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Materiais de Construção Civil

Aula 1
Curso de Engenharia Civil

Universidade Paulista

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CIMENTO PORTLAND

Definição.

O cimento é um dos materiais de construção mais utilizados


na construção civil, por conta da sua larga utilização em
diversas fases da construção.

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Introdução.

O cimento pertence à classe dos materiais classificados como


aglomerantes hidráulicos, esse tipo de material em contato
com a água entra em processo físico-químico, através de uma
reação exotérmica de cristalização tornando-se um elemento
sólido com grande resistência a compressão e resistente a
água e a sulfatos.

A história do cimento inicia-se no Egito antigo, Grécia e Roma,


onde as grandes obras eram construídas com o uso de certas
terras de origem vulcânicas, com propriedades de
endurecimento sob a ação da água. Os primeiros
aglomerantes usados eram compostos de cal, areia e cinza
vulcânica.
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Os primeiros aglomerantes usados eram compostos de cal,
areia e cinza vulcânica.

A denominação "cimento Portland", foi dada em 1824 por


Joseph Aspdin, um químico e construtor britânico. No
mesmo ano, ele queimou conjuntamente pedras calcárias e
argila, transformando-as num pó fino.

Percebeu que obtinha uma mistura que, após secar,


tornava-se tão dura quanto às pedras empregadas nas
construções.

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A mistura não se dissolvia em água e foi patenteada pelo
construtor no mesmo ano, com o nome de cimento Portland,
que recebeu esse nome por apresentar cor e propriedades de
durabilidade e solidez semelhantes às rochas da ilha britânica
de Portland.

O cimento Portland é um aglomerante hidráulico fabricado


pela moagem do clínquer, compostos de silicato e cálcio
hidráulicos. Os silicatos de cálcio são os principais
constituintes do cimento Portland, as matérias primas para a
fabricação devem possuir cálcio e sílica em proporções
adequadas de dosagem.

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Definição de cimento Portland.

É um aglomerante hidráulico, resultante da moagem do clínquer,


obtido pelo cozimento até a fusão parcial, de mistura de calcário
e argila convenientemente dosada e homogeneizada, de tal
forma que, após o cozimento não resulte cal livre em proporções
prejudiciais.
CALCARIO e ARGILA

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Clínquer: é à base do cimento, originalmente uma mistura de
calcário e argila, que é queimado (1400 ºC) e triturado até
virar um pó fino. O clínquer possui um diâmetro médio entre
5 a 25 mm.

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Proporção dos constituintes do cimento Portland e reação de
formação do clínquer

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Após a entrada do cru nos fornos rotativos até à saída do
clínquer, à medida que a temperatura no forno vai
aumentando vão sendo observadas diversas reações, por
exemplo:

A 100ºC, a água livre da mistura de calcário e argila evapora-


se.
A 450ºC a água adsorvida é libertada dos componentes da
matéria-prima.
A 800ºC dá-se a desidratação da argila e o início da
decomposição dos carbonatos de cálcio e de magnésio com a
formação dos óxidos de cálcio e de magnésio. Inicia-se a
formação do aluminato monocálcico, do ferrato bicálcico
iniciando-se o aparecimento do silicato bicálcico.

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Acima dos 900ºC, ocorre a cristalização dos produtos
amorfos da desidratação da argila e promovem-se as
reações entre o óxido de cálcio e os componentes da argila,
nomeadamente a sílica, alumina e o sesquióxido de ferro.

Entre os 900ºC e 1100ºC, forma-se e decompõe-se o sílico-


aluminato bicálcico gerando-se o aluminato tricálcico e dá-
se a formação do aluminoferrato tetracálcico. Atinge-se a
concentração máxima em óxido de cálcio livre.

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Entre os 1100ºC e os 1200ºC, todo o ALUMINATO TRICÁLCICO
e todo o FERROALUMINATO TETRACALCICO estão
completamente formados e o teor de SILICATO BICÁLCICO
atinge o valor máximo.

A 1260ºC principia a formação da fase líquida, constituída


pela combinação de parte de óxido de cálcio com os óxidos de
alumínio e ferro e originando a formação do SILICATO
TRICÁLCICO a partir do silicato bicálcico existente.

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Reação de hidratação do cimento Portland.

O cimento pertence à classe dos materiais classificados como


aglomerantes hidráulicos.

Esse tipo de material em contato com a água entra em


processo físico-químico, através de uma reação exotérmica de
cristalização tornando-se um elemento sólido com grande
resistência a compressão e resistente a água e a sulfatos.

Água e cimento reagem rapidamente e se forma solução


supersaturada de aluminatos e silicatos hidratados, o qual o
desencadeia a liberação de uma energia chamada calor de
hidratação que influencia na velocidade de reação.
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Cimento + H2O ⇒ reação ⇒ fase líquida saturada em espécies
iônicas nas seguintes porcentagens:

Silicato de Cálcio Hidratado (tobermorita - CSH-gel) => 50 a


60% do sólido;

Hidróxido de Cálcio (portlandita CaOH2) => 20 a 25% do


sólido;

Sulfoaluminatos de Cálcio (etringita) => 15 a 20% do sólido;

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As propriedades do cimento são diretamente relacionadas com
as proporções dos silicatos e aluminatos, causam:

O silicato tricálcico (C3S) é o maior responsável pela


resistência em todas as idades, especialmente até o fim do
primeiro mês de cura.

