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IPEUNI - INSTITUTO PEDAGÓGICO UNIVERSAL

LUCIMAR MIRANDA ALMEIDA

A INCLUSÃO ESCOLAR NA PÓS-


CONTEMPORANEIDADE

CORONEL FABRICIANO - MG
2019
IPEUNI - INSTITUTO PEDAGÓGICO UNIVERSAL
NAYARA FERNANDA DA SILVEIRA

A INCLUSÃO ESCOLAR NA PÓS-


CONTEMPORANEIDADE

Artigo Científico Apresentado a IPEUNI – Instituto


Pedagógico Universal, como requisito parcial para
a obtenção do título em Pedagogia.

Orientador (a): Fernando Miranda Arraz

CORONEL FABRICIANO - MG
2019
A INCLUSAO ESCOLAR NA PÓS -
CONTEMPORANEIDADE

Nayara Fernanda da Silveira

RESUMO
O presente artigo tem como objetivo compreender o processo de inclusão de alunos com
deficiência no sistema regular de ensino. Fazer também uma apresentação da evolução histórica
da legislação que veio regulamentar os direitos da pessoa com deficiência no Brasil ou mesmo
implantar programas de inclusão. Nesse sentido realizar uma análise com base na leitura e
observação em algumas das principais legislações, que dispõe sobre o tema de modo a identificar
a educação brasileira e o seu papel na contribuição para o desenvolvimento e cidadania da pessoa
com deficiência, sempre com um olhar crítico sobre as garantias estatais e considerando as
políticas de inserção social das pessoas com deficiência. Seguindo essa perspectiva, por meio de
um levantamento de referências bibliográficas, busca-se consolidar essa pesquisa de cunho
qualitativo, que aborda em seu contexto os desafios de inclusão e as possíveis maneiras de vencê-
los.

Palavras-Chave: Inclusão. Legislação. Propostas pedagógicas.


Sumário

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................1
2 DESENVOLVIMENTO............................................................................................2
2.1 Concepção da escola tradicional.....................................................................2
2.1.1 E o que significa diversidade?......................................................................2
2.2 Pessoa com deficiência...................................................................................3
2.3 Princípios filosóficos que norteam a prática da educação especial................4
2.3.1 Normalização................................................................................................4
2.3.2 Integração.....................................................................................................5
2.3.3 Inclusão.........................................................................................................6
2.3.4.1 Educação inclusiva.....................................................................................6
3 OLHARES TEÓRICOS SOBRE A EDUCAÇÃO INCLUSIVA COM
PARTICIPAÇÃO DA ESCOLA.....................................................................................8
4 O QUE DIZ A LEGISLAÇÃO SOBRE EDUCAÇÃO ESPECIAL?..........................11
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................14
REFERÊNCIAS..........................................................................................................15
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1 INTRODUÇÃO

O presente artigo teve a pretensão de realizar uma análise documental com


base em apontamentos teóricos, legislação e periódicos que versam sobre o tema
inclusão e desenvolver uma abordagem do tema na sociedade brasileira atual. Por
se tratar de uma temática considerada de extrema relevância para a sobrevivência
do indivíduo num mundo de complexidade global no qual estamos inseridos.
Esse estudo tem como objetivo principal desenvolver uma análise
expositiva reflexiva sobre o modo como os estudiosos da área vem tratando esse
assunto inclusão e educação especial na atualidade. Por se tratar de uma questão
muito complexa intrinsecamente relacionada ao viés político, cultural, social e
econômico em nosso país. Nesse sentido é fundamental destacar o documento
norteador de todas essas mudanças que surgiu com a “Declaração de Jontiem”,
que trata de um documento elaborado na Conferencia mundial de Jontiem, na
Tailândia em março de 1990. Essa conferência tinha o objetivo de estabelecer
compromissos mundiais para garantir os conhecimentos básicos para uma vida
digna a todas as pessoas.
Essa Declaração é considerada um dos principais documentos mundiais ao
lado da Declaração de Salamanca 1994 que dispõe “cada pessoa, criança, jovem
ou adulto” deve ter condições de oportunidade para satisfazer suas necessidades
básicas de aprender, além disso, dispor de instrumentos essenciais para a
aprendizagem, por exemplo, a leitura, a escrita, a expressão oral, o cálculo, a
solução de problemas de modo que não haja empecilhos no acesso de
aprendizagem.
Por essa razão é denominada educação para todos, e seu objetivo é suprir
as necessidades de todas as crianças, jovens e adultos. Assim dispensado
grande esforço por longo prazo para que colocassem em prática os objetivos
destacados nessa conferência de modo eficaz, verificados os objetivos
intermediários e também analisados os projetos já alcançados no que tange a
educação dos povos mundialmente. De modo que os países incentivados a
desenvolverem planos nacionais de educação a cada dez anos, as diretrizes e
metas conseguissem ser alcançadas.
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2 DESENVOLVIMENTO

