que está acontecendo? Estou vendo a luz

- O Nome do Mal -
como se ela estivesse na parte de cima e a escuridão em baixo. – disse a menina
confusa.

A menina continuou a caminhar pela mesma direção. Depois que a imagem deu
uma volta de trezentos e sessenta graus as coisas voltaram ao normal. A menina
finalmente havia chegado ao lugar onde Carlos morrera. A espingarda estava no chão. A
lamparina também estava lá. _Senhor Carlos! Eu vim buscar o senhor! – disse a menina
em um alta voz. Nenhum resposta se ouviu. _Senhor Carlos! – disse a menina
novamente. Então aparece um vulto em meio à luz que emanava da lamparina. O vulto
se mostra e a menina fica impressionada, pois tratava-se de Carlos, o dono da loja.

_Senhor Carlos! Graças a Deus que eu encontrei o senhor! O senhor conseguiu


derrotar aquela criatura asquerosa? – perguntou a menina. Carlos dá uma gargalhada
sarcasticamente. _Ah! Você é tão inocente! _Senhor Carlos! – disse a menina com um
tom constrangido. _Você caiu como uma mosca! – disse Carlos de forma sarcástica.
_Eu não tô entendendo mais nada! O que houve com o senhor? – perguntou a menina.
_Nesta porcaria que chamamos de vida, ou nós somos a presa ou nós somos a caça! –
disse Carlos.

_Não estou entendendo! Por que o senhor está dizendo essas coisas? – perguntou
a menina. _Você é uma presa fácil e eu não poderia perder essa oportunidade. –
respondeu Carlos. _Do que o senhor está falando? – perguntou a menina. _A borboleta
azul e o amigo dela enganaram você! Eles enviaram você aqui para sofrer em minhas
mãos! – disse Carlos em um tom de voz tenebroso. _Isso é mentira! – gritou a menina
em um tom de voz angustiante. _Você vai sofrer nas minhas mãos cada segundo como
se fosse um milênio! – disse Carlos. _Cale-se! – gritou a menina.

_Você é o meu maior prêmio! Vou fazer você entender o real significado do
desespero. – disse Carlos. Então Carlos faz um barulho grotesco e corre em direção à
menina. A menina corre em direção à espingarda. A menina se esquiva de Carlos e pega
a espingarda. É evidente que a garota não sabia manusear uma arma. No entanto, na
hora do desespero algumas coisas se aprendem sem precisar de ninguém para ensinar. A
menina aponta a espingarda em direção a Carlos. Carlos começa a zombar da garota.

_Esse tipo de arma não funciona contra mim! – disse Carlos. _Não me obrigue a
atirar! – disse a menina em alto e bom som. _Sua garota burra! Eu já disse que essa
arma não pode me causar dano algum! – disse Carlos. Então Carlos caminha em direção

- O Nome do Mal -
à menina bem devagar. Havia apenas uma bala na culatra da espingarda. A menina puxa
o gatilho, porém a bala não é disparada. Então a menina tenta de novo. Carlos vai se
aproximando da garota cada vez mais. A garota puxa mais uma vez o gatilho e mais
uma vez a bala não sai.

Carlos desaparece por um breve momento e aparece por trás da menina. Quando
a menina se vira para trás ela é surpreendida por Carlos que toma a espingarda das mãos
da menina e a empurra a uma certa distância. A menina começa a recuar na tentativa de
se distanciar de Carlos. Enquanto ela se distanciava de Carlos ela se lembrava da
charada que a criatura asquerosa fizera para ela. _Então você, o seu filho e a criatura
repugnante são um só, não é? – perguntou a menina. _Oh! Então você descobriu que
nós somos um só? – perguntou o ser misterioso. _Sim! – respondeu a garota com um
sorriso no canto esquerdo da boca.

