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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE

DIREITO DA 05ª VARA CRIMINAL DA COMARCA


DE ...
Autos nº ...

CAIO, anteriormente qualificado nos autos em epígrafe, por


seu advogado ao final firmado (procuração anexa), vem
respeitosamente perante Vossa Excelência
apresentar RESPOSTA À ACUSAÇÃO, com fundamento nos
artigos 396 e 396-A, do Código de Processo Penal, pelas
razões de fato e de direito a seguir expostos:

DOS FATOS
O denunciado foi acusado e está sendo processado pelo crime
de extorsão qualificada pelo uso de arma.
Consta da peça inicial acusatória que na data 24 de maio de
2020, o denunciado mostrou para a vítima uma pistola, com a
intenção de receber uma dívida de R$ 20.000,00, que vencera
no dia 15 de maio de 2020.
A denúncia foi recebida pelo juízo da 5ª Vara Criminal e o
denunciado citado na data de 18 de janeiro de 2011.

Em que pese as ponderações lançadas pelo Parquet, é caso de


improcedência da ação penal que deverá ser julgada de plano,
para absolver o denunciado sumariamente, pelos motivos que
se passa a expor:

DO DIREITO
O FATO É ATÍPICO
O denunciado foi acusado de ter praticado o delito de extorsão
qualificada pelo emprego de arma quando da cobrança de uma
dívida, instrumentalizada em nota promissória assinada pela
vítima e dada em garantida do pagamento de um empréstimo,
com vencimento no dia 15 de maio de 2020.
Ocorre que o crime de extorsão se caracteriza quando alguém,
mediante violência ou grave ameaça, constrange para receber
vantagem indevida.
Com efeito, no presente caso resta claro que o denunciado
cobrou uma dívida devidamente constituída através de nota
promissória assinada pela vítima, portanto, a vantagem é
devida, o que descaracteriza o crime de extorsão do artigo 158,
do Código Penal.

Em conclusão, ausente a elementar do tipo “vantagem


indevida”, a conduta do denunciado se torna atípica, devendo
ser ele absolvido sumariamente em relação ao crime de
extorsão.
DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
No mesmo sentido das argumentações supra, não restou
caracterizado o crime de extorsão do artigo 158, do Código
Penal, no máximo, o que se admite apenas em respeito ao
princípio da eventualidade, praticou o denunciado o crime de
exercício arbitrário das próprias razões descrito no art. 345,
do Código Penal, uma vez que cobrou vantagem devida.

Importante salientar que não existe qualquer prova nos autos


de que o denunciado tenha usado de violência, logo, segundo
o parágrafo único do artigo 345, do Código Penal, a ação penal
se procede mediante queixa, sendo o Ministério Público parte
ilegítima para propor a presente demanda.

Ademais, tendo em consideração que a vítima tem o prazo de


seis meses para oferecer a queixa-crime, nos termos do
artigo 38 do Código de Processo Penal e 103 do Código Penal,
sendo certo que os fatos se deram na data de 24 de maio de
2020, teria ela até a data de 23 de novembro de 2020 para
exercer o seu direito, o que não ocorreu.

Portanto, passados mais de 06 meses da data dos fatos ocorreu


a decadência e o denunciado deve ter extinta sua punibilidade,
nos termos do artigo 107, IV, do Código Penal.

DO PEDIDO
Por todo exposto, requer seja o denunciado absolvido
sumariamente do delito de extorsão qualificada, nos termos do
artigo 397, III, do Código de Processo Penal e/ou tenha extinta
sua punibilidade em decorrência da decadência operada, nos
termos do art. 397, IV, do Código de Processo Penal.

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em


direito admitidas, especialmente pela oitiva das testemunhas
abaixo arroladas, que desde já se requer a intimação.

Termos em que,

pede deferimento.

Local, 28 de janeiro de 2021.

Advogado OAB...

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