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Licenciatura em ensino Basico 4º Ano

Nome do Estudante: Magne Amade Camafunana

GÊNEROS DA LITERATURA INFANTIL


Os Gêneros da Literatura Infantil São:
 Mito
 Lenda
 Fábula
 Apólogo
 Conto
 Crônica
 Novela

Mito
Dentre os gêneros da literatura infantil, o mito está relacionado a uma narrativa atemporal, com a
característica de uma narrativa atemporal que procura explicar a génese, a origem de seres e
coisas, de forma não racional, lógica e histórica, São chamadas narrativas primordiais, que
buscam explicar, por exemplo, o surgimento de algumas tribos ou a origem das estrelas.
Lenda
A lenda tem base histórica e costuma derivar da criação coletiva de um povo. Idealiza um fato
pertencente a um acontecimento ou pessoa de um tempo histórico determinado e pode ter versões
diferentes, apesar de próximas. Um exemplo é o caso da lenda do Negrinho do Pastoreio, de
histórias de santos ou de heróis de um país.
Fábula
A fábula é provavelmente o mais conhecido entre os gêneros da literatura infantil que circulam
na escola. É uma narrativa curta cujos personagens, em sua maioria, são animais que falam.
Além disso, apresentam esses personagens dialogando para mostrar pontos de vista diferentes.
Costuma trazer uma moral – implícita ou explícita – ao final da história. Um exemplo clássico é
a fábula da raposa e as uvas.
Apólogo
Apesar de semelhante à fábula por trazer personagens não humanos e a moral no fim, o apólogo
tem como foco os objetos inanimados. Alguns personagens presentes no apólogo são: plantas,
pedras, rios, relógios e agulhas. Exemplo, O apólogo da agulha e do novelo de linha, de
Machado de Assis, é um bom exemplo.

Conto
O conto, um dos gêneros da literatura infantil também, caracteriza-se pela narrativa curta, ação
única, poucos personagens e acontecimentos. Dentro desse conceito, existem os contos
maravilhosos, que apresentam uma visão mágica da realidade, com presença de fadas ou não; os
contos do cotidiano, que têm crianças sozinhas ou em grupos como personagens, vivendo
conflitos na rua, na escola, em casa; contos de aventuras e de problemas sociais, entre outros.
Um exemplo é o conto da Bela Adormecida.

Crônica
A crónica é outro texto narrativo curto, que trata de assuntos do cotidiano, com senso de
observação e tratamento lírico. Traz para o leitor uma proposta de identificação, emocionalidade
e poesia

Novela
A novela apresenta várias ações simultâneas e um desenvolvimento linear da narrativa. Há
também um maior número de personagens e uma maior extensão da história. Há certa repetição e
previsibilidade. Um exemplo recente é a série Harry Potter.

Distinguir o Mito, lenda e o conto popular e trazer textos ilustrativos.

Mitos: O mito é uma forma de narrativa utilizada pelos povos antigos para explicar fatos da
realidade e fenômenos da natureza que não eram compreendidos por eles. Os mitos se utilizam
de muita simbologia, personagens sobrenaturais, deuses e heróis. Todos esses componentes são
misturados a fatos reais, características humanas e pessoas que realmente existiram. Um dos
objetivos do mito é transmitir conhecimentos e explicar fatos que a ciência ainda não havia
explicado. Todas as culturas possuem seus mitos.
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O mito macua dos dois buracos na terra

Os macuas estão espalhados pelo norte de Moçambique e Tanzânia e tradicionalmente cultuam


um ser supremo chamado Muluco conta o mito macua da criação da seguinte forma:

No princípio de tudo, deus, ou Muluco, fez dois buracos na terra, de onde saíram um homem e
uma mulher. Muluco deu a este primeiro homem e a esta primeira mulher todas as condições
para que se instalassem num determinado território e tivessem meios de subsistência. Deu-lhes
terra boa para plantar e enxada, machado para conseguirem madeira para construírem sua casa e
obter fogo, panelas, pratos e algumas espigas de milho.O primeiro casal da humanidade estava
com a faca e o queijo na mão, como se diz. Tinha tudo de que necessitava para ali prosperar e
gerar descendentes.Porém, tal como Adão e Eva, o casal macua desobedeceu Muluco. Em vez de
construir sua casa e cultivar a terra, os dois comeram o milho cru, quebraram os pratos, jogaram
lixo nas panelas e foram viver no meio do mato.O que Muluco fez? Como punição, chamou o
primeiro macaco e a primeira macaca e deu a eles tudo o que tinha dado ao casal humano:
ferramentas, terra, milho. E o casal de macacos, ao contrário dos humanos, trabalhou. Muluco,
então, tirou os rabos do macaco e da macaca e colocou-os nos humanos. E disse aos macacos:
"Sejam homens!". E aos humanos: "Sejam macacos!". E assim se fez.

