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WBA0206_v3.

Contrato de Trabalho
Duração do trabalho
Bloco 1
Milena Guarda
Duração do trabalho

Figura 1 – Duração do trabalho

Biológico

Fundamentos Social

Econômico

Fonte: elaborada pela autora.


Duração do trabalho

Normas limitam e regulam duração de trabalho:


• Normas de ordem pública (cogentes e imperativas).
• Irrenunciáveis pelo empregado.
• Normas de medicina e segurança do trabalho.
Duração do trabalho

Jornada de trabalho:
• Trabalho efetivo.
• Tempo à disposição do empregador.
• Tempo in itinere.
• Sobreaviso – art. 244, § 2º, CLT, Súmula 428, TST: renumeração: 1/3 da
hora normal; período: máximo de 24 horas.
• Prontidão - art. 244, § 3º, CLT.
Duração do trabalho

• Prontidão - art. 244, § 3º, CLT:


• Ferroviário: CLT = exceção tempo à disposição do empregador.
• Aeronautas – Lei n. 7.183/84: reserva = hora normal.
• Motorista profissional (revezamento em dupla) – Lei n. 12.619/12:
repouso no veículo + exceder jornada = 30% hora.
Duração do trabalho

• Cursos de aperfeiçoamento: imposição do empregador?


• Ginástica laboral: imposição empregador?
• Tempo entre portão e local de trabalho: tempo à disposição se superior
10 minutos – Súmula 429 do TST – art. 58, § 2°, CLT alterado pela Lei n.
13.467/17.

Art. 4º, CLT – Considera-se como de serviço efetivo o período em que o


empregado esteja à disposição do empregador, aguardando ou executando
ordens, salvo disposição especial expressamente consignada.
Duração do trabalho
• Tempo residual à disposição do empregador:
Art. 58, § 1º, CLT – Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária
as variações de horário no registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado
o limite máximo de dez minutos diários.
Súmula 366, TST – Cartão de ponto. Registro. Horas extras. Minutos que antecedem e
sucedem a jornada de trabalho. Não serão descontadas nem computadas como jornada
extraordinária as variações de horário do registro de ponto não excedentes de cinco
minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários. Se ultrapassado esse limite,
será considerada como extra a totalidade do tempo que exceder a jornada normal, pois
configurado tempo à disposição do empregador, não importando as atividades
desenvolvidas pelo empregado ao longo do tempo residual (troca de uniforme, lanche,
higiene pessoal etc.).
Duração do trabalho
Art. 4º, § 2°, CLT – Por não se considerar tempo à disposição do empregador,
não será computado como período extraordinário o que exceder a jornada
normal, ainda que ultrapasse o limite de cinco minutos previsto no § 1° do
art. 58 desta Consolidação, quando o empregado, por escolha própria,
buscar proteção pessoal, em caso de insegurança nas vias públicas ou
más condições climáticas, bem como adentrar ou permanecer nas
dependências da empresa para exercer atividades particulares, entre
outras:
I - práticas religiosas; II - descanso; III - lazer; IV - estudo; V - alimentação;
VI - atividades de relacionamento social; VII - higiene pessoal; VIII – troca de
roupa ou uniforme, quando não houver obrigatoriedade de realizar a
troca na empresa.
Duração do trabalho

Horas in itinere – até 11/11/2017.


• Súmula 90, TST – Horas in itinere. Tempo de serviço.
• Súmula 320, TST – Horas in itinere. Obrigatoriedade de cômputo na
jornada de trabalho.
• Ex: Roberto ► jornada contratual de 8 horas diárias ►gasta 1 hora de
trajeto (não transporte público + empregador fornece condução) = 2 horas
diárias (ida e volta) ► 10h (total máxima permitida lei).
Duração do trabalho
Figura 2 – Requisitos

1 - Local de difícil
acesso OU Não
servido por
transporte público
Requisitos regular.
(cumulativos):

2 – E fornecimento
de condução pelo
empregador.

Fonte: elaborada pela autora.


