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2 meses antes

Existem certos tipos de situações que uma mulher não deveria ter que passar.

Ter a primeira menstruação em plena aula de herbologia;

Entrar na lista de meninas mais feias da turma, duas vezes e com certeza,

Uma mulher com certeza não devia descobrir que teve sua primeira vez sem nem ao menos se
lembrar como entrou no quarto.

O sol que entrava pela janela aberta irritava meus olhos e me lembrava que as aulas
começariam em breve, fazia frio e o vento gelado me levava a encolher mais e mais.

-Pode por favor parar de se mexer? – meu corpo resetou sentindo a respiração quente contra
meu pescoço gelado. Braços me puxaram para trás e um beijo foi depositado na minha nuca.

Empurrei o lençol verde com os pés, me perguntando que tipo de ser humano dorme com um
lençol no frio de Hogwarts, antes de perceber que o frio era reflexo da minha completa nudez.

Nua, enroscada em um desconhecido.

Nua!

Por Merlim Hermione, cinco minutos para se tocar que está nua!
Gritei me afastando das mãos enroscadas em minha cintura, rolando em direção ao chão.

-Ai! – reclamo cobrindo os peitos com o lençol.

-Mas que porra? – ofego reconhecendo a voz. Se fosse um pesadelo, seria a hora perfeita para
acordar. – O que você está fazendo aqui Granger?

Me enrolo no lençol procurando meus pertences pelo quarto.

Calcinha, calcinha, onde?

Malfoy ainda resmungava sentado na cama, mas eu só conseguia pensar que de todos os
homens desse enorme castelo eu dormi com Malfoy.

-Você... Por Merlim mulher o que você tá procurando? – Malfoy se levanta me puxando pelos
ombros.

Minha calcinha, atrás dele. Em cima do abajur na cômoda.

-Minha - suspiro contando até dez. Malfoy franze as sobrancelhas virando a cabeça para olhar
na direção em que aponto.

- Puta merda – ele resmunga indo até o abajur e girando minha calcinha entre os dedos.

- Achei que ia ter que te explicar o motivo de estar aqui- bufo

- Eu sei a biologia básica Granger. Então sei que o que aconteceu aqui- faço uma careta ao vê-
lo girar o dedo antes de apontar para o colchão- não devia ter acontecido. Você é a Granger!
- Me poupe do discurso “meu sangue e blábláblá, seu sangue, amiga do Potter e blábláblá” –
Malfoy joga a calcinha em minha direção junto do vestido que estava debaixo da cama – Isso
não devia ter acontecido porque você é você e eu sou eu. Ninguém, ninguém pode saber disso.

-Como se houvesse orgulho em dizer isso para alguém. Eu tenho uma imagem zelar Granger!

- VÁ SE FERRAR MALFOY! Você e a sua imagem.

Me enrolo na primeira capa que encontro saindo do quarto sem olhar para trás, ouvindo
Malfoy gritando que eu seria uma mulher morta se alguém soubesse sobre aquilo.

-Hermione? – me choco contra Harry correndo – E, essa capa é da sonserina?

Saio correndo sem responder Harry, segurando firme na capa ouvindo Harry me gritar.
2 meses
Conviver com Harry e suas grandes e maravilhosas aventuras – UHUU- me tornaram uma
mentirosa que daria inveja a qualquer um. Dois meses e ninguém além de Gina sabia.

Foi difícil escapar de Harry enroscada em uma capa verde e prata e mais difícil ainda fingir que
havia sido apenas um grande mal-entendido. Harry agiu como um enorme cão de guarda toda
vez que passávamos mais de cinco minutos na presença de um sonserino.

-Harry não caiu nesse papinho de capas trocadas Hermione- Gina, sussurra colocando os livros
sobre a mesa.

- Ainda? Gi, já fazem dois meses, tira esse bolinho da minha frente- empurro o doce com uma
careta.

- Ih, qual o seu problema com os meus bolinhos? E claro Hermione, você é a irmãzinha
imaculada dele, e saiu desfilando com o brasão da sonserina.

Sorrio imitando o “imaculada” com uma careta. Gina sabia e já havia passado do período pena
para o período piada.

Meu estomago revira com o cheiro do bolinho de abobora da mesma forma que vem fazendo
a algum tempo, Gina me olha fazendo careta, já sabendo.

- Enfermaria! Vá ver isso Hermione, Rony anda reclamando até hoje do cheiro que você deixou
na mochila dele- Gina sorri lembrando da cena e eu gemo em resposta.

Meu almoço volta, me fazendo correr em direção a lixeira mais próxima. Gina segura meus
cabelos massageando minhas costas.

-Banheiro Granger, não conhece? – levanto os olhos em direção a voz, dando de cara com
Malfoy me observando encostado na estante, com as mãos no bolso.

-Vá se ferrar Malfoy- resmungo antes de voltar a enfiar o rosto na lixeira.

Me sento no chão passando as costas da mão na boca, Malfoy ainda estava lá me olhando com
aquela cara de bocó, Gina sentou ao meu lado fazendo carinho em minhas costas e olhando
feio para Malfoy.

-Você devia ir à enfermaria Mi, já faz um tempo que você está assim e o Dino teve aquela
virose esquisita semana passada- faço careta ao lembrar de Dino jogado no sofá da comunal
rodeado de lenços.

-Eu não to doente Gina- digo levantando- só devo ter comido- minha visão embaça por uns
instantes e meu corpo cambaleia um pouco. Malfoy dá um passo para frente, segurando meu
braço- Obrigada – ele resmunga.

-Eu só preciso descansar um pouquinho- Gina avança em minha direção, ao mesmo tempo em
que Malfoy passa os braços envolta da minha cintura.

-Granger? Granger- meu corpo amolece nos braços de Malfoy e as vozes dele e de Gina viram
apenas sussurros.

-Weasley chame alguém. ANDA!


- Pelo amor de Merlim, não vá morrer nos meus braços, eu já tenho problemas demais!

{...}

-Finalmente! Achei que teria que jogar água em você- abro os olhos, dando de cara com
Malfoy e Gina.

A enfermaria estava vazia, os dois me olhavam como se um monstro fosse sair de trás de mim
a qualquer momento.

- O que, aconteceu? - Malfoy revira os olhos me entregando um copo de água.

-Além do seu incrível desmaio?

Gina me olha, pedindo licença com o olhar antes de sair, olhando feio para Malfoy numa
conversa muda que eu não pude entender.

Me sento, aceitando o copo enquanto Malfoy anda em frente a cama, bufando como um
touro.

- Quando? - franzo as sobrancelhas sem entender- QUANDO- ele respira fundo tentando
controlar a voz.

-Quando ia me contar?

-Do que você está falando? E para de andar, está me deixando tonta- reclamo vendo ele se
sentar bufando.

- Um Malfoy! - ele exaspera puxando os próprios cabelos em surto e voltando a andar.

-Malfoy eu vou vomitar - pontuo- ou pior desmaiar de novo e a culpa vai ser sua!