_Bem, eu até perguntaria pra você como foi que você descobriu. No entanto... -
_Enigma! – disse a menina interrompendo o ser misterioso. _O que você disse? –
perguntou o ser misterioso. _Enigma! Essa é a resposta para a sua charada, não é? –
Sim! Você acertou, mas acontece que é um pouco tarde demais! – disse a criatura. _Mas
você prometeu que se eu respondesse corretamente o seu enigma você me deixaria sair
daqui! – disse a menina.

_Sim! Mas eu dei um prazo de tempo a você! Regras são regras! Tarde demais!
– disse o ser misterioso. Então a criatura joga a espingarda a uma certa distância. A
menina tenta correr o mais rápido que ela podia. Ela estava tentando se distanciar da
criatura. Em um certo lugar, distante da luz que emanava da lamparina ela começou a
ouvir o som de várias moscas voando. _Meu Deus! Eu tenho tantas dúvidas! Porque
tudo isso tá acontecendo comigo? – perguntou a menina para si mesma. Eis que de
repente aparece uma mão misteriosa em meio à escuridão.

Aquela mão enrugada estava tocando o ombro esquerdo da garota. Ao sentir o


toque daquela mão, a menina começa a se angustiar de modo que os seus batimentos
cardíacos começam a acelerar. _Não brinque comigo! Não sou seu brinquedo! – disse a
menina assustada. O barulho das moscas soava de forma terrível e incômoda aos
ouvidos da menina. Então a menina se lembra da palavra mágica que fizera o portal se
abrir de volta para a loja. A menina abre a boca para pronunciar a palavra, porém as
moscas estavam voando em direção à boca da menina.

- O Nome do Mal -
A menina corria para lá e para cá, no entanto, de nada adiantava, pois as moscas
estavam perseguindo ela. Sendo assim, a menina começa a bater as mãos, de modo que
algumas moscas caiam mortas no chão. Não era de se imaginar que alguém tão
asqueroso pudesse fazer tanto mal à uma pobre criança como a garota. A pequena faísca
de luz que emanava da lamparina ainda ofuscava a escuridão. Então Carlos aparece e
caminha em direção à menina. A garota estava com muito medo. Ela começou a correr
em outra direção, mas de nada adiantava, pois Carlos desaparecia e aparecia num
simples piscar de olhos.

Então a menina se irrita e diz para Carlos. _Porque você não me mata logo? _Eu
não fui designado para fazer isso! – respondeu o ser misterioso. _Como assim? –
perguntou a menina. _Não é da morte que eu me alimento! – respondeu o ser
repugnante. _O que quer dizer? – perguntou a garota novamente. _Não tenho obrigação
de responder a você. – disse ele com um tom arrogante. A menina corre em direção à
lamparina. Carlos aparece na frente dela impedindo-a de avançar.

A menina tenta se desviar da direção de Carlos mas ele se coloca novamente na


frente da menina. A menina bate de frente, de modo que Carlos se desmaterializa em
várias moscas. Ao chegar onde a lamparina estava a menina levanta a lamparina mas se
depara frente a frente com Carlos na sua forma humana. Carlos assopra e apaga a chama
que havia na lamparina. A menina fica andando para trás, trêmula de medo. Ela não
ousava abrir a boca para dizer a palavra mágica, pois as moscas poderiam entrar em sua
boca a qualquer momento.

Sendo assim, a menina começa a soluçar querendo chorar. _Isso que eu estou
ouvindo são soluços de angústia? Me alegro muito! – disse o ser repugnante. _A menina
continua caminhando e tateando pela escuridão. Desta vez não dava pra ver nada. _Eu
estive esperando por muito tempo até você chegar aqui. – disse a criatura. _Eu não sei
porque você só quer me fazer tanto mal, mas eu estou cansada de procurar por
respostas! – disse a menina. _Você já está cansada? Este é apenas o início da sua
jornada! – disse a criatura. _Jornada? – perguntou a menina.

