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Mito
Dentre os gêneros da literatura infantil, o mito está relacionado a uma narrativa atemporal, com a
característica de uma narrativa atemporal que procura explicar a génese, a origem de seres e
coisas, de forma não racional, lógica e histórica, São chamadas narrativas primordiais, que
buscam explicar, por exemplo, o surgimento de algumas tribos ou a origem das estrelas.
Lenda
A lenda tem base histórica e costuma derivar da criação coletiva de um povo. Idealiza um fato
pertencente a um acontecimento ou pessoa de um tempo histórico determinado e pode ter versões
diferentes, apesar de próximas. Um exemplo é o caso da lenda do Negrinho do Pastoreio, de
histórias de santos ou de heróis de um país.
Fábula
A fábula é provavelmente o mais conhecido entre os gêneros da literatura infantil que circulam
na escola. É uma narrativa curta cujos personagens, em sua maioria, são animais que falam.
Além disso, apresentam esses personagens dialogando para mostrar pontos de vista diferentes.
Costuma trazer uma moral – implícita ou explícita – ao final da história. Um exemplo clássico é
a fábula da raposa e as uvas.
Apólogo
Apesar de semelhante à fábula por trazer personagens não humanos e a moral no fim, o apólogo
tem como foco os objetos inanimados. Alguns personagens presentes no apólogo são: plantas,
pedras, rios, relógios e agulhas. Exemplo, O apólogo da agulha e do novelo de linha, de
Machado de Assis, é um bom exemplo.
Conto
O conto, um dos gêneros da literatura infantil também, caracteriza-se pela narrativa curta, ação
única, poucos personagens e acontecimentos. Dentro desse conceito, existem os contos
maravilhosos, que apresentam uma visão mágica da realidade, com presença de fadas ou não; os
contos do cotidiano, que têm crianças sozinhas ou em grupos como personagens, vivendo
conflitos na rua, na escola, em casa; contos de aventuras e de problemas sociais, entre outros.
Um exemplo é o conto da Bela Adormecida.
Crônica
A crónica é outro texto narrativo curto, que trata de assuntos do cotidiano, com senso de
observação e tratamento lírico. Traz para o leitor uma proposta de identificação, emocionalidade
e poesia
Novela
A novela apresenta várias ações simultâneas e um desenvolvimento linear da narrativa. Há
também um maior número de personagens e uma maior extensão da história. Há certa repetição e
previsibilidade. Um exemplo recente é a série Harry Potter.
Mitos: O mito é uma forma de narrativa utilizada pelos povos antigos para explicar fatos da
realidade e fenômenos da natureza que não eram compreendidos por eles. Os mitos se utilizam
de muita simbologia, personagens sobrenaturais, deuses e heróis. Todos esses componentes são
misturados a fatos reais, características humanas e pessoas que realmente existiram. Um dos
objetivos do mito é transmitir conhecimentos e explicar fatos que a ciência ainda não havia
explicado. Todas as culturas possuem seus mitos.
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O mito macua dos dois buracos na terra
No princípio de tudo, deus, ou Muluco, fez dois buracos na terra, de onde saíram um homem e
uma mulher. Muluco deu a este primeiro homem e a esta primeira mulher todas as condições
para que se instalassem num determinado território e tivessem meios de subsistência. Deu-lhes
terra boa para plantar e enxada, machado para conseguirem madeira para construírem sua casa e
obter fogo, panelas, pratos e algumas espigas de milho.O primeiro casal da humanidade estava
com a faca e o queijo na mão, como se diz. Tinha tudo de que necessitava para ali prosperar e
gerar descendentes.Porém, tal como Adão e Eva, o casal macua desobedeceu Muluco. Em vez de
construir sua casa e cultivar a terra, os dois comeram o milho cru, quebraram os pratos, jogaram
lixo nas panelas e foram viver no meio do mato.O que Muluco fez? Como punição, chamou o
primeiro macaco e a primeira macaca e deu a eles tudo o que tinha dado ao casal humano:
ferramentas, terra, milho. E o casal de macacos, ao contrário dos humanos, trabalhou. Muluco,
então, tirou os rabos do macaco e da macaca e colocou-os nos humanos. E disse aos macacos:
"Sejam homens!". E aos humanos: "Sejam macacos!". E assim se fez.