- Óbvio! Por que é isso que grávidas fazem não Granger? - arquejo de susto, tentando absorver
a afirmação.

Grávida!

Tinha que ser piada.

- Quando você ia me contar? Ou melhor, você pensou em me contar? Passou pela sua cabeça?
- pisco ainda assimilando a notícia- Responde Granger!

-Como assim?

-Precisa mesmo que eu te explique como? – ele esbraveja, sentando na beirada da cama.

Então tudo faz sentido, os enjoos com os bolinhos de Gina e o perfume dos meninos, o sono
frequente nas aulas. E o atraso, durante a guerra era mais que comum passar semanas sem. O
estresse, a ansiedade e o medo eram alguns dos vários motivos de atraso, e talvez por isso
tenha sido tão difícil notar. 2 messes desde o dia em que transei com Malfoy, 2 meses desde a
minha última menstruação.

-Grávida – suspiro, recebendo um olhar debochado em resposta.

Malfoy tirou um sapo de chocolate do bolso, me entregando.

-Grávida! – repetiu Malfoy- Que merda a gente se meteu?


- Você não... você sabe- ele fala sem me olhar.

- Você...- Malfoy me olha e eu me levanto ainda tonta. Malfoy avança na minha direção,
empurro suas mãos o olhando com raiva.

- Você realmente acha que eu faria isso- Malfoy se afasta com o grito.

-Não foi...- rio em deboche

-Não, e eu sou maluca agora? É obvio que você pensaria isso-

-Granger, não ponha palavras na minha boca!

Ele não precisava dizer, eu sabia, Hogwarts inteira sabia o que ele estava pensando.

- Não precisa! – ele franze as sobrancelhas sem entender – Não precisa ser o pai.

Malfoy anda pela enfermaria rindo e gesticulando. Ele me olha algumas vezes puxando os
próprios cabelos e murmurando em francês.

- Você adoraria né Granger? – ele anda na minha direção com o dedo em riste- Adoraria criar o
meu filho, com o Potter ou aquele fosforo queimado. Mas um Malfoy, sempre é um Malfoy!
Quer você queria ou não, todo o mundo bruxo saberá que ele é um Malfoy!

Malfoy grita e eu levo as mãos em direção a barriga por impulso sendo seguida por ele pelo
olhar.

-E você vai assumir? Um bastardo?

-Eu não sou o meu pai Granger- Malfoy fala sem me olhar indo em direção a porta- Não era
com você e nem assim que eu queria ser pai. Mas é meu filho!
3 meses
- Não seja maluca Granger - Malfoy tira minha varinha antes que eu consiga se quer pronunciar
o feitiço, olhando feio para Simas que se afasta nos olhando sem entender, mas logo nos
esquecendo ao ser chamado por Dino.

Pelas contas hoje fazem três meses desde que enlouqueci e concebi um bebe com Malfoy, dois
meses de um segredo quase que absoluto -ninguém além de nós dois, Gina e Madame
Pomfrey-. O “bebe” ainda quase que um tabu, um sonho estranho e coletivo.

Nós, Malfoy e eu, não conversamos mais depois da descoberta, na verdade nos evitávamos
pelos corredores, mas ainda sim ele estava presente todas as vezes em que tentei fazer algo
considerado perigoso por ele.

- Um estupefaça e você é arremessada para longe- ele sussurra fingindo estar ajeitando as
vestes – Não sabia que você era uma completa irresponsável.

Bufo o olhando irritada. Copos de água que apareciam misteriosamente, poções de enjoo que
surgiam em minha bolsa e bolinhos de amora que Gina havia por milagre descoberto que eu
desejava após eu sem querer dizer em voz alta em uma aula grifinória e sonserina da qual ela
não fez parte.

Eu sabia que Malfoy andava perguntando a Gina como eu estava, só não sabia o motivo e nem
quando essa estranha amizade, se é que podemos chamar disso havia começado.

- Feitiço de amortecimento, toda a sala tem, não se faça de doido- ele revira os olhos me
imitando falar.

Harry e Rony nos olhavam a distância curiosos e mesmo longe eu sabia que Harry segurava
Rony, contando até dez. Malfoy jogou um livro na parede e me olhou debochado quando o
mesmo caiu no chão aberto.

-Você bate, e volta Granger. Achei que soubesse, mas como não eu falo – ele aproxima o rosto.
Longe o bastante para que ninguém da sala perceba, mas perto o bastante para que só eu
escute- não bata a barriga.

Malfoy usa a varinha para apontar discretamente.

-Em hipótese alguma. Quebre um braço, mas não bata a barriga.

Ele joga minha varinha e eu me apresso a pegar antes que caia, vendo Malfoy se afastar sem
olhar para trás, mas revirando os olhos ao notar Harry e Rony nos observando.

- Seus cães de guarda, deviam cuidar melhor de você- reviro os olhos, mesmo sabendo que ele
não vai ver.

Malfoy de repente para ainda sem olhar para trás e eu o olho com dúvida o vendo virar
lentamente o pescoço em minha direção.

-Eles não sabem- ele afirma e eu desvio o olhar - Não sabia que grifinórios costumavam mentir
para os seus.

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O sorriso de Malfoy ao sair da sala, não saiu da minha cabeça pelo resto do dia, assim como os
meninos não saíram do meu pé. Eu sabia que eles iriam querer respostas que eu ainda não
podia dar, não estava preparada para dar, principalmente Harry que mesmo sem dizer uma
palavra já havia me feito entender que ele tinha teorias.

Teorias quase certeiras.

Gina ainda não havia chego e o salão principal estava lotado para o almoço. Harry ainda me
olhava de tempos em tempos, mas Rony já nem lembrava mais do que aconteceu antes do
almoço.

O que significava que eu tinha tempo.

Tempo para pensar em uma mentira boa o suficiente para enganar os dois antes que Harry se
cansasse do modo discrição e Rony se lembrasse do quão próximo Malfoy estava e de quanto
tempo levamos conversando – mesmo que tenham sido poucos minutos-

-Hermione...-

-Mi, eu preciso falar com você – gina interrompe Harry, me salvando do que seria o fim do
almoço -Vamos?

Concordo com a cabeça seguindo-a para fora do salão, com a sensação de estar sendo
observada.

-Tenho que te contar uma coisa!

-Do tipo, tenho conversado com Malfoy sobre o .... “problema” de vocês- exaspero tentando
manter o tom de voz.

Gina me olha culpada, antes de dizer que não se arrepende de nada.

-Ele queria saber, e foi educado até se te interessa. Mas não era bem isso que eu queria falar.

Faço uma careta ouvindo-a chamar Malfoy de educado e recebo um beliscão no braço, com a
desculpa de que ela não bate em grávidas.

-Harry está desconfiado Hermione – engulo em seco sem saber o que dizer- eu sei que ainda é
tudo muito estranho pra você, mas eles precisam saber por você.

Franzo a testa perguntando o que exatamente ela queria dizer com isso e Gina revira os olhos
balançando a cabeça.