_É! Todo mundo está fadado a sofrer eternamente nesta jornada cruel à qual
vocês chamam de vida! – disse a criatura. _E desde quando isso é vida? – perguntou a
menina. _Você é diferente da todos os outros que eu escravizei. – disse o ser
repugnante. _Outros? Então quer dizer que você já aprisionou outros neste lugar? –

- O Nome do Mal -
perguntou a menina. _É realmente uma pena que você seja tão ingênua! – disse a
criatura. _O quê? Tem outras pessoas aprisionadas neste lugar? – perguntou a menina.
_Você não conseguiu descobrir o enigma da minha charada, então tente descobrir onde
estão estas pessoas! – disse a criatura.

_Como eu posso descobrir se você não me deixa sair dessa droga de lugar? –
disse a menina em um tom de voz aborrecido. _Não vou lhe dizer nada sobre coisa
nenhuma! – disse a criatura. _Você só quer me manter presa nesse lugar! – disse a
menina. _Exatamente! – respondeu o ser repugnante. _O que você quer saber sobre
mim? – perguntou a menina. _Eu já sei tudo sobre você! – respondeu a criatura. _Ah, é?
Então qual é o meu nome? – perguntou a menina. _Você não entende e nem sabe sobre
este ciclo no qual fomos inseridos. – disse a criatura.

_Você fala esquisito como os outros que eu já vi até agora. A coruja fala
esquisito! O corvo também fala difícil! Eu estou ficando louca com todas essas coisas
chatas! – disse a menina. _Todos nós servimos ao mesmo propósito. – respondeu o ser
repugnante. _Que propósito? – perguntou a menina. _O mesmo propósito que faz com
que você esteja aqui! – respondeu a criatura. _Eu pensei que a minha infância seria algo
normal. – disse a menina. _Não se preocupe! Você não é a única menina que teve a sua
infância arruínada. – respondeu a criatura.

_O que eu devo fazer para sair daqui? – perguntou a menina. _Você acha que
pode me enganar? – perguntou a criatura. _Não! Eu não vou enganar você! – respondeu
a menina. _Eu quero algo em troca! – disse a criatura. _O que você quer em troca? –
disse a menina. _Eu quero que você traga o maior número de crianças para cá. Não
pense que vai fugir porquê a chave que abre a porta da cabine telefônica está guardada
em um lugar que só eu sei. – disse a criatura. _Mas você não fez a chave que eu havia
pedido? – perguntou a menina confusa. _Na verdade aquela chave era falsa.

De qualquer forma você voltaria para resgatar o Carlos que você conheceu na
loja. – respondeu a criatura. _Eu não posso fazer isso! – disse a menina. _Ou você faz o
que eu estou lhe pedindo, ou você fica aqui para sempre. – disse a criatura. _Se você é
tão esperto, então porque você mesmo não vai atrás dessas crianças? – perguntou a
menina. _Não posso sair da loja. A luz do Sol me incomoda! – respondeu a criatura.
_Então é por isso que a loja não tem janela. Mas você abre a porta para receber os
clientes da loja, não é? – perguntou a menina.

- O Nome do Mal -
_Sim, mas só quando estou na minha forma humana. Mesmo assim a luz do Sol
me incomoda muito. – respondeu a criatura. _Você está mentindo! Você não vai me
soltar se eu trouxer as crianças até aqui. – disse a menina. _Não se preocupe! Dou a
minha palavra! – disse a criatura. _Então a criatura permite que a menina diga a palavra
mágica para abrir o portal. _E-fa-lo-ri-fa-ti-rás! – bradou a menina. Então o portal se
abre. A garota atravessa o portal e volta para a cozinha.

Sendo assim, a menina procura pela chave. _Onde será que está a chave da
cabine telefônica? – perguntou a menina procurando entre os muitos chaveiros. A
menina levou todos os chaveiros e saiu da loja. Havia muitas pessoas trafegando as
ruas. Nenhuma cabine telefônica por perto. A menina volta para a loja e então começa a
procurar por vários lugares onde a chave para a cabine telefônica pudesse estar. Todas
as alternativas foram em vão. _Se eu quebrar a geladeira aquela criatura nunca mais vai
poder sair de lá. Mas se eu fizer isso eu nunca mais poderei voltar para perto da
borboletinha e do amigo dela. Será que eles também mentiram pra mim? – perguntou-se
a garota.

