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Moriah - Capítulo 3

A sua casa era suja, claramente não nao sendo limpa a alguns anos, pelos de cão se
acumulava no chão junto de roupas sujas jogadas ao um canto, o cheiro de cerveja se
alastrava

ainda sim, a sala era vazia, uma estante de livros de mostrava no canto, um sofa de couro
de casal frente a porta, uma mesa de metal com alguns papeis eram jogados no que
imaginava ser a cozinha, que era simples, e continha nada mais que algumas panelas e
carne fresca empilhada em correntes, o lugar era escuro, nenhuma lampadas ou vela

a sala, tinha duas portas, que a garota não se interessou em tentar entrar, estar em um teto
ja parecia grande luxo

Era noite, o caçador ofereceu um pedaço de pão para a criança, que aceitou e o devorou
numa mordida

O caçador pegou algumas roupas velhas, que não pareciam ser dele, e deu para garota
trocar o farrapo que carregava,

as roupas eram claramente roupas masculinas, talvez de um garoto, e serviam


razoavelmente bem na criança

ela dormiu no sofá da casa, enquanto o caçador, se trancou no quarto

‘’dormir’’ talvez seja algo demais, a criança não conseguia dormir, sua mente, consumida
pelo caos de seu dia, deitava no sofa, e lembrava o quanto tempo não dormia em um lugar
tão macio, e a quanto tempo não via uma casa

O caçador, de igual, não dormiu, pensava que a criança provavelmente o roubaria e fugiria
antes da manhã, mas não sentia ameaça, Sienna vigiava a porta

ele não sabe dizer o momento que conseguiu dormir, mas acordou com um estrondo na
cozinha, e chiados de algum animal

abrindo a porta, viu a garota, pulando pela sala, no que parecia sem motivo, até ela dar um
salto e bater seu corpo contra o chão, pegando um rato, e enfiando ela dentro de uma
sacola

ela percebeu a presença do homem, e sorriu para ele, um sorriso que mostrava a falta de
alguns dentes, e segurou o rato para ele ver, o caçador, só agora virá que a criança não
tinha 2 de seus dedos

Moriah logo enfiou o rato em um saco, que balança freneticamente, e nele, deu um nó forte,
andou em direção ao homem animada, e balançou em sua frente, tentando entregar para
ele

-Oque exatamente é isso, garroto? - perguntou o homem, atonito

-Eu peguei até o ultimo! - disse Moriah, animada - você pode usar eles no almoço, eu acho,
ou joga-los fora, eu peguei eles tentando roubar sua carne
Ratos, eram de fato um problema, quando o enchiam o saco, atirava neles com polvora,
mas aqueles ratos pareciam ter uma esquiva sobrenatural, que nem os diabos tinham, de
perceber o caçador

-Vamos tomar o café da manha

Moriah sorriu, sentindo que seus esforços valeram a pena

O homem preparou um café de sempre, levou a garota pão e uma pequena xicara de café

o pão era duro, e o café tinha um textura quase gelatinosa, para junto do pão, tinha queijo,
e do café, leite de cabra

a garota esperou o homem se sentar, e então, começou a comer ferozmente a sua comida,
não deixando espaço de respiro entre uma mordida e outra

-Então, qual se nome? - perguntou o homem, com os olhos arregalados

-Moriah, Moriah Kidist - disse a garota, com a boca ainda cheia de pão - qual o seu?

O caçador reconhecera o nome, algo estava na ponta de lingua, mas não conseguia
lembrar

-Kaimos - respondeu

encarava a garota, sua pele era branca, mas carregava manchas semelhantes a de um
dalmata, a principal sendo a que contornava seu olho esquerdo

seus cabelos eram totalmente negros, mas agora fizera o contrato, certos fios
embranqueceram, o chifre que restara era semelhante a de uma gazela, seu rosto e braços
eram cercados por cicatriz, uma boa parte eram recentes, mas carregavam algumas mais
antigas

o fato de uma mulata sobreviver nas ruas, era surpreende, descentende de demonios, ela
provavelmente era perseguida por qualquer guarda que não estivesse em um bom dia