-A outra parte dessa equação mente brilhante- pontua

-Ele não teria motivos em contar para os meninos. Para ninguém na verdade.

- Pode não parecer, mas existe lealdade entre as cobras Hermione. Parkinson, Zabini e Nott
com certeza já sabem. É só notar o modo como te vigiam todas as vezes que você pega uma
dessas escadas malucas.

Eu ainda não havia pensado nisso. Passamos tanto tempo, fugindo e enojando a sonserina pela
ambição por poder que nem sequer pensamos no quão leias podem ser a aqueles aos quais
eles escolhem.
-não to dizendo que um deles vá contar, nunca, para eles é um segredo de Draco, mas as
fofocas voam por esses corredores e você sabe bem disso.

Aceno em concordância com a cabeça, pensando em como contar isso a eles. E como será
depois que toda Hogwarts saber.

-Licença – um lufano do primeiro ano cutuca meu ombro me fazendo olhar para trás- uma
moça bonita pediu pra te entregar.

Ele me entrega um sapo de chocolate antes de sair andando sem olhar para trás. Do outro lado
do pátio, parada com as mãos nos bolsos das vestes, Pansy Parkinson me observava. Ela acena
com a cabeça antes de me dar as costas.

-Eles sabem -Gina aponta o doce- e mestiço ou não, é o filho de Draco. Lealdades assim se
estendem a família Hermione, assim como nós, Weasleys somos leiais até a morte a você e
Harry.

-Preciso contar a eles!

- Sim, precisa- ela concorda – Não vai comer? Porque senão...


4 meses
- Já cumpriu seu papel de informante hoje?

Ironizo o fator de Gina contar a Malfoy cada passo que dou desde que magicamente viram
melhores amigos e confidentes no assunto bebê de Hermione Granger.

- Já e já avisei também que hoje foi meu último dia de serviço. Meu estoque de mentiras para
Harry já esgotou- ela bufa se jogando na cadeira.

- De agora em diante, uma nova mulher, sem mais mentiras nem escapadas na surdina para
fofocar com o seu boy – reviro os olhos para a terrível mania que Gina adquiriu de chamar
Malfoy de meu boy apenas para não correr o risco de sermos ouvidas- falando nisso, aquela
turminha é ótima nas fofocas menina, você sabia que a Miranda do terceiro ano, aquela
lufana, traiu a Stevens do segundo? A aquela corvina?

Abro a boca desacreditada. Não pela traição já esperada, mas pela estranha sintonia entre
Gina e as cobras.

-Foi o amigo do teu boy que contou, o inteligente, que o outro não escute isso!

-Dá pra você parar de chamar ele assim? E tem certeza de que você não caiu na casa errada? –
Gina ri negando com a cabeça e afirmando que só muito leoa para topar a peleja de namorar o
salvador do mundo.

- Ele vai mi, eu achei melhor de contar, vai ficar de longe, mas vai- aceno sabendo a que ela se
refere.

Durante o último mês madame Pomfrey me recebe em visitas regulares e mesmo sabendo
sobre todas – data e hora – através de Gina, Malfoy nunca foi em nenhuma perguntando tudo
a Gina depois.

E confesso que no começo ir a consultas sozinha ou acompanhada de Gina e Harry – que assim
como Rony teve um pequeno e leve surto ao saber da notícia, mas se recupera do baque em
ótimo estado) era mais do que suficiente. Mas por mais estranho que pareça uma parte minha,
por menor que seja queria Malfoy lá.

Talvez por ter sido eu a criança amada e desejada desde o ventre, ou por ter tido um pai tão
presente que algumas vezes me sentia tão sufocada, mas eu queria aquilo, queria saber
mesmo me odiando Malfoy não odiaria o filho que ele mesmo se propôs a assumir.

Não faria com o meu filho o que foi feito com ele, com Sirius.

Porque mesmo sem nunca ter tocado ou visto, mesmo sem saber seu nome eu sabia que o
bebe que crescia em mim, seria o amor de toda a minha vida.

Porque passado todo o susto e desespero da notícia eu consegui finalmente entender o que a
minha mãe dizia ter sentido. O amor que salvou Harry da morte.

Malfoy estava lá, parado ao lado da porta, junto a Zabini e Gina. Ele parecia em duvida se devia
ou não entrar, em olhando como se perguntasse minha opinião.
- Hermione não morde Draco, deixa de ser fujão- Gina o empurrou recebendo um olhar feio
que foi prontamente ignorado.

Zabini sorria ao seu lado acenando em minha direção. Malfoy deu dois passos em minha
direção ainda meio hesitante e eu comecei a estranhar seu comportamento.

- Está tudo bem? – pergunto tão hesitante quanto ele.

- Sim, só é estranho, estar aqui!

- Se é estranho para você imagine para mim não? – forço um sorriso em sua direção.

E então automaticamente Malfoy volta ao seu estado normal. Arrogante e reclamão.

- Desculpe a demora, estava cuidando de um lufano que errou a poção. Bom na verdade de um
lufano que bebeu a poção que um corvino errou, é até uma história engraçada...

-A senhora pode ser mais rápida? Eu tenho um compromisso- Malfoy a interrompe e eu lhe
dou um chute sorrindo para Madame Pomfrey.

Ela coça a própria garganta antes de iniciar a consulta, claramente sem graça e eu olho feio
para Malfoy.

- Bom senhorita Granger tudo parece perfeitamente bem. Tem se alimentado direito? Evitado
exercícios físicos muito puxados, um pouquinho faz bem até, uma caminhada, mas sem
exagero e tem dormido bem? -aceno em concordância com tudo dito, sendo observada por
Malfoy.

- Não sei como é no mundo trouxa, mas aqui, nessa fase já conseguimos descobrir o sexo do
bebê vocês desejam saber? É um feitiço simples

Nos olhamos, antes de responder. Malfoy olha em direção a minha barriga e acena com a
cabeça concordando.

Madame Pomfrey nos conduz até a cama mais próxima me pedindo para deitar e erguer um
pouco a blusa, de forma que minha barriga fiquei exposta para o feitiço.

E é instantâneo o sorriso que surge em meus lábios ao ver a cor azul pairando acima da minha
barriga como se dançasse sobre ela, na beirada da cama Malfoy tentava se manter neutro,
mas eu sabia, de alguma forma louca, que ele também estava contente.

A noite mais louca de toda a minha vida, havia trazido algo, ou melhor, alguém eu tinha
certeza de que amaria para sempre.

- Um Malfoy! – ele declara ainda de pé, próximo a beirada da cama.


5 meses
Os cinco meses chegaram junto a confirmação de que a rádio corredor não costuma falhar e
logo toda Hogwarts já sabia ou desconfiava do bebe Dramione – como foi apelidado por Lilá ao
contar para a grifinória toda- e por mais que engássemos ou fingíssemos ser pura invenção já
era mais que tarde.

Quando uma fofoqueira conta uma boa fofoca, até o mais certinho senta para o ouvir.

