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Apostila - Historia e Geografia de
Apostila - Historia e Geografia de
ASPECTOS POLÍTICOS
O estado de Rondônia constitui-se na 23ª UF do Brasil, criado em 22 de dezembro de 1981, por
força da Lei Complementar 041. Sua instalação ocorreu no dia 04 de janeiro de 1982, com a posse do
primeiro governador, o coronel Jorge Teixeira de Oliveira, nomeado pelo presidente João Baptista de
Oliveira Figueiredo, na forma do disposto na lei complementar nº 041/198 1. Esta data, a partir de
2010, foi oficializada pela Assembleia Legislativa como a Data Magna de Rondônia.
O Poder Legislativo é representado pela Assembleia Legislativa, e o Poder Judiciário pelo
Tribunal de Justiça, criado através da Lei Complementar nº 041/1981 e instalado no dia 26 de janeiro de
1982. O primeiro presidente do TJ de Rondônia foi o desembargador Fouad Darwich Zacharias. O atual
presidente é o desembargador Roosevelt Queiroz Costa e o vice-presidente, desembargador Raduan
Miguel Filho. Nos municípios, a atividade judiciária é exercida pelo Tribunal de Justiça através de vinte e
cinco comarcas. O Poder Executivo estadual é representado pelo governador, que despacha no Palácio
Presidente Vargas. A capital do estado de Rondônia é a cidade de Porto Velho, conforme estabelece o
artigo 4º da Constituição estadual promulgada em 1989.
No estado de Rondônia, a Constituição Estadual em vigor foi promulgada no dia 28 de setembro
de 1989, pela Assembleia Legislativa e Constituinte.Esta constituição substituiu a primeira, promulgada
em 06 de agosto de 1983. Portanto, o Brasil já teve oito constituições e Rondônia, duas.
A principal representação política é feita pelo governador e, nos seus impedimentos, pelo vice-
governador. O atual governador do estado de Rondônia é o médico Confúcio Aires Moura, PMDB, e o
vice-governador é o empresário Ayrton Gurgacz, PDT, eleitos em 03 de outubro de 2010. Os mandatos,
iniciaram em 1º de janeiro de 2011 e expiram em 31 de dezembro de 2014.
3.ASPECTOS FISIOGRÁFICOS
3.1- LIMITES TERRITORIAIS - O Estado de Rondônia tem suas fronteiras limítrofes com os
estados do Mato Grosso, Amazonas e Acre, e com a República da Bolívia.
- Ao Norte, Nordeste e Noroeste, limita-se com o estado do AMAZONAS;
. Ao Sul, Sudoeste, Oeste e Noroeste, com a REPÚBLICA DA BOLÍVIA;
- Ao Sul, a Leste e a Sudeste, com o estado do MATO GROSSO;
- A Oeste e Noroeste, com o estado do ACRE.
3.2 – FRONTEIRA BRASIL-BOLÍVIA – O Brasil limita-se com a Bolívia nos estados do Acre
(618 km), Mato Grosso (580 km), Mato Grosso do Sul (358 km) e Rondônia. A fronteira Brasil-Bolívia, no
estado de Rondônia, possui uma extensão de 1.342 km, com uma faixa de 150 km de largura, envolvendo
27 municípios. Desses, nove encontram-se na borda da fronteira, por isso são considerados fronteiriços:
Porto Velho, Nova Mamoré, Guajará Mirim, Costa Marques, São Francisco do Guaporé, Alto Alegre dos
Parecis, Alta Floresta do Oeste, Cabixi e Pimenteiras do Oeste. Esta fronteira tem como principais divisores
de água os rios Madeira, Guaporé, Mamoré e Abunã.
A linha geodésica que divide o Brasil da Bolívia nos estados de Rondônia e Acre é denominada
Linha Cunha-Gomes, em homenagem ao militar brasileiro que, no final do século XIX descobriu as
nascentes do rio Javari, contribuindo para solucionar as pendências fronteiriças do Brasil com a Bolívia.
3.3 - ÁREA GEOGRÁFICA - O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, através do
Anuário Estatístico 2010, delimita a extensão geográfica do estado de Rondônia em 237.590,864 km²., com
base em portaria baixada em 2002. No entanto, o Atlas geoambiental de Rondônia, edição 2003, divulga
que o espaço físico rondoniense corresponde a 238.512,80 km².
- Mas, para efeitos de exames, a extensão territorial que deve ser considerada é aquela apresentada pelo
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
De todo modo, Rondônia possui uma das maiores áreas territoriais do Brasil, representando
6,19% da megarregião Norte e 2,80% do país. Portanto, a área geográfica, ou extensão territorial, de
Rondônia é a 4ª maior da megarregião Norte e a 13ª do país.
- Em Rondônia, os cinco municípios com maior extensão territorial são: Porto Velho (34.096,429
km²), Guajará Mirim (24,855,722 km²), Vilhena (11.518,952 km²), São Francisco do Guaporé (10.959,796
km²), e Nova Mamoré (10.071,660 km²).
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4 - DADOS POPULACIONAIS - O Censo IBGE 2010 registra a população do estado de
Rondônia com 1.562.409 habitantes, aproximadamente. Esse levantamento de dados populacionais foi
realizado pelo IBGE através do Censo que ocorre a cada 10 anos, e registrou um aumento populacional de
13,43% com relação ao Censo IBGE 2000.
O contingente populacional urbano do Estado de Rondônia representa 68,11% e o rural 31,89%,
sendo considerado um estado urbanizado, a exemplo de todos os integrantes da megarregião Norte.
Portanto, Rondônia, que foi concebido a partir de uma política do governo federal (regime militar) para
ser uma Fronteira de Expansão Agropecuária, e, portanto, predominantemente rural, passou por uma
profunda alteração socioeconômica e política nos últimos trinta anos, e tornou-se predominantemente
urbano.
A população masculina corresponde a 51,32% e a feminina 48,68%. Ainda, segundo o Censo IBGE
2010, a população feminina é maior que a masculina nos municípios de Porto Velho, Vilhena, Guajará
Mirim e Ji-Paraná. Desse modo, Rondônia é o 3º Estado mais populoso da megarregião Norte, perdendo
apenas para o Pará e o Amazonas, respectivamente. A nível Brasil é o 21º. Estado em população.
4.1 – OS CINCO MUNICÍPIOS RONDONIENSES MAIS POPULOSOS: 1.Porto Velho (428.527
habitantes) 2.Ji-Paraná (116.610 habitantes), 3.Ariquemes 90.383 habitantes), 4.Cacoal (78.574 habitantes),
5.Vilhena (76.202 habitantes).
