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ATIVIDADE DE LÍNGUA PORTUGUESA

Parte I. Interpretação de Texto

Texto I.
A CRIANÇA TROCADA

No folclore europeu, principalmente


nórdico, existe uma crença popular em
“crianças trocadas”, que são a prole de uma
fada, troll ou outra criatura mística que é
deixada secretamente em troca de uma criança
humana no berço.”
Certa vez, uma mamãe troll vinha andando pela floresta, com seu filho dentro da
cesta de videira que trazia nas costas. Ele era grande e feio, o cabelo espetado, dentes afiados
e com uma garra no mundinho, mas a troll naturalmente acreditava que não podia haver no
mundo criança mais bela.
Em pouco tempo, ela chegou no local onde a floresta aos poucos se tornava mais clara.
Havia ali uma estrada, acidentada e escorregadia graças às raízes das árvores, e, daquela
direção, vinham cavalgando um fazendeiro e sua esposa.
Assim que a mamãe troll os avistou, ela quis se esconder na floresta para não ser vista,
mas então percebeu que a esposa do fazendeiro trazia uma criança no colo, e mudou de ideia.
Eu queria mesmo saber se filho de gente pode ser tão lindo quanto o meu, pensou ela, e seu
agachou detrás de um arbusto de aveleira que se encontrava no canto da estrada.
Mas quando eles por ali passaram, a troll, de tão curiosa, se esticou demais, a ponto de
os cavalos poderem ver sua cabeça grande e sombria. Os cavalos empinaram e
desembestaram adiante. Fazendeiro e sua esposa estavam por um fio de cair de suas selas.
Soltaram um grito de susto, depois se inclinaram para agarrar as rédeas, e um instante depois
tinham desaparecido.
A troll arreganhou os dentes de raiva, porque mal teve tempo de colocar os olhos no
filho de gente. Mas logo em seguida ficou toda satisfeita: Lá estava a criança, no chão, bem
diante dos seus pés.
A criança havia caído dos braços da mãe quando os cavalos se descontrolaram, e, por
sorte, tinha despencado sobre um monte de folhas secas, sã e salva. A criança gritava alto do
susto causado pela queda, mas, assim que a troll se curvou sobre ela, a criança ficou tão
espantada e entretida que se calou e estendeu as mãos para sentir a baba preta da mamãe troll.
A troll permaneceu ali, completamente perplexa, observando a criança de gente. Ela
viu os dedinhos com unhadas rosadas, os olhinhos, a boquinha. Ela sentiu o cabelo, passou as
mãos na bochecha e ficou mais e mais espantada, pois não conseguia compreender como uma
criança podia ser tão delicada e bela.
Sem perder tempo, a troll tirou a cesta das costas, apanhou seu próprio filho,
colocando-o no chão ao lado da criança de gente. Quando ela viu a diferença entre os dois, se
pôs a urrar de tristeza.
Durante esse tempo, o fazendeiro e sua esposa conseguiram controlar os cavalos e
voltaram para procurar o filho. A troll os escutou se aproximando, mas ela ainda não havia se
cansado de admirar a criança de gente e ficou sentada ao seu lado até os cavalos se
aproximarem. Então tomou uma decisão repentina. Ela deixou seu próprio filho deitado no
canto da estrada, e enfiou a criança de gente na cesta de videira. Pôs a cesta nas costas e
correu para dentro da floresta.
Ela mal havia desaparecido quando os cavalos apareceram trazendo o casal de
camponeses distintos, ricos e respeitados, que possuíam uma grande fazenda no fértil vale ao
pé da montanha. Eles já estavam casados há muitos anos, mas possuíam apenas um filho,
então pode-se entender como estavam ansiosos para tê-lo de volta.
A esposa do fazendeiro chegou primeiro e avistou a criança que estava deitada no
canto da estrada. Esta gritava com todas as forças para chamar a mãe de volta e a esposa já
compreendia, a partir dos berros assustados, o que era aquela criança, mas ela havia passado
por tal angústia pensando que o pequenino poderia ter morrido na queda e somente pensou:
Graças a Deus, ele está vivo!
– O menino está aqui! – gritou ela ao homem, ao mesmo tempo que deslizou da sela e
se apressou até o bebê troll.
Quando o fazendeiro chegou até eles, a esposa estava sentada no chão, sem conseguir
acreditar no que via.
– Meu filho não tinha dentes afiados assim – ela disse, enquanto virava e revirava a
criança. – Meu filho não tinha cabelo espetado – lamentou, com a voz expressando um pavor
crescente. – Meu filho não tinha uma garra no mindinho.
Continua....
(Selma Largelof, 1915)

01. Marque a única alternativa correta quanto ao narrador do conto:

a) Narrador testemunha: Não é o principal, mas narra acontecimentos dos quais participou.
“Eu queria mesmo saber se filho de gente pode ser tão lindo quando o meu...”
b) Narrador protagonista: Faz parte da história como elemento crucial, não possuindo
conhecimento absoluto sobre os outros personagens. “[...] o casal de camponeses distintos,
ricos e respeitados, que possuíam uma grande fazenda no fértil vale ao pé da montanha.”
c) Narrador observador: Aquele que se mantém distante dos fatos narrados. “Quando ela viu
a diferença entre os dois, se pôs a urrar de tristeza.”
d) Narrador onisciente: Narra a história em 3ª pessoa e, embora não participe, conhece os
personagens e faz interferência sobre estes: “Eles já estavam casados há muitos anos, mas
possuíam apenas um filho, então pode-se entender como estavam ansiosos para tê-lo de
volta.”
e) Narrador personagem: Participa da história e narra os fatos a partir do seu próprio ponto de
vista: “Graças a Deus, ele está vivo!”