Depois de procurar e procurar a menina vai para o banheiro e tenta encontrar


alguma coisa. O banheiro estava impecavelmente limpo. A banheira estava coberta por
uma cortina vermelha. A garota caminha em direção à banheira. Ao abrir a cortina ela
percebe algo intrigante. Havia uma água suja de aspecto escuro. _Que nojo! – disse a
menina fazendo uma cara esquisita. A menina continua vasculhando o banheiro até abrir
a tampa do vaso sanitário. Depois de abrir ela percebe algo de diferente, pois havia algo
de diferente.

Não havia nenhum volume de água ou de urina, coisa bastante comum de se


encontrar em vasos sanitários. _Será que esta é outra espécie de portal? – perguntou-se a
menina. Depois de alguns segundos ela fica analisando o vaso sanitário de baixo para
cima. Então a garota decide puxar a descarga. Ao puxar a descarga instantaneamente o
vaso sanitário desaparece e um buraco enorme aparece no chão. De fato era um portal.
A menina começa a ouvir clamores vindos da direção do portal.

_Tem alguém aí? – perguntou a garota. _Ajude-nos! – disse alguém. _Não se


preocupe! Eu vou até ai ajudar vocês! – exclamou a menina em alta voz. _Estamos aqui
dentro! – disse outra voz juvenil. _Esperem um pouco! Já estou indo ajudar vocês! –
exclamou a garota mais uma vez. Sendo assim, a menina volta para a sala da loja e pega

- O Nome do Mal -
uma caixa de fósforos que estava sobre o balcão. Depois de pegar a caixa de fósforos, a
menina volta para o banheiro e desce pelo portal.

Ao descer pelo portal ela acaba sendo transportada para um lugar escuro. Sorte
ela ter levado consigo a caixa de fósforos. Ao pegar um palito ela fricciona contra a
caixa acendendo-o de forma paciente. _Oi! Vocês ainda estão ai? – perguntou a garota
esperando ouvir alguma resposta. _Sim, estamos! – respondeu a primeira voz. _Falem
comigo para que eu possa descobrir onde vocês estão! – disse a garota em alto e bom
som. _Como você chegou aqui? – perguntou a segunda voz. _Eu fui direcionada pela
cabine telefônica e acabei sendo enganada assim como vocês. – respondeu a menina.

_E porque você não ficou presa assim como nós? – perguntou uma terceira voz.
_Eu tive que mentir para ele. – respondeu a menina. _E o que você disse a ele? –
perguntou uma quarta voz. _Eu disse que se ele me deixasse sair eu convenceria várias
crianças para entrar no portal onde ele se encontra. – respondeu a menina. _E ele
acreditou em você? – perguntou uma quinta voz. _Por incrível que pareça, sim. Aliás,
onde é que vocês estão mesmo? – disse a menina. _Estamos aqui. Falta pouco para você
nos encontrar. – respondeu uma sexta voz.

A garota estava fazendo o possível para encontrar os meninos, no entanto os


palitos de fósforo estavam se acabando. _Preciso encontrar vocês antes que os palitos de
fósforo se acabem. Vocês conseguem ver a pequena faísca de luz? – perguntou a
menina. _Não podemos! – respondeu uma outra voz. _Não entendi. E porque não? –
perguntou a menina. _Porque aquela coisa arrancou os nossos olhos! – respondeu outra
voz com um tom amargo. _Meu Deus! Deve ter sido horrível! – disse a menina. _Nós
só descobrimos que você estava do outro lado do portal porque toda vez que um portal
se abre pode-se ouvir muito bem o som que ele faz.