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5 - BACIAS HIDROGRÁFICAS – A área geográfica que constitui o Estado de Rondônia integra
o sistema da grande Bacia Amazônica. Portanto, as Bacias Hidrográficas de Rondônia, num total de sete
principais e 42 menores, constituem-se em sub-bacias da grande Bacia Amazônica. São as seguintes a
bacias hidrográficas principais de Rondônia:
1ª) Bacia do Gy-Paraná, 80,6 mil km²; 2ª) Bacia do Guaporé, 59,3 mil km²;
3ª) Bacia do Madeira, 31,4 mil km²; 4ª) Bacia do Jamary, 29,1 mil km²;
5ª) Bacia do Mamoré, 22,7 mil km²; 6ª) Bacia do Roosevelt, 15,5 mil km²;
7ª) Bacia do Abunã, 4,7 mil km².
6 - HIDROGRAFIA – A rede potâmica de Rondônia é constituída por 128 rios de grande,
pequeno e médio portes, além de igarapés, igapós e lagos. Os principais rios integrantes do sistema
hidrográfico de Rondônia, e formadores de suas principais Bacias Hidrográficas, são:
1 - Rio Guaporé, ou Itenez: nasce na Chapada dos Parecis, região de Mato Grosso. Percurso 1.716
km. Seu trecho navegável de 1.500 km, forma uma hidrovia binacional. É divisor de água entre Brasil e
Bolívia. Sua foz fica no município de Guajará-Mirim, na altura do distrito de Surpresa, onde deságua no
rio Mamoré, do qual é um dos principais afluentes.
2) Rio Mamoré, ou Grande de La Plata: nasce na Cordilheira Real, na Bolívia. Percurso: 1.100 km,
totalmente navegável, formando uma hidrovia binacional conjunta com o rio Guaporé. É divisor de água
Brasil/Bolívia. Em sua foz, na altura de Riberalta, na Bolívia, junta-se ao rio Beni com o qual forma o Rio
Madeira. No seu curso localizam-se cinco acidentes hidrográficos: as cachoeiras Lajes, Bananeiras, Pau
Grande, Guajará-Açu e Guajará-Mirim, integrantes da Encosta Setentrional do Planalto Brasileiro.
3) Rio Gy-Paraná, ou, Machado: Nasce na região de Pimenta Bueno,RO, na chapada dos Parecis,
serra do Uru. Percurso: 1.243 km. È o maior afluente do rio Madeira, em sua margem direita, no qual
deságua, na altura do distrito porto-velhense de Calama, onde está sua foz. É um rio misto, de planalto e
de planície. Em seu curso localizam-se cinco acidentes hidrográficos: as cachoeiras de 2 de Novembro,
Angustura, 1º de Março, Caldeirão do Inferno e Nazaré.
4) Rio Madeira, ou Caiary: nasce na Bolívia, na altura de Riberalta, da junção dos rios Beni e
Mamoré. Percurso: 3.240 km, desses. 1.700 km em território brasileiro, entre os estados de Rondônia e
Amazonas. Seu trecho navegável é de 1.116 km, no seu médio e baixo cursos, que compreende da
cachoeira de Santo Antonio, na altura da cidade de Porto Velho,RO, até o município de Itacoatiara,AM,
onde fica sua foz.
O rio Madeira é tributário do rio Amazonas, do qual é o maior e mais importante afluente pela
margem direita. É um rio com três cursos: alto, médio e baixo Madeira e se constitui em um rio de aluvião,
com maior penetração na Planície Amazônica, apesar de percorrer longo trecho da Encosta Setentrional do
Planalto Brasileiro, desde quando penetra no Brasil (estado de Rondônia), até ultrapassar seu último
acidente hidrográfico à jusante, a cachoeira de Santo Antonio, e alcançar a Planície Amazônica. É um dos
mais jovens rios do mundo, com três milhões de anos.
5) Rio Roosevelt, também conhecido por rio da Dúvida ou Escondido, tem sua nascente na
chapada dos Parecis, região de Pimenta Bueno,RO. Sua descoberta ocorreu em 1909, durante as primeiras
penetrações da Comissão Rondon, mas foi batizado com a toponímia atual em 1914, para homenagear ao
ex-presidente norte-americano Theodore Roosevelt, um dos chefes da expedição Roosevelt-Rondon, 1913-
1914. Este rio é afluente do rio Madeira pela margem direita.
6) Rio Abunã, ou Ina. Sua nascente ocorre no estado do Acre, região de Xapuri. Ao penetrar na
Bolívia recebe a toponímia Abunã e retorna ao Brasil, no estado de Rondônia, região de Porto Velho, onde
se torna afluente do rio Madeira. Em seu curso encontram-se dois acidentes hidrográficos: as cachoeiras
Fortaleza e Tambaqui.
7) Rio Jamary. Curso de 870 km. Nasce na chapada dos Pacaás-Novos, serra das Pedras Brancas,
ou do Mirante, região de Mirante da Serra,RO. Possui importantes acidentes hidrográficos, dos quais se
destaca a cachoeira de Samuel, na área do município de Candeias do Jamari, onde foi construída a
Usina Hidrelétrica de Samuel. É afluente do rio Madeira, onde deságua na altura do distrito de São
Carlos, município de Porto Velho.
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7 – GEOMORFOLOGIA - BACIAS FISIOGRÁFICAS - A área geográfica que constitui o estado
de Rondônia está localizada em terras desmembradas da megarregião Centro-Oeste, na proporção de 86%,
que pertenciam ao estado do Mato Grosso, e da megarregião Norte, na ordem de 14%, que faziam parte do
estado do Amazonas. Desse modo, sua formação geológica remonta aos períodos Arqueozóicos (mais
antigos da Era Primária), e Paleoproteozóico (2º mais antigo), com dois bilhões de anos; remonta também
ao período Holoceno da Era Quaternária, até o período das chamadas Coberturas Cenozóicas, mais
recentes, de dois bilhões de anos aos dias atuais. Sua área é constituída por territórios integrados por
quatro Bacias Fisiográficas, ou Ambientes de Relevo, formadas por duas Planícies, uma Encosta e um
Planalto.
1) Planície Guaporé-Mamoré ou Planície Guaporeana (Vale do Guaporé) - Esta Bacia
Fisiográfica tem seu início no sopé da Chapada dos Parecis, estado do Mato Grosso, e estende-se aos
territórios do Brasil e da Bolívia. Em sua porção limitada pelo estado de Rondônia, o Vale do Guaporé
abrange os municípios de Pimenteiras do Oeste, Cabixi, Alta Floresta do Oeste, Alto Alegre dos Parecis,
Cerejeiras, Corumbiara, Alta Floresta do Oeste Seringueiras, São Miguel do Guaporé, Costa Marques e
Guajará-Mirim, e termina no município de Nova Mamoré, onde encontra o rio Madeira e a Encosta
Setentrional do Planalto Brasileiro, que a separa da Planície Amazônica.
