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Produção de Texto - 7º ano, Língua Portuguesa, Morá Lilian Pivato

Contos de Mistério

As propostas sugeridas às turmas de 7º ano partiram de leituras e estudo


dos gêneros textuais vistos ao longo do 1º trimestre.
Os alunos trabalharam com Conto de Mistério e, a partir da leitura de
textos de Edgard Alan Poe, Stanislaw Ponte Preta, entre outros autores,
produziram seus textos.

Proposta 1: Dar continuidade a Aparição, Conto de Mistério de Stanislaw Ponte


Preta.
Era a última caixa que eu carregava. Cheia de objetos pessoais,
bugigangas acumuladas por vários anos. Esparramei tudo em cima da mesa,
tinha que achar um lugar para arrumar cada uma. No fundo da caixa, encontrei
uma moldura com uma foto que eu nem lembrava mais que existia, a única
coisa que me sobrou dos tempos de faculdade. Coloquei o quadro em cima do
balcão da cozinha, foi o lugar que me pareceu mais apropriado no momento.
Pelo menos até que eu arrumasse toda a mudança.
A casa não era grande, mas nos fundos, grudado na parte principal,
tinha um galpão. O acesso era pelo lado de fora, e podia ser utilizado como
depósito de velharias. Eu sempre tive dificuldade de me desfazer das coisas
antigas [...]

No primeiro dia de mudança fiquei exausto de tanto trabalhar sozinho,


nem vi a noite chegar, e já era hora de trancar as portas e descansar. Pela
janela da sala avistei uma pequena mala esquecida lá fora, e saí pela cozinha
em direção à rua. Ao me aproximar, percebi a porta do galpão entreaberta, elá
de dentro, um ruído. [...]

Depois da leitura, planeje a continuação da história. Os itens a seguir


podem ajudar você nessa tarefa.

- Qual será o mistério a ser revelado para o leitor?


- Haverá outros personagens no conto? Quais serão suas características?
- Que outros espaços aparecerão no conto?
- Planeje o enredo do conto: situação inicial, conflito, clímax e desfecho.
O porta-retrato

Esse fato me chamou mais a atenção do que a mala esquecida porque


alguém poderia me assaltar, por isso resolvi empurrar a porta lentamente e entrar
no galpão.
Embora sentisse muito medo, estava curioso para saber exatamente de
onde vinha o ruído e quem o estava produzindo. Meu coração disparava a cada
passo que eu dava. A escuridão de lá intensificava o meu pavor. Não conseguia
ver nada, de repente, uma luz intensa surgiu e cegou-me. Assim que meus olhos
se acostumaram com a luminosidade, pude perceber um vulto e, pouco a pouco,
fui conseguindo identificar as formas de uma mulher. Quanto mais me
aproximava da imagem, mais luz surgia. Aquilo não era normal!
Ela tinha cabelos longos e pretos, usava um vestido branco e estava
muito pálida. Estava em pé, olhando, fixamente, a minha entrada, mas minha
presença não lhe causou nenhuma surpresa. Disse pausadamente com uma
voz firme:
— Estava esperando por você.
Assustado, eu disse:
— Eu conheço você de algum lugar?! Você me parece familiar!!
Ela não respondeu a minha pergunta e saiu do galpão, ignorando a minha
presença. Um frio percorreu minha espinha no momento em que ela passou por
mim.
Fui atrás dela e acabei tropeçando na mala que continuava do lado de
fora. Peguei a mala e, nesse momento, vi-a entrando na casa. Disposto a
resolver aquele mistério, segui seus passos. Para minha surpresa, encontrei-a
na cozinha com a moldura da minha foto na mão. O ambiente estava gelado
apesar do aquecedor estar ligado.
Com a luz da cozinha acesa, pude ver seus olhos fundos. Seu rosto,
apesar de bonito, era aterrorizante. Minha voz estava sem força e trêmula,
quando lhe perguntei:
— Quem é você?
— Sou a amiga morta de sua esposa assassinada.
— O que você quer?
— Eu quero saber as razões que o levaram a matá-la. Ela era minha
melhor amiga, considerava-a como irmã, e você a matou. Por quê?
Neguei com a cabeça e disse que ela estava louca.
Ela ficou irritada e me perguntou novamente, bem lentamente, com uma
voz aterrorizante:
— Por que... você... a... matou?
Não consegui responder de tanto medo. Neste momento, ela movimentou
os braços.
Quando percebi, estava vivo, preso na foto. Desesperado, comecei a
gritar por ajuda, mas notei que era inútil, por isso lhe disse:
— Conto tudo o que quiser.
Ela, tranquilamente, repetiu:
— Por que você a matou?
— Casei com ela porque era muito rica. Nossa convivência era
insuportável, por isso a matei, para desfrutar de sua herança. E não me
arrependo.
Ela finalizou com orgulho:
— Não há lugar melhor para você do que esse. Um morto vivo!
E jogou o porta-retrato dentro da mala.