Lendas: são histórias muito antigas que foram transmitidas oralmente. Geralmente, elas têm a
finalidade de explicar o universo, a natureza e as relações humanas.
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Lenda da Girafa e Rinoceronte
A lenda da girafa é uma dessas histórias que explicam a natureza. Nela, conta-se o motivo desse
animal ter o pescoço tão longo.Segundo a lenda, a girafa era um animal com um pescoço normal,
assim como o de outros bichos. Até que houve um período de seca terrível, em que os animais já
haviam comido todas as ervas rasteiras e precisavam andar muito para conseguir beber água.
Um dia, em uma dessas andanças em busca de água, a girafa encontrou um rinoceronte e os dois
começaram a lamentar-se. A girafa disse, então:
— Veja só, amigo... Muitos animais escavando o chão em busca de alimento, tudo está tão seco,
mas as acácias continuam verdes.O rinoceronte concordou. E a girafa prosseguiu:
— Seria maravilhoso poder comer essas folhagens que se encontram no alto das copas. É uma
pena que não possamos subir nas árvores.O rinoceronte então teve uma ideia:
— E se fôssemos falar com o feiticeiro? Ele é muito poderoso e pode ajudar.A girafa adorou a
ideia e eles foram até a casa do feiticeiro explicar o que gostariam.O feiticeiro disse que isso
seria muito fácil e pediu para que ambos voltassem no dia seguinte para que ele lhes desse uma
poção a fim de que seus pescoços e pernas crescessem e pudessem alcançarem as folhas macias
da acácias.No outro dia, a girafa foi até a casa do feiticeiro, mas o rinoceronte não compareceu
pois estava muito feliz comendo algumas ervas que tinha encontrado pelo caminho.
O feiticeiro ofereceu o feitiço apenas à girafa e sumiu.A girafa comeu a poção mágica e logo
começou a sentir suas pernas e pescoço alongando-se. Ela sentiu-se tonta, mas quando abriu os
olhos percebeu como tudo estava diferente.Logo avistou uma acácia e pode se deliciar com suas
folhas verdinhas.
Contos populares
Contos populares (ou folclóricos) são narrativas passadas de geração em geração. Elas não têm
autor conhecido. Cada história é aumentada e modificada à medida que vai sendo repetida.
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A mulher curiosa e o galo
Era uma vez um homem que entendia a linguagem dos bichos. Passeava com a mulher pelo
campo. Quando ouviu dois cavalos conversarem, e deu uma bruta risada.A mulher perguntou-lhe
porque se ria.
O homem respondeu:
- Por causa da conversa dos dois cavalos. Então, ela começou a instar com o marido para lhe
referir a dita conversa.
– Eu bem podia contar a você o que os cavalos conversaram, mas na mesma hora que acabar de
contar, morrerei.
– Mas eu quero saber! – retrucou a mulher curiosa.
– Então você quer que eu morra?
- Não sei nada disso! Tem de me contar a conversa dos cavalos!
A discussão durou muitos dias. O pobre homem ficou meio zonzo. Viu que não convencia a
mulher e entregou-se.
- Olha, mulher sem coração! – falou ele – eu vou contar a você a conversa dos cavalos, mas
melhor aprontar tudo para o enterro! (Dizia isto pensando que a mulher se arrependesse a última
hora).
Mandou comprar o caixão, e as velas e assentou-se na rede muito triste. O galo subiu no caixão,
bateu as asas e cantou.A cachorrinha, que estava num canto, pensativa, falou ao galo:
- Galo, coração de pedra! Você tem coragem de cantar na despedida de nosso dono?
- Canto e mais que canto. Ele vai morrer, porque é um moleirão e se entregou à mulher. Porque
ele não faz como eu, que no terreiro tomo conta de vinte galinhas?
O homem ouvindo isso, criou coragem, de repente. Mandou o empregado trocar o caixão e as
velas por um chicote. E depois pegou o chicote e perguntou a mulher:
- Você ainda quer saber a conversa dos cavalos?
- Quero, como não?
- Pois foi assim. E lepte, lepte, lepte, nas costas da mulher, que dava cada grito! Parou um pouco.
– E... você ainda quer saber?
- Quero sim! Continuou a tunda com todas as regras, até que a curiosa ajoelhou e pôs as mãos,
murmurando entre soluços.
– Pelo amor de Deus! Chega! Maridinho do meu coração, não quero mais saber da conversa dos
cavalos. Nunca mais!