Duração do trabalho

• Horas in itinere – após 11/11/2017:


Art. 58, § 2º, CLT: o tempo despendido pelo empregado desde a sua
residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu
retorno, caminhando ou por qualquer meio de transporte, inclusive
o fornecido pelo empregador, não será computado na jornada de
trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador.
Duração do trabalho
Bloco 2
Milena Guarda
Duração do trabalho

• Controle de jornada:
Art. 74. O horário de trabalho será anotado em registro de
empregados. (Redação dada pela Lei n° 13.874/2019 - DOU 20/09/2019 -
Edição Extra)
§ 2º Para os estabelecimentos com mais de 20 (vinte) trabalhadores será
obrigatória a anotação da hora de entrada e de saída, em registro manual,
mecânico ou eletrônico, conforme instruções expedidas pela Secretaria
Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, permitida a
pré-assinalação do período de repouso. (Redação dada pela Lei n°
13.874/2019 - DOU 20/09/2019 - Edição Extra)
Duração do trabalho

• Ônus da prova:
Súmula 338, TST – Jornada de trabalho. Registro. Ônus da prova
I - É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados o registro da
jornada de trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT. A não-apresentação
injustificada dos controles de freqüência gera presunção relativa de veracidade da
jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por prova em contrário.
II - A presunção de veracidade da jornada de trabalho, ainda que prevista em
instrumento normativo, pode ser elidida por prova em contrário.
III - Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída uniformes
são inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus da prova, relativo às horas
extras, que passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada da inicial se dele
não se desincumbir.
Duração do trabalho

• Ônus da prova intervalo: controle com pré-assinalação = ônus do


empregado (entendimento jurisprudencial).
• Jornadas não controladas:
1 - Atividade externa incompatível com a fixação de horário de trabalho,
devendo tal condição ser anotada na CTPS e no registro de empregados;
2 – Gerentes: exercem cargos de gestão – diretores e chefes de
departamento ou filial – o salário do cargo de confiança, compreendendo a
gratificação de função, se houver, for inferior ao valor do respectivo salário
efetivo acrescido de 40% (paragrafo único);
3 - Empregados em regime de teletrabalho – art. 6º CLT.
Duração do trabalho

Atividade externa:
• Motorista profissional: exclusão atividade externa – Lei n. 12.619/12.
Gerentes: exercem cargos de gestão:
• Precisa de poderes de representação/gestão.
• Presunção juris tantum.
• Gerente = tem jornada fiscalizada e controlada = faz jus a horas extras.
Empregados em regime de teletrabalho – art. 75 – A e segs., CLT (espécie
de trabalho a distância).
Duração do trabalho

• Jornadas não controladas:


• Excluídos:
• Horas extraordinárias.
• Intervalos = descansos.
• Horário noturno.
• Incluídos: DSR.
Duração do trabalho
Bloco 3
Milena Guarda
Duração do trabalho
Figura 3 – Horário

Horário noturno:  Meio urbano: 22h às 5h.


Rural/pecuária: 20h às 4h.
Rural/agricultura: 21h às 5h.

Adicional noturno:  Urbano: 20%.


 Rural: 25%.
Hora noturna reduzida (ficta):  Urbano: sim (52’30’’).
 Rural: não (60’).

Fonte: elaborada pela autora.


Duração do trabalho
Figura 4 – Banco de horas

Banco de horas mensal. • Acordo individual (tácito ou escrito).

Banco de horas semestral. • Acordo individual escrito.

Banco de horas anual. • ACT ou CCT.

Fonte: elaborada pela autora.


Duração do trabalho
• Jornada 12 x 36 – após Lei n. 13.467/17:
Art. 59-A, CLT. Em exceção ao disposto no art. 59 desta Consolidação, é facultado
às partes, mediante acordo individual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de
trabalho, estabelecer horário de trabalho de doze horas seguidas por trinta e seis horas
ininterruptas de descanso, observados ou indenizados os intervalos para repouso e
alimentação. Parágrafo único. A remuneração mensal pactuada pelo horário previsto
no caput deste artigo abrange os pagamentos devidos pelo descanso semanal remunerado
e pelo descanso em feriados, e serão considerados compensados os feriados e as
prorrogações de trabalho noturno, quando houver, de que tratam o art. 70 e o § 5°
do art. 73 desta Consolidação.
• Abrange DSR, feriados e trabalhos noturnos (prorrogações).
Duração do trabalho

• Horas extras em banco de horas:


Art. 59-B. O não atendimento das exigências legais para compensação
de jornada, inclusive quando estabelecida mediante acordo tácito,
não implica a repetição do pagamento das horas excedentes à
jornada normal diária se não ultrapassada a duração máxima semanal,
sendo devido apenas o respectivo adicional. (Artigo incluído pela Lei n°
13.467/2017 - DOU 14/07/2017)
Parágrafo único. A prestação de horas extras habituais não
descaracteriza o acordo de compensação de jornada e o banco de
horas.
Duração do trabalho

• Intervalo intrajornada (refeição/descanso):

Art. 71, § 4°. A não concessão ou a concessão parcial do intervalo


intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos
e rurais, implica o pagamento, de natureza indenizatória, apenas do
período suprimido, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre
o valor da remuneração da hora normal de trabalho.
Duração do trabalho

Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência


sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre: (Artigo incluído pela Lei n°
13.467/2017 - DOU 14/07/2017 - entrará em vigor 120 dias após sua publicação)
I - pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites constitucionais;
II - banco de horas anual;
III - intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para
jornadas superiores a seis horas;
Art. 611-B. Parágrafo único. Regras sobre duração do trabalho e intervalos não são
consideradas como normas de saúde, higiene e segurança do trabalho para os
fins do disposto neste artigo.
Teoria em Prática
Bloco 4
Milena Guarda
Reflita sobre a seguinte situação

João é vendedor, e tem como remuneração um salário mínimo acrescido de


5% sobre o valor de suas vendas. Ocorre que ele é pai de quatro crianças e
atualmente, sua esposa encontra-se desempregada. Por tais razões, João
passou a trabalhar das 8h as 20h, de segunda a sexta-feira, e das 10h as 16h
aos sábados, domingos e feriados, fazendo em todos os dias apernas 15
minutos de intervalo para refeição no almoço. Diante dos fatos ora narrados,
quais são os direitos do João quanto a jornada de trabalho, lembrando quer
o aumento de jornada foi por opção/necessidade exclusiva de João?
Norte para a resolução
É preciso verificar o contrato de trabalho do João, mas geralmente é estabelecida a
jornada de 8 horas diárias e 44 horas semanais, qualquer sobrejornada deve ser
paga como extraordinária (adicional legal ou normativo).
O intervalo para refeição/descanso é de 1 hora. O que também não foi cumprido,
ainda que por opção de João, a empresa deve pagar como extra. Verificar que a Lei
n. 13.467/17 trouxe alterações quanto ao intervalo, assim deve ser analisado em
que época contratual houve a supressão parcial de intervalo.
As horas extras com base nas comissões incide apenas o adicional, uma vez que as
horas simples já estão remuneradas pelas comissões recebidas.
As comissões geram reflexos nos DSR.
Dica da Professora
Bloco 5
Milena Guarda
Indicação de leitura
O contrato de trabalho intermitente já vem sendo utilizado há anos em diversos países,
com diferentes regras.
O contrato de trabalho fijo discontinuo surge no ordenamento juslaboral espanhol
especificamente com a Lei n. 12/2001, antes havia apenas a regulação do trabalho a
tempo parcial pela Lei n. 63/1997 e depois com o Real Decreto 15/98.
Na Itália, o lavoro intermittente ou a chiamata, foi ins�tuído no ordenamento jurídico com
o Decreto Legislativo nº 276/2003.
Em Portugal, o Código do Trabalhado de 2009, está inserido entre as “modalidades de
contrato de trabalho”.
O Brasil, por meio da Lei 13.467/17, alterou o art. 443 da CLT, incluindo a modalidade de
contrato de trabalho intermitente.
Indicação de leitura

NOGUEIRA, Eliana dos S. A. O contrato de trabalho intermitente na reforma


trabalhista brasileira: contraponto com o modelo italiano. In: Revista do
Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, n. 51, 2017. Disponível em:
https://juslaboris.tst.jus.br/bitstream/handle/20.500.12178/125435/2017_n
ogueira_eliana_contrato_trabalho.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso
em: 10 mar. 2020.
Referências

DELGADO, Mauricio G. Curso de Direito do Trabalho. 18. ed. São Paulo: Ltr,
2019.
CORREIA, Henrique. Direito do Trabalho para concursos TRT e MPU.
Salvador: Juspodivm, 2018.
CASSAR, Vólia B. Direito do Trabalho. 16. ed. Rio de Janeiro: Método, 2018.
JORGE NETO, Francisco F.; CAVALCANTE, Jouberto de Q. P. Direito do
Trabalho. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2019.
Bons estudos!

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