2)Planície Amazônica ou Terras Baixas Amazônicas – Esta bacia fisiográfica, na porção situada
na área geográfica de Rondônia, tem seu início em Porto Velho, à jusante da cachoeira de Santo Antonio,
no rio Madeira, e se estende à maior parte do espaço Amazônico. Possui elevações entre 80 e 200 metros de
altitude acima do nível do mar. Seus principais relevos são os barrancos dos rios, com elevações de 5 a 10
metros de altura acima do nível dos seus rios, e os platôs.
A cidade de Porto Velho, com 98 metros de altitude acima do nível do mar, é a única do estado
situada nesta Planície, cujo bioma é a Floresta Equatorial ou Mata Amazônica, tendo o rio Madeira como
o mais importante, no espaço rondoniense.
3)Encosta Setentrional do Planalto Brasileiro – Esta Bacia Fisiográfica inicia em Porto Velho, à
montante da cachoeira de Santo Antonio, no rio Madeira. Seus principais relevos são os acidentes
hidrográficos, ou degraus submersos, localizados nos rios Madeira, Abunã, Mamoré, Guaporé, Jamary e
Gy-Paraná. Desses, destacam-se a cachoeira de Santo Antonio e os Saltos do Girau e Teotônio, no rio
Madeira; as cachoeiras Guajará-Mirim e Guajará-Açu, no rio Mamoré, a cachoeira de Samuel, no rio
Jamary, e a 2 de novembro, no rio Gy-Paraná.
4) Planalto Mato-Grossense, ou Superfície Cimeira - Bacia Fisiográfica que divide as regiões
Norte e Centro-Oeste, e limita a megarregião Norte em sua porção sul. Possui elevações com altitudes de
300 a 1.000 metros acima do nível do mar. Seus principais relevos são: Chapada dos Parecis e Chapada
dos Pacaás-Novos. Estes maciços penetram em Rondônia a partir do estado do Mato Grosso, no sentido
sul – oeste, com início na região de Vilhena (Chapada dos Parecis), e término na região Guajará Mirim
(Chapada dos Pacaás-Novos), compondo no seu trecho a região vulcânica de Rondônia.
A principal cidade localizada nesta Bacia é a de Vilhena, com altitude de 701 metros acima do
nível do mar. O bioma predominante desta Bacia é a Floresta do Cerrado, ou Savana, mas, penetra em
uma importante extensão da Floresta Equatorial. O rio Roosevelt é o principal formador de sua rede
potâmica, seguido dos rios Ávila e Iquê.
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8 - FATOR CLIMÁTICO – O clima de uma região tem como principais fatores a vegetação ou
bioma, e a altitude. A área geográfica do estado de Rondônia, por estar localizada entre dois biomas, a
Floresta Equatorial, ou Mata Amazônica, e a Floresta do Cerrado, ou Savana, e por encontrar-se em duas
altitudes limitadas pelas Planícies Guaporé-Mamoré (Vale do Guaporé), e Amazônica (Terras Baixas), e
ainda pela Encosta Setentrional do Planalto Brasileiro e Planalto Mato-grossense (Chapada dos
Parecis/Pacaás-Novos), sofre a influência de dois tipos de clima, um predominante e outro parcial.
O Clima Predominante é o EQUATORIAL QUENTE-ÚMIDO, OU SUPER ÚMIDO, que
abrange a 75% do seu território, tendo como principal área de atuação, a cidade de Porto Velho. O Clima
Parcial é o TROPICAL ÚMIDO, que atua na região do Cone-Sul e em uma parte do Centro-Sul do Estado,
tendo no município de Vilhena sua principal área de ação. Portanto, Rondônia tem dois tipos de clima,
considerando-se como fatores climáticos as altitudes e os biomas.
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9 - EVOLUÇÃO POLÍTICA E ADMINISTRATIVA - O Estado de Rondônia é uma das 26
Unidades Federadas (UF) do Brasil. Sua evolução político-administrativa ocorreu em um lento processo de
desenvolvimento socioeconômico, decorrente de vários desdobramentos migracionais, vinculados a ciclos
econômicos, assentamentos migratórios rurais e urbanos e ao crescimento vegetativo.
Sua área geográfica recebeu a toponímia RONDÔNIA no ano de 1915, através da ação do
cientista Edgar Roquette-Pinto, médico e etnólogo, integrante da Comissão Rondon, que requereu do
governo federal, naquele ano, que a região situada entre os rios Juruena e Madeira, cortada pela Linha
Telegráfica implantada por aquela Comissão, recebesse oficialmente a toponímia Rondônia. Na época, o
espaço físico que hoje constitui o Estado de Rondônia estava dividido entre os estados do Mato Grosso e
do Amazonas, cujos governos controlavam as respectivas fronteiras, através do funcionamento dos
municípios de Santo Antonio do Alto Madeira, MT, criado em 1908, e de Porto Velho, AM, criado em
1914. Posteriormente, o governo do Mato Grosso criou o município de Guajará Mirim, em 1928.
9.1 - O TERRITÓRIO FEDERAL DO GUAPORÉ - Esta geopolítica confusa somente seria
alterada em decorrência de uma ação do governo federal (presidente Getúlio Vargas), que através do
Decreto-Lei 5.812, expedido em 13 de setembro de 1943, criou cinco territórios federais, como unidades
administrativas nos sertões do Brasil. Nesse contexto foram criados, na megarregião Norte, o Território
Federal do Guaporé (hoje estado de Rondônia), o Território Federal do Rio Branco (hoje estado Roraima), e
o Território Federal do Amapá (hoje estado do Amapá).
Além desses, este decreto-lei criou os territórios federais do Iguaçu, na megarregião Sul, e o de
Ponta-Porã, na megarregião Centro-Oeste. Mas, estes dois territórios federais foram extintos por força da
Constituição Federal de 1946, e suas terras reincorporadas aos estados de origem, Paraná e Mato Grosso,
respectivamente. Convém esclarecer que o Brasil já possuía dois territórios federais: o do Acre, primeiro
território federal brasileiro, criado em 1904, e o de Fernando de Noronha, criado em 1942.
OS MUNICÍPIOS – O decreto-lei nº 5.839, de 21 de setembro de 1943, baixado pelo presidente
Getúlio Vargas, organizou administrativamente os territórios federais e instituiu seus municípios. Neste
cenário, o Território Federal do Guaporé ficou constituído, inicialmente, pelos municípios de Porto Velho,
Lábrea e uma parcela do de Canutama, (desmembrados do estado do Amazonas) e Guajará Mirim, Alto
Madeira, e uma porção territorial de Vila Bela, (desmembrados do Mato Grosso).
Mas, em 1944, através do decreto-lei nº 5.870, baixado pelo presidente Getúlio Vargas, o
Território Federal do Guaporé seria reduzido a três municípios, na medida em que, por força deste
decreto-lei, ocorreu a reintegração do município de Lábrea e da parcela do de Canutama ao Amazonas, e
da porção do de Vila Bela ao estado do Mato Grosso.