_Encontrei vocês! – disse a menina. Havia uma gaiola enorme com mais de doze
meninos dentro dela. Todos estavam usando uma venda branca. _Vocês sabem me dizer
como eu faço para libertar vocês? – perguntou a menina. _Infelizmente não sabemos
como! – respondeu um dos doze meninos. _Se eu conseguisse libertar todos vocês nós
poderíamos derrotar aquela besta diabólica. – disse a menina. _E como você iria
conseguir sair da cabine telefônica, se apenas ele tem a chave para te libertar? –
perguntou um dos dozes meninos. _É verdade! Eu não havia pensado nisso antes. –
disse a menina.

- O Nome do Mal -
_Você precisa voltar para a loja e procurar onde está a bendita chave. – disse um
dos garotos. _E quanto a vocês? Vocês vão continuar apodrecendo aqui? – disse a
menina. _Seria melhor se aquela coisa tivesse nos matado, mas ele gosta de torturar a
alma das crianças. – respondeu um dos doze. _Eu não posso deixar vocês aqui! Deve
haver alguma outra forma de tirar vocês daqui. – disse a menina. _O cadeado que nos
prende não pode ser quebrado facilmente.

_Qualquer esforço é inútil! – disse um dos doze. _Então eu vou trazer as


crianças para cá! Só assim podemos libertar vocês daí! – disse a menina. _Quais
crianças? – perguntou um dos doze. _Aquelas crianças que estão lá fora. – disse a
menina. _Elas não vão enxergar você! – disse um dos doze. _É mesmo! Quando eu
entrei neste mundo ninguém foi capaz de me ver. Isso quer dizer que mesmo que vocês
tivessem os olhos de vocês não seriam capazes de me ver, é isso? – perguntou a menina
curiosa.

_Todas as crianças que passeiam lá fora são cegas! – respondeu um dos doze.
_O que quer dizer com isso? – perguntou a menina curiosa. _Elas só conseguem
enxergar as coisas banais. O que é de mais importante elas não conseguem enxergar
porque elas só se preocupam com seus desejos mesquinhos. Haverá um tempo em que
elas deixarão de enxergar seus próprios entes queridos. À medida que o egoísmo vai
tomando conta do coração dessas crianças, menos ainda elas conseguirão enxergar as
coisas que mais importam. Nosso mundo sempre foi assim. – disse o menino.

_E porque você está dizendo isso? – perguntou a menina curiosa. _Porque todos
nós agíamos do mesmo jeito que as outras crianças lá fora. – respondeu outro garoto. _E
o que aconteceu de fato com vocês? – perguntou a menina. _Nós vivíamos com os
nossos pais, mas a ambição, o desprezo e o egoísmo tomaram conta de nossos corações
até que, de fato, não conseguimos mais enxergar nossos pais. Ficamos todos
desesperados, mas ninguém podia nos enxergar, pois nos tornamos invisíveis aos olhos
de toda a sociedade. Ficamos desesperados até que apareceu um homem chamado
Carlos. Ele disse que nos daria abrigo, carinho e proteção. Infelizmente não foi nada
disso que aconteceu.