O silicato bicálcico (C2S) adquire maior importância no


processo de endurecimento em idades mais avançadas, sendo
largamente responsável pelo ganho de resistência a um ano ou
mais.

O aluminato tricálcico (C3A) também contribui para a


resistência, especialmente no primeiro dia.

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O ferro aluminato de cálcio (C4AF) em nada contribui para a
resistência.

O aluminato tricálcico (C3A) muito contribui para o calor de


hidratação, especialmente no início do período de cura.

O silicato tricálcico (C3S) é o segundo componente em


importância no processo de liberação de calor. Os dois outros
componentes contribuem pouco para a liberação de calor.

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O aluminato tricálcico (C3A), quando presente em forma
cristalina, é o responsável pela rapidez de pega. Com a adição
de proporção conveniente de gesso, o tempo de hidratação é
controlado.

O silicato tricálcico (C3S) é o segundo componente com


responsabilidade pelo tempo de pega do cimento. Os outros
componentes se hidratam lentamente, não tendo efeito sobre
o tempo de pega.

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A hidratação ocorre da superfície para a parte interna.

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Controle do calor de hidratação:

Aumento de H: ↑ quantidade de C3S e C3A e cimento mais fino


(quanto mais fino maior é a superfície específica e maior a
reatividade).

Diminuição de H: adição de escórias, pozolanas e cinzas, as


quais aumentam o tempo de pega do cimento e fixam a cal
livre (retardador de endurecimento).

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Processo de fabricação do cimento Portland.

O processo de fabricação obtém as seguintes etapas:

Extração matéria-prima;
Britagem;
Pré-homogeneização;
Moagem do “cru”;
Homogeneização;
Pré-aquacimento;
Cozedura;
Resfriamento;
Moagem e adições;
Embalagem e expedição.
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Classificação do cimento Portland.

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Cimento Portland comum (CP-I), com adição (CP I-S)

O CP-I é o tipo mais básico de cimento Portland, indicado para


o uso em construções que não requeiram condições, a única
adição presente no CP-I é o gesso (cerca de 3%, e é utilizado
para construção em geral, quando não são exigidas
propriedades especiais.

O CP I-S, tem a mesma composição do CP I (clínquer + gesso),


porém com adição reduzida de material pozolânicos (de 1 a
5% em massa) e este tipo de cimento tem menor
permeabilidade devido à adição de pozolana.

A norma brasileira que trata deste tipo de cimento é a NBR


5732
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Cimento Portland composto: (CP II)

Eescória (CP II-E), Pozolana (CP II-Z), Filler (CP II-F)

Utilizados em obras correntes de engenharia civil sob a forma


de argamassa, concreto simples, armado e protendido,
elementos pré-moldados e artefatos de cimento.

A norma brasileira que trata deste tipo de cimento é a NBR


11578.

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Cimento Portland composto: (CP II)
Eescória (CP II-E), Pozolana (CP II-Z), Filler (CP II-F)

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Cimento Portland de alto-forno (CP III)

O cimento Portland de alto-forno contém adição de escória no


teor de 35% a 70% em massa, que lhe confere propriedades
como;

Baixo calor de hidratação,


Maior impermeabilidade,
Durabilidade,

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É recomendado tanto para obras de grande porte e
agressividade (barragens, fundações de máquinas, obras em
ambientes agressivos, tubos e canaletas para condução de
líquidos agressivos, esgotos e efluentes industriais, concretos
com agregados reativos, obras submersas, pavimentação de
estradas, pistas de aeroportos, etc.) como também para
aplicação geral em argamassas de assentamento e
revestimento, estruturas de concreto simples, armado ou
protendido, etc.

A norma brasileira que trata deste tipo de cimento é a NBR


5735.

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Cimento Portland Pozolânicos (CP IV)

O cimento Portland Pozolânicos contém adição de pozolana no


teor que varia de 15% a 50% em massa.

Este alto teor de pozolana confere ao cimento uma alta


impermeabilidade e consequentemente maior durabilidade.

O concreto confeccionado com o CP IV apresenta resistência


mecânica à compressão superior ao concreto de cimento
Portland comum à longo prazo. É especialmente indicado em
obras expostas à ação de água corrente e ambientes agressivos.

A norma brasileira que trata deste tipo de cimento é a NBR 5736.

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Cimento Portland de alta resistência inicial (CP V-ARI)

O CP V-ARI possui Alterações nas proporções das fases do


Clínquer e são utilizados em blocos para alvenaria, blocos
para pavimentação, tubos, lajes, meio-fio, mourões, postes,
elementos arquitetônicos pré-moldados e préfabricados.

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Resistente a Sulfatos (RS).

O CP Resistente a Sulfatos (RS) possui alterações nas


proporções das fases do Clínquer e pode ser utilizado em
ambientes submetidos ao ataque de meios agressivos, como
estações de tratamento de água e esgotos, obras em regiões
litorâneas, subterrâneas e marítimas.

A norma brasileira que trata deste cimento é a NBR 5733.

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As siglas correspondem ao prefixo CP acrescido dos
algarismos romanos de I a V, conforme o tipo do cimento,
sendo as classes indicadas pelos números 25, 32 e 40.

As classes de resistência apontam os valores mínimos de


resistência à compressão garantidos pelo fabricante, após
28 dias de cura.

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FIM !
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