Você está na página 1de 7

Jacaré| 🐊

Foder contra uma parede era algo que eu não fazia a muito tempo. O peso dela era tão
leve, que eu quase não conseguia a sentir. Os únicos alertas que me faziam lembrar de si
eram os seus apertos à minha volta.

Essa é uma sensação que já tá me deixando fodidamente louco pra caralho. Era muito bom.
Eu não conseguia parar de querer tomar mais dela à cada segundo, apesar da frustração e
raiva que sentia de mim mesmo por tá fazendo aquilo.

As batidas de meu corpo contra o dela, eram devagar. Lentas. Nada acelerado. Eu sabia
que ela tava cansada da nossa foda anterior. Ainda me olhava fixamente com o olhar
nublado e afiado. Ela não largava essa marra a momento algum.

Mas eu sabia que ela tava gostando. Assisti em primeira mão ela jogar a cabeça para trás,
assim que eu acertei o ponto que ela mais gostava Eu ainda lembrava. O seu hálito quente
bateu contra a palma da minha mão, que cobria a sua boca, tratando de abafar os seus
gemidos. Mais um suspiro.

Senti o seu aperto se intensificar à minha volta, e não foi só externamente. Agora, foi a
minha vez de jogar a cabeça para trás. Me controlava a cada instante pra não perder a
sanidade e voltar à fode-la como antes.

A sua boceta voltou à ficar mais molhada e quente, mas eu não sabia ao certo se ela tava
prestes a gozar, porque ainda sentia minha porra em seu interior vazando e melando não
apenas as suas coxas, mas também todo o meu pau. Tava fácil de me mover ali dentro.

-Jacaré?_ Escutei o chamado baixo.

Fiquei confuso e virei minha cabeça pra trás, a preocura da pessoa. Não encontrei ninguém.
Voltei à mirar meus olhos na mulher, mas ela já não tava mais lá. A consciência foi tomando
minha mente e eu fui rápido em abrir os meus olhos já com as sobrancelhas franzidas.

A realidade que eu não tava esperando tomou minha visão. Nada dela. Tratei-me logo de
me levantar, sentando-me. As consequências da noite mal dormida naquele sofá duro, me
atingiram em cheio.

Quanto eu usei ontem pra chegar a esse nível?

-Quê que tá pegando?_ Resmunguei, sentindo uma dor fodida na coluna.

-A Tânia tá aí, tá querendo trocar uma ideia contigo.

-Manda ela passar outra hora.

-Já é.
Assim que o vapor fechou a porta e saiu, eu suspirei levando a mão ao pescoço. A
desgraçada da dor tá por todo lugar. Deixei meu corpo cair para trás, cansado, e logo senti
um desconforto que me fez ficar atento. Mirei meus olhos na elevação entre minhas pernas,
ficando frustrado.

Que porra de adolescente eu tô me tornando de novo?

-Que papo é esse de me mandar passar depois?_ A porta foi aberta com brutalidade,
revelando a morena.

-Quem te deixou entrar?_ A encarei, sério.

-Entrei escondido, conheço isso aqui como a palma da minha mão e tu sabe disso._
Debochou.

-Te mandei passar depois.

-Ah, foda-se, Jacaré! O que eu tenho pra tratar contigo é sério._ Se aproximou do sofá em
que estou, em passos duros._ Que porra é essa de tu ter colocado vagabunda pra trabalhar
no mesmo ponto que eu?_ Perguntou indignada.

-Eu não vou repetir o que eu falei._ Alerto.

-Lembro muito bem de ter pedido a você aquele lugar e você me negar mesmo eu oferendo
uma quantia boa. Qual é, Jacaré? Por que tu vendeu pra aquela vagabunda? Nem precisa
responder!_ Riu sem humor, sarcástica._ Eu já tenho a resposta pra isso. Tu acha que eu
não lembro dela? Eu tava do lado da Andressa quando foi confrontar ela. Ela é vadiazinha
novinha que tu pegava, a mina mal tinha chegado e tu já tinha comido.

Escutei tudo calado e avaliei a mulher de cima abaixo. Meus olhos logo pousaram nas
costas de sua mão. Está bem avermelhada, e parece que foi passado na área uma espécie
de pomada ou óleo.

-Quê que pegou com a tua mão?_ Questionei.

-Me queimei com o secador.

-Então tu tá parada?

-Tô._ Confirmou, encarando a própria palma._ Não consigo trabalhar com ela assim.