-Qual seu plano, garoto? não imagino que esteja seriamente pensando em ir atrás de um
bruxa, ainda mais uma que conheça magias de circulos altos

-eu não tenho um plano - disse ela, simplesmente - só quero minha sombra de volta

-melhor viver ser sombra, do que morrer inutilmente tentando pega-la - resmungou Kaimos,
entre um gole de café e outro- você não tem habilidade, nem magia, amenos que saiba
prender uma bruxa com uma sacola de ratos, não tem muito do que fazer

-é exatamente por isso - começou a dizer a criança, finalmente parando para respirar na
refeição - que você vai me treinar

Kaimos quase se engasgou com o café

-isso não é um profissão para você, caçador é uma profissão de pé rapados, buchas de
canhão para clerigos e paladinos testarem a perigosidade de um demonio - disse irritado - e
VOCÊ teria sorte de conseguir matar uma Famalié

Moriah encarou o homem


-além do mais - continuou - quem lhe disse que EU vou te treinar? tenho coisas melhor para
fazer

-se não me quiser não me treine - respondeu Moriah - mas me deixe ficar ao seu lado nas
missões, me alimente o minimo possivel se não quiser gastos, ou não me alimente e eu
procurarei por mim… eu só preciso de um teto

-esse não é o problema… se vir comigo nas minhas missões - disse o caçador, cada vez
mais incomodado com a determinação daquela criança - você simplesmente vai morrer

-se os deuses assim quiserem, aceitarei, não tenho valor de qualquer maneira

O caçador bateu com o punho na mesa, enraivecido, furioso com a piada dos deuses,
simplesmente colocando outra criança em seus braços

a garota pensou ter que a raiva ela sobre ela, abaixou a cabeça e encarou seus pés,
refletindo que jogara fora sua esperança

-por que eu?- Kaimos perguntou, a criança levantou rapidamente a cabeça para encara-lo

-porque… você é a única boa pessoa boa que já encontrei,

Kaimos se levantou, jogando a cadeira para trás

-Se você realmente pensa isso - começou o anão a falar quase num rosnado - você é mais
cega que um Gritador! você pensa que eu te ajudei a salvar a sua vida contra a bruxa? seu
garoto estupido! você era a merda de uma distração que me foi util! você pensa que é
porque eu lhe joguei umas porcarias de moedas de ouro? elas não valem mais porra
nenhuma a anos, você sabe disso! pelos santos caidos criança! eu já matei mais gente que
poderia contar, todas por puro dinheiro!

-não, você é bom - a criança disse simplesmente - Moriah esperava que a qualquer
momento o homem ia se revelar a joga-la para fora, que ia mandar seu cachorro gigante
ataca-la, ou que ia simplesmente atirar nela pela ousadia - desde que eu nasci, todos os
adultos me olham com desprezo, todas as outras crianças me olham com medo, se eu não
tiver cuidado ao atravessar uma rua, eu posso simplesmente cruzar com um homem que
acha que o mundo seria melhor sem mim… todo mundo que eu já encontrei, eu senti medo,
pavor, sabia no fundo do meu peito que se eu chega-se perto, morreria, são sempre os
olhos, os olhos de todos mundo ao me encarar, todos dizem exatamente a mesma coisa…
os seus não. Eu não me importo que você é, quem já matou, se por acaso eu for morrer se
tentar viver sua vida. eu vejo outros iguais a mim mortos na rua tempo todo, eu preciso… eu
preciso não sentir medo.

O anão a encarou, e então, foi para o quarto sem dizer uma palavra, a garota ficou na mesa
na mesa, olhando migalhas de seu pão, então esperou ali

ela esperou

até ele abrir a porta em um estrondo, totalmente trajado com seu vestimento e kit de caça e
começou a ir em direção a garota

o caçador jogou uma grande mochila ao lado dela, e lhe jogou um capuz com uma mascara

-coloque isso - disse ele - te esperarei 5 minutos


então saiu pela porta, a esperando

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