Isabela Bueno Spiewak 7º A


O que será?
Olhei ao redor para tentar saber de onde vinha aquele ruído e logo
percebi que estava vindo do galpão. Com medo, fui correndo para dentro da
casa, já era noite.
Atordoado, fui deitar, pensando o que seria e, perdido em meus
pensamentos, acabei adormecendo.
No dia seguinte, quando acordei, lembrei que havia deixado a mala para
fora e fui buscá-la.
Quando abri a porta da casa, vi um rastro com algumas fotos e
documentos que chegavam até o galpão. Confuso de como aquele rastro havia
sido feito, segui-o.
Achava que seria alguma surpresa de meus amigos de faculdade ou
algo do tipo, estava animado e ansioso. Ao chegar lá, me decepcionei, não
havia nada nem ninguém. Quando fui pegar a mala para guardar as fotos e os
documentos, percebi que havia uma pequena porta. Curioso, resolvi entrar.
Havia uma escada subterrânea.
Lentamente fui descendo, com as pernas trêmulas e o coração a mil,
pois não sabia o que encontraria lá embaixo, até que cheguei a um grande
salão. Nele estava meu melhor amigo da faculdade, de quem eu sentia muita
saudade. Nos abraçamos e conversamos muito.
No final da conversa resolvi tirar uma foto com ele para guardar de
recordação e, ao ver como a foto havia ficado, percebi que ele não aparecia.
Ao olhar para o lado, ele havia sumido.
Procurei-o no salão, depois subi para o galpão, procurei na casa inteira,
pois achava que ele poderia estar precisando ir ao banheiro ou poderia querer
um copo de água, mas não o achei, apenas um relógio que ele havia deixado
cair.
Por mais que fosse um relógio normal, aparentemente, estava parado
em 03h e 01min da manhã.
Com o corpo trêmulo e um arrepio da cabeça aos pés, resolvi fazer o
que precisava, tirar um cochilo e ver o que iria acontecer; mas, atordoado, não
consegui cochilar.
Quando eram três horas, já estava nervoso, gelado e pálido. Ao olhar
para o lado percebi que meu amigo estava sentado em uma cadeira que ficava
ao lado da minha cama.
Aliviado por ser ele, fiz “mil e uma perguntas”, porém não me respondeu
nenhuma, apenas me disse que o que estava acontecendo não era o que
parecia, e saiu correndo em direção à sala. Ao segui-lo, percebi que ele não
estava mais lá.
Confuso, pensativo e nervoso, deitei para refletir um pouco sobre o que
ele havia me dito. Apareceu-me, então, o pensamento de que ele era um
fantasma ou algo do tipo, assim adormeci.
No dia seguinte, achei que o homem apareceria novamente e assim
perguntaria a ele, mas meu melhor amigo não apareceu, nem no outro dia,
nem no outro e nem no outro. Na verdade, até hoje ele não apareceu e eu
fiquei com a dúvida de quem ele seria de verdade.
Anny Frysman Neves 7º B
Desvario
Despreocupei-me, afinal, aquele galpão estava lá há anos. No dia
seguinte, continuei meu trabalho entediante, quando tive a ideia de chamar meu
fiel amigo, Jeff. Liguei para ele, e, como já esperava a minha ligação, disse sim.
Continuei a trabalhar, quando ouvi aquele ruído de novo, e identifiquei quase na
hora: era o portão do galpão rangendo, o que achei normal. Foi quando percebi
que não havia vento, e eu era a única pessoa por aquelas bandas, então quem
estava fazendo o portão do galpão ranger? Tenso, e com medo, minha
curiosidade venceu, e entrei no galpão.
A poeira e a tralha não ajudavam, mas podia ver claramente que não tinha
nada demais lá dentro. Quando ia me virar, ouvi algo se mexer, comecei a suar
frio, vinha do armário. Cautelosamente, abri-o, torcendo para que fosse apenas
um simples rato. Ao abrir, uma luz muito forte surgiu, fechei meus olhos e,
quando os abri, já estava em outro lugar.
Casais mascarados dançavam ao som de La Primavera, de As Quatro
Estações (de Antônio Vivaldi) com trajes de 1800, em um enorme salão
iluminado por dois candelabros de cristal divididos por uma escada de carpete
vermelho e corrimãos de ouro maciço. Não era bobo, estava em um conto de
mistério, minha professora, Lilian, já havia me contado sobre isso. Só faltava
acontecer um assassinato.
Foi exatamente isso que pensei e, de certa forma, estava certo. Matei o
tempo conversando com os convidados. Foi útil, pois descobri que todos
moravam exatamente no mesmo lugar, isto é, a casa para onde estava me
mudando. Também descobri que comemoravam o aniversário de Mileyde
Catarina II, e até dancei um pouco. Mas nada além disso acontecia. Eu comecei
a enlouquecer, meus pensamentos começaram a se empilhar, eu tentei abrir o
portão, mas estava trancado.
— Se ninguém vai fazer isso, então eu vou! — disse alguma parte de meu
consciente que eu nem sabia que funcionava. Peguei a faca do prato principal e
chamei Mileyde Catarina II para um dos milhares de cômodos da mansão.
Ingênua, aceitou. O primeiro golpe foi nas costas. Pega de surpresa, caiu de
joelhos no chão. O segundo foi na nuca, arranhando seus ossos, começou a
jorrar sangue para todos os lados. Assim eu comecei a desesperadamente
esfaqueá-la. Só depois percebi que estava morta.
Desorientado, não sabia como os convidados haviam descoberto que a
aniversariante estava morta, mas sabia que teria que fugir. Com toda a força que
ainda restava, arrombei a porta, e tornei a ver aquela luz forte novamente.
Abri meus olhos, estava parado, na frente do armário, não sabia se aquilo
havia sido ou não real. Mas — ainda tonto — liguei para Jeff:

— Alô? —disse Jeff.


— Oi! — respondi — Só estou ligando para dizer que estou bem.
— Como assim? — retrucou Jeff — Você só me ligou faz cinco minutos!
Fiquei parado, sem ver nem falar, tentado raciocinar o que havia acabado
de acontecer.
— Você está bem? — perguntou Jeff, preocupado.
— Sim, sim! — disse, mentindo — Só adormeci um pouco. Desliguei o
celular.
Comecei a ficar muito confuso. Será que estava alucinado por causa da
poeira? Será que só dormi um pouco por causa do trabalho pesado? Ou será
que tudo aquilo foi real?
Olhei para baixo, tinha sangue nas minhas mãos. Preocupado, investiguei
meu braço todo. Nenhum corte, pensei, com um certo alívio. Aquele sangue não
era meu.
Thais Lederfeind 7º C
O ruído

Estava caindo de sono, mas continuei andando. Abri a porta, que fez um
barulho ensurdecedor, estava enferrujada, por isso fiquei com um pouco de
receio de entrar.
O galpão era alto, de ferro, cheio de ferrugem, nem eu sabia o que tinha
lá dentro direito.
Passo ante passo fui entrando no escuro galpão, não via nada, até que
descobri que o barulho vinha do fundo. Fui andando, com certo medo.
Ao lado via pilhas e pilhas de móveis, brinquedos antigos, entre outros
vários objetos.
Fui andando lentamente e, olhando os objetos ao lado, lembrei-me de
histórias da minha infância. Continuei andando, pensativo virei para trás para
ver se a noite já tinha caído, de repente vi um vulto preto atrás de mim,
estremeci, me lembro apenas de gritar, depois disso apaguei.
Quando acordei já era de manhã e estava na minha cama, com um saco
de gelo na cabeça. Coloquei o braço para o lado e peguei o meu celular,
perguntei aos meus amigos o que eles tinham feito na noite passada. Esperei
um tempo e ninguém me respondeu, estavam me ignorando.
Logo levantei, estava um pouco tonto, porém curioso para saber o que
havia feito o ruído naquela noite.
Coloquei uma roupa e desci as escadas correndo, entrei no galpão e
quando pisei lá dentro alguém acendeu a luz e eles começaram a cantar:
— Parabéns para você...
Deparei-me com amigos da escola e da faculdade e familiares, então caí
em mim, despertei, era meu aniversário! De tanto trabalhar havia até
esquecido.
Taly Szuster 7º A
Proposta 2: Após assistir ao filme “A janela Secreta”, produzir um conto de
mistério utilizando um trecho da obra.
Janela Secreta
Após um longo dia, cansado, Mott desabou no sofá de sua sala. O
solitário homem dormia profundamente, em sua companhia estavam escuridão
e suaves ruídos que vinham de fora. De repente, um sonho maldito, colocado
em sua cabeça pelo demônio, o perturbou de seu sono profundo, mas com
algum propósito; “Alguma coisa estava errada’’, desconfiou ao acordar.
Confuso e assustado, andou pela casa em busca de respostas, sem sucesso,
já estava desesperado. Foi então que ele viu: percebeu que a porta de sua
choupana estava aberta e balançava freneticamente devido ao forte vento.
Lentamente, caminhou em direção a ela, a tensão aumentava a cada estalar do
orvalho, sons produzidos a cada passo que dava, era uma eternidade, parecia
que a porta se distanciava a cada passada; então, finalmente, o escritor
conseguiu alcançá-la.
Agora, fora da casa, os ruídos que ouvia de dentro se intensificavam e
possuíam um som muito agudo, de sangrar os ouvidos. Confuso, já que a
escuridão o deixava completamente cego, sentiu um cheiro de algo sendo
decomposto. Não conseguia identificar de onde vinha aquele odor tão
desagradável, o medo era indescritível, a vontade de voltar à sua moradia era
mais do que absoluta, porém, quando Mott virou-se em direção à porta, esta