E foi isso que aconteceu, ao menos até por pura ironia do destino Pansy Parkinson acertá-la
com uma azaração orelhuddus, dizendo que assim talvez ela comece a ouvir melhor as fofocas.
É claro que Gina nego prontamente qualquer participação no caso, mas eu tenho quase
certeza de ter visto as duas se cumprimentam de forma suspeita na entrada do castelo
minutos depois.

As orelhas de Lila ainda demoram dois dias para diminuir.

- Órion – me assusto com o grito de Gina- é de uma constelação e a família tem todo esse
negócio com o céu que você sabe

Gina estava a horas citando diversos nomes masculinos, na esperança de estar livre do fardo
de chamar o bebe de bebe como ela mesmo disse. Em uma listinha com sugestões tanto dela,
Harry e Rony quanto do trio das cobras os nomes vetados eram riscados um por um.

- Fala em voz alta o nome completo e vejo o horror- falo comendo mais um sapo de chocolate,
que surgi magicamente na beirada da minha cama todos os dias.

Gina repete o nome duas vezes antes de fazer uma careta riscando-o da lista e eu já podia
imaginar que o mesmo nome agora magicamente sumia da outra lista na casa das serpentes.

- E Pólux? – ela me corta antes que eu responda – Não não, parece nome de cavalo.

Concordo sorrindo.

Ela franze a testa vendo um nome novo surgir na lista, antes de sorrir em minha direção.

- Scorpius Hyperion Malfoy! É um nome bonito, muito bonito na verdade! – ela sorri sugestiva.

Me assusto, ainda pouco acostumada em sentir o bebê mexer, sentindo como se borboletas
batessem as asas dentro de mim e sorrio levando a mão a barriga ainda pequena sem nem
perceber.

- Diz de novo- peço

- Scorpius Hyperion Granger Malfoy – ela repete sorrindo e ele se mexe de novo.

- Onde Malfoy está? – Gina se assusta com a pergunta e eu torno a repetir.

Saímos andando em direção ao campo de quadribol, onde o time verde e prata treinava hoje
torcendo para que encontrássemos Malfoy. Gina ainda não sabia ao certo que eu planejava
mas me seguia como boa amiga que era.
De longe Nott nos nota, voando até Malfoy e apontando em nossa direção, os dois descem
seguidos por Zabini pousando em nossa frente. Malfoy me olhava com o cenho franzido antes
de desviar o olhar em direção a Prakinson que era ajudada por Nott a descer as arquibancadas.

A sonserina levava um pergaminho em mãos e um pequeno sorriso no rosto, já imaginando do


que se tratava a visita inesperada.

- Está frio Granger, o que você faz aqui? – Malfoy pega a própria capa de cima de um banco
próximo e joga por cima dos meus ombros. Eu reviro os olhos.

-Gravidez não é doença e nem me transforma em criança Malfoy.

Ele bufa dando de ombros e eu continuo a falar.

- Mas eu só vim aqui avisar que- respiro fundo- Ele escolheu o seu nome!

Ele abre e fecha a boca sem entender e eu novamente reviro os olhos

- O nome que você disse a Gina e Parkinson

-Pansy- ela corrige eu concordo com a cabeça

-A Gina e Pansy, Scorpius Hyperion Malfoy – o bebê, agora Scorpius se mexe novamente e eu
por instinto levo a mão de Malfoy a minha barriga.

- Scorpius Hyperion Granger Malfoy! – Malfoy repete e Scorpius volta a se mexer como se
reconhecesse não só o próprio nome mas também aquele que o pronunciou.

Malfoy me olha ainda sentindo Scorpius dançar em minha barriga e sorri.

E eu sorrio de volta.

- Tá agora que já tem nome, podem começar a ver a madrinha- Gina e Pansy se olham quase
que rosnando uma para a outra antes de nos olharem.

-Draco Malfoy!

-Hermione Granger!

As duas falam ao mesmo tempo fazendo com que Nott e Zabini gargalhem antes de se
esquivarem de tapas.
6 meses
- Sonserina!

-Grifinória! – grito junto a Blasie.

-Malfoy’s sempre vão a sonserina Hermione- Draco pontua- achei que soubesse disso.

Reviro os olhos em sua direção acariciando a barriga. Malfoy segue minha mão com o olhar e
dá um sorriso de canto.

A azaração de Pansy só adiou o inevitável. Scorpius se mostrou presente antes mesmo que o
mês acabasse, exigindo todas as atenções e deixando a radio corredor ensandecida. Levando
Harry e Rony a mais detenções por azarações do que podíamos contar. Além de piadas, sobre
como leões não sabem ser discretos como cobras.

Lilá e outras quatro pessoas eram as provas de como cobras podiam ser astutas e silenciosas.

-Black’s também não e veja Sirius! – provocou Harry – um revolucionário!

Se a seis meses me dissessem que estaria sentada entre sonserinos e grifinórios estudando
pacificamente eu riria até imitar um porquinho. Mas receber cafuné de Rony enquanto Théo
massageia meus pés, assistindo Harry e Draco se provocarem enquanto Gina grita com Blasie
era estranhamente reconfortante.

Scorpius era um ponto de ligação.

Um pedaço meu de Harry, Gina e Rony protegeriam até o fim.

E um pedaço de Draco, que Pansy, Théo e Blás matariam por.

Longe de estereótipos mas, existem poucas coisas que sonserinos não fazem pelos seus.

-Independente de que casa será um Malfoy. Supere Potter! – olhei feio para Draco vendo-o
acertar Harry com um livro.

Ele sorri, nada arrependido.

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O vento gelado batia contra o meu rosto. Gina havia esquecido as janelas abertas mais um vez.

Scorpius chutava desesperadamente a horas, quase que exigindo um bolo.

-Sonserino – sorrio acariciando a barriga- sei papai estava certo Scorp? Será.

Ele chuta mais uma vez em resposta e eu me levanto a procura de um robe lamentando a falta
de outro daqueles sapos de chocolates na minha mesa de cabeceira. As pequenas, simples e
súbitas vontades, viraram pura necessidade após o toque de recolher, Minerva já havia
liberado para que chamasse por um elfo quando precisasse de algo -seja comida ou ajuda- mas
até elfos deviam dormir as quatro da manhã não?

O castelo estaria em puro silencio se não fossem os quadros conversando entre si sobre seja lá
quem que tenha sido pego no armário de vassouras hoje/ontem. A verdadeira radio corredor.

- Você é definitivamente louca! – pulo de susto levando a mão direita ao peito.


Malfoy ri contido, me oferecendo ajuda e eu nego socando seu braço. Ele me olha em um
questionamento mudo e eu indico com a cabeça em direção a cozinha.

-ok, vamos? – encaro o braço estendido hesitante.

- eu quero chocolate- anuncio enlaçando meu braço ao seu.

Ele ri balançando a cabeça.

Seis meses, cílios e sobrancelhas já nasceram em Scorp e eu já posso imaginar seu rostinho,
exatamente igual ao de Draco e arrepios já subiam pela minha coluna junto ao sorriso que
surgia só de imaginá-lo. Draco me olhava de esguelha sorrindo confuso e eu noto que a seis,
confusos meses é só isso que fazemos juntos.