A pesquisa acadêmica eploratória e analítica foi desenvolvida a partir de


estudos consolidados disponíveis em diferentes publicações especializadas, bem
como sites confiáveis de internet.

2.1 Concepção da escola tradicional

Na escola tradicional o ensino era ministrado de forma mecânica, sendo o


professor o transmissor do conhecimento, e o aluno como um indivíduo passivo, a
escola não era democrática, e, sim privilégio para alguns. Neste método, os
educadores não tinham acesso às teorias educacionais e psicopedagógicas e, na
prática pedagógica, o ensino era o mesmo para todos. Acreditava-se que todos
aprendiam com uma única metodologia. Em consequência, a escola tornou-se
seletiva e excludente.
Com o avanço do processo de industrialização, a criação de leis e
reivindicação da população para a conquista da “escola para todos”, a escola, aos
poucos, vai se tornando mais democrática e acessível trazendo a diversidade.
Com isso, cresce o desafio para os educadores no sentido de “ensinar tudo para
todos”, como disse Comênio na Didática Magna. (FERRARI, 2008).

2.1.1 E o que significa diversidade?

A diversidade deve ser exergada como riqueza, e não como diferença. Para
(MONTOAN, 2003, p.12), nas escolas a diversidade entre as crianças está
compreendida como diferentes classes sociais, de gêneros, culturais, religiosas,
enfim, a humana que esta sendo cada vez mais desvelada e destacada e é condição
imprescindível para se entender como aprendemos e como compreendemos o
mundo e a nós mesmos. Coloca, ainda, que a diversidade no meio social é,
especialmente no ambiente escolar, fator determinante do enriquecimento das
trocas, dos intercâmbios intectuais, sociais e culturais.
3

2.2 Pessoa com deficiência

Romeu Sassaki (2011) explica essa questão da nomenclatura ou terminologia


a ser utilizada:

48. Portador de deficiência- TERMO CORRETO: pessoa com deficiência.


No Brasil, tornou-se bastante popular, acentuadamente entre 1986 e
1996, o uso do termo “portador de deficiência” (e suas flexões no feminino
e no plural). Pessoas com deficiência vêm ponderando que elas não
portam deficiência; que a deficiência que elas têm não é como coisas que
às vezes portamos e às vezes não portamos (por exemplo, um
documento de identidade, um guarda-chuva). O termo preferido passou a
ser “pessoa com deficiência”. Aprovados após debate mundial, os termos
“pessoa com deficiência” e “pessoas com deficiência” são utilizados no
texto da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência,
adotada em 13/12/06 pela Assembleia Geral da ONU [ratificada com
equivalência de emenda constitucional pelo Decreto Legislativo n. 186, de
9/7/08, e promulgada pelo Decreto n. 6.949, de 25/8/09]. Consultar ONU
(2006) e SASSAKI (2003).

