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Já fazia uma semana que eu tinha ido visitar Duda e Alice.
Era uma quinta feira e eu tinha acabado de chegar no
escritório, e estava aguardando Kingsley para me passar
uma missão. Rony tinha concluído o curso para auror
junto comigo, mas estava de férias, ajudando Hermione
com o pequeno Hugo, que tinha nascido há apenas três
meses. O filho dos dois era lindo, ruivinho e cheio de
cachos, com os mesmos olhos castanhos e inteligentes de
Hermione. Eu, é claro, era o padrinho.
_ Pronto. – eu disse.
_ Eu sei. – eu respondi.
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_ Não, ele nunca fez isso. – ouvi Blaise dizer. – Mas fique
tranquilo, vou orienta-lo.
_ Não, senhor.
_ Blaise. – eu respondi.
Omiti a parte que ele tinha dito que tinha valido a pena,
não queria admitir que aquela frase estava me deixando
louco.
_ E eu gostei dele. – me limitei a dizer. – Quero que ele
venha outra vez.
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_ Levante-se. – eu ordenei.
Aquilo estava indo longe demais. Ele não poderia ter todo
aquele efeito sobre mim. Me afastei em um ímpeto,
tentando clarear a minha mente.
Quando dei por mim já tinha dito aquilo. Senti meu rosto
enrubescer pela minha própria confissão.
_ Quando você apareceu, tive medo que eles nos
machucassem, eram muitos. – ele falou, e depois deu um
sorriso leve. – Mas logo percebi que eles não eram páreo
para você. Você é muito bom.
Ele não disse mais nada. Senti que o que ele mais queria
naquele momento era poder compartilhar aquilo comigo,
mas não podia. Então eu o puxei para meus braços,
abraçando-o forte.
_ Entre. – eu falei.
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Ele era o Eleito afinal. Era sem dúvida o homem com mais
prestígio social em todo o mundo bruxo.
_ Robert Kinoss? Ele é um dominador? – Harry perguntou
com surpresa.
_ Acho que posso dizer com uma boa dose de certeza que
ele também não gosta muito de mim. – ele me lançou um
olhar cúmplice. – Vai ser uma noite no mínimo
interessante.
_ Vamos? – eu perguntei.
Mas a noite, que até certo ponto tinha corrido bem, tinha
caminhado para um final bastante conflituoso; e
terminara com Draco me convidando para ir embora.
_ Um. – eu arquejei.
_ De joelhos. – ordenou.
_ Aaaah. – eu gritei.
A sensação era intensa demais. Meu pênis estava muito
sensível, querendo libertar-se daquilo. Sua língua me
acariciando era uma prazerosa e insuportável tortura, na
qual Draco insistiu por alguns minutos, punindo-me com
a língua. Até que chegou um momento que senti que meu
corpo não ia mais aguentar, que eu explodiria sob seus
toques.
_ Harry. – eu suspirei.
Era até engraçado que ele sugerisse isso. Não era óbvio
que não existia homem no mundo capaz de me satisfazer
como ele?
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_ Sim. – eu concordei.
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_ Mas...
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_ Sei que você está irritado, mas você vai precisar mudar
de postura agora, tudo bem?
Ela não falou diretamente com ele porque viu que eu não
fiz menção de apresenta-los. Para todos os efeitos, eu era
bastante possessivo. Mas na realidade, eu só queria
chegar o mais rápido possível ao quarto. E por Merlin,
mesmo que Harry estivesse muito mais do que sexy com
aquela roupa, não seria para aliviar minhas tensões
sexuais.
_ Sim. – eu respondi.
_ E foi aqui que você viu... que você viu submissos sendo
punidos severamente? – ele perguntou.
_ Foi. – Eu falei, muito baixo.
_ Não. – eu gritei.
_ Draco, não sei bem o impacto que isso vai ter no seu
ego, mas acho que vai ser bom para o nosso
relacionamento que você confie nas minhas habilidades
de auto controle. – ele sorriu pra mim, em desafio.
_Confio. – eu respondi.
_ Tudo isso por causa do que seu chefe fez ontem à noite.
– eu questionei. – Você vai abandonar seu sonho de ser
auror só por isso?
Alicia abriu a boca, mas eu fiz que não com a cabeça, ela
rapidamente entendeu, mantendo-se quieta.
_ Ele teria que ser idiota para aceitar trabalhar pra nós
depois de tudo que foi dito aqui hoje. – falou Alicia.
Peter Cooper olhou feio para ela, mas não teve tempo de
repreende-la, porque eu logo tomei a palavra.
E aparatei.
CAPÍTULO 18
Eu me sentei no sofá.
_ O que está acontecendo, Harry? – Rony perguntou.
_ Está tudo bem pra nós. Se você está com Harry, ficamos
felizes por vocês Malfoy. – Hermione falou; depois, se
voltou para Marcus. – E você também, Vitaverza. Seja lá
qual for a natureza da sua relação com Kim, se ele e seu...
ha... submisso... nós nunca vamos contar a ninguém.