Um duplo twist carpado com duas piruetas.

Uma grande apresentação de circo. O circo Granger Malfoy, onde nós somos os palhaços
roteirizados por Merlim.]

-Nada de doces de madrugada mocinha- bufo assistindo-o assumir o papel de papai


responsável. Suas conversar com madame pomfrey tornavam meu cardápio cada vez mais
curto. O sapos surpresa ciaram absurdamente de quatro para um após a ultima consulta junto
aos bolinhos de amora que foram magicamente extintos da escola.

-Malfoy- resmungo

-Merlim- ele ofega fechando os olhos com força e eu franzo o cenho inclinando a cabeça para
o lado.

-Malfoy, por favor – balanço seus braços- Draco

-Que Scorpius não saiba fazer... isso- ele aponta para o meu rosto- ou estarei perdido. Um
bolinho, apenas um bolinho Hermione- ele frisa me olhando.

Draco bufa enquanto eu o puxo pelo corredor, reclamando os perigos que uma queda
representam.

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-Um Hermione, um. Não achei que era surda- reviro os olhos dando as costas a Draco.

-Me deixa- reclamo escondendo o bolinho para que ele não pegue- seu filho quer.

Scorpius chuta e eu deixo o bolinho cair levando as mãos de Draco em direção a barriga.

-Eu nunca agradeci- ele murmura fazendo carinho por baixo da minha blusa. Me arrepio com a
sensação de seus dedos gelados com a pele quente da barriga. Draco olhava as “ondas” criadas
por cada movimento de Scorpius hipnotizado sem desviar os olhos um segundo sequer,
mesmo quando falava – por me deixar fazer parte.

Ele me pega de surpresa. Nós ficamos em silêncio, observando Scorp dançar dentro de mim.

Eu toco seu rosto e Draco me olha, ainda agachado em minha frente.

-Você faz parte Draco- ele segura minha mão sobre seu rosto- não podia ser diferente, somos
família agora!
Ele concorda, e dá um beijo na mão que mantenho em seu rosto. Malfoy estava diferente, um
diferente bom e isso me deixava feliz, confiante. Confiante de que torta, estranha e confusa
Scorpius teria uma família, um lar. Draco já era um ótimo pai antes mesmo de ver seu rosto e
isso fazia com que borboletas dançassem junto a Scorp na minha barriga.

-Os Granger Malfoy!


7 meses
210 dias 5.040 horas 302.400 minutos 18.144.000 segundos.

Sete quilos a mais – grande parte concentrados na barriga-, pés monstruosamente inchados e
uma vontade ensandecida de cortar aquilo que Draco carrega no meio das pernas.

— Devia ser você! – rosno em sua direção.

Depois da minha décima reclamação Draco me arrastou até a sala precisa para o que em seus
planos seria uma massagem nos pés.

— Gravido? Eu to realmente curioso em saber com ele ia sair — reviro os olhos. Malfoy aperta
meu pé fazendo cosquinha — Pare de se mexer!

— Eu sinto cosquinha! — ele puxa meu pé para o seu colo de novo, passando os dedos pela
sola do pé. Eu me contorço rindo e chutando sua mão.

Malfoy ri do meu desespero zombando para Scorp. “Sua mamãe é muito fraca. Não aguenta
uma cosquinha filho”

— Xixi, xixi! — Me desespero tentando levantar. Malfoy segura meu braço me puxando do
sofá e eu corro em direção ao banheiro agradecendo a Merlim por estarmos na sala precisa,
uma vez que o banheiro mais próximo é a dois corredores de distância.

Informação que não te contam nos filmes e livros: Quanto maior o bebê mais peso é
adicionado sobre a sua bexiga. Engravide e vire uma grande mijona.

Scorpius fica cada dia mais pesado, o que é completamente ótimo para o seu
desenvolvimento, mas terrível para minha coluna, bexiga, pés e autoestima.

— Hermione? Tudo bem? Temos que ir para a aula— abro a porta dando de cara com Draco.
Minha bolsa estava em seu ombro junto a sua e seu braço estendido em minha direção.

------------------

— Eu estou falando, ele estava te cantando — Rony agitava os braços afirmando pelo que seria
a milésima vez — eu não to maluco Hermione. Não se respeita nem mulheres gravidas mais?

Reviro os olhos indo em direção a mesa da grifinória sendo seguida por ele e Harry. Gina
acenava em nossa direção, sentada ao lado de um Blás risonho e um Draco sem expressão.
Rony me cutuca apontando para eles e eu dou de ombros batendo em sua mão.

—É falta de educação apontar! — ele revira os olhos. Harry ri, beijando Gina se sentando entre
ela e Blasie.

Malfoy empurra o primeiroanista do seu lado apontando para o prato de legumes em um


comunicado mudo.

“Esse é o almoço Hermione aproveite. E reflita se vale a pena comer tanta tortinha de abóbora
na cozinha de madrugada as escondidas” eu podia ouvir Draco falando isso e empurrando para
longe todo prato considerado gorduroso que eu tentasse pegar.
— Apontar não pode, mas cantar gravida pode né— Rony fala. De canto de olho eu vejo
Malfoy levantar a cabeça sem entender, ele olha para Rony que dá de ombros apontando em
minha direção com uma coxinha de frango.

— Tão cantando ela e ela não quer me ouvir —bufo — e não bufa não que é verdade. Onde
que um dos melhores da turma precisa de ajuda? Safado e mentiroso ainda por cima. Não é
boa gente Hermione.

Harry concordo balançando a cabeça antes de levar um beliscão de Gina.

— E não pode? Hermione é gostosa Rony, aceite! — Malfoy ainda olhava sem entender. Mas
agora cochichando algo com Blás que balançava a cabeça sério.

Harry, Gina e Rony começaram uma discussão sobre a liberdade feminina e sobre como
gravidas ficam gostosas e bonitas. Mas Draco e Blásio ainda conversam baixo, o moreno me
olhou como se sentisse que eu os observava e sorriu cutucando Draco.

— Cabeça de fósforo! — olho na direção que ele chamou— o vermelhinho!