Lendas: são histórias muito antigas que foram transmitidas oralmente. Geralmente, elas têm a
finalidade de explicar o universo, a natureza e as relações humanas.

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Lenda da Girafa e Rinoceronte
A lenda da girafa é uma dessas histórias que explicam a natureza. Nela, conta-se o motivo desse
animal ter o pescoço tão longo.Segundo a lenda, a girafa era um animal com um pescoço normal,
assim como o de outros bichos. Até que houve um período de seca terrível, em que os animais já
haviam comido todas as ervas rasteiras e precisavam andar muito para conseguir beber água.
Um dia, em uma dessas andanças em busca de água, a girafa encontrou um rinoceronte e os dois
começaram a lamentar-se. A girafa disse, então:

— Veja só, amigo... Muitos animais escavando o chão em busca de alimento, tudo está tão seco,
mas as acácias continuam verdes.O rinoceronte concordou. E a girafa prosseguiu:

— Seria maravilhoso poder comer essas folhagens que se encontram no alto das copas. É uma
pena que não possamos subir nas árvores.O rinoceronte então teve uma ideia:

— E se fôssemos falar com o feiticeiro? Ele é muito poderoso e pode ajudar.A girafa adorou a
ideia e eles foram até a casa do feiticeiro explicar o que gostariam.O feiticeiro disse que isso
seria muito fácil e pediu para que ambos voltassem no dia seguinte para que ele lhes desse uma
poção a fim de que seus pescoços e pernas crescessem e pudessem alcançarem as folhas macias
da acácias.No outro dia, a girafa foi até a casa do feiticeiro, mas o rinoceronte não compareceu
pois estava muito feliz comendo algumas ervas que tinha encontrado pelo caminho.

O feiticeiro ofereceu o feitiço apenas à girafa e sumiu.A girafa comeu a poção mágica e logo
começou a sentir suas pernas e pescoço alongando-se. Ela sentiu-se tonta, mas quando abriu os
olhos percebeu como tudo estava diferente.Logo avistou uma acácia e pode se deliciar com suas
folhas verdinhas.

O rinoceronte de repente se lembrou do compromisso e correu até a casa do feiticeiro em busca


da poção, mas já era tarde e não havia mais poção. Ele ficou furioso, pois imaginou que tivesse
sido enganado.Desde então passou a perseguir o feiticeiro pela floresta e corre atrás também de
todas as pessoas que cruzam seu caminho.

Contos populares
Contos populares (ou folclóricos) são narrativas passadas de geração em geração. Elas não têm
autor conhecido. Cada história é aumentada e modificada à medida que vai sendo repetida.

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A mulher curiosa e o galo
Era uma vez um homem que entendia a linguagem dos bichos. Passeava com a mulher pelo
campo. Quando ouviu dois cavalos conversarem, e deu uma bruta risada.A mulher perguntou-lhe
porque se ria.
O homem respondeu:
- Por causa da conversa dos dois cavalos. Então, ela começou a instar com o marido para lhe
referir a dita conversa.
– Eu bem podia contar a você o que os cavalos conversaram, mas na mesma hora que acabar de
contar, morrerei.
– Mas eu quero saber! – retrucou a mulher curiosa.
– Então você quer que eu morra?
- Não sei nada disso! Tem de me contar a conversa dos cavalos!
A discussão durou muitos dias. O pobre homem ficou meio zonzo. Viu que não convencia a
mulher e entregou-se.
- Olha, mulher sem coração! – falou ele – eu vou contar a você a conversa dos cavalos, mas
melhor aprontar tudo para o enterro! (Dizia isto pensando que a mulher se arrependesse a última
hora).
Mandou comprar o caixão, e as velas e assentou-se na rede muito triste. O galo subiu no caixão,
bateu as asas e cantou.A cachorrinha, que estava num canto, pensativa, falou ao galo:
- Galo, coração de pedra! Você tem coragem de cantar na despedida de nosso dono?
- Canto e mais que canto. Ele vai morrer, porque é um moleirão e se entregou à mulher. Porque
ele não faz como eu, que no terreiro tomo conta de vinte galinhas?
O homem ouvindo isso, criou coragem, de repente. Mandou o empregado trocar o caixão e as
velas por um chicote. E depois pegou o chicote e perguntou a mulher:
- Você ainda quer saber a conversa dos cavalos?
- Quero, como não?
- Pois foi assim. E lepte, lepte, lepte, nas costas da mulher, que dava cada grito! Parou um pouco.
– E... você ainda quer saber?
- Quero sim! Continuou a tunda com todas as regras, até que a curiosa ajoelhou e pôs as mãos,
murmurando entre soluços.
– Pelo amor de Deus! Chega! Maridinho do meu coração, não quero mais saber da conversa dos
cavalos. Nunca mais!

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