A saber, a Lei 13164/15, Estatuto da pessoa com deficiência abrange com


efetividade a temática, todavia nesse trabalho não se observará as questões
referente ao Estatuto de forma específica. Justamente por que o ponto central da
educação dessa discussão se dá pelo olhar do observador pedagógico e pela
necessidade emergente que nasce de um sistema educacional que se manifesta
como um propósito de se reinventar para reorganizar, readaptar e se preparar no
desenvolvimento de uma educação inclusiva.
Observa-se que essa discussão sobre inclusão faz parte de uma temática
global no aspecto internacional, segundo informações da Organização das Nações
Unidas (ONU), sobre as quais discorremos a mais adiante. É sabido que tal
assunto é bastante abrangente envolvendo diversas áreas da sociedade, ou ainda
de não tão específica uma diversidade de grupos sociais, que lutam por inclusão.
Todavia não é esse o foco desse trabalho, sendo que o presente tem apenas o
intuito de desenvolver uma análise sobre as questões que envolvem o indivíduo no
ambiente escolar e as relações de inclusão deste em face das propostas de
educação especial prevista na legislação brasileira para as diferentes modalidades
de ensino da atualidade.
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2.3 Princípios filosóficos que norteam a prática da educação especial

Os princípios filosóficos que norteiam a prática da educação especial é a


defesa da democratização da sociedade, a crença na “igualdade de oportunidades”.
São eles: a normalização, divulgada a partir de 1950, a integração, em 1970, e a
inclusão, em 1975, todas obetivando orientar a filosofia e atendimento ao aluno com
necessidades especiais (NEE).

2.3.1 Normalização

Como estudos e pesquisas sobre o atendimento educacional das pessoas


com necessidades especiais, esse princípio teve ínicio na Dinamarca, por volta de
1950 (PEREIRA et al 1980, apud MOUSSATCHÉ). O significado de normalização,
cuja orientação so chega ao Brasil por volta de 1970, defende a ideia de
proporcionar aos deficientes condições de vida normal, assemelhando com a de
todos os outros indivíduos considerados não deficientes.
Para MANTOAN (1998), o conceito de normatização pretente tornar
acessíveis às pessoas socialmente desvaforecidas as mesmas condicões e recursos
que estão disposníveis apenas para um grupo da sociedade. Segundo a autora,
trata-se de um novo modelo para a compreensão das relações entre as pessoas,
adotando medidas que visam à supressão de toda e qualquer forma de rotulação. A
ideia da normalização revela-se, desse modo, um sonho, diante da nossa realidade
tão desigual.
Em outro sentido, Carmo (1998) coloca-se em outra perspectiva, quando
afirma.

Ser possível em nível de abstração através de leis e/ou outros


instrumentos jurídicos igualar os homens entre si. Esta visão de homem e
sociedade não tem permitido que se perceba que o problema não está
em tornar igual o desigual, mas sim em fazer com que homens
compreendam dinamicamimente a igualdade na diferença e a diferença
na igualdade ( CARMO, 1998, p. 391).
5

2.3.2 Integração

Depois dos anos setenta, ocorreu no Brasil, a divulgação deste outro princípio
que é o da integração. Segundo Saint- Laurent (1997), o termo nasceu nos países
escandinavos, precisamente na Dinamarca, mas se desenvolveu nos Estados
unidos. Em seguida, o Canadá untou-se ao movimento, idealizado para atender aos
objetivos da corrente intregracionalista em defesa dos alunos portadores de alguma
deficiencia ou com dificuldades específicas de aprendizagem.
Oficialmente, a integração nos dias atuais é entendida como “um processo
dinâmico de participação das pessoas num contexto relacional, legitimando sua
interação nos grupos sociais. A integração implica na reciprocidade, por isso, não
deve-se confundir integrar, que significa fazer seu ou participar de, com integrar
entendido no sentido de fazer um elemento entrar num conjunto (VAYER &
RONCIN, 1989, p.61).
Contudo, inserir e integrar tem significados diferentes. O primeiro diz respeito
à entrada de um sujeito num determinado espaço, e o segundo refere-se à
participação do sujeito num dado ambiente, no qual possa se sentir como elemento
ativo, no seu espaço, onde teria condições de envolve-se nas atividade com
liberdade e prazer.
A maioria dos autores que defendem a integração defende também a ideia de
proporcionar um atendimento diferenciado, em nível pessoal, didático e
metodológico para às crianças da educação especial. No entanto, quando cria tais
serviços , organizando recursos pedagógicos e didáticos especializados, a escola
regular está sendo contraditória em relação aos seus princípios, pois já está tratando
de forma diferente aqueles que receberam como iguais. Percebe-se, que deste
modo, existe uma “ambiguidade provocada pelo desejo de integrar quem é diferente”
(VAYER & RONCIN, 1989, p.61).
No entanto, Moussatché (1997) espõe seu ponto de vista dizendo que:

“colocar na mesma sala de aula grupos heterogêneos como crianças


autistas com retardo mental e crianças normais não serve para
integração, por não haver como conciliar em um mesmo espaço
demandas tão diferentes e específicas”
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Portanto o autor vem então a confirmar que colocar grupos diferentes no


mesmo espaço fisico exige tratamento diferenciado, uma vez que não é possível
tratar igual àquele que é diferente.

2.3.3 Inclusão

Pode-se definir inclusão conforme disposto no dicionário Aurélio, “ato ou


efeito de incluir”, mas com a finalidade de melhor esclarecer propõe-se aqui um
conceito de inclusão, qual seja “inclusão é toda atitude, política ou tendência que
pretende integrar as pessoas na sociedade por meio de seus talentos ou não, e que
por sua vez sejam correspondidas com os benefícios que a sociedade pode
oferecer”.

2.3.4.1 Educação inclusiva

Teve inicio nos Estados Unidos em 1975 a “chamada educação inclusiva”


(MRECH, 1998, p.37). Surge como um conceito contrário ás políticas
integracionalistas cujo significado, bem como a efetivação da sua prática, trouxe
uma discussão e polêmica. Trata-se de uma nova epressão que vem fazer da
integração uma obrigação de todos: a inclusão, “que significa que a resposta às
necessidades pedagógicas de todos os alunos se faça no mesmo contexto através
de atividades comuns, embora adaptadas” (SAPON_SHEIN, 1992 RIEND e
BURSUC, 1996, apud SAINT-Laurent. 1997, p.68). A ideia desse princípio chegou
ao Brasil na decada de 90.
Educação inclusiva trata-se de processo educacional que envolve
professores, alunos e pessoas com alguma deficiência, seja distúrbios de
aprendizagem ou quaisquer outros tipos de deficiência, altas habilidades ou
superdotação. Devendo essas pessoas estar inseridas na rede regular de ensino,
salvo não sendo possível poderão ser atendidas em salas de recursos especiais.
O conceito de inclusão coloca um grande desafio para o sitema educacional,
pois o direito à educação na escola comum não é só para os “deficientes”, mas para
todos. As crianças devem aprender juntas, Isto é, de forma participativa e interativa,
independentemente de suas condições físicas ou diferenças que possam ter.
Escolas inclusivas precisam reconhecer e responder às diversas necessidades de
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seus alunos, acomodando tanto estilos como ritmos diferentes de aprendizagem e