-Vou te mandar o papo na sinceridade, Tânia._ Levantei, ficando em sua frente._ Escuta
com atenção pra aprender e não fazer de novo._ Peguei uma mecha de seu cabelo, entre
meus dedos._ Ninguém chega na minha área falando desse jeito comigo. Tu não é novata
aqui dentro. Tu sabe disso. Fazer o que tu fez é pedir pra tomar um tiro no meio da testa. É
suicídio. Tu tá querendo morrer?

-Quê?!_ Exclamou com os olhos arregalados._ Não.


-Tá a quando tempo parada?_ Soltei a mecha de seu cabelo e caminhei até minha mesa.

-Só três dias._ Pausou, raciocinando._ Foi recente.

-Então com certeza tu não vai se importar de passar mais alguns dias de repouso._ Peguei
a arma na mão e virei-me em sua direção. Ela ainda está de costas, então me aproximei,
murmurando em seu ouvido._ Né?

-Você tá começando à me assustar, Jacaré._ Continuou na mesma posição.

-Já te passei a visão, cabe a tu fazer ou não isso de novo. Tu foi burra e daqui tu não vai
sair inteira.

-O que você quer dizer com isso?_ Virou-se rápido, assutada. Assim que notou a arma na
minha mão, se afastou lentamente pra trás.

-Tu vai ficar uns dia em casa com a mãozinha furada, só pensando na ação merda que fez.
Se eu falo tá falado e se eu faço tá feito. Não tem outra. Tendeu?

-Não precisa disso, Jacaré. Eu só vim aqui porque tava puta. Porra, entende o meu lado. Eu
trabalhei duro pra conquistar aquele lugar, pra tu simplesmente colocar uma mina pra fazer
o mesmo trabalho que eu na minha área?!

-Tua área?_ Ri, sem humor._ Tu não confia no teu potencial? Tu não vive se gabando que
as mulheres preferem tu? Isso não ia acontecer se tu tivesse pelo menos pensado. A
insegurança que te fodeu, Tânia.

-Eu admito que não pensei direito, mas não precisa fazer isso comigo._ Disse já com os
olhos marejados.

-Estende a mão._ Mandei, destravado a arma.

-Quer quê eu me ajoelhe? Quer que eu peça desculpas?_ Se aproximou rápido, logo
segurando o meu braço._ Eu faço isso! Faço o que você quiser, mas não faz isso comigo...
Minha mãe vai ficar maluca, Jacaré. Eu tenho que trabalhar. Já tô fodida o suficiente com
essa queimadura na mão.

-Estende logo a porra da mão, Tânia._ Me afastei da mulher, avistando o desespero em seu
rosto.

-Por favor, Jacaré!_ Lágrimas desceram pelo seu rosto._ Me desculpa, por favor! Eu... Eu
fui burra. Não vou fazer de novo.

-Já falei duas vezes, a próxima vez que eu falar vai ser na tua testa. Vai querer?_
Questionei e ela negou rápido com a cabeça, enquanto fungava chorosa. Logo estendeu a
mão trêmula em minha direção.
[...]

Depois do dia longo e cheio de problemas que tive na boca, eu notava após parar a moto
em frente a casa, que ele agora já chegava ao fim. Tô pensativo em relação à muito coisa e
não é de hoje. Isso não me agrada.

Problema hoje eu tive em excesso, dava pra dar e vender. E a falta de paciência que eu já
tava no começo do dia se juntou com a frustração dessas paradas, me deixando bolado o
dia inteiro.

-Cadê a tua mãe?

Minha pergunta fez a atenção da garota que tá no sofá jogando videogame, cair sobre mim.

-Foi visitar a vó, com a Duda._ Respondeu, voltando à se concentrar na tela da televisão.

-E por quê tu não foi com elas?_ Joguei a chave sobre o sofá, avistando o jogo de futebol
que ela joga.

-A mãe não deixou.

-Por que?_ Franzi as sobrancelhas.

-Tirei nota baixa em matemática. Merda! Perdi._ Suspiro, deixando as costas cair pra trás._
Sou melhor na prática.

-Isso não é motivo pra ela não te deixar ir.

-Também acho, mas ela não entende que aquilo não entra na minha cabeça._ Levantou-se
e caminhou até mim, logo passando os braços à minha volta._ Senti sua falta, pai!

-Passei só um dia sem vir aqui._ Lembrei, retribuindo o abraço.

-Foi muito tempo pra mim._ Suspirou, me largando._ Você não tem noção do quão difícil é
viver aqui com a mãe. Quando você não tá ela pega muito no meu pé. É insuportável!

-Por que não vem morar comigo e a vó?_ Escutei e olhei na direção de quem questionou.

-So se for pra mãe enlouquecer._ A mais nova falou, fazendo a outra rir.

