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Introdução

Sempre que ocorre uma grande erupção vulcânica, jornais


e noticiários cobrem o acontecimento enfatizando uma
série de palavras: violento, enorme, impressionante.
Diante de um vulcão em erupção, as pessoas
compartilham sentimentos como o medo diante do poder
de destruição da natureza.

Embora os cientistas tenham desvendado muitos mistérios


a respeito dos vulcões, o conhecimento sobre eles não os
tornou menos fascinantes. Neste artigo, veremos as poderosas e violentas forças que
criam as erupções e analisaremos como elas constroem estruturas vulcânicas como as
ilhas.

Quando as pessoas pensam em vulcões, a primeira imagem que vem à cabeça é


provavelmente uma montanha alta com lava alaranjada sendo expelida. Certamente há
vários tipos de vulcões assim. Mas o termo vulcão descreve, na verdade, uma gama de
fenômenos geológicos muito mais ampla.

Em geral, um vulcão é qualquer lugar onde uma certa quantidade de material é expelida
de dentro do planeta para a superfície terrestre.

Foto cortesia da USGS


Lava pahoehoe (encordoada) escorrendo de um vulcão no Havaí

A primeira pergunta é: o que é exatamente esse material expelido? No nosso planeta é o


magma ou rocha fundida. Para entender da onde ele vem, precisamos examinar a
estrutura do planeta Terra.
Gráfico cortesia da USGS

A Terra é composta de várias camadas, divididas em três mega-camadas: o núcleo, o


manto e a crosta.

• Nós vivemos na crosta rígida que possui de 5 a 10 km de espessura sob os


oceanos e de 32 a 70 km sob a terra. Isso pode parecer muito, mas, comparada
ao resto do planeta, ela é bem fina como a casca de uma maçã.
• Logo abaixo da crosta encontra-se o manto, a maior camada da Terra. Embora o
manto seja extremamente quente, ele é primordialmente sólido, pois a pressão
interna do planeta é tão grande que o material não derrete. Em circunstâncias
especiais, contudo, o material derrete formando o magma que transborda pela
crosta.

Em 1960, cientistas desenvolveram uma teoria revolucionária chamada Teoria das


placas tectônicas. Ela sustenta que a litosfera, camada de material rígido composta
pela crosta e pela parte superior do manto, é dividida em sete grandes placas e algumas
outras placas menores. Essas placas se movimentam vagarosamente sobre o manto, que
está lubrificado por uma leve camada chamada astenosfera. A atividade nos limites
entre algumas dessas placas é o catalisador básico para a produção do magma.

Gráfico cortesia da NASA


As linhas azuis demarcam os limites das placas, os triângulos
vermelhos demarcam a atividade vulcânica e os pontos amarelos
apontam os terremotos recentes

Onde diferentes placas se encontram, há uma interação. O modo como elas se deslocam
umas em relação às outras estão associados diferentes tipos de fenômenos de superfície.

• Se as placas se afastam umas das outras, uma cordilheira oceânica ou


cordilheira continental é formada, dependendo de como elas se encontram (se
no oceano ou na terra). À medida que as placas se separam, a parte sólida do
manto, que se encontra na astenosfera, corre para esse vazio provocado por elas.
Como a pressão não é elevada a esse nível, as rochas do manto se derretem,
formando o magma. Conforme o magma sobe, ele se resfria formando uma nova
crosta que preenche a lacuna deixada pela divergência das placas. Esse tipo de
produção do magma é chamado vulcanismo central.
• Quando duas placas colidem, uma pode ser empurrada para baixo da outra de
modo a afundar no manto. Esse processo é chamado de subducção, que forma
uma vala, um canal muito profundo geralmente no solo oceânico. À medida que
a litosfera rígida faz força em direção ao manto quente e sob alta pressão, há um
super aquecimento. Muitos cientistas acreditam que a camada da litosfera que
afunda não pode derreter a essa profundidade, mas que o aquecimento e a
pressão forçam a água (água da superfície e dos minerais hidratados) para fora
das placas em direção à camada do manto que está acima. O acúmulo de água
reduz o ponto de fusão das rochas provocando o derretimento das rochas dentro
do magma. Esse tipo de produção do magma é chamado vulcanismo da zona de
subducção.
• Se as placas colidem e nenhuma delas fica embaixo da outra, a crosta irá apenas
"enrugar", formando montanhas. Esse processo não dá origem a vulcões. As
margens das placas desse tipo podem mais tarde se transformar em zonas de
subducção.
• Algumas placas se movimentam umas contra as outras ao invés de empurrá-las
ou colidirem. Essas margens de placas
dificilmente produzem atividade vulcânica.

O magma também pode fazer força debaixo de uma


placa da litosfera, embora isso seja menos comum que
a produção de magma ao redor das margens das placas.
Essa atividade vulcânica intraplaca é causada por um
material atípico do manto quente que é formado na
parte inferior do manto e levado para a sua parte
superior. O material, que adquire a forma de uma
pluma de 500 a 1.000 km de largura, emerge para criar
um ponto quente debaixo de um determinado lugar da
Terra. Devido ao aquecimento incomum desse
material, ele se funde formando magma logo abaixo da
crosta terrestre. O ponto quente é estacionário, mas à Foto cortesia da USGS
medida que as placas continentais deslizam, o magma Erupção do Monte Santa Helena
cria uma cadeia de vulcões que desaparece assim que no estado de Washington, em 1980
as placas passam do ponto quente. Os vulcões do Havaí
foram criados por um desses pontos quentes que aparentam ter pelo menos 70 milhões
de anos.

Então o que acontece com o magma formado por esses processos? Vimos que o magma
produzido na cordilheira oceânica apenas forma um novo material crustoso, logo, não
há produção de vulcões terrestres em erupção. Há poucas áreas de cordilheira
continental onde o magma transborda pela terra, mas a maioria dos vulcões terrestres
são produzidos pelo vulcanismo da zona de subducção e dos pontos quentes.

Quando uma rocha sólida se transforma em um material mais líquido, ela se torna
menos densa que as rochas sólidas ao seu redor. Devido a essa diferença de densidade, o
magma sobe com muita força (pela mesma razão que o hélio em um balão atravessa o ar
mais denso que o cerca e o óleo fica suspenso na água). À medida que vai subindo, o
intenso calor funde mais algumas rochas, acrescentando-as à mistura magmática.

O magma continua se movendo pela crosta, a menos que a pressão para subir seja
excedida pela pressão exercida pelas rochas sólidas ao redor para descer. Neste ponto, o
magma se acumula em câmaras magmáticas abaixo da superfície da Terra. Se a
pressão do magma se eleva a um determinado nível ou uma cratera se abre na crosta, as
rochas fundidas são extruídas e derramadas pela superfície terrestre.

Foto cortesia da USGS


Derramamento de lava do vulcão Kilauea, no Havaí

Se isso acontecer, o magma derretido (agora chamado de lava) forma um vulcão. A


estrutura de um vulcão e a intensidade de sua erupção dependem de uma série de
fatores, principalmente da composição do magma. Na próxima seção, analisaremos os
diferentes tipos de magma e veremos como eles entram em erupção.

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