Em 1945, o governo federal extinguiu o município do Alto Madeira e incorporou suas terras aos
municípios de Porto Velho e Guajará Mirim, respectivamente. Desse modo, o Território Federal do
Guaporé passou a ser constituído por duas circunscrições administrativas, - Porto Velho e Guajará Mirim
- condição que se estenderia até 1977, quando ocorreu a primeira divisão territorial em Rondônia.
9.2 - O TERRITÓRIO FEDERAL DE RONDÔNIA - Foi nesse ambiente político, dominado por
Cutubas e Peles-Curtas, que surgiu a ideia de alterar a designação política do Território Federal do
Guaporé para Território Federal de Rondônia. Isto ocorreu através da Lei Complementar 2.731, de
17.02.1956, de autoria do deputado federal Áureo de Melo, do PTB do Amazonas, aprovada pelo
Congresso Nacional e sancionada pelo presidente da República Juscelino Kubistcheck de Oliveira, JK.
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9.3 – A 1ª. DIVISÃO TERRITORIAL - A primeira divisão territorial (criação de municípios),
ocorrida no espaço físico que constitui o estado de Rondônia deu-se no âmbito do Território Federal de
Rondônia, no final da década de 1970, durante o funcionamento de dois ciclos econômicos, o da
Agricultura e o da Cassiterita.
A Lei Complementar nº 6.448, de 11 de outubro de 1977, aprovada pelo Congresso Nacional e
sancionada pelo presidente da República Ernesto Geisel, deliberou sobre a criação de cinco municípios:
Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal, Pimenta Bueno e Vilhena. Estas foram as primeiras circunscrições
administrativas criadas em Rondônia. Com esta nova constituição administrativa, o Território Federal e
Rondônia passou a contar com sete municípios, tendo em vista a existência de Porto Velho e de Guajará
Mirim, de cujas terras os novos municípios foram desmembrados.
A segunda divisão territorial ocorreu por força da Lei Complementar nº 6.921, de 16 de junho
de 1981, aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo presidente da República João Baptista de
Oliveira Figueiredo. Esta Lei criou os municípios de Jaru, Ouro Preto do Oeste, Presidente Médici,
Espigão do Oeste, Colorado do Oeste e Costa Marques, elevando para treze o número de circunscrições
administrativas no Território Federal de Rondônia. Outras divisões territoriais ocorreriam a partir da
criação do Estado de Rondônia.
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10 – RONDÔNIA-ESTADO - No ano de 1981, a 22 de dezembro, o Território Federal de
Rondônia foi elevado à 23ª. Unidade Federada brasileira: o Estado de Rondônia. Portanto, de Guaporé a
Rondônia foram 38 anos como Território Federal, sendo 13 anos com a designação Guaporé e 25 anos
como Rondônia. A criação do estado da Rondônia ocorreu por elevação do Território Federal para
Unidade Federada brasileira.
Em 1985, com as mudanças políticas ocorrentes no país provocadas pela queda do regime militar,
o governador Jorge Teixeira de Oliveira foi exonerado, através de decreto presidencial expedido pelo
presidente da República José Sarney. Em seu lugar foi nomeado o deputado estadual Ângelo
Angelim,PMDB/Vilhena, que governou de 1985 a 1987. As primeiras eleições para governador e vice-
governador ocorreram em 15 de novembro de 1986, simultâneas às eleições para os representantes no
Congresso Nacional (dois senadores e oito deputados federais), deputados estaduais, prefeitos e
vereadores. Naquele pleito, o ex-deputado federal e ex-prefeito de Porto Velho, Jerônimo Garcia de
Santana, tornou-se o primeiro governador eleito do estado. O vice-governador foi o ex-deputado federal
Orestes Muniz Filho. A posse o ocorreu em 14 de março de 1987.
▀
11 - DIVISÃO TERRITORIAL - No ano de sua criação, o estado de Rondônia estava constituído
por treze municípios (Porto Velho e Guajará Mirim, criados no início do século XX, por influência da
ferrovia Madeira-Mamoré). Em 1977 foram criados os municípios de Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal,
Pimenta Bueno e Vilhena. Em 1981, o mapa político do Território Federal de Rondônia foi acrescido com
os municípios de Jaru, Ouro Preto do Oeste, Presidente Médici, Espigão do Oeste, Colorado do Oeste e
Costa Marques).
Convém esclarecer que os municípios criados entre 1977 e 1981, surgiram por influência do Ciclo
da Agricultura, ou da Colonização. Mas, tendo em vista a expansão populacional e a evolução política e
administrativa da nova Unidade Federada,(UF), surgiu a necessidade de serem executadas novas divisões
territoriais em seu espaço territorial. Desse modo, a primeira divisão territorial, no âmbito do Estado de
Rondônia deu-se por força do Decreto-Lei nº 071, de 05 de agosto de 1983, expedido pelo governador
Jorge Teixeira de Oliveira, que criou os municípios de Rolim de Moura e Cerejeiras, respectivamente. O
Estado passou a contar com quinze circunscrições administrativas em seu mapa político. No ano de 1986,
ocorreu nova divisão territorial na área geográfica do estado de Rondônia. Mas, este e outros processos de
divisão territorial passaram a ocorrer por iniciativa do Poder Legislativo, através de Leis Complementares
(LC), aprovadas pela Assembleia Legislativa, como se verá a seguir:
- A LC nº 100, de 11 de maio desse ano, criou o município de Santa Luzia do Oeste; a de nº 103, de
20 de maio, criou o município de Alvorada do Oeste, e a 104, criou o município de Alta Floresta do Oeste.
Ambas as Leis foram sancionadas pelo governador Ângelo Angelim. Estes foram os primeiros
municípios rondonienses criados pela Assembleia Legislativa. O mapa político de Rondônia foi elevado de
15 para 18 municípios. O 19º município, Nova Brasilândia do Oeste, foi criado em 19 de junho de 1987,
através da LC nº 157, sancionada pelo governador Jerônimo Santana.
A estrutura político-administrativa do Estado de Rondônia estava sendo alterada rapidamente
tendo em vista a necessidade de serem organizados novos municípios. No ano de 1988, a LC nº 198, de 11
de maio, sancionada pelo governador Jerônimo Santana, criava o município de Machadinho do Oeste,
elevando para vinte os municípios do Estado. Nesse mesmo ano, a 6 de julho, foram criados mais três
municípios: São Miguel do Guaporé (LC nº 206), Nova Mamoré (LC nº 207) e Cabixi (LC nº 208),
sancionadas pelo governador Jerônimo Santana. O estado de Rondônia passou a ser constituído por 23
municípios.