Rony vira a cabeça apontando para si. Draco concorda e ele franzi a testa.
— Eu tenho nome sabia? — ele ignora abanando a mão.
— tenho certeza que sim, assim como o safado mentiroso não? — o olho confusa e Draco se
vira apontando o prato— Scorp precisa comer sabia?
Scorp chuta ao ouvir a voz de Draco e ele levanta a sobrancelha que se o bebê tivesse acabado
de concordar com ele. Eu reviro os olhos e ele se vira para Rony de novo.
— Nome Weasley, sabe? — perguntar de novo.
—Córmaco McLaggen— Draco agradeceu com a cabeça e olhou para Zabini.
— Com licença, tenho que achar Pansy, prometi que a ajudaria hoje— ele se inclina beijando a
minha testa e a mão de Gina antes de sair. Harry o olha bravo.
— Onde ele foi? — questiono Draco.
– Ajudar Pan, ele disse. Não ouviu? — arqueio a sobrancelha sem acreditar e Draco suspira.
— Deuses o que mais Zabini pode ter ido fazer?
Acenei concordando.
Mas sendo a boa cobra que é, o “príncipe” das serpentes Malfoy já detinha grande poder
influência, principalmente com os menores, sem precisar assustar ou amedrontar nenhum
deles.
E junto a Blasie, Théo e Pansy as coisas só se tornavam ainda mais fáceis, uma vez que
ninguém que ataca um serpentário sai ileso. E toda Hogwarts sabe como eles agem, no silencio
e em completa discrição, se divertindo com o desespero alheio em meio a total humilhação
publica ou apenas ali pairando sobre aqueles que ousam os “atacar”, fazendo-os ficar em
estado de alerta todo o tempo, mas deixando todo o trabalho para o karma.
Cerca de cinco a dez minutos após a saída de Blás, McLaggen gritou. Os alunos próximos se
afastaram grunhido de nojo e Draco sorriu. De pé parado na porta Blás acenava balançando a
varinha entre os dedos, antes de pedir silencio e sair andando.
— Você! —bati no braço de Draco. Comarco agora vomitava lesmas em balde conjurado por
sabe-se lá quem. Meu estomago revirou com a cena.
— Claro que não, eu estou do seu lado o tempo inteiro e você é testemunha de que não toquei
na varinha!
— Não se faz Malfoy! Por que mandou Zabini fazer isso? — ele me olha confuso.
— Você deixaria? — nego— Então pronto, não pode usar o bebê contra Blás, e foi ele quem se
ofereceu fique sabendo.
Bufo, levando as mãos a barriga. O cheiro das lesmas, embrulhava meu estomago e eu já podia
sentir toda a comida voltando.
— Por que Draco? Lesmas? Vocês tem 10 anos? — ele bufa. Levo a mão em direção a boca e
Scorp remexe. Ele me olha curioso e eu repito a pergunta.
— Porque eu sou um bruxo Hermione e socar a cara dele me daria uma detenção! — arfo
tentando ignorar o mal estar e Malfoy continua— e alguém tinha que ensinar modos a ele.
Você está grávida, é o meu filho aí. Ele é burro? Não responde.
O som da voz de Draco vai diminuindo, assim como a claridade. Os arquejos de Comarco ficam
cada vez mais altos.
— Draco! — seguro seu braço. Draco se inclina passando o braço envolta da minha cintura.
Harry estica um copo de água em nossa direção preocupado.
—Hermione? Ei, ei, fala comigo— ele aperta o braço em minha cintura e meu corpo amolece
aos poucos. — Harry me ajude a tirar ela daqui.
Draco me pega no colo, encostando a bochecha em minha testa e suspirando.
—Dois meses Hermione, não vai fazer gracinha.
Suspiro encostando a cabeça em seu peito. O coração de Malfoy estava acelerado, talvez pelo
esforço em correr com um grávida no colo ou pelo nervoso.

— Senhor Malfoy? O que houve? Deite ela aqui rápido— ele anda até a maca e deita minha
cabeça em seu colo. Malfoy afasta com os dedos, uma mecha de cabelo da minha testa
fazendo carinho em minha cabeça.

— Sem gracinhas dona Granger! — sorrio fraco segurando sua mão.

— Eu já estou melhor Draco, não precisava me trazer— ele me puxa em sua direção quando
tento levantar, revirando os olhos.

— E você é medibruxa? Senta e fica quietinha até ela voltar.

Assenti me encostando em seu peito, Malfoy agora falava com Scorp perguntando se ele
estava bem. Harry nos olhava encostado na parede, com um sorriso de lado, ele levantou as
sobrancelhas em minha direção antes de sair deixando nossas coisas próximo a cama.

— Já está tudo bem Draco eu juro.

— Vamos só, certificar pode ser? — ele apoia a cabeça na curva do meu pescoço e eu me
arrepio— por favor.
8 meses
—Se você continuar me chutando eu vou te amarrar— Hermione revira os olhos ouvindo
Draco reclamar.

Já faziam três dias que Hermione não sabia o que era ter uma noite de sono completa e
proveitosa. Scorp só parava de se mexer quando Draco estava por perto o que tinha resumido
seu sono a cochilos esporádicos entre uma aula e outra até que Draco se cansasse.

—Eu to desconfortável, não acho que eles ficaram felizes em me ver aqui quando acordarem—
ela diz apontando em direção as camas de Théo e Blás.

Malfoy olha em sua direção com a sobrancelha arqueada e Hermione suspira.

—Eu só não quero incomodar, Ron disse que não se importaria.

Draco bufa interrompendo. Hermione arfa sentindo os braços dele ao redor de sua cintura a
puxando para mais perto. De conchinha, ela estava de conchinha com Draco no dormitório das
cobras.

—Eu realmente vou amarrar você. Eles não se importam Hermione, só vão se importar se você
não calar a boca— ela morde a boca, fazendo uma careta— mas eu me importaria, e muito, se
agora fosse o Weasley fazendo carinho na sua barriga.

Ela acena ainda emburrada recebendo um beijo no pescoço e um boa noite sussurrado.

Draco Malfoy ainda iria enlouquecer Hermione Granger, e Scorpius o ajudaria nessa missão.

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De todas as grandes situações vergonhosas de sua vida – e Hermione tinha uma longa lista
para contar- nenhuma jamais seria pareô para a vergonha de acordar, vestida com o uniforme
da sonserina, no quarto da sonserina, na cama de Draco Malfoy.

— Bom dia! Bolinho? — Théo pergunta, ainda sentado em sua cama segurando um bolinho de
morango. Hermione, corre os olhos pelo quarto procurando por Draco e Théo repete a
pergunta— Bolinho?

Hermione hesita, levando Théo as risadas.

— Eu não conto pra ele. Segredo nosso— ele leva o dedo aos lábios estendendo o bolinho a
Hermione na mesma hora em que a porta do banheiro é aberta.

— Bom... Nem ouse dar esse bolinho a ela — sorrio mordendo o bolinho ainda na mão de
Théo que grita comendo o resto antes que Draco chegue até nós.

Malfoy bufa, resmungando pelo guardo e eu reparo no quão fluente ele se torna em francês
quando está bravo. Théo dá de ombros dizendo que eu devia me arrumar antes de sair do
quarto nos deixando sozinhos.

—Draco— chamo baixinho— Draco não fica bravo, o bebê queria o bolinho — falo sorrindo.

Ele bufa e eu o abraço por trás, deixando um beijo em suas costas nuas. Draco se arrepia e eu
rio ainda mais.
—Você é impossível Hermione Granger, maçã é um café saudável!

Ele segura minhas mãos se virando e deixando um beijo sobre minha cabeça.

—Bom dia! —sorrio vendo-o se agachar frente a barriga— bom dia bebê.

Ele levanta a cabeça me olhando ainda agachado em uma interessante conversa com Scorpius
antes de franzir levemente a testa, me olhando curioso.