- O Nome do Mal -
Agradecimentos

Confesso que este livro me deu um baita trabalho para escrever. No entanto eu
tenho muito prazer naquilo que faço de melhor: escrever. Como este é o primeiro
volume, eu fiz o possível para manter a qualidade do livro. Não quero ser dramático,
mas o que ainda está prestes a acontecer nos próximos volumes desta saga vai
surpreender o leitor. Nunca me considerei um grande escritor do gênero terror, mas
confesso que é bem legal assumir tal responsabilidade. Sim, é isso mesmo que eu disse.
É muito legal assumir tal responsabilidade. A responsabilidade de despertar a
curiosidade no leitor. A responsabilidade de fazer com que o leitor se sinta imergido na
estória. A responsabilidade de fazer com que o leitor se emocione com as falas dos
personagens.
Acredito que o que faz de mim um grande escritor não é a minha formação
acadêmica. Claro que é de fundamental importância estudar e se formar. No entanto, se
não tiver inspiração não adianta. O que estou dizendo aqui é que o escritor não
sobrevive apenas de teorias. Ele precisa também da inspiração para criar mundos
inimagináveis. Eu sempre costumo agradecer a Deus pela dádiva com a qual Ele
bondosamente me presenteou. Não estou sendo uma pessoa emocional e sim racional,
pois é preciso reconhecer que há uma inteligência superior por trás de tudo.
Espero de todo o meu coração que os próximos capítulos desta saga não se
tornem clichês. Acredito que esta sequência daria uma ótima série da Netflix, ou quem
sabe um jogo de videogame, ou até mesmo uma estória para histórias em quadrinho. Eu
sei muito bem que, mesmo que esta obra seja mundialmente reconhecida, ela será
esquecida, pois nem mesmo os melhores clássicos sobrevivem ao tempo. Talvez eu
esteja errado quanto a este pensamento, mas reconheço que os tempos vão mudando e
juntamente com eles os gostos das pessoas vão mudando também.
Tudo o que eu quero é poder passar a minha verdade. Se é uma verdade relativa
eu não sei. Mas o que eu quero é de fato influenciar os meus futuros leitores de uma
forma positiva. Verdade seja dita, é sobremodo difícil ser original em meio a tanta
concorrência. De qualquer forma eu me considero um cara de sorte, pois nem todos
possuem a mesma loucura que a minha. Neste mundo em que vivemos, é preciso ser
louco. Talvez esta afirmação soe de uma forma bem polêmica. No entanto é preciso
pensar “fora da caixinha” para se produzir algo diferente. E para quê? Para que não

- O Nome do Mal -
caiamos na monotonia. De modo a concluir meu pensamento, agradeço mais uma vez a
Deus, o bondoso Criador, à minha querida família, e a você também. Obrigado!

- O Nome do Mal -
SOBRE O AUTOR

Ubiratan Rodrigues Coelho de Lima é um escritor moderno do


século XXI. Começou a escrever aos 16 anos de idade. Já
escreveu vários livros, tais como: Poetas Nunca Morrem, Entre
Poetas e Leitores, Toda Alma é Poesia, Folhas de
Outono, Poemas de Agosto, Poesia
Transbordante, Eternamente, Cuscuz com Poesia, Eu sou a
Poesia, A Cor da tua Negritude, Elas amam Poesia, O Código
da Fantasia, Fanteios, Fantasy, Inimigos do Perdão, Diário de
um Suicida, Os Frutos da minha Imaginação, Sit Down and
Shut Up!, Eu sou o Diabo e outras obras.
Já arrecadou doações de alimentos para fins de caridade.
Trabalhou em uma instituição como professor de xadrez. Formou-
se em Licenciatura Plena em Pedagogia, na Universidade
Estadual do Piauí (UESPI). Durante o primeiro ano do Ensino
Fundamental, sua mãe adotiva o ajudou na criação de uma história feita através
de recortes de figuras retiradas de outros livros e também através da criação de
diálogos. Sua antiga vizinha o apelidava de batatinha, um apelido bastante
carinhoso. Nascido no dia 1 de Maio de 1992, teve uma infância simples assim
como a maioria das crianças. Teve muitas amizades durante a infância e também
na adolescência.
Atualmente mora com seus pais e seu irmão mais velho (Francisco Barros).
Para saber mais sobre o escritor basta apenas mandar mensagem através do
whattssap: (89) 99982-0768.

- O Nome do Mal -
O Nome do Mal –
Volume 1.
Ubiratan Rodrigues Coelho de Lima.

- O Nome do Mal -
O que você faria se estivesse em um lugar
desconhecido? Como você se sentiria se não
tivesse ninguém para te ajudar? Nesta saga
misteriosa e aterrorizante você conhecerá uma
garota de doze anos que tem muita coisa para
aprender. Um mundo totalmente submerso no
horror, cujos seres têm suas identidades
preservadas. Você se deliciará com os dilemas
e situações difíceis pelos quais a protagonista
terá de passar. O Nome do Mal por si só dirá
o que é preciso para sobreviver em um mundo
cheio de tramas.

- O Nome do Mal -

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