fechou-se num estrondo que o fez estremecer. Foi então que descobriu a
origem daquele péssimo aroma: vinha de um pano ensanguentado que cobria
algo misterioso, algo que ele nunca poderia esquecer. Curioso, tirou o tecido
lentamente, suas mãos e pés tremiam de tanto pavor, calafrios percorriam
como um raio em seu corpo, balançava a sua cabeça de um lado e para o
outro. Negava o que via: seu cachorro estava morto, o pobre animal estava
todo ensanguentado, era possível ver os ossos que o sustentavam, estes
continham alguns pedaços podres de carne viva. Via em seus olhos o clamor,
além da culpa pela morte de seu fiel companheiro, era uma cena terrível, que o
atormentou por muito tempo. “Mas que-em-po-de-pode-ria-fa-fa-fazer-ta-tal-a-
to?’’, pensou em voz alta, desesperado. “Não ser-se-seria-el-le-ele?’’, o homem
hesitava de falar aquele nome, aquele que lhe causara muitos sofrimentos,
desde aquele fatídico dia. “Ti-ra-Ti-rane-l-la’’, disse com árdua dor em seu
coração. Ele estava certo. Depois de se recuperar de tal sofrimento,
surpreendentemente horrível, Mott logo descobriu que a morte de seu cachorro
passava de uma ameaça do caipira: “Você tem três dias, isto não é uma
brincadeira, sem polícia’’, leu em voz alta o assustador e amedrontador bilhete
deixado no batente de sua porta.
Ainda confuso, repleto de sensações e sentimentos, o escritor, com
lágrimas nos olhos, porém possuído pela raiva, cavou a cova de estimado seu
cachorro. “Descanse em paz, amiguinho”, disse com grande dificuldade.
Leo G. Krasilchik 7º B
Janela secreta
Desde o dia em que descobri que minha esposa, uma mulher muito
bonita e atraente, me traía, não sou mais o mesmo, não sinto mais vontade de
viver, de ver os outros viverem; a vida não tem mais sentido. Por que a vida
dos outros é tão perfeita e a minha é assim? Por que só eu sofro? Por que só
eu?
Não tenho poder nem sobre meus contos, pois um tal de Tiranella, um
homem ranzinza, maldoso e com uma aparência estranha, resolveu tirá-los de
mim, me acusando de plágio, algo que não cometi de modo algum; o que tenho
de provar? Ele, de qualquer modo, quer o final da história, saber o que
acontecerá, sendo que nem eu mesmo sei. Talvez tenha que inventar, criar um
final, em que talvez nem todos tenham sorte.
Eu pensava que minha vida não poderia piorar... Até o dia em que
encontrei meu fiel escudeiro, meu cachorro, morto com uma chave de fenda, e
o chapéu de Tiranella à minha porta. Lá se fora mais um pedaço de minha vida.
Tiranella está arruinando minha vida com perseguições e ameaças. Já
até incendiou minha antiga casa. Agora, o que me resta é o final da história, o
fato mais importante. O que acontece com a janela secreta? Com a infiel
esposa? Com o seu amante com quem me traiu? E comigo? O que
acontecerá? Preciso descobrir.
Certo dia, quando estava em minha humilde residência, nervoso com
meus problemas pessoais, comecei a sentir tontura, dor de cabeça e enjoo.
Então decidi me deitar no sofá. Quando me olhei no espelho, avistei outro de
mim, mas de um jeito estranho, me incentivando a ligar para a polícia e fazer o
contrário do que estava fazendo. Dizia que eu era o Tiranella. O verdadeiro
apareceu e dizia o mesmo... Então cada vez fiquei mais confuso e fora de mim.
Minha ex-mulher bateu à minha porta e ouvi Tiranella dizer que aquele
seria o final da história.
Fui recebê-la e, quando percebi, estava comendo uma espiga de milho.
Tinha acabado de enterrar minha ex-mulher e seu atual marido, com quem
havia me traído; o que aconteceu?
Nunca saberei.

Stefanie Sztajnbok Schwarz 7º A

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