— Como você molhou a blusa? — o olho confusa e ele aponta na direção dos meus peitos.

E eu me lembro da ultima consulta com Madame Pomfrey e seus infinitos avisos sobre blusas
extras e feitiços limpantes.

— É leite Malfoy, ta vazando leite do meu peito — rosno batendo os pés até o banheiro— É
sua culpa! Agora eu pareço uma vaca leiteira, grande, gorda e dando leite.

— E como a culpa pode ser minha? — estico o pescoço para fora do banheiro olhando para
Malfoy com a testa franzida—Não responde, não precisa.

Os oito meses de gestação conseguiram a proeza de dar a Hermione um quilo a mais de


presente e um transformá-la em uma bomba hormonal ambulante. Chorando ao discutir a cor
do quarto de Scorpius, fazendo voto de silencio ao ver Draco conversando com duas lufanas -o
momento mais ridículo da semana na opinião de Hermione- e beirando as lagrimas todas as
vezes em que Rony pedia seu dever de casa, o que de forma surpreendente deixou o ruivo
mais estudioso.

Mas o pior ainda era com certeza discutir formas distintas de ter o bebê com Draco, talvez por
esse ser o único tópico que ele não cedia ao ver seus olhos marejados. Nenhum charminho
convencia Draco da segurança de um parto natural humanizado mas em compensação
nenhum estudo de 300 anos atrás convenceria Hermione que o parto mágico, com feitiços
anestésicos era o mais indicado.

Hermione queria sentir, sentir cada dorzinha do que será o momento mais importante de toda
a sua vida. Queria viver a golden hour estando plenamente consciente de cada traço de seu
bebê e cada choro nos primeiros momentos da vida.

— Pensei no que você falou ontem— Draco começou, ainda relutante— e tenho algumas
dúvidas.

—Tudo bem— Hermione se sentou, agora já de uniforme. Sem leite nos peitos e cheirando a
Malfoy depois de usar todos os produtos de beleza disponíveis no banheiro sonserino.

—Primeiro: E se ele se afogar na banheira? Engolir água? — ela concordar o incentivando a


continuar.

Draco andava pelo quarto, agitando os braços como se tentasse formular cada uma de suas
perguntas.

—Segundo: Chance nenhuma de você ficar pelada na frente de diversos medibruxos— ele
afirma encarando Hermione.

Ela concorda, indicando o espaço vago ao seu lado na cama com a mão, para que ele pudesse
se sentar.
— Vamos por partes ok? — ele concorda de leve com a cabeça e Hermione segura sua mão—
Não Draco, ele não vai se afogar, tem todo um tem um reflexo de afogamento que não
permite que ele inspire enquanto não estiver fora da água.

Ele abre a boca para questionar e ela levanta a mão, pedindo que ele esperasse um pouco.

—E é claro que eu não preciso ficar nua, bom, pelo menos não da cintura pra cima —ele bufa
— como ele vai sair se eu estiver vestida? Eu em, e mantendo a água em 36º C durante todo o
tempo, ele fica confortável e alivia as dores do parto, as minhas dores, relaxando meu corpo,
tornando mais fácil a saída dele —ele concorda e Hermione continua — e nós podemos ser os
primeiros rostos a serem vistos por ele.

—Tudo certo então? Sem riscos? — Hermione ri negando com a cabeça.

—Tudo que você imaginar tem riscos Draco, mas dessa forma eu vou estar mais confortável e
você vai participar mais — ela aperta as mãos de Draco se aproximando mais— eu quero que
você participe e quero estar confortável.

–Então temos que arranjar uma banheira não? — ela ri se jogando sobre Draco em um abraço
torto.

https://www.tuasaude.com/parto-na-agua/
9 meses
“Querida senhorita Granger, ou se me permite, uma vez que seremos da mesma família,
senhorita Hermione Granger. Espero que futura Malfoy, temos tradições, as quais adoraria lhe
ensinar...

Devo lhe confessar ter ficado mais que surpresa ao descobrir o que a senhorita e meu filho
esconderam tão bem e estar muito desagradada de, ou seria melhor dizer consideravelmente
irritada em ter descoberto sobre o meu primeiro neto, repito, primeiro neto, através de outro
que não aquele que carinhosamente chamo de filho. Esperava que após longos anos de pura
dedicação a sua educação seria merecedora de ao menos uma pequena nota de roda pé sobre,
claramente estava enganada.

Embora já esteja ciente ainda espero, com certo anseio, a carta que creio e espero eu, anda
perdida com alguma coruja de Hogwarts me comunicando sobre a perpetuação do gene
Malfoy, com um grande e merecido pedido de desculpas anexado, mas por hora me agrado
muitíssimo que a senhorita e o pequeno Scorpius (novamente afirmo estar completamente
desgostosa em obter tal informação através de outros) se encontram em ótimo estado.

Fiquem aqui claro, o meu mais sincero desejo de a senhorita tenha uma boa hora, e que o novo
Malfoy seja abençoado por Merlim.

Atenciosamente Narcisa B. Malfoy.

Obs: Diga ao meu filho que espero explicações até o fim de semana, ao menos que o mesmo
queira ser lembrado de quem sou.

Obs2: Espero que os presentes sejam todos do seu agrado, saiba que foram meticulosamente
guardados para o primeiro herdeiro de Draco”