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_ Harry. – eu o chamei.
_ Você não vai ficar com Potter. – Marcus disse com raiva,
aproximando-se ameaçadoramente de seu submisso.
_ Então, senhor, peço encarecidamente que o senhor
encontre algum outro lugar seguro para onde eu possa ir
ainda hoje. Porque, nesse momento, sinto como se
tivesse ultrapassando todos os meus limites emocionais
se for obrigado a permanecer na mesma casa que o
senhor. – Kim disse, olhando pra baixo, uma lágrima
teimando em cair pelo rosto.
_ Amanhã vou usar o colar que dei para Kim para ir até
ele. – Marcus falou, parecendo estar sentindo dor. – Você
pode ir comigo, Draco, afinal ele e Harry estão no mesmo
lugar.
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_Se os seus amigos são tão imaturos, você não devia ter
me convidado para ir a esse jantar. – eu falei, deixando o
ressentimento que eu tinha sufocado provisoriamente vir
à tona.
Tinha que haver uma razão pra aquilo. Era verdade o que
Draco tinha dito antes. Ele sempre tinha sido muito
cuidadoso comigo, sempre tinha sido um amante
preocupado, capaz de me passar confiança e me fazer
sentir seguro na hora do sexo. O Draco que eu conhecia
não teria arriscado me expor. Então, enfim, o que tinha
dado errado na noite passada?
_ Mas ai, você disse que não era aquilo que você queria.
Que você precisava de mim dentro de você. – Draco
falou, como se eu tivesse dito algo absurdo. – Aquilo
nunca tinha acontecido antes. Qualquer outro garoto,
depois de tanto tempo de estímulo, estaria desesperado
por um orgasmo. Mas você queria a mim... e de repente
eu senti como se o meu corpo, a minha pele, fosse tudo o
que você desejasse... e isso levou embora todo meu
controle. Eu era seu, você estava me reivindicando, eu
precisava ouvi. eu senti como se fosse morrer se não
ouvisse. Naquela hora esqueci onde estávamos, esqueci
dos outros, só existia você. Quando eu te penetrei, você
disse novamente que não era preciso que eu te
masturbasse... você mostrou pra mim que tinha tudo o
que queria, gozou pra mim, por mim, eu nunca me senti
tão necessário.
Era difícil explicar isso pra quem não era envolvido com
BDSM.
_ Eu conheço BDSM na teoria. Conheço Londres inteira,
eu tenho muitos contatos, estou envolvido com muitos
tipos de atividade comercial. Nada ilegal, é claro. – ele
acrescentou. – Mas isso fez com que eu soubesse da
existência desses clubes BSDM, do que acontece neles.
Também sei de alguns bruxos que mantém práticas desse
tipo.
_ Será? – eu perguntei.
_ Um pouquinho. – eu confessei.
_ Kim.
_ Hmm? – eu perguntei.
_ Não.
_ Isso não tem nada a ver com Kim. Harry já disse que
estamos protegendo ele. – eu respondi. – Isso tem a ver
com a culpa que você sente pela morte de Giuseppe.
Kim pigarreou.
_ Se você achar que não é sua área, tudo bem, mas antes
de mais nada quero que saiba que há uma razão para eu
querer que seja você a defender esse caso. – Longbottom
falou, e então fez uma pausa para encarar o envelope. –
Isso é... é sobre os meus pais. Eu quero interferir no
tratamento e o St. Mungus não está autorizando.
_ Eu sei. – eu assenti.
Eu vi Philip empalidecer.
_ Pra isso que você ficou aqui hoje? Pra estragar minha
relação com Harry? – Philip se queixou, irritado.
_ Não está tudo bem. – ele respondeu. – Mas essa não foi
a última vez que Philip me procurou. Ele deveria estar na
França, se está aqui é porque quer alguma coisa. Vai
voltar a me procurar. E da próxima vez, ele não vai me
pegar de surpresa. Eu vou estar preparado, vou dizer
tudo que está entalado há meses na minha garganta.
Ele assentiu.
_ Será bom pra nós dois. Você estará mais preparado pra
se defender e eu não ficarei tão preocupado. – ele
argumentou.
Draco deu outro soco no rosto dele, com tanta força que
quebrou seu nariz, do qual passou a escorrer um filete de
sangue. Estávamos chegando onde eu queria. Existia
alguma razão para ele ter voltado pra Inglaterra, pra ele
parecer tão desesperado para que eu ficasse com ele. Ele
estava me chantageando. E eu descobriria o porquê.
_ Aquilo que você falou pro Philip sobre nós dois... – ele
me disse, puxando-me para seu peito. – Me excitou um
pouquinho, e eu fiquei vaidoso... mas você sabe que não
precisava dizer aquelas coisas, não é?
Vi que ele lutava pra voltar a si, pra controlar seu frenesi
sexual.
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_ Harry. – eu repeti.
