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Reação 8: A beleza da mídia

Nathália Alencar

A beleza da mídia é aquela que escolhe padrões de beleza a serem consumidos e seguidos
pela massa. O século XX é marcado pela contradição entre as vanguardas que lutaram por
anos contra a padronização dos mass media e pela própria exaltação da beleza midiática.

Ainda que estabelecessem padrões, eles eram antagônicos ao mesmo tempo. Do mesmo
modo que a mídia exaltava a figura de uma mulher sensual, personificado em figuras como
Greta Garbo, também glorificava a mocinha pacata, papel representado por artistas como
Doris Day.

O herói viril e ao mesmo tempo o mocinho principesco. A moda prevalece as roupas sensuais
ao mesmo tempo em que ascende a moda andrógena. Modelos de beleza de acordo com a
classe social. Um para os mais ricos, outros para o proletariado. Até a década de 60, o cinema
vai ser o principal meio de publicidade desses padrões do belo.

Hoje, o cinema e a TV ainda são grandes disseminadores de padrões, porém depois do


advento da internet, as redes sociais perpetuam outros grandes disseminadores de padrões,
mas ao mesmo tempo abriram espaço para discutir que padrões são esses, deu espaço a outros
corpos, cabelos, formas de vestir e de ser, obrigando a grande mídia a dar espaço a corpos
que não se encaixassem no padrão histórico.

Interessante ver como a arte e até mesma as divas do cinema remetem ao contexto da estética
vigente. Como as damas dos anos 20 e 30 remetiam ao estilo floral e Liberty. Como até
mesmo os quadrinhos se conectavam com o estilo de desenho da época a qual estavam
inseridos.

Chega-se ao ponto de que a arte da provocação e a arte do consumo se misturam.


Movimentos como a Pop Art que provocam utilizando figuras da indústria, e não somente nas
artes plásticas – a música também tem esse papel com os Beatles que unem tradição e
contemporaneidade, de forma que a diferença entre as duas artes fica mais difícil de
delimitar.

Não há um único ideal de beleza e sim vários, que não deixam de ser padrões, mas buscam
atender em algum grau a complexidade de gostos, para quem não pode alcançar a beleza de
um ator musculoso, há o corpo esguio de Al Pacino, para quem não pode ter o corpo
suntuoso, atrizes como Julia Roberts são dadas ao padrão.

Ainda sofremos os impactos dos padrões de beleza, que conforme a atualidade mudam cada
vez mais rapidamente. O corpo da moda, o novo procedimento estético. Para estar sempre
atualizado, dentro do padrão ideal segundo o mass media, é preciso dinheiro. Dessa maneira,
viramos escravos da beleza. Por isso é tão importante os movimentos que exaltam a beleza da
diferença, não a encapsulada, como a citada anteriormente, mas a beleza livre, presente em
corpos diversos, cores, cabelos, idades.

A grande indústria brasileira encena um reconhecimento maior das belezas foras do padrão
de décadas anteriores, do corpo magro, do cabelo liso, da pele branca. Mas ainda é necessário
muito mais empenho para realmente ser diverso e representativo da variedade de belezas
existentes em nosso país.

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