Presentes.
Narcisa Malfoy havia mandado presentes, um grande malão repleto de roupas para
bebês e brinquedos de crianças bruxas.
Um pequeno macacão verde sonserina repleto de pequenos dragões se destacava
sobre as roupas, bem semelhante ao pequeno casaco comprado por Draco no último
fim de semana, eram as antigas roupas de Draco, guardadas para serem usados por
seu primeiro filho. O nosso filho.
—Sua mãe— levanto a carta para Draco. Ele recua um passo segurando o pulso de
Gina.
A ruiva ri.
—Os presentes são dela, seus, não sei. São as suas roupas— Blás levanta um
cobertor de bebê sacudindo-o no ar.
Era rotina, uma rotina estranha e inusitada mas rotina, estar rodeada por cobras e
leões durante os intervalos no sala precisa, principalmente durante essas que seriam
as ultimas semanas de Scorp na barriga onde não havia um misero segundo onde eu
estivesse sozinha. Rony e Théo mexiam nos presentes sentados envolta do malão
enquanto Draco lia a carta em silencio.
Harry e Gina esticam o pescoço na direção de Draco. O loiro se curva sobre a carta os
olhando feio e eu sorrio.
—Aí — levo as mãos a barriga, ganhando a atenção de Blás.
Scorpius começava a se encaixar tornando mais fácil a respiração mas trazendo dores
discretas.
—Outra contração falsa?
Nego balançando a cabeça. A última noite já havia sido banhada de falsas contrações
e sonserinos correndo ensandecidos pelo salão, se nem mencionar Ron e Harry
imitando a respiração cachorrinho. Blás me ajuda a levantar do chão em direção ao
sofá.
— Acho que ele só está se preparando— respondo disfarçando uma careta, ele
levanta a sobrancelha e eu reflito na intimidade necessária para explicar.
—Para sair Blás— Pansy resmunga. Ele engole em seco balançando a cabeça.
—Oh, claro claro.
— Ela irá me matar— Draco bufa sentando ao meu lado. Blás reclama ao ser
empurrado mas logo esquece indo importunar Harry— Você não corre risco, tem
Scorp mas eu? A eu vou morrer e virar uma linda estatua onde ela passará com Scorp
e dirá “Veja meu anjo, esse era o papai que virou pedra por mentir para a vovó, você
não fará isso fará?”
Gargalho com a imitação de Draco e o mesmo resmunga.
–Ela não vai te matar Draco, só está brava— estendo a mão arrumando os fios
rebeldes em sua testa— eu também estaria.
Ele assente se inclinando em direção a barriga. As mãos em formato de concha e a
testa franzida sussurrando como se contasse um grande segredo.
—Está ouvindo? Não minta para a mamãe Scorp.
Aceno sendo observada por ele, ainda encostada a barriga. Era estranho, não estar
incomodada com tamanha proximidade, Draco já fazia parte da minha vida, algo muito
além de Scorpius, ocupando um cargo que eu nem imaginava existir antes de, de fato
conhecê-lo. E isso eu deveria por toda a vida a Scorpius por me dar algo que nem
imaginava querer
—Tenho uma surpresa para você— ele diz de repente — mas só depois, depois do
Scorp, depois da escola.
—Um quarto de verdade? —pergunto sem conseguir evitar.
Mesmo após o nascimento ainda faltariam algumas semanas para sairmos da escola,
Scorpius seria um morador de Hogwarts, em um “salão” próximo a grifinória- as
masmorras são consideravelmente frias para um bebe- até o fim do ano letivo.
—Surpresa Hermione— ele exaspera cutucando minha barriga— você consegue
entender?
—Vai mesmo deixar uma mulher gravida curiosa? — pergunto.
Draco acena sorrindo nem um pouco afetado.
—Surpresa— diz tocando meu nariz.
10 meses – 40 semanas

52 centímetros, cerca de 3.500 gramas.

Medo e ansiedade era isso que Hermione carregava a passos de tartaruga pelos longos
corredores de Hogwarts.

"instinto de ninho" e preparam a sua casa para o recém-nascido

Muitas vezes sentem-se inquietas e emocionalmente tensos. Além da insegurança e do medo


de dar à luz, agora querem ver o bebé cara a cara.

52 centímetros; na balança pesará cerca de 3.500 gramas

A maioria dos bebés dorme muito durante o décimo mês de gravidez

medo do parto como o desejo de que o bebé nasça já. Especialmente as primeriças
perguntam-se se estarão a interpretar corretamente os sinais de que o nascimento se está a
aproximar e se um "erro" pode pôr o seu bebé em risco.

É importante para a mãe distinguir entre o início das dores de parto reais e as contrações de
Braxton Hicks, bem como as contrações pré-parto e as dores de encaixe. Pode tentar, por
exemplo, tomar um banho: se são contrações prévias ou de Braxton Hicks, tornam-se menos
frequentes e a água quente tem um efeito relaxante. No entanto, se as contrações se
tornarem mais dolorosas, então já são dores de parto.

Com o início das contrações de dilatação, aí sim, já se iniciou o processo do parto. O útero
contrai-se agora em intervalos regulares. As contrações ocorrem regularmente e em intervalos
cada vez mais curtos. No início, a dor lembra uma forte dor menstrual, mas com o aumento da
intensidade e frequência das contrações, a sensação de dor vai aumentando.

A ida à maternidade só é necessária quando as contrações ocorrem com intervalos de


aproximadamente 10-15 minutos e são muito dolorosas e fortes, ou quando, independente da
intensidade das contrações, se rompe o saco amniótico.

Até lá, a gestante deve mimar-se. E neste momento também é importante um lanche leve,
mas energético.

perder o equilíbrio.

https://www.bebitus.pt/guia/gravidez/meses-de-gravidez/gravidez-10o-mes.html

http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2015/08/pais-no-parto-homens-relatam-como-e-
emocao-de-ver-o-filho-nascer.html
(Draco lança seu primeiro patrono em comemoração a Scorp- O nascimento de Scorpius é
a lembrança mais forte que tenho. Quando tudo está ruim, eu penso na minha família,
na minha mulher, e tudo vale a pena)
Para Scorp com amor.

“Eu finalmente entendo o que dizem sobre a paternidade, obrigado Scorpius por isso.

Hoje fazem exatamente três que você nasceu, se fazendo ouvir por toda Hogwarts -apressado
demais para o hospital- e eu já não sei mas quem sou.

Ou sei, nada além de “O pai de Scorpius”.

Eu nunca aprendi tanto quanto nos últimos três meses, nem todos os livros que li poderiam me
preparar para a loucura que é ser seu pai. Você me mudou!

Agora sou mais humano, qualquer notícia me abala mais fácil, pois pela primeira vez na vida
tenho algo mais importante que eu mesmo, qualquer objetivo que eu tinha antes (sucesso
profissional, comprar uma casa, viajar…) agora está no mesmo patamar que suas pequenas
conquistas diárias. Então as noites em que você dorme sem problemas são grandes vitórias.
Nunca pensei que ficaria horas olhando para um mini ser humano e suspiraria com cara de
bobo a cada movimento ou expressão facial dele.

E eu nunca pensei que escreveria algo assim, na verdade, se o meu “eu” de alguns anos atras
lesse com certeza riria.

O mundo é mais perigoso agora Scorp, as escadas e os ventos frios são mais perigosos agora,
porque você existe,  comecei a ver as coisas através dos seus inocentes olhos, com admiração e
espanto. O seu nascimento transformou tudo ao meu redor, me fez olhar a vida de uma forma
que nunca tinha olhado.

Eu aprendo com você Scorp, todos os dias, todos os segundos, sejam alegrias ou frustrações,
você é o meu porto seguro agora e eu preciso ser o seu.

Nunca me senti tão vivo e vulnerável ao mesmo tempo quanto no dia em que te peguei nos
braços pela primeira vez, o dia em que sua mãe se mostro a mulher mais forte do mundo.

Porque você pode não saber ainda, mas Scorp você é filho da maior bruxa do mundo e se você
é a coisa mais incrível que já aconteceu na minha vida, sua mãe é a maior responsável por isso,
e não importa o quanto eu tente nunca poderia expressar o quão grato sou a ela por isso,
passei a admirar e amar ainda mais esta mulher!

E foi você, foi ver você nos braços dela que me fez perceber isso. Eu amo sua mãe Scorpius e
sinto um carinho enorme por termos algo que nos une eternamente. Você!

Vocês são o que me mantem vivo todos os dias, a minha motivação para levantar, para ser
alguém melhor.

Ser seu pai é o melhor cargo do mundo.

Não mais Draco Malfoy, príncipe da sonserina e sim o pai do Scorpius.

Scorpius Granger Malfoy!”

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