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RESUMO: Nesses novos tempos, quando se necessita que a escola se construa como um espaço
democrático em sua ação pedagógica, posicionar-se como educador crítico, competente,
responsável, utilizando o diálogo como forma de mediar os conhecimentos, percebendo-se como
agente na transformação real da sociedade, é ter uma atitude ética, posto que é a ética que norteia e
exige de todos – da escola e dos educadores em particular – propostas e iniciativas que visem à
superação das condições que oprimem, que garantem privilégios para uns poucos. Nesta linha de
abordagem, este artigo tem como centro de reflexão a atitude ética como necessidade do professor
em seu campo de atuação, discutindo também a importância deste profissional buscar continuamente
a valorização de sua formação para o seu aperfeiçoamento. O professor, de acordo com este artigo,
tem um papel na sociedade: cabe a ele, como agente pedagógico, ter sensibilidade para entender o
mundo dos que o rodeiam, escutar as pessoas que buscam conhecimento e com elas, delinear
perspectivas, projetos e propostas que venham responder, efetivamente, às necessidades sociais. A
metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica, com o estudo concebido dentro de um amplo marco
teórico fornecido pela literatura, tendo como base o pensamento de vários autores que escreveram
sobre o assunto e que deram subsídios para o alcance do objetivo proposto.
INTRODUÇÃO
A escola não é uma entidade abstrata, irreal, solta no espaço social. A escola é
uma instituição existente concretamente no seio de uma sociedade determinada,
padecendo e sofrendo todas as influências, e tendo que atender às suas exigências
imediatas.
A segunda parte contém uma visão geral sobre a educação, a escola e seus
desafios; a profissão professor e suas dimensões, privilegiando informações sobre a
busca da formação profissional que deve ser contínua, para a melhor qualidade do
ensino.
sentir necessidade de buscar melhor qualificação profissional para ter domínio das
disciplinas pertinentes, tendo em vista que o processo ensino aprendizagem exige a
interação de vários fatores que se completam – formação do professor, processo
crítico e reflexivo sobre a prática pedagógica, formação de alunos autônomos,
participativos e assim por diante – para que o objetivo da educação seja efetivado.
Assim sendo, espera-se que este estudo contribua de alguma maneira para
uma nova concepção da função de professor aos que ainda se encontram sob uma
perspectiva de desvalorização profissional e de descrédito quanto ao papel
fundamental que representam na transformação da sociedade, cuja qualidade de
ensino, se pressupõe, está diretamente relacionada também à sua competência e ao
seu comportamento ético: atuar com competência, dignidade e responsabilidade. A
seguir adentraremos na discussão sobre a ética em seus conceitos clássicos e no
campo da educação, contemplando uma análise através de uma abordagem
conceitual.
Deste modo
Mas a despeito disso, a verdade é que a dimensão moral e ética das ações
implica em um posicionamento em relação aos valores, aos deveres. Como coloca
os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998, p. 51):
indivíduo conforme às normas, mas ainda o da alma coletiva”, sintetiza este autor. A
seguir, refletiremos sobre a relação entre ética e a função docente.
permeia as relações na educação; e ético – a partir do que diz respeito aos valores
que subjazem à prática dos educadores.
Neste sentido, acredita-se que a função docente exige do professor uma série
de condutas éticas que o farão reconhecido como alguém que utiliza o seu saber
como um recurso para o bem da coletividade com quem trabalha, exigindo também
determinadas virtudes, qualidades, que poderão auxiliá-los no dia-a-dia como a
humildade, a curiosidade, a coragem, a capacidade de decidir e de colocar limites,
comprometendo-se na busca dos objetivos que se propõe.
Destaca também Imbert (2001) que a questão ética substitui uma perspectiva
fabricadora-manipuladora da educação, por uma perspectiva praxista, entendida em
seu sentido mais profundo, portadora de um intuito de autonomia que reconhece o
outro como agente de sua própria transformação.
Isso é válido também no âmbito escolar, pois no que se refere a ética e a ação
do professor, a opinião é unânime: há um proximidade bem próxima entre ambas,
pelo fato de haver uma influência mútua entre moral e educação. Como destaca
Goergen (2007, p. 27), o ser humano não é um ser moral por natureza, mas precisa
ser educado para a moralidade. Assim, diz este autor:
educação, como acredita Goergen (2007, p. 28), cabe ao professor refletir e levar
seus alunos a refletir sobre quais são os valores com os quais podem sentir-se
comprometidos e responsáveis. “Atuar como pessoa moralmente adulta implica
assumir a sua responsabilidade sem esperar dos demais respostas sem soluções
para os próprios conflitos”, argumentar este autor.
