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A demarcação territorial brasileira foi objeto de diversos tratados e acordos

internacionais. Os contornos atuais do país foram definidos ao longo dos séculos


graças aos esforços do Parlamento.

A primeira delimitação territorial brasileira ocorreu antes mesmo dos


portugueses chegarem ao Novo Mundo. O Tratado de Tordesilhas foi assinado
em 1494 e dividiu a América em dois domínios, o português e o espanhol. Após a
passagem da esquadra de Pedro Álvares Cabral pela costa brasileira, iniciou-se,
no litoral nordestino, o processo de exploração baseado no modelo de Capitanias
Hereditárias. A administração e o controle das 14 Capitanias Hereditárias foram
dados a particulares, denominados donatários, que possuíam vastos poderes
atribuídos pelo Rei de Portugal, João III. Esse sistema particular não apresentou o
resultado esperado e o rei português optou, então, pelo controle estatal,
instalando o Governo Geral em 1548.

De 1580 a 1640, o território da colônia portuguesa foi ampliado em decorrência


da União Ibérica, período em que o Rei da Espanha também ocupou o trono de
Portugal. Aproveitando a união dos dois Impérios, os colonos portugueses
ultrapassaram o limite do Tratado de Tordesilhas, de norte a sul.

A interiorização do país
No Século XVIII, a corrida pelo ouro e a busca de mão-de-obra escrava
impulsionaram o surgimento de vilas e cidades brasileiras no interior do país e o
estabelecimento dos primeiros acordos de limites com a América Espanhola. As
Bandeiras, como ficaram conhecidas as expedições ao interior do Brasil, foram
responsáveis pelo início do processo de colonização nas regiões Norte, Centro-
Oeste e Sudeste.

A questão do Rio da Prata


A região do Rio da Prata, no Sul, tornou-se foco importante das atenções do
Governo brasileiro, por seu uma rota comercial estratégica de saída para o mar.
Por este motivo, foi objeto de vários acordos e conflitos entre Brasil, Argentina e
Paraguai.

Preocupado com o controle das fronteiras no Sul, o Marquês de Pombal, Primeiro


Ministro de Portugal, transferiu a capital da colônia para o Rio de Janeiro em 1763.
Em 1777, no Tratado de Santo Idelfonso, primeiro acordo internacional sobre as
fronteiras no Sul, o Brasil a colônia do Sacramento e uma parte dos Sete Povos
da Missão do Alto Uruguai. Em 1825, um novo conflito teve início na área e, com
a interferência da Inglaterra, o Brasil também perdeu a província da Cisplatina,
que se tornou o atual Uruguai.
Outros dois tratados definiram os limites nessa região: o da Tríplice Aliança,
em 1865, quando Brasil, Argentina e Uruguai se uniram para lutar contra o
Paraguai; e o Tratado de Paz e de Amizade Perpétua e de Limites, em 1872, que
após a guerra definiu as fronteiras desses países com o Paraguai.

A compra do Acre
No início do Século XX, aconteceu o último grande conflito por demarcação de
terras no Brasil. A compra do Estado do Acre, pertencente à Bolívia, foi o desfecho
de uma longa negociação, iniciada ainda no século passado. O conflito foi
decorrente da disputa pelos seringais da Região do Rio Acre, levando bolivianos e
brasileiros à luta armada. Plácido de Castro, líder dos brasileiros, defendia o
direito de posse da terra considerando que o Brasil já estava há muito tempo na
área explorando a borracha.

Mesmo com os Estados Unidos apoiando a Bolívia, em 1901, o acirramento da


guerrilha armada provocou uma nova negociação, resultando na aquisição do
território pelo Brasil, em 1903. O preço pago à Bolívia foi 2,5 milhões de libras e o
compromisso de construção de uma estrada de ferro ligando os dois países, a
Madeira-Mamoré.

De maneira pacífica, até 1910 foram assinados outros tratados com países que
fazem fronteiras com o Brasil. A defesa dessas fronteiras foi reforçada na década
de 70, com a demarcação de terras indígenas, a fim de evitar a invasão de
contrabandistas e fugitivos.

Limites Marítimos – Plataforma Continental

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