No ano de 1992, a 13 de fevereiro, ocorreu o maior processo de divisão territorial em Rondônia,
tendo em vista a criação, nesta data, de dezessete municípios, cujas leis complementares foram
sancionadas pelo governador Oswaldo Piana Filho. Destarte, foram criados os seguintes municípios:
Theobroma, LC nº 371; Cacaulândia, LC nº 374; Campo Novo de Rondônia, LC nº 379; Alto Paraíso, LC nº
375; Novo Horizonte do Oeste, LC nº 365, Castanheiras, LC nº 366; Urupá, LC nº 368; Mirante da Serra, LC
nº 369; Seringueiras, LC nº 370; Corumbiara, LC nº 377; Monte Negro, LC nº 378; Ministro Andreazza, LC
nº 372; Governador Jorge Teixeira, LC nº 373, Itapuã do Oeste, LC nº 364, Candeias do Jamary, LC nº 363;
Rio Crespo, LC nº 376 e Vale do Paraíso, LC nº 367. Em 1994, a 22 de junho, nova divisão territorial
ocorreu, tendo em vista a criação de oito municípios: Cujubim, LC nº 568; Nova União, LC nº 566; São
Felipe do Oeste, LC nº 567; Primavera de Rondônia, LC nº 569; Alto Alegre dos Parecis, LC nº 570;
Teixeirópolis, LC nº 751; Vale do Anarí, LC nº 572, e Parecis, LC nº 573. Com essa configuração em seu
mapa político, o estado de Rondônia passou a contar com 48 municípios.
A última divisão territorial ocorreu em 27.12.1995. Nesta data foram criados os municípios de
Chupinguaia, LC nº 643, São Francisco do Guaporé, LC nº 644, Pimenteiras do Oeste, LC nº 645, e Buritis,
LC nº 649. O mapa político de Rondônia passou a contar com cinquenta e dois municípios, constituídos
por 185 distritos. Estes foram os últimos municípios criados no século XX em Rondônia.
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13 - ASPECTOS GEOPOLÍTICOS - O estado de Rondônia constitui-se em uma Megarregião
formada por 52 municípios, dividida geopoliticamente em duas Mesorregiões e oito microrregiões, onde
estão assentados, em dois blocos distintos, seus municípios. A primeira Mesorregião é designada
MADEIRA-GUAPORÉ, composta por duas microrregiões. A segunda, designada LESTE
RONDONIENSE, é formada por seis microrregiões. Cada microrregião é constituída por um bloco de
municípios e possui uma cidade-polo, a mais evoluída dos municípios que a compõe, e que lhe empresta o
nome.
- Na MESO MADEIRA-GUAPORÉ, constam duas microrregiões. A primeira, é a microrregião
Porto Velho e a segunda, a microrregião Guajará Mirim.
1ª) A microrregião PORTO VELHO tem como cidade-polo a cidade de Porto Velho e, é formada
pelos municípios de Porto Velho, Nova Mamoré, Candeias do Jamary, Itapuã do Oeste, Buritis, Campo
Novo de Rondônia e Cujubim.
2ª) A microrregião GUAJARÁ MIRIM tem como cidade-polo a cidade de Guajará Mirim sendo
constituída pelos municípios de Guajará Mirim, Costa Marques e São Francisco do Guaporé.
- A MESO LESTE RONDONIENSE possui seis microrregiões.
1ª) Microrregião ARIQUEMES - cidade-polo a cidade de Ariquemes. Municípios que a integram:
Ariquemes, Rio Crespo, Alto Paraíso, Monte Negro, Cacaulândia, Machadinho do Oeste e Vale do Anarí;
2ª) Microrregião JI-PARANÁ, cuja cidade-polo é a cidade de Ji-Paraná. Esta microrregião é
formada pelos municípios de Ji-Paraná, Jaru, Theobroma, Governador Jorge Teixeira, Vale do Paraíso,
Nova União, Mirante da Serra, Ouro Preto do Oeste, Teixeirópolis, Urupá e Presidente Médici;
3ª) Microrregião ALVORADA DO OESTE, cuja cidade-polo é a cidade de Alvorada, é integrada
pelos municípios de Alvorada do Oeste, São Miguel do Guaporé, Seringueiras e Nova Brasilândia do
Oeste.
4ª) A microrregião CACOAL tem como cidade-polo a cidade de Cacoal. Os municípios que a
integram são: Cacoal, Ministro Andreazza, Espigão do Oeste, Rolim de Moura, Alta Floresta do Oeste,
Alto Alegre dos Parecis, Santa Luzia do Oeste, Novo Horizonte do Oeste e Castanheiras;
5ª) A microrregião VILHENA, tem como cidade-polo da cidade de Vilhena e, é formada pelos
municípios de Vilhena, Pimenta Bueno, Chupinguaia, Parecis, São Felipe do Oeste e Primavera de
Rondônia;
6ª) A microrregião COLORADO DO OESTE tem como cidade-polo a cidade de Colorado. Os
municípios que a integram são: Colorado do Oeste, Cerejeiras, Cabixi, Corumbiara e Pimenteiras do Oeste.
Portanto, o estado de Rondônia se constitui em uma MEGARREGIÃO, dividida geopoliticamente
em DUAS MESORREGIÕES e OITO MICRORREGIÕES.
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14 – ECONOMIA E BASE ECONÔMICA – A economia de Rondônia é urbana e rural. No
entanto, a exemplo de toda a megarregião Norte, o estado de Rondônia passa por um importante processo
de urbanização, tendo em vista a maioria de sua população, cerca de 68%, residir nos núcleos urbanos ou
cidades, e 32% na área rural. A Base Econômica de Rondônia é estruturada nos três setores formais da
economia: Setor Primário, Setor Secundário e Setor Terciário, cujos ramos desenvolvem-se na área
urbana e na área rural.
14.1 – Setor Primário - Têm como principais atividades a pecuária bovina e a agricultura. Desse
modo, a atividade pecuária faz do Estado um dos mais importantes produtores de gado bovino, de corte e
de leite, do país. O plantel bovino de Rondônia é formado por 11,8 milhões de cabeças, sendo 80% de corte
e 20% de leite, constituindo-se no 7º do país e segundo da megarregião Norte, superado pelo estado do
Pará.
As principais microrregiões produtoras da bovinocultura são: Vilhena, Colorado do Oeste,
Cacoal, Ariquemes e Ji-Paraná.
Na microrregião Vilhena destacam-se os municípios de Pimenta Bueno e Chupinguaia.
Na microrregião Colorado do Oeste as maiores áreas produtoras são Colorado do Oeste,
Corumbiara e Cerejeiras. Na microrregião Cacoal, destacam-se os municípios de Cacoal, Rolim de Moura
e Alta Floresta do Oeste. Na microrregião Ji-Paraná, os municípios de Ji-Paraná, Ouro Preto do Oeste e
Jaru são os maiores produtores, com destaque para Jaru, o maior produtor de gado leiteiro do Estado.