02. A partir da leitura do conto acima, é possível afirmar que:

a) O enredo da história simboliza fielmente as vivências de um povo, já que a ausência de


nomeações marca a ideia de coletividade.
b) Trata-se de uma história que representa o imaginário cultural de um povo, pois ilustra
através das palavras uma crença popular.
c) As ações do enredo visam a moral, já que, como em todo conto popular, o objetivo é
apresentar um ensinamento para os leitores.
d) Utiliza como antagonista um personagem que representa a cultura de determinada região, a
fim de informar o leitor.

04. Analise as alternativas abaixo sobre o conto lido:

I. Há prevalência de discurso indireto livre, ou seja, mistura de falas do personagem e


narrador.
II. O conflito da história é apresentado no 4º parágrafo.
III. A história é contada de forma linear, ou seja, a apresentação da situação inicial já é
explorada no primeiro parágrafo.
IV. A autora explora as características psicológicas da mamãe troll, visto que há uso de
muitos adjetivos.

São corretas:
a) I, II, III e IV
b) I, II e III
c) II e III
d) II e IV

Parte II. Análise gramatical

ANÁLISE MORFOLÓGICA

05. Em “Encontrei todos esses equipamentos de uma loja antiga”, os termos destacados são,
respectivamente:

a) Pronome pessoal – substantivo comum – adjetivo.


b) Pronome possessivo – substantivo próprio – adjetivo.
c) Verbo – pronome indefinido – adjetivo.
d) Adjetivo – verbo – substantivo.
06. Assinale a ÚNICA alternativa em que o termo destacado é um VERBO:

a) Os personagens da série trouxeram emoção para os fãs.


b) Percebo, desde muito cedo, essa sua necessidade de gritar para ser visto.
c) “o seriado acertou ao pular algumas etapas iniciais da apresentação de Bloom..”
d) As fadas estavam dispostas a tudo para recuperar o reino.

07. Em “Eu queria mesmo saber se filho de gente pode ser tão lindo quanto o meu”, os
termos destacados são, respectivamente:

a) Pronome pessoal – substantivo comum – adjetivo – pronome possessivo.


b) Pronome possessivo – substantivo próprio – adjetivo – pronome pessoal.
c) Pronome pessoal – substantivo derivado – substantivo simples – pronome possessivo.
d) Adjetivo – substantivo comum – adjetivo – pronome possessivo.

08. Em “Então tomou uma decisão repentina.”, os termos destacados são, respectivamente:

a) Pronome pessoal – verbo – adjetivo.


b) Artigo definido – substantivo– adjetivo.
c) Verbo – pronome indefinido – adjetivo.
d) Artigo indefinido – substantivo – adjetivo.

09. Em “Lá estava a criança”, os termos da frase são, respectivamente:

a) Advérbio – verbo – adjetivo – substantivo.


b) Advérbio – verbo – artigo definido - substantivo.
c) Verbo – substantivo – artigo indefinido - substantivo.
d) Artigo indefinido – substantivo – adjetivo - substantivo.

ANÁLISE SINTÁTICA

10. Em “A troll os escutou se aproximando”, sintaticamente, o termo destacado é:

a) Predicado
b) Sujeito
c) Adjunto adnominal
d) Objeto direto
11. Em “Fazendeiro e sua esposa estavam por um fio de cair de suas selas”, o sujeito da
oração pode ser classificado como:

a) Sujeito simples
b) Sujeito oculto
c) Sujeito indeterminado
d) Sujeito composto

12. Em “Os personagens da série trouxeram emoção para os fãs”, o trecho destacado,
sintaticamente, é:

e) Predicado
f) Sujeito
g) Adjunto adnominal
h) Objeto direto

13. Em “Ele era grande e feio”, o verbo da oração pode ser classificado como:

a) Verbo transitivo direto


b) Verbo transitivo indireto
c) Verbo de ligação
d) Verbo bitransitivo

14. Em “a troll tirou a cesta das costas”, sintaticamente, o termo destacado é:

a) Predicado
b) Sujeito
c) Adjunto adnominal
d) Objeto direto

08. Explique a utilização de cada pronome levando em consideração o diálogo abaixo:


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09. Releia o trecho abaixo e classifique morfologicamente os termos grifados:

Durante esse tempo, o fazendeiro e sua esposa conseguiram controlar os cavalos e voltaram
para procurar o filho. A troll os escutou se aproximando, mas ela ainda não havia se cansado
de admirar a criança de gente e ficou sentada ao seu lado até os cavalos se aproximarem.
Então tomou uma decisão repentina. Ela deixou seu próprio filho deitado no canto da
estrada, e enfiou a criança de gente na cesta de videira. Pôs a cesta nas costas e correu para
dentro da floresta.

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SUCESSO!

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