-O que tu tá fazendo aqui?_ Perguntei pra Mariana.

-A Isa me chamou pra vir ficar com ela, depois que a cobra..._ Limpou a garganta._ Quer
dizer, depois que a Andressa não quis levar ela pra casa da mãe.

-Mentira, pai! Ela veio porquê tava triste.

-Cala boca, Isa!_ Deu-lhe um olhar mortal.


-Por que tá triste?_ A olhei, sério.

-Não tô triste._ Suspirou, caminhando pra fora do cômodo._ Eu vou terminar de fazer a
pipoca.

-Ela pode não tá triste, mas na minha visão ela tá estranha._ A mais nova murmurou.

-Vou falar com ela.

-Vai lá. Eu vou terminar minha atividade antes que a mãe chegue e me der outra bronca._
Informou e saiu.

Antes de também sair pra cozinha, minha atenção caiu nos controles e na TV ainda ligada.
Organizei tudo antes de sair do cômodo. Assim que entrei na cozinha, observei da entrada
a Mariana com um saco de milho de pipoca nas mãos.

-Num vai me contar o que tá acontecendo contigo?

-Não é nada, pai._ Respondeu.

-Tá mentindo. Eu te conheço, Mariana.

-Eu só..._ Suspirou._ Não tô conseguindo parar de pensar sobre a Malia.

Ouvir aquele nome me fez querer engoli no seco, mas me segurei, ainda assim com os
batimentos começando a acelerar. As lembranças da última vez que a vi invadiu novamente
a minha mente.

{...}

-O que você tá olhando?

Escutei sua voz e tirei minha atenção de onde a via se prendido, logo avistei a mulher
nervosa engolir no seco, cobrindo rápido os seios com um dos braço.

-Nada._ Balancei a cabeça, ainda tentando entender.

-Você tava claramente encarando os meus peitos._ Me acusou.

-Eu não tava fazendo isso._ Franzi o cenho, dando um passo para atrás.

-Claro que tava._ Exclamou, logo encarando a criança, com preocupação._ Seu idiota,
maluco!_ Murmurou.

-Olha como tu fala comigo, menina.


-Vai embora da minha casa! O Ben já dormiu, você não tem mais nada a fazer aqui._ Se
aproximou, tentando me empurrar pra fora da casa com a mão livre.

-Eu vou, mas porque quero e não porquê tá mandando._ Comecei a caminhar em direção à
porta, já não tava mais aguentando ficar perto dela.

-Tudo bem, senhor sou dono da porra toda e faço tudo o que eu quiser._ Escutei a pura
ironia em sua voz e parei.

-Senhor sou dono da porra toda e faço tudo o que eu quiser?_ Repeti.

-Gostou do apelido?_ Questionou com deboche.

-Muito grande._ Virei em sua direção, avistando ela ainda cobrindo os seios.

-Combina com você._ Falou e logo arregalou os olhos, arrependida.

-Também acho._ Concordei de forma sugestiva e ela abriu a boca, surpresa.

-Sai da minha casa, Pedro!

{...}

Os pensamentos daquela noite ainda estão na minha cabeça. A imagem se seus seios
descobertos me fizeram no mesmo instante relembrar o que já tivemos antes, mas já o leite
que saia deles, me fizeram ficar pensativo. Não tô sabendo lidar com os pensamentos
invasivos que tô tendo.

-Pai?

-Pode falar._ Me atentei.

-Queria poder me aproximar deles._ Encarou o chão.

-E por quê não faz isso?

-Depois de tudo, eu acho difícil a Malia querer._ Se lamentou, apoiando-se no balcão.

Queria lhe perguntar se já ela sabia sobre o moleque, mas me segurei. Iria apenas lhe
escutar. Não era o momento de colocar minha curiosidade como prioridade.

-E tu tem certeza disso?_ Perguntei, fazendo ela me olhar.

-Não, mas é o que ela demonstra. Ouvi algumas das vizinhas comentando, sei que ela
ainda tá aqui e que vocês discutiram. Ameaçou ela a ficar?

-Sim._ Respondi e ela riu, me deixando confuso._ Por que tá rindo?


-Um dia você tava ameaçando ela a sair do morro, agora tá prendendo ela aqui dentro. Que
irônia._ Riu soprado._ Não acha, pai?

-Ela tem um filho meu, fora que eu ainda tenho muita coisa a resolver com ela.

-Ainda não consigo acreditar que o Ben é meu irmão._ Pareceu pensativa, e assim que eu
abri a boca pra lhe responder, uma voz soou pelo cômodo.

-Quem é Ben?

Nome: Malia
Encontra: Wattpad

Você também pode gostar