assegurando uma educação de qualidade a todos por meio de currículo apropriado,
modificações, organizações, estratégias de ensino, uso de recursos e parcerias com
a comunidade. As crianças com necessidades educacionais especiais deve receber
qualquer apoio que possam precisar, a fim de lhes assegurar uma educação efetiva.
E qual seria a proposta da escola inclusiva? Abrir oportunidades adequadas a todas
as crianças. Dar condições também às crianças com necessidades educativas
especiais (com deficiência mental, auditiva, visual, física ou múltipla etc.), para que
possam se desenvolver socialmente e intelectualmente junto com as demais
crianças ou adolescentes, ou qualquer pessoa que nela esteja presente, desde
funcionários, professores a alunos.
Nesse sentido é fundamental destacar o documento norteador de todas essas
mudanças que surgiu com a “Declaração de Jontiem”, que trata de um documento
elaborado na Conferencia mundial de Jontiem, na Tailândia em março de 1990.
Essa conferência tinha o objetivo de estabelecer compromissos mundiais para
garantir os conhecimentos básicos para uma vida digna a todas as pessoas. Essa
Declaração é considerada um dos principais documentos mundiais ao lado da
Declaração de Salamanca 1994 que dispõe “cada pessoa, criança, jovem ou adulto”
deve ter condições de oportunidade para satisfazer suas necessidades básicas de
aprender, além disso, dispor de instrumentos essenciais para a aprendizagem, por
exemplo, a leitura, a escrita, a expressão oral, o cálculo, a solução de problemas de
modo que não haja empecilhos no acesso de aprendizagem. Por essa razão é
denominada educação para todos, e seu objetivo é suprir as necessidades de todas
as crianças, jovens e adultos. Assim dispensado grande esforço por longo prazo
para que colocassem em prática os objetivos destacados nessa conferência de
modo eficaz, verificados os objetivos intermediários e também analisados os
projetos já alcançados no que tange a educação dos povos mundialmente. De modo
que os países de forma incentivados a desenvolverem planos nacionais de
educação a cada dez anos, em as diretrizes e metas fossem alcançadas. Assim foi
implantado no Brasil o plano de desenvolvimento da escola - PDE decenal,
oficializado pelo Ministério da Educação.
Para tanto utilizar-se-á de suportes teóricos pedagógicos apresentados por
estudiosos da área como Sassaki, R. K.; Mantoan, Seber, Paulo Freira dentre
outros.
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3 OLHARES TEÓRICOS SOBRE A EDUCAÇÃO INCLUSIVA COM


PARTICIPAÇÃO DA ESCOLA

Sassaki (2003) apresenta o princípio fundamental da inclusão escolar, o


aprender juntos, livre de qualquer diferença e dificuldades que o educando possa
ter.
Todavia para isso é importância salientar a necessidade de as escolas
reconhecerem o papel social que exercem na sociedade, respondendo às diversas
necessidades de seus alunos, adaptando constantemente a ritmos distintos ou
novas formas de aprendizagens, visto que a sociedade tem se transformado muito
rapidamente. Tais adaptações buscam assegurar uma educação de qualidade,
assim como trabalhar um currículo apropriado, organizar as estratégias de ensino,
fazer parcerias com a comunidade, utilizar recursos para a implementação de
propostas educativa que alcance a todos os educandos.
Em conformidade com Mantoan (2003) a inclusão escolar relaciona-se com
a mudança de paradigmas que podem ser descritos como regras, crenças, valores
culturais que se estão permeados entre grupos num determinado momento
histórico e acabam por direcionar o comportamento dos indivíduos ligados a tais
grupos. Porém é chegado o momento que esses paradigmas ficam ultrapassados,
ocasionando uma crise de concepção, mas o que isso teria a se relacionar com
uma proposta de inclusão escolar? Para essa autora supracitada é preciso mudar
a escola, a nossa mente e também o ensino realizado. E ela vai além ressalta que
para haver mudança na escola deve se enfrentar várias frentes de trabalho, em
que as tarefas essenciais se baseiam na recriação do modelo educativo, devendo
ser um eixo de ensino para todos.
Na mesma linha de raciocínio colaborando com Sassaki (2003), a autora
aponta o reorganizar pedagogicamente a escola, abrindo espaços para o exercício
da cooperação, do diálogo, da solidariedade, criatividade, assim como o espírito
crítico. Que todas essas características estejam presentes nos profissionais da
escola, não somente professores, mas também gestores, demais funcionários e
alunos. Ademais essas habilidades mínimas fundamentais para o exercício da
cidadania.
Ressalta-se ainda que necessário garantir aos alunos tempo e liberdade
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para aprender numa modalidade de ensino que não há segregação e que abomina
a repetência. Os profissionais da educação devem estar continuamente
aprimorando seus conhecimentos, assim como devem ser valorizados e tenha
condições para realizar o ensino para toda a turma sem exclusão ou exceções.
Mantoan (2003) destaca que as escolas de qualidade são espaços
educativos de construção de personalidades humanas autônomas, críticas,
lugares onde crianças e adolescentes e ou jovens aprendem a serem pessoas.
Essa concepção de escola é considerada inclusiva, não excluem educandos de
suas classes, de seus programas, de suas aulas ou atividades e convívios
escolares, trata-se de uma escola realmente para todos.
O desenvolvimento de um trabalho bem-sucedido na aprendizagem está
relacionado a explorar os talentos existentes em sala de aula, atualizar sempre
possibilidades existentes, desenvolver predisposições em cada educando.
Direcionar o ensino para atender as diferenças dos alunos, porém de modo
que não diferencia o ensino de forma isolada, entretanto isso depende de
abandonar os modelos transmissivos de ensino, passando a realizar uma
pedagogia ativa com foco numa educação inclusiva pautada pelo diálogo, pela
interação, e que se opõe a toda e qualquer forma de visão unidirecional ou
hierárquica do saber. Para a autora uma proposta para o professor atuar de forma
inclusiva segundo ela está no “saber fazer” dos profissionais, isto é, nas
experiências práticas pedagógicas, ao entrar em contato com a inclusão, ter foco
na formação voltada ao desenvolvimento de solucionar problemas pedagógicos.
Elaborar propostas pedagógicas pautadas pela interação entre professor e
aluno é uma das medidas que consegue atender a diversidade cultural na
sociedade atual, ainda que de forma parcial.
É notório que o processo de inclusão ocorre gradualmente como já foi
mencionado anteriormente é também interativo, exige a participação do próprio
aluno a construir um ambiente escolar a seu favor. Esse exemplo vem a ilustrar
uma escola mediadora, que trabalha a educação de seus alunos de modo que
esta se torne um meio de facilitação da inclusão de cidadãos, essa escola é vista
como uma instância sociocultural atende a todos por isso é inclusiva, sendo
possivelmente um modelo de educação almejado no modelo de sociedade em que
vivemos.
No entanto, os diversos sistemas de ensino ainda seguem a vertente
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medicopsico-pedagógica, no que diz respeito a identificar e atender aos alunos