Na microrregião Porto Velho, destacam-se os municípios de Porto Velho (que detém o maior
plantel bovino de corte do Estado), Buritis e Nova Mamoré. Na microrregião Ariquemes, destacam-se os
municípios de Ariquemes e Alto Paraíso.
14.2 - A BACIA LEITEIRA de Rondônia constitui-se na 10ª maior do país e na primeira da
megarregião Norte. Neste cenário produtivo, a microrregião Ji-Paraná, com ênfase aos municípios de Ji-
Paraná, Ouro Preto do Oeste e Jaru, concentra a maior Bacia Leiteira do Estado.
14.3 – AGRICULTURA - No ramo agrícola, a sojicultura é o carro-chefe, com destaque para a
produção de soja na região conhecida por Cone Sul do Estado, onde estão as microrregiões Vilhena e
Colorado do Oeste. Nesse contexto, dez municípios rondonienses são produtores de soja, sendo o maior
produtor o município de Cerejeiras, seguido por Vilhena, Pimenta Bueno e Cabixi. Na região Oeste, o
município de Porto Velho destaca-se como o 8º produtor de soja do estado. Os cultivadores de soja em
Rondônia, e os do noroeste do Mato Grosso, utilizam o corredor intermodal rodo/fluvial formado pela
rodovia BR 364 e a hidrovia do Madeira, para o escoamento da economia sojífera. Na altura da cidade de
Porto Velho está localizado o Terminal Graneleiro que executa o transbordo da produção de soja com
destino ao Terminal Graneleiro de Itacoatiara,AM, que atua como porto receptor, do qual a soja produzida
em Rondônia e no noroeste Mato Grosso parte com destino aos portos exportadores de Santarém, Manaus
ou Belém do Pará. No entanto, convém frisar, que produção de soja que utiliza o corredor de BR 364 e do
terminal graneleiro de Porto Velho, não se origina inteiramente no estado, tendo vista a maior parte, cerca
de 80%, ser originária do noroeste do Mato Grosso.
A Cafeicultura, outra importante atividade agrícola de Rondônia, tem como principais zonas de
produção as microrregiões Cacoal. Ji-Paraná, Alvorada do Oeste, Ariquemes e Porto Velho, com
destaque para o município de Cacoal (maior produtor do Estado), e São Miguel do Guaporé (segundo
maior produtor).
Na microrregião Porto Velho, destacam-se os municípios de Porto Velho e Buritis. Nesta
atividade cafeeira, Rondônia é o 5º produtor do país e o segundo da megarregião Norte, superado pelo
estado do Pará.
A Cacauicultura ocorre, principalmente, nas microrregiões Ariquemes e Ji-Paraná, com destaque
para Cacaulândia, Theobroma, Ariquemes (1º produtor), Jaru e Ouro Preto do Oeste. O estado é o 3º
produtor do país e o segundo de sua megarregião, superado pelo estado do Pará. Convém esclarecer que a
economia cacaueira não se resume apenas ao cultivo, ou plantation, do cacau, tendo em ocorrer no ramo
extrativista vegetal, nas mesmas microrregiões de cultivo.
14.4 – Setor Secundário - A ECONOMIA AGROPECUÁRIA tem seu desdobramento no setor
secundário, no ramo Agroindustrial, destacando-se os laticínios e os frigoríficos. Nos laticínios (ou
indústrias lácteas), Rondônia tem destaque a nível nacional como grande produtor de queijos e de leite
pasteurizado, desnatado, em pó, condensado e creme de leite. Manteigas, doces e iogurte integram esta
importante pauta do setor secundário. Neste contexto, Rondônia aparece como o 4º produtor nacional de
queijo mussarela, integrando o agronegócio regional e nacional, a partir de exportações para as
megarregiões Norte, Nordeste e Sudeste. As zonas dessa produção agroindustrial são as microrregiões
Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal, Vilhena e Porto Velho, com ênfase aos municípios de
Jaru, Ouro Preto do Oeste, Vilhena Ariquemes, Cacoal, Porto Velho e Rolim de Moura.
No ramo dos frigoríficos, Rondônia tem sua maior área produtiva nas microrregiões Porto
Velho, Ariquemes, Cacoal, Ji-Paraná e Colorado do Oeste, com destaque para os municípios de Porto
Velho, Nova Mamoré, Ariquemes, Jaru, Ji-Paraná, Cacoal e Vilhena. Nesse contexto, o estado de Rondônia
é o 4º maior exportador de carne bovina do país, atendendo aos mercados europeu, asiático e nacional,
participando do agronegócio brasileiro. Nesse contexto, Rússia, China e países Árabes, são os principais
importadores da carne produzida em Rondônia. No plano nacional, importam carne de Rondônia os
estados de São Paulo, Rio Grande do Sul e Amazonas.
14.5 – O ESCOAMENTO DA ECONOMIA de Rondônia tem sua infraestrutura viária baseada
em seis rodovias federais, 83 rodovias estaduais, três hidrovias e sete aeroportos, que integram o sistema
intermodal de transporte e de escoamento da economia. Desse modo, ao contrário dos demais estados de
sua megarregião, Rondônia prioriza o rodoviarismo que representa a maior parcela dos meios de
transporte. Não há, na economia rondoniense, o sistema ferroviário.
As rodovias federais que servem ao estado de Rondônia, são: BR 174, BR 319, BR 364, BR 421,
BR 425 e BR 429, sendo a mais importante a BR 364, conhecida por rodovia transnacional ou Marechal
Rondon, que interliga Rondônia aos estados do Acre e do Mato Grosso e ao centro-sul do país.
Para o escoamento através do sistema hidroviário, são utilizadas três hidrovias: a Hidrovia
Guaporé-Mamoré e a Hidrovia do Madeira, esta atuando como hidrovia de grande contorno, com 1.116
km de extensão.
Os terminais aeroportuários estão localizados nas seguintes cidades: Porto Velho (aeroporto
internacional), Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal e Vilhena, aeroportos regionais, e Guajará Mirim e Costa
Marques, aeroportos de fronteira.
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15 – MEIO AMBIENTE - Em linhas gerais, pode-se afirmar que o processo de ocupação humana
do espaço rondoniense, ao longo dos vários ciclos econômicos, foi executado de maneira desordenada,
com pouca ou nenhuma preocupação com o meio ambiente, tendo e vista a ausência de políticas públicas
mais específicas e a presença de uma mentalidade meramente colonizadora nos vários processos
ocupacionais. Por este modo, ao longo dos séculos, os avanços migracionais, desde a construção da
ferrovia Madeira-Mamoré aos desdobramentos do ciclo da agricultura, alteraram a fisionomia florestal e o
bioma rondonienses. Somente a partir da década de 1960, o governo federal voltou-se para a preservação
do meio ambiente e para a demarcação de terras indígenas no território rondoniense. Em 1960 o governo
JK criou inspetorias florestais. Em 1974, o regime militar interditou áreas para a demarcação da reserva
indígena Roosevelt/Aripuanã, visando à atração dos povos indígenas Cinta-Larga, Suruí, Arara, Gavião e
Erikpatsa.
Em 1979, o governo militar criou a Reserva Biológica,REBIO, Jaru, na área onde se localiza a
microrregião Ji-Paraná. Na sequência, o governo federal criou o Parque Nacional de Pacaás-Novos, que
abrange as microrregiões Guajará Mirim, Ji-Paraná, Ariquemes e Porto Velho. Diante de todo esse quadro
de colonização rural e urbana, Rondônia passou a ser alvo de várias instituições nacionais e internacionais
preocupadas com a preservação ambiental, e tornou-se no grande vilão ambiental da Amazônia.
15.1 - PLANAFLORO - O Plano Agropecuário e Florestal de Rondônia é um programa específico
do governo do Estado, executado a partir de 1988, através de decreto expedido na gestão do governador
Jerônimo Santana, como medida para ordenar as atividades socioeconômicas e o desenvolvimento
sustentável de Rondônia. No entanto, esse programa somente ganhou força de Lei em 1991, quando a
Assembleia Legislativa aprovou a Lei Complementar número 052/1991, que ratificou o decreto
governamental de 1988.
Todavia, esse programa precisava ser adequado às modernas normas nacionais e internacionais
para o Meio Ambiente. Por este motivo, o governo do Estado elaborou um novo projeto que foi aprovado
pela Assembleia Legislativa na forma da Lei Complementar nº 233, de 06 de junho de 2000. Por esse
documento legal, Rondônia estabeleceu a ação ambiental em três componentes: o meio físico, o meio
biológico e o meio socioeconômico, definindo o espaço rondoniense em três zonas e nove subzonas. O
PLANAFLORO disciplina a ocupação do espaço físico do estado de Rondônia, que se tornou o primeiro
do país a ser regido por uma Lei de Zoneamento Socioeconômico e Ecológico. Para esse fim foram
criadas 54 Unidades de Conservação e Uso Sustentável que priorizam os recursos hidrominerais, a
Fauna, a flora e o desenvolvimento sustentável. Estas Unidades de Conservação ou reservas, estão
divididas em dois grupos.
No primeiro, encontram-se as Florestas Nacionais, FLONAS, Florestas Estaduais, FLOTAS,
Reservas Extrativistas, RESEX e Reservas de Desenvolvimento Sustentável. No segundo, estão os Parques
Nacionais e as Reservas Biológicas, REBIO, Estações Ecológicas, Reservas Particulares do Patrimônio
Nacional e Área de Proteção Ambiental,APA.
No entanto, o grave processo de desmatamento das matas rondonienses, e o açoriamento dos
seus rios foram se intensificando, notadamente em razão das atividades agropecuária e mineral. Somente a
partir de 1988, em pleno desenvolvimento do ciclo da agricultura, o governo de Rondônia, pressionado
por entidades nacionais e internacionais sobre a questão ambiental, decidiu instituir o Plano Agropecuário
e Florestal de Rondônia, PLANAFLORO, como medida para conter o desmatamento e ordenar as
atividades socioeconômicas, resultando, posteriormente, na lei de zoneamento socioeconômico e
ecológico, que institui as Unidades de Conservação e Uso Sustentável, divididas em dois grupos.
No 1º grupo estão as Unidades de Uso Sustentável, formadas pelas Florestas
Nacionais,FLONAS,Florestas Estaduais, FLOTAS, Reservas Extrativistas, RESEX, Reservas de
Desenvolvimento Sustentável, e Florestas Extrativistas.
No 2º grupo encontram-se as Unidades de Proteção Integral, nas quais se incluem Parques
Nacionais, Reservas Biológicas, REBIO, Estações Ecológicas, Reservas Particulares do Patrimônio
Nacional, e Áreas de Proteção Ambiental,APA.
Neste contexto, Rondônia possui 22,32% de seu espaço físico formados por Unidades de
Conservação e Uso Sustentável. Dessas, três são unidades de conservação municipais, 42 são unidades de
conservação estaduais, oito são unidades de conservação federais e uma constitui-se em unidade de
conservação particular.
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16 - O MERCANTILISMO E AS POLÍTICAS DE COLONIZAÇÃO DOS VALES DO
MADEIRA E DO GUAPORÉ - O sistema econômico da Amazônia portuguesa era estruturado no
mercantilismo, envolvendo atividades extrativistas, a exemplo da coleta de drogas do sertão e extração
mineral. Nesse sentido, ocorria a penetração de comerciantes de frutos e essências raras amazônicas,
conhecidos por “droguistas do sertão”, e de grandes expedições exploradoras, de limites e científicas,
que percorriam a região amazônica em busca de reconhecimento territorial com a finalidade de expandir e
consolidar as posses da Coroa portuguesa, da realização de estudos da fauna, da flora e da fisiografia, do
apresamento indígena e da extração de drogas do sertão.
Nesse sentido, as expedições mais importantes a percorrerem os rios Madeira, Jamary, Mamoré e
Guaporé foram:
- EXPEDIÇÃO PEDRO TEIXEIRA (1637-1639) – Bandeira de limites que partiu de Belém, PA,
com destino à cidade de Quito, no vice-reinado do Peru (hoje capital da república do Equador). No
retorno, em 1639, o capelão da frota, padre jesuíta espanhol Cristóbal de Acuña, registrou pela primeira
vez o rio Caiary com o nome rio das Madeiras, ou rio Madeira.
- EXPEDIÇÃO ANTONIO RAPOSO TAVARES (1647-1651) – Bandeira exploradora e de limites,
que partiu da Vila de São Paulo com destino a Belém do Grão-Pará. Conhecida historicamente como a
“Grande Bandeira de Limites” ou a que realizou “A Grande Marcha dos 12 mil quilômetros”, esta foi a
primeira expedição luso-brasileira a percorrer o rio Madeira. Em seu trajeto, penetrou nos rios Tietê,
Paranapanema, Paraguai, Prata, Paraguá, Mamoré, Guaporé, Madeira e alcançou o rio Amazonas até seu
destino final, a vila de Belém do Grão-Pará.
- EXPEDIÇÃO FRANCISCO DE MELO PALHETA (1723-1726) – Bandeira exploradora e de
limites, partiu de Belém do Grão-Pará com destino ao Vale do Guaporé-MT. Essa Bandeira alcançou o
povoado de Moxos, na Audiência de Charcas (hoje República da Bolívia), no vice-reinado do Alto Peru,
desafiando o estado de guerra entre os reinos de Portugal e Espanha, e depois, percorreu o rio Guaporé,
retornando a Belém do Pará em 1726. Prosseguindo a viagem, o capitão Palheta foi à cidade francesa de
Caiena, atual Guiana Francesa, de onde contrabandeou mudas e sementes de café, tornando-se o
introdutor do cultivo de café no Brasil, em sua fazenda na capitania do Grão-Pará.
- EXPEDIÇÃO LUÍS FAGUNDES MACHADO (1748/1749) – Bandeira exploradora e de limites.
Partiu de Belém do Pará com destino a Vila Bela da Santíssima Trindade do Mato Grosso, no Vale do
Guaporé. Foi a primeira Bandeira a explorar o rio Jamary até encontrar a cachoeira de Samuel. Esta
expedição realizou estudos cartográficos da região do baixo, médio e alto Madeira, resultando na Carta
Topográfica do Rio Madeira, que serviu para orientar a Coroa portuguesa nas negociações para o Tratado
de Madri, em 1750.
Em todas estas expedições ficava claro que a Coroa portuguesa buscava consolidar suas posses
territoriais e explorar o máximo que pudesse as riquezas naturais amazônicas. Com essa finalidade,
Portugal implementou novas políticas de ocupação regional, criando capitanias hereditárias, a exemplo
da Capitania do Maranhão - hoje estado do Maranhão - Capitania do Grão-Pará - hoje estado do Pará -
Capitania de São José e Rio Negro – hoje estado do Amazonas – e a Capitania de Cuiabá e Mato Grosso –
que hoje compreende os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e a maior porção territorial que
constitui o estado de Rondônia.
Além disso, Portugal estimulou o surgimento de núcleos de povoamento na região que
compreende os vales do Madeira e do Guaporé. Os principais povoamentos foram:
- Santo Antonio das Cachoeiras (1728) e N. Senhora da Boa Viagem do Salto Grande (1757) -
hoje Vila do Teotônio-; Balsemão (1768), na altura do salto do Girau; São José de Montenegro, hoje PIC
Sidney Cirão, em Nova Mamoré,RO, na altura do salto do Ribeirão, todos no Rio Madeira.
No Rio Guaporé, o mais importante núcleo de povoamento foi Vila Bela da Santíssima
Trindade de Mato Grosso (1748), que funcionou como capital da capitania de Cuiabá e Mato Grosso, a
partir de 1752.
Para dar suporte ao mercantilismo, a Coroa portuguesa autorizou o funcionamento de empresas
de navegação e colonização, como a Companhia de Navegação e Comércio do Amazonas, pertencente ao
megaempresário brasileiro Irineu Evangelhista de Souza, barão de Mauá, e duas outras: a Companhia
Fluvial do Pará e a Companhia Fluvial do Alto Amazonas. Mais tarde, essas três empresas foram
adquiridas pela Amazon Steal Navigation Company, da Inglaterra, que monopolizou o sistema de
transportes, colonização e os mercados produtores regionais.
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A navegação no trecho Belém do Pará/Vila Bela, um longo trajeto de 770 léguas, era também o
mais tortuoso por conta dos acidentes hidrográficos (cachoeiras, saltos e corredeiras) encontrados nos rios
Madeira, Mamoré e Guaporé. Para superar esses obstáculos naturais, muitas vezes, as expedições faziam o
contorno por terra, através das picadas e dos varadouros abertos na floresta. Este processo ficaria
conhecido por Sistema de Varação, que consistia na abertura de picadões e varadouros no meio da
floresta, situação que tornava as viagens mais longas e penosas.
Desse modo, a distância mais curta nesse itinerário – e a mais difícil de ser vencida – ficava no
trecho que compreende a Santo Antonio do Rio Madeira até a de Guajará Mirim, onde estão localizados
20 acidentes hidrográficos, sendo quinze no rio Madeira e cinco no Mamoré. O primeiro acidente
hidrográfico à montante do rio Madeira é a Cachoeira de Santo Antonio, em Porto Velho, e o último, a
Cachoeira Guajará-Myrim, à montante do rio Mamoré, cuja toponímia deu origem aos nomes dos
municípios de Guajará Mirim, no estado de Rondônia, e Guayaramerim, no departamento do Beni,
Bolívia.
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18 - ABERTURA DOS RIOS DA AMAZÔNIA à navegação internacional foi uma das decisões
políticas mais demoradas do governo luso-brasileiro para estimular o mercantilismo e a colonização
regionais. Visando a impedir as penetrações das potências dominadoras do mundo ocidental na Amazônia
(Inglaterra, França, Holanda, Espanha e, posteriormente, os Estados Unidos da América), a Coroa
portuguesa proibiu, no final do século XVII, que navios de bandeira estrangeira percorressem os rios
amazônicos. Em seguida, por conta do funcionamento do Ciclo do Ouro no Vale do Guaporé (século
XVIII), Portugal decretou a proibição da navegação, de toda e qualquer embarcação, nos rios Guaporé,
Mamoré e Madeira (1733), visando a coibir o crescente contrabando de ouro e as relações „não permitidas‟,
mas atuantes, entre garimpeiros luso-brasileiros e comerciantes de víveres espanhóis, localizados na
margem esquerda do rio Guaporé, que eles chamavam Itenez.
Os problemas gerados por essa política protecionista de Portugal, mantida depois pelo governo
imperial brasileiro, foram muitos, na medida em que tal decisão contrariava os interesses dos demais
países sul-americanos amazônicos - Bolívia, Peru, Equador, Venezuela e Colômbia – e os das principais
potências mundiais - Inglaterra, Espanha, França, Holanda e EUA.
Mas, somente na segunda metade do século XIX, o governo imperial brasileiro (D. Pedro II)
decretaria a abertura dos rios amazônicos à navegação de embarcações de bandeira estrangeira, exceto nos
rios Madeira, Mamoré e Guaporé, que ficaram liberados apenas para navios luso-brasileiros. Essa decisão
modificou por completo o mercantilismo, o processo de povoamento, e introduziu na região a influência
direta das potências mundiais, a partir da criação da empresa Amazon Steal Navigation, uma poderosa
companhia de navegação fluvial e de colonização, de capital inglês, que monopolizou, como se pode
observar, o poderoso sistema de transporte na Amazônia.
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19 - EXPLORAÇÃO E COLONIZAÇÃO DO OESTE DA AMAZÔNIA - O final do século XVIII
foi marcado pela exploração, reconhecimento e colonização do Oeste da Amazônia, a partir da aprovação,
em 1798, do Plano de Navegação e Comércio, implantado pela Coroa portuguesa na região, envolvendo
as capitanias do Grão-Pará, do Rio Negro (hoje estado do Amazonas) e a de Cuiabá e Mato Grosso. Nesse
contexto, a base econômica estava sendo alterada com o aumento do comércio das drogas do sertão,
destacando-se o cacau, e, mais adiante, a extração do látex, a matéria-prima da borracha.
A estratégia de instalar povoados e criar vilas e cidades nos vales do Madeira e do Guaporé,
integrava a política oficial colonizadora executada pela Coroa portuguesa e, após a independência, pelos
governos imperial e republicano do Brasil.