Ainda segundo Libâneo (1992), o professor precisa adquirir sólida cultura geral,
capacidade de aprender a aprender, competência para saber agir na sala de aula,
habilidade comunicativa, capacidade de assumir o ensino como mediação, ou seja,
a aprendizagem ativa do aluno com a ajuda pedagógica do professor; conhecer
estratégias do ensinar a pensar, persistindo no empenho de auxiliar os alunos a
buscarem uma perspectiva crítica dos conteúdos, habilitando-os a aprender as
realidade enfocadas nos conteúdos escolares de forma crítico-reflexiva, respeitando
as diferenças no contexto da escola e sala de aula; integrar no exercício da docência
a dimensão afetiva, desenvolvendo comportamento ético e sabendo orientar os
alunos a respeito dos valores e atitudes em relação á vida, ao ambiente, às relações
humanas e a si próprios.
Niskier (2006, p. 2), por sua vez, lembra que, com a complexidade da relação
ensino-aprendizagem, o professor tornou-se não apenas o transmissor de
conhecimento, mas o executor de atividades extra-educacionais.
Estes são, portanto, os muitos desafios que se colocam para o professor neste
novo século. Portanto, o professor precisa ter uma formação acadêmica sólida, que
lhe proporcione, além de tecnicamente, uma preparação psicologia e emocional para
enfrentar esses desafios, que entre outras coisas, requer segurança e tranqüilidade
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Quer dizer, mesmo sabendo que nenhum professor duvidará que sua missão
consiste em auxiliar seus alunos a completar sua natureza humana, ele pode ser
mais ou menos limitado quando solicitado por alguma coisa que o transcende, a qual
lhe proporciona, ao mesmo tempo, desejo de oferecer o melhor, angústia, medo e
insegurança. Essa situação, como afirma Boufleuer (1993, p. 97), levando-o a seguir
trilhas de algum teórico ou intelectual que aparentemente tem a resposta a todos os
seus problemas. “Receita fácil é tudo o que se apresenta como claro, sem mistério,
bastando seguir os passos indicados”, argumenta este autor.
Com esta mesma visão crítica da atuação do professor, mas acreditando que o
educador deve caminhar, porque caminhar significa assumir a educação como um
processo histórico, significa encarar a situação dialética da educação, Moreira
(1990) alega que, não raro, o âmbito da atuação educadores-educandos, costuma
se apresentar como carente de uma iluminação capaz de definir nitidamente seus
contornos, de desvendar exatamente seu sentido e de expor com clareza as tarefas
que importa realizar.
Com efeito, observa que o professor de hoje, seja ele de que nível for, sente-
se, cada vez mais envolvidos no dilema do processo do ensino-aprendizagem, tendo
necessidade de renovar seus métodos e técnicas, e o que é mais importante, ter
condições emocionais e nível de ajustamento psicológico satisfatório, para poder
enfrentar situações cada vez mais complexas de ensino.
participação. Entretanto, atualmente está sendo dado destaque especial aos estilos
pessoais de ensinar e de aprender tanto por parte de professores como de alunos.
Isso leva, obviamente à questão da formação do professor, a revalorização da
profissão, que tem tudo a ver com os novos tempos de mercados mais abertos, de
emprego mais difícil e concorrência mais feroz.
educativo, é importante que o professor goste do que faz, acredite que está
alcançando os resultados esperados e se sinta satisfeito e realizado.
Como afirma Bloom (1989, p. 21):
Não há dúvida de que aceitar ser professor e ter êxito nessa profissão implica,
fazer a diferença na vida dos alunos, está numa sala numerosa, lidar com muita
papelada burocrática rígida, alunos apáticos e salário inadequado. “Se para alguns
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ser professor é um ideal, para a maioria não é nada fácil, exige muita abnegação, e
problemas gigantescos”, comenta Charlot (1990, p. 98).
Assim é o professor, que deve ter olhar atento e sensível a todos os elementos
que estão posto em uma sala de aula, principalmente com relação a forma como
seus alunos ocupam este espaço e como interagem com ele – isso são
características reveladoras de uma concepção pedagógica inovadora, acreditam
muitos teóricos.
Assim é, enfim, este mestre que deve saber que em cada ato ou atitude do
aluno, se percebe a existência de diferentes aspectos que formam sua
personalidade.
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CONCLUSÃO
Finalmente, à luz das idéias bases submetidas à análise neste estudo, que
permitiram também conhecimentos sobre o papel do professor no novo contexto
social e seus desafios para oferecer uma educação com qualidade, ficou claro que,
tendo-se em conta que o sinal mais indicativo da responsabilidade do professor é
seu permanente empenho na instrução e educação dos alunos, dirigindo o ensino e
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REFERENCIAS
FONTANA, David. Psicologia para professores. 2. ed. São Paulo : Manole, 1991.
GOERGEN, Pedro. Educação e valores no mundo contemporâneo. Disponível
em: http://www.cedes.unicamp.br>. Acesso em 12/04/2007, p. 1-29.
MARCOLIN, Neldson et. al. O orgulho está de volta. Época, São Paulo, 1° de
fevereiro, 1999, p. 59-63.
NIDELCOFF, Maria Teresa. Uma escola para o povo. São Paulo : Brasiliense,
1992.
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RAMALHO, Priscila. Aprender para Ensinar. Revista Nova Escola, nº 12, ano XVI,
São Paulo, maio de 2001, p. 18-26.