com necessidades especiais, melhor dizendo conforme o estatuto da pessoa com
deficiência. Retomando a discussão as escolas que seguem a referida vertente
observa a deficiência como uma condição individual e minimiza o aspecto social
em sua origem e trabalha na manutenção do estigma em torno de uma população
determinada, todavia esse modelo de educação não é flexível, não trabalha com
um currículo que alcança a todos e ao mesmo tempo de modo a alcançar as
diferenças individuais.
Para Seber (2002), a educação inclusiva em seus estudos “Construção da
Inteligência pela Criança” segundo esse autor uma das diretrizes fundamentais da
escola inclusiva é que “todas as crianças devem aprender juntas” seguindo o
mesmo entendimento exposto por Sassaki (2003) anteriormente e ressalta que a
escola tem que oferecer oportunidade adequadas à todas sem distinção. Além
disso, deve se ofertar condições para os educandos com deficiência, por exemplo,
a deficiência mental, visual, física, auditiva, múltiplas etc. com o objetivo de
promover o desenvolvimento intelectual e social juntamente com as demais
crianças.
O autor supracitado deixa claro que é na escola, o local que aceita todas as
diferenças e se adapta a diversidade humana, uma escola que oferece um
ambiente favorável ao desenvolvimento das potencialidades individuais de todos
os educandos é uma escola inclusiva.
Nesse ponto da discussão proposta é conveniente ressaltar a prática da
integração e inserção da pessoa com deficiência, para tanto é imprescindível à
aceitação de todas as diferenças aliada a uma adaptação natural da variedade
humana. Deve-se criar um ambiente favorável para o desenvolvimento do
potencial individual.
É necessária também uma atuação profissional pautada em princípios
políticos, éticos e estéticos como informa Freire (2002) em sua obra Pedagogia da
Autonomia. O autor afirma que deverá o professor ensinar de forma crítica a
pensar certo, sendo a prática educativa uma comunhão entre o aluno e o
professorer. Para o autor, faz parte do pensar certo, é o “desempedimento ao
risco, a aceitação do novo e a utilização de um critério para a recusa do velho",
estando presente a rejeição a qualquer tipo de discriminação.
Ainda destaca a importância de propiciar condições aos educandos, em
11