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_ Ela já foi?
_ Que susto! – eu ofeguei. – Quer me matar do coração?
_ Obrigado. – eu agradeci.
_ Não. – eu respondi.
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Ele avançou pra mim, tomando meus lábios com seu beijo
forte, urgente e masculino, que me seduzia como
nenhum outro, me tomava e me oferecia, me acendia de
luxúria. Ele desceu os lábios para o meu pescoço,
chupando, lambendo, me marcando como dele.
_ Senti tanta a sua falta. – ele murmurou em meu ouvido.
– Acho que não consigo mais dormir sem você.
_ Não acredito que você tenha feito uma piada sobre seu
sêmen trouxa. – ele fingiu irritação. – Quando eu me
curar desse sectumsempra, vou te dar uns bons tapas. Por
isso e por todo o susto que você me deu.
_ Não faça assim amor, você foi uma doninha tão fofa. –
eu brinquei. – Parecia um pompom todo branquinho.
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George fechou a cara, mas não disse mais nada. Era óbvio
que ele gostava muito de Kim e não queria pressioná-lo a
fazer nada que ele não quisesse. Mas estava preocupado
com a volta do namorado pra casa de pais tão
preconceituosos. Eu também estava.
_ Kim, porque você simplesmente não continua aqui? –
eu sugeri, com calma.
_ Fui eu, não fui? – Draco disse, a voz baixa. Eu podia ver
a dor, arrependimento, a repulsa por si próprio. – Eu fui a
primeira pessoa a te chamar de sangue-ruim.
Rony gargalhou.
_ Você acha que sentiu medo disso por ele ter sido um
dominador nas relações anteriores? – eu perguntei. – Ou
acha que se sentiria assim com qualquer pessoa?
_ Eu sei. – eu respondi.
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_ Patiens Longus.
Aquilo era magia negra. Era um feitiço sexual
extremamente cruel. A última vez que eu tinha visto
aquilo, tinha sido durante uma cessão de tortura, na
época em que Voldemort ainda era vivo, e um Comensal
da Morte tinha capturado um menino nascido trouxa.
Eu fiz como ele falou. Se tinha uma coisa que aquele dia
tinha me ensinado, era não desconfiar de Harry Potter
nunca mais. Ele estava certo quanto a Philip, se
tivéssemos feito do meu jeito, a essa altura eu já estaria
sendo horrivelmente violentado e torturado, para depois
ser morto por aquele traidor miserável. Harry tinha me
trazido pra casa em segurança, mesmo que sob o efeito
daquela maldição.
_ Engraçadinho. – eu brinquei.
_ Você tem razão quando diz que não sou mais aquele
garoto, eu mudei muito, Neville. Mas não sou, nem de
longe, o melhor dos homens. Ainda sou um cara cheio de
defeitos, e provavelmente se houvesse uma balança pra
pesar nossos méritos eu jamais teria pontos o suficiente
para merecer alguém como você. – eu o encarei, dizendo
tudo o que eu sentia naquele momento. – Mas eu te
amo.
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_ Ele não precisa saber disso. Diga a ele que o feitiço não
funcionou corretamente, que ele não conseguiu fazer. –
eu sugeri.
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Eu sorri. Harry.
_ Hoje você vai apanhar por tudo que fez. – ele disse, os
lábios colados em meu ouvido, o membro sarrando em
mim.
_ Sim, senhor.
Draco se afastou por alguns segundos, para pegar o
objeto que eu já conhecia e prender em minha boca. Ele
me puxou pelas mãos, amarradas na gravata grifinória,
até a cadeira. Draco sentou-se, e me fez me debruçar em
seu colo, apoiado sobre ele, o quadril empinado.
_ Eu te amo. – eu murmurei.
_ Te dá tesão? – eu perguntei.
_ Eu sei. – ele lhe fez um afago terno nas costas das mãos,
onde agora repousava a aliança. – Mas eu pensei... você
sempre diz que os Weasley’s são sua família...
_ Juro que todos os dias vou lutar pra ser o homem que
você merece. – Draco disse, entre toques cheios de
ternura que cativavam a todos nós.
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CASAMENTO
Hermione riu.
_ Tá bom, seus bajuladores. – ela exclamou, em meio a
risada. – Mas o verde continua sendo meu.
Eu ri, baixinho.
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Eu sorri amigavelmente.
CASAMENTO
_ John vai adorar. Ele vai querer usar verde, é sua cor
favorita. – Blaise falou.
_ Foi por isso mesmo que eu disse que não tinha ficado
nenhum pouco chocado. – Blaise falou, sagaz, olhando de
mim pra Harry. – Evidentemente, vocês sempre fazem
todo o possível pra deixar o outro feliz.
Eu ergui as sobrancelhas.
_ Ah, Harry. Nunca vou saber o que fiz pra merecer seu
amor. – eu me declarei. – Mas, por Merlin, nunca me
deixe. Porque acho que não posso mais viver...