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Background: Kazuha Aerin

- Aqui está o seu pedido dona Kana, tente tomá-los na hora certa da próxima
vez uh.
- Seu pai não está na loja hoje? - a pequena idosa gentilmente estende a mão
pelo balcão para pegar a pequena trouxa de pílulas.
- Ele foi coletar algumas ervas com a mamãe e buscar alguns suprimentos na
outra cidade - a pequena garota fala depois de entregar o remédio e se virando
para guardar as moedas que recebeu como pagamento - a loja está fechada,
mas como a senhora não conseguiu pegar seu remédio ontem fiquei
esperando.
- Obrigada pela ajuda pequena Kazuha, os remédios do seu pai são os únicos
que resolvem as minhas dores nas costas - a idosa fala antes de sair pela porta
e dar um pequeno aceno.
- Agora eu posso ir brincar!
A garotinha de cabelos brancos fecha a porta da loja e rapidamente corre pros
fundos da casa que era próximos de uma pequena clareira, não esquecendo de passar
antes no quarto dos pais e pegar dentro de um baú muito bem escondido algo que ela
não deveria mexer.
- Tá! Como era mesmo? Acho que a mamãe fazia assim…
A pequena Kazuha sempre aproveita quando seus pais não estavam em casa
pra brincar com um dos itens muito importantes da sua mãe, o seu nunchaku. A mãe
da pequena era apenas uma pessoa que gostava de artes marciais e, como a filha de
um mestre de dojō, era proficiente em muitas armas. Mas é claro que a garotinha não
tinha prática nenhuma com aquela arma e em determinado momento ela se cansava
e brincava com algum graveto como uma espada.
O tempo foi passando, com seus 13 anos essas fugidas com a arma da sua mãe
se tornaram realmente uma espécie de treino, a pequena garota que se mostrava boa
nos ensinamentos medicinais de seu pai, parecia ainda melhor em seus “treinos” com
a arma de sua mãe, mesmo sem técnica nenhuma, ou qualquer ensinamentos ela
girava aquele nunchaku até que bem, dando alguns golpes naquela árvore coitada,
que já se mantinha toda marcada com o passar dos anos.
Em mais uma de suas fugidas, ela acaba encontrando um velho mascarado
naquela pequena clareira, olhando para as marcas que ela mesma havia deixado na
árvore. Rapidamente ela esconde o nunchaku nas suas costas e tenta se afastar de
maneira silenciosa pensando “Ele vai brigar comigo? Será que ele conhece meus
pais? Mamãe vai me matar se souber que eu tô brincando com isso” mas antes que
ela conseguisse dar mais de dois passos ele fala:
- Foi você pequenina que fez isso? - ele mantém-se com os olhos nas marcas
daquela árvore, passando as mãos por ela.
- Eu? E-eu não… - Kazuha fala se assustando “como ele percebeu que eu estava
aqui?”
- Vamos… Essas marcas aqui são de um nunchaku e, chuto eu que seja esse aí
que você está escondendo nas suas costas - o homem mascarado se vira para
olhar para a pequena garota - seus pais sabem que você está brincando com
algo tão perigoso?
- NÃO! - ela começa a balançar as mãos em frente ao corpo negando,
consequentemente revelando o que tanto se esforçara para esconder - Q-quero
dizer, não conta pra eles, é da minha mãe, eu só estava brincando, tirando as
vezes que eu voltei com alguns roxos eu nunca me machuquei muito sério, eu
juro, ela vai brigar comigo se souber que eu mexi nas coisas dela… - ela
responde com a cabeça baixa e mexendo os pés inquieta, o corpo volta a ficar
encolhido, provavelmente com vergonha por ter sido pega por um estranho.
- Que tal você me mostrar o que sabe fazer, dependendo do quê eu ver pode ser
que eu não conte a eles, hahaha - o velho mascarado fala sentando em uma
pedra com a mão no queixo.
- T-tá bom… mas eu não sou tão boa assim…
A pequena tenta puxar um pouco o ar, já que até então parecia não estar
respirando e se aproxima da árvore já marcada.
- Vamos lá amiguinha, me ajuda dessa vez ok? - ela sussurra pra árvore.
É como já dito antes, a garotinha não teve nenhum treinamento então era um
milagre ela conseguir diferir algum golpe, mas mesmo sem qualquer ajuda, ela
conseguiu criar seu próprio estilo de luta, em momento algum ela se acertou ou
correu o risco de se machucar o que é muito comum com iniciantes com esse tipo de
arma e, apesar dos golpes desajeitados, eram eficientes, se fosse uma pessoa ali no
lugar daquela árvore, provavelmente ficaria desprevenida, pois os golpes vinham de
maneiras não muito convencionais.
- Pronto tio, é o melhor que eu posso fazer… me deixa ir agora? Por favor… eu
não fiz nada - ela fala timidamente quase em um sussurro assim que termina a
sua “demonstração”.
- AHAHAHAHA! Você é bem engraçada garotinha… VAMOS, tenho que falar
com os seus pais! - ele se levanta em um pulo bem rápido e acende um
cachimbo - como você disse que aprendeu isso mesmo?
- M-mas você disse que não ia contar… - ela começa a andar encolhida voltando
pra casa, já sabendo que ia ser fortemente repreendida.
Esse foi o primeiro dia que ela viu a pessoa que seria seu mestre por dois anos
até o dia do exame. Foi definitivamente uma confusão ter que explicar para o senhor
e senhora Kazuha sobre o que sua filha vinha aprontando já tem um tempo, mas
como sua mãe era uma ex artista marcial foi bem fácil convencer a família que a
pequena garota tinha talento e poderia ser uma grande guarda no futuro, foi uma
ótima desculpa para tirar a garota de casa depois de um tempo para que ela
começasse a treinar com seu mestre e fugir do assunto da existência dos caçadores.
Hoje, a pequena Kazuha Aerin sabe exatamente o que ela está se tornando e, o
mal existente no mundo, os Oni’s. Agora, ela vai em busca de seu título como
caçadora, apesar de não ter tanta confiança assim, seu mestre acredita fielmente
nela.
- Porque não? Eu posso ajudar né? - apesar de ela mesma não dizer, ela é
curiosa demais pra ficar parada.

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