suas socializações com os outros e com o professor, de testar a experiência de


assumir- se como um ser social e histórico, que pensa, que opina, que critica, que
tem sonhos, se comunica e que dá sugestões. Acredita que a educação é uma
forma de transformação da realidade, que não é neutra e nem indiferente, mas
que tanto pode destruir a ideologia dominante como mantê-la.
Evidencia o quanto um determinado gesto do educador pode repercutir na
vida de um aluno (afetividade e postura) e da necessidade de reflexão sobre o
assunto, pois segundo ele ensinar exige respeito aos saberes do educando. A
construção de um conhecimento em parceria com o educando depende da
relevância que o educador dá ao contexto social. Reafirma a necessidade dos
educadores criarem as condições para a construção do conhecimento pelos
educandos como parte de um processo em que professor e aluno não se reduzam
à condição de objeto um do outro, porque ensinar não é transferir conhecimento,
mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.
Segundo o autor, essa linha de raciocínio existe por sermos seres humanos e,
dessa maneira, temos consciência de que somos inacabados, e esta consciência
é que nos instiga a pesquisar, perceber criticamente e modificar o que está
condicionado, mas não determinado, passando então a sermos sujeitos e não
apenas objetos da nossa história.

4 O QUE DIZ A LEGISLAÇÃO SOBRE EDUCAÇÃO ESPECIAL?

Todos nós temos direitos iguais, senão vejamos:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer


natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos
desta Constituição.

O artigo 5º da Constituição Federal de 1988 trata das garantias e direitos


fundamentais que o indivíduo possui. Ele é, sem dúvida, um dos artigos mais
importantes contidos na chamada de Constituição cidadã por ser mais
democrática. Que ampliou os direitos dos indivíduos e permitiu sua proteção em
várias situações. Esses direitos surgiram a fim de assegurar às pessoas a
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possibilidade de ter uma vida digna, livre e igualitária. Os direitos e garantias


fundamentais estão disponíveis na CF/1988 do artigo 5º ao 17º dispostos em
direitos e garantias individuais, civis, políticos, sociais, econômicos, culturais,
difusos e coletivos. Os direitos e deveres individuais e coletivos são encontrados
nas constituições de quase todos os países democráticos.
A Constituição Federal prevê, como seu instrumento fundamental, a
universalização da educação básica. Assim a instituição educativa, a serviço do
bem estar social, complementa, ao lado da família, o desenvolvimento pessoal e
social das crianças e dos adolescentes e de maneira contribui decisivamente para
a melhoria de vida de cada indivíduo, isto é uma educação que visa o pleno
exercício da cidadania.
No que refere-se a Educação especial estudiosos da pedagogia buscam
explicar como a escola deve lidar com a inclusão no contexto das diversas
modalidades de ensino prevista na Lei 9.394/96 atualizada (2018), Lei de diretrizes
e base da educação nacional.
No desenrolar dessa discussão do presente artigo, faz-se necessário
explanar de maneira clara e objetiva algumas das normas relacionadas à
educação especial.
No Brasil essa modalidade de educação, apresenta hoje uma definição
mais abrangente, indo além da concepção de atendimento especializado,
conforme se observou em estudos realizados por alguns autores estudiosos sobre
o assunto nas décadas de 1980 e início dos anos 1990. Segundo a (LDB) Lei de
diretrizes e bases da educação nacional – Lei 9.394/96 – a educação especial é
uma modalidade de educação escolar direcionada para a formação do indivíduo
para que se possa exercer a cidadania, seguindo princípios previstos na
Constituição Federal do Brasil de 1988.
A educação especial deve ser parte integrante dos sistemas educacional
brasileiro por meio da transversalidade em todos os níveis de ensino, desde a
educação infantil até a educação superior.
O capítulo V da referida legislação supramencionada com suas atualizações
recentes (2018) estabelecem que a educação especial, como modalidade de
educação que é, impõe-se a necessidade de serem ofertados na rede de ensino
comum destinada aos alunos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. Isso está previsto no artigo
13

58 da lei 9.394/96. Vejamos a abrangência das deficiências destacadas, diante


disso pode-se depreender que a educação especial é para todos sem distinção ou
qualquer tipo de exclusão.
Ressalta-se ainda que se houver necessidade podem existir serviços de
apoio especializado, na escola regular, atualmente vemos exemplos nas escolas
brasileiras, à presença do professor de apoio ou mesmo o auxiliar de classe,
diante de uma necessidade decorrente do processo inclusivo de educandos com
deficiência ou transtornos globais entre outros.
Ressalta-se ainda no parágrafo 2º do artigo 58, o atendimento educacional
será feito em classes, escolas ou serviços especializados em relação às condições
específicas dos alunos, caso não seja possível à integração desse aluno em
classes do ensino regular.
Em referência ao currículo os sistemas de ensino têm o dever de assegurar
aos educandos com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas
habilidades ou superdotação, assim são diretos garantidos pela lei que esses
educandos têm de ter acesso a métodos, técnicas, recursos educativos
específicos para atender suas necessidades.
A referida lei também traz o direito à terminalidade específica quando for
possível alcançar o nível exigido para concluir o ensino fundamental de modo a
considerar sua deficiência, assim também o direito à aceleração dos estudos a fim
de concluir em menor período de tempo o programa no caso de educandos
superdotados.
Ademais a educação especial deve ofertar possibilidades de oportunidade
para o trabalho com apoio e articulação de órgãos oficiais e ou a fim de promover
a integração social do educando que apresentar capacidade para tal, assim
também aos que tiverem habilidades para as artes, intelectuais ou psicomotoras.
De modo a reforçar expõe-se aqui o acesso igualitário aos benefícios de
programas sociais suplementares, no que se refere ao ensino regular, como já
mencionado, a escola inclusiva para todos, em que as crianças possam aprender
juntas, e de forma interativa, assim compreendendo os incisos do artigo 59 da
LDB.
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A importância da educação em nossa sociedade é indiscutível. O


conhecimento se constitui em instrumento essencial e determinante para a
capacitação ao trabalho e para a formação da consciência cidadã nas
comunidades humanas. As exigências num mundo em que se vivi a revolução
científico- tecnológica, e a globalização demandam ainda mais um maior acesso à
educação.
E por meio dela, pode ser alcançada a própria evolução do Estado, pois
apenas com o desenvolvimento da capacidade crítica de todos os brasileiros e sua
qualificação para o trabalho se torna possível à evolução de um Estado de Direito.
Contudo é cada vez mais evidente que a solução para os problemas enfrentados
na atualidade tem suas relações nas desigualdades sociais, e a educação poder-
se-ia ser um caminho para a solução de tais problemas.
Uma educação que visa o pleno exercício da cidadania, a Constituição
Federal prevê, como seu instrumento fundamental, a universalização da educação
básica. De fato, a instituição educativa, a serviço do bem estar social,
complementa, ao lado da família, o desenvolvimento pessoal e social das crianças
e dos adolescentes e contribui decisivamente para a melhoria de vida de cada
cidadão.
Contudo, é visto que o papel do professor é fundamental e que novos
métodos de ensino sejam implantados, que os educadores estejam preparados
para ofertar um ensino de qualidade onde haja uma troca mutua de conhecimento,
aprendam a valorizar e conviver com a diversidade, que tenham um olhar atento
para que todas as crianças também assumam essa inclusão exergando isso como
melhoria para o futuro.
Logo se conclui que foi de grande importância conhecer um pouco desse
vasto conteúdo humanístico que envolve a educação das pessoas com
deficiência, para que de alguma forma possamos contribuir realmente para uma
educação para todos, uma educação para a diversidade humana, realizada por
diretrizes pautadas pelo respeito a ser humano em primeiro lugar.
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REFERÊNCIAS

ALVES. Vilma José Souza. O direito